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Brazilian Journal of Health Review 6337

ISSN: 2595-6825

Efeito do condicionamento com ácido fosfórico nas propriedades mecânicas


e química dos cimentos de ionômero de vidro forradores

Effect of etching with phosphoric acid on the mechanical and chemical


properties of liner glass ionomer cements

DOI:10.34119/bjhrv7n1-510

Recebimento dos originais: 02/01/2024


Aceitação para publicação: 09/02/2024

Ariadiny Francisco Felix Carneiro


Mestre em Clínica Odontológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Endereço: Faculdade de Odontologia, Cidade Universitária, s/n, Universitário, 900,
Campo Grande – MS, CEP: 79070-900
E-mail: ariadinyfc@hotmail.com

Marielle do Carmo Abreu


Especialista em Ortodontia pela Associação de Pesquisa e Cultura de Campo Grande MS
(AEPC)
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Endereço: Faculdade de Odontologia, Cidade Universitária, s/n, Universitário, 900,
Campo Grande – MS , CEP: 79070-900
E-mail: maari.abreu@gmail.com

Pamela Ferreira de Sá Queiroz


Especialista em Odontologia Hospitalar
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Endereço: Cidade Universitária, s/n, Universitário, 900, Campo Grande – MS ,
CEP: 79070-900
E-mail: pamelaqueiroz88@gmail.com

Talita dos Anjos Vaez


Especialista em Endodontia pelo Instituto Odontológico das Américas de Campo
Grande MS (IOA)
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Endereço: Cidade Universitária, s/n, Universitário, 900, Campo Grande – MS ,
CEP: 79070-900
E-mail: talitalitst@hotmail.com

Mariane Emi Sanabe


Doutora em Ciências Odontológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
Filho (UNESP)
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Endereço: Cidade Universitária, s/n, Universitário, 900, Campo Grande – MS ,
CEP: 79070-900
E-mail: emisanabe@hotmail.com

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ISSN: 2595-6825

RESUMO
Objetivo: avaliar o efeito da aplicação do ácido fosfórico 37% sobre dois tipos de cimentos de
ionômero de vidro forradores, convencional e modificado por resina, imediatamente e após
armazenamento por 30 dias. Métodos: Os materiais testados foram Vitrebond e Vidrion F
aplicados em 108 incisivos bovinos. Os dentes foram divididos em 3 grupos: controle,
condicionamento prévio a inserção do cimento e condicionamento posterior a inserção do
cimento na cavidade, armazenados por dois períodos: 24 horas e 30 dias. Avaliou-se a
resistência de união ao cisalhamento e liberação de flúor. Os dados foram analisados pelos
testes ANOVA e post hoc de Tukey (p=0,05). Resultados: Para o grupo Vidrion F, não houve
diferença significativa nas propriedades analisadas em nenhum dos períodos. Houve um
aumento na resistência de união estatisticamente significativa para o Vitrebond de
condicionamento posterior armazenado por 30 dias e menor liberação de flúor estatisticamente
significativa comparado com 24 horas (p>0,05). Conclusão: o condicionamento com ácido
fosfórico 37% sobre o Vitrebond influenciou positivamente a resistência de união e não
influenciou negativamente a liberação de flúor; para o Vidrion F, não houve alteração das
propriedades mecânica e química do material.

Palavras-chave: restauração dentária permanente, forramento de cavidade dentária, cimentos


de ionômeros de vidro, resistência ao cisalhamento, flúor.

ABSTRACT
Objective: to evaluate the effect of applying 37% phosphoric acid on two types of glass ionomer
lining cements, conventional and resin-modified, immediately and after storage for 30 days.
Methods: The materials tested were Vitrebond and Vidrion F applied to 108 bovine incisors.
The teeth were divided into 3 groups: control, conditioning prior to cement insertion and
conditioning after cement insertion into the cavity, stored for two periods: 24 hours and 30 days.
The bond strength to shear and fluoride release was evaluated. Data were analyzed using
ANOVA and Tukey's post hoc tests (p=0.05). Results: For the Vidrion F group, there was no
significant difference in the properties analyzed in any of the periods. There was a statistically
significant increase in bond strength for post-etching Vitrebond stored for 30 days and
statistically significant lower fluoride release compared to 24 hours (p>0.05). Conclusion:
etching with 37% phosphoric acid on Vitrebond positively influenced the bond strength and did
not negatively influence the release of fluoride; for Vidrion F, there was no change in the
mechanical and chemical properties of the material.

Keywords: permanent dental restoration, tooth cavity lining, glass ionomer cements, shear
strength, fluoride.

1 INTRODUÇÃO
A filosofia de mínima intervenção em odontologia se popularizou com o
desenvolvimento dos materiais adesivos e o uso da resina composta como material restaurador
em dentes anteriores e posteriores, pois não requerem preparos extensos e preservam a estrutura
dentária hígida [1]. Em cavidades profundas, que se estendem além do terço interior de dentina
[2] essa filosofia se aplica por meio da remoção parcial de cárie, modificando o microambiente

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da dentina contaminada deixada sob a restauração com a finalidade de interromper o processo


carioso [3, 4].
É fundamental que haja um o selamento ideal da cavidade para isolar as bactérias do
meio bucal, paralisando o processo carioso e permitindo a resposta biológica da polpa [3, 5].
Os materiais forradores desempenham importante papel ao impedir a penetração de monômeros
em direção a polpa e minimiza a chance de fraturas da dentina remanescente do preparo
cavitário quando são utilizados os materiais resinosos [6].
Esses materiais devem apresentar características semelhantes à dentina como baixo
módulo de elasticidade e funcionar como uma camada para dissipar as forças oriundas da
contração de polimerização das resinas compostas [7]. Além dessas características, o cimento
de ionômero de vidro (CIV), um material forrador frequentemente utilizado, que apresenta-se
em formulações químicas ou fotopolimerizáveis, possui biocompatibilidade com a polpa, efeito
antibacteriano, adesão química à estrutura dentária, coeficiente de expansão térmica linear
semelhante à estrutura dentária e liberação de flúor [2, 8, 9].
A técnica do sanduíche pode ser uma alternativa viável de restauração, principalmente
em cavidades profundas e com alto fator C definido como a razão das superfícies aderidas pelas
superfícies livres [10]. Nessa técnica, após a inserção do CIV na cavidade, é feito o
condicionamento com ácido fosfórico 37%, a lavagem e a secagem do material, da dentina e
esmalte, seguidos da aplicação do sistema adesivo e da resina composta. Uma alternativa para
não realizar o condicionamento da superfície do CIV é primeiro condicionar as paredes
circundantes da cavidade para depois inserir o cimento [11]. Embora existam vários estudos
avaliando a ligação entre o CIV e a dentina, não observa-se pesquisas que avaliem o efeito do
condicionamento com ácido fosfórico sobre o CIV.
Assim, o objetivo deste estudo foi verificar se o condicionamento com ácido fosfórico
37% sobre a superfície de dois tipos de CIV forrador, convencional e modificado por resina,
tem influência na resistência de união à dentina e liberação de flúor do material.

2. MATERIAIS E METODOS
Esse trabalho respeitou as diretrizes do Comitê de Ética em Pesquisa com Animais.
Inicialmente, realizou-se o estudo piloto para determinar o tamanho da amostra. O software G*
Power 3 for Windows foi utilizado, com os parâmetros de poder do teste 80%, número de
grupos a serem testados igual a dois, erro de probabilidade a 0,05 e f = 1,250, chegou-se ao
cálculo amostral de 09 espécimes por grupo.

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Foram selecionados incisivos bovinos recém-extraídos, com esmalte íntegro, sem


trincas e/ou fraturas, sem irregularidades anatômicas na superfície vestibular e sem aplicação
prévia de agentes químicos como timol e formol. Os dentes foram completamente limpos e
armazenados em solução de cloramina T 0,5% mantidos sob refrigeração.
A composição química, fabricante, número do lote e proporção dos materiais utilizados
neste estudo estão apresentados na Tabela 1.

Tabela l. Materiais utilizados nos grupos experimentais


MATERIAL FABRICANTE COMPOSIÇÃO PROPORÇÃO LOTE

Vitrebond 3M, Sumaré, SP, Pó (vidro de 1 colher de pó 20218


Brasil fluoraluminiosilicato e para 1 gota de
canforoquinona) e líquido líquido
(copolímero do
ácidopolialcenóico, água,
HEMA)

Vidrion F SS White, Rio de Pó (fluorsilicato de sódio 1 colher de pó 1535200141


Janeiro, RJ, cálcio alumínio, sulfato de para 1 gota de
Brasil bário, ácido poliacrílico, líquido
pigmento óxido ferroso) e
líquido (ácido tartárico, água
destilada)

Fonte: informações fornecidas pelo fabricante dos materiais.

2.1 PREPARO DAS AMOSTRAS E ENSAIOS


2.1.1 Ensaio Mecânico de Cisalhamento
Inicialmente, o terço médio cervical da face vestibular dos dentes foi lixado para simular
uma dentina de cavidade profunda [12]. Esse processo foi realizado sob irrigação abundante
com água na lixadeira metalográfica PL01 (Teclago, Vargem Grande Paulista, SP, Brasil), com
lixa de carbeto de silício de granulação 320 (Norton, Guarulhos, SP, Brasil) para produzir smear
layer semelhante a produzida por brocas [13]. Após o lixamento, os dentes foram divididos
aleatoriamente em 2 grupos (n=54), de acordo com o tipo de CIV utilizado. Cada um desses
grupos foi subdividido em subgrupos (n=18) controle (A), condicionamento prévio (B) e
condicionamento posterior (C), conforme o tratamento da superfície dentária com ácido
fosfórico, sendo metade das amostras armazenada por 24 horas e a outra metade por 30 dias
(Figura 1).

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Figura l. Fluxograma de divisão dos grupos

Fonte: própria.

A espessura da camada de forramento foi padronizada em 1 mm com matrizes feitas de


Cera 7 (Lysanda, São Paulo, SP, Brasil) com o diâmetro de 4 mm. Os materiais foram inseridos
na matriz com um aplicador de hidróxido de cálcio (SSWhite/Duflex, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil). Após a presa inicial, foram realizados quatro cortes verticais na matriz com lâmina de
bisturi número 11 (Maxicor, Pinhais, PR, Brasil) até que a cera se soltasse do material.

2.1.2 Grupos Experimentais


G1-A (Grupo Controle Vitrebond): o material foi inserido na matriz de cera 7 com altura
de 0,5mm e 4mm de diâmetro e fotoativado por 30 seg com uma unidade de luz LED com
intensidade de luz de 700 mW/cm² (Radii-Cal/SDI, Vitória, Austrália). A ponteira do aparelho
fotoativador apoiava-se na matriz de cera.
G1-B (Grupo Condicionamento Prévio Vitrebond): realizou-se o condicionamento com
ácido fosfórico 37% (Condac 37/FGM, Joinville, SC, Brasil) por 15 seg, lavagem pelo mesmo
tempo de condicionamento e secagem com jato de ar por 5 segundos. Os procedimentos
seguintes seguiram a sequência do G1-A.
G1-C (Grupo Condicionamento Posterior Vitrebond): a técnica para inserção do CIV
utilizada foi a mesma descrita anteriormente. Em seguida foi realizado o condicionamento com
ácido fosfórico 37% por 20 seg sobre o CIV, lavagem por 15 seg e secagem com jato de ar por
5 segundos.

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No G2, os passos técnicos foram realizados como descrito nos subgrupos A, B e C do


G1, porém, o material utilizado foi Vidrion F, respeitando o tempo de presa inicial do material,
que é de 6 minutos.
Todas as amostras receberam proteção superficial com vaselina sólida (Rioquímica, São
José do Rio Preto, SP, Brasil). Em seguida, foram armazenadas em recipiente com gaze
umedecida com água destilada e mantidas em estufa (Quimis, Diadema, SP, Brasil) a 37ºC, por
24 horas ou 30 dias.
Após o período de armazenamento, as amostras foram submetidos ao ensaio mecânico
de cisalhamento na máquina universal de ensaios mecânicos (Instron/Emic 23-5S, São José dos
Pinhais, PR, Brasil), com célula de carga de 100 N operando a uma velocidade de 0,5 mm/min
até ocorrência de fratura. A resistência de união foi medida em MPa.

2.1.3 Análise do Padrão de Fratura


Após o ensaio mecânico de cisalhamento, as amostras foram analisadas em lupa
estereoscópica com 40x de aumento por dois examinadores (E) treinados e calibrados por meio
de um processo cego. As fraturas foram classificadas em adesiva, coesiva e mista.
Quatro amostras de cada período foram selecionadas aleatoriamente, sendo duas de
Vidrion F (condicionamento prévio e posterior) e duas de Vitrebond (condicionamento prévio
e posterior). Os espécimes foram observados no Microscópio Eletrônico de Varredura (modelo
JSM-6380LV, JEOL, Tóquio, Japão) no laboratório Multiusuário de Análises de Materiais-
INFI/UFMS.

2.2 ANÁLISE DA LIBERAÇÃO DE FLÚOR


Após o ensaio mecânico de cisalhamento, os corpos de prova de CIV dos subgrupos B
e C foram acondicionadas em recipientes plásticos tampados devidamente identificados com 2
mL de água destilada e mantidos em estufa a 37ºC por um período de 24 h.
A determinação das concentrações de flúor foi realizada na solução onde os espécimes
foram armazenados. Para isso, se utilizou 1 mL da solução, onde foi acrescentada em cada
solução o mesmo volume (1 mL) da solução TISAB II (tampão de acetato 1,0 M, pH 5,0,
contendo NaCl 1,0 M e CDTA). A análise do teor de flúor foi realizada pelo método do eletrodo
específico (Orion 96-09) acoplado a um analisador de íons (Orion EA- 940, Thermo Fisher
Scientific Inc., Chelmsford, MA, Estados Unidos), previamente calibrados com padrões de 1,
2, 4 e 8 μg F/mL em TISAB II 50% em função da concentração de flúor da amostra. Os
resultados foram expressos em mg F/mL.

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2.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA


Os critérios de normalidade (teste Shapiro-Wilk) e homogeneidade das variâncias (teste
de Levene) foram respeitados (p=0,05). Aos valores de resistência de união (MPa) obtidos para
cada cimento de ionômero de vidro foram aplicados o teste estatístico de análise de variância
ANOVA de dois fatores, considerando o condicionamento ácido e o tempo de armazenagem.
Os dados referentes à leitura das fraturas foram analisados de modo descritivo. Os dados
da análise da liberação de flúor foram analisados pelo teste ANOVA seguido pelo post hoc de
Tukey, quando necessário (p=0,05).
Todos os testes foram considerados ao nível pré-estabelecido de significância de 5%,
complementados pelo teste de Tukey e realizados no programa IBM SPSS Statistics 23.

3 RESULTADOS
Os valores médios de resistência de união (MPa) produzidos pelo CIV estão
apresentados na Tabela 2 e separados por tipo de material. Verificou-se uma maior resistência
de união estatisticamente significativa para o Vitrebond de condicionamento posterior e
armazenados por 30 dias quando comparado com o de 24 horas (ANOVA p<0,05 e
Tukey<0,05).

Tabela 2. Valores médios de resistência de união (MPa) produzidos pelos cimentos de ionômeros de
vidro, segundo o tipo de condicionamento ácido.
Grupos N Vitrebond Vidrion F

24 Horas 30 Dias 24 Horas 30 Dias

Controle 36 28,06 ±10,46 a,B 20,85 ±9,59 b,B 12,92 ±3,15 a,A* 14,85 ±5,74 a,A

Prévio 36 33,46 ±11,51 a,B 18,81 ±11,23 b,B 14,30 ±6,06 a,A 10,76 ±6,82 a,A

Pós 36 27,29±11,95 a,B 37,69 ±13,54 a,C 12,58 ±3,84 a,A 9,59 ±3,54 a,A
* os valores representam as médias (desvio padrão) em MPa.
** para cada cimento de ionômero de vidro seguidas de letras minúsculas iguais não diferem estatisticamente nas
colunas (p>0,05) e letras maiúsculas iguais nas linhas não diferem estatisticamente (p>0,05)
Fonte: Análise realizada em Máquina Universal de Ensaios Mecânicos - Instron/Emic 23-5S - no laboratório de
pesquisas da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Para o grupo Vidrion F não houve diferença significativa na resistência de união entre
o grupo testado e grupo controle para em ambos os períodos (ANOVA p>0.05).
A análise das fraturas foi realizada por dois examinadores (E) treinados e calibrados. Os
valores do coeficiente de concordância Kappa intra-examinadores foi de 0,83 (ótimo). Para a
análise inter-examinadores o coeficiente Kappa foi 1,00 (ótimo). Os dados estão descritos na

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Tabela 3. No grupo do Vidrion foram observadas fraturas predominantemente mistas. Já no


Vitrebond houve fraturas mistas e adesivas.

Tabela 3. Descrição das fraturas em relação aos grupos analisados.


Grupos N Vitrebond Vidrion F

Controle 24h 9 mista (5) adesiva (4) mista (8) adesiva (1)

Prévio 9 mista (7) adesiva (2) mista (8) adesiva (1)


24h

Pós 9 mista (6) adesiva (3) mista (9) adesiva (0)


24h

Controle 30 9 mista (7) adesiva (2) mista (9) adesiva (0)


dias

Prévio 9 mista (8) adesiva (1) mista (8) adesiva(1)


30 dias

Pós 9 mista (8) adesiva (1) mista (9) adesiva (0)


30 dias
Fonte: Análise em Microscopia Óptica realizada no laboratório de pesquisas da Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

As imagens representativas de cada grupo, obtidas pela Microscopia Eletrônica de


Varredura estão apresentadas na Figura 2.

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Figura 2. Fotomicrografias das fraturas mistas de cada grupo do período de 24 horas e 30 dias

A - Fotomicrografias das fraturas mistas de cada grupo do período de 24 h; A1 - VD cond prévio, verifica-se
uma fina camada do remanescente do material; A2 - VD cond posterior – verifica-se a presença de remanescente
do material na região condicionada. A3 - VT com cond prévio, nota-se presença de grande remanescente de CIV;
e A4 - VT com cond posterior nota-se presença de remanescente de CIV. D – dentina; VD – Vidrion F; e VB –
Vitrebond. B - Fotomicrografias das fraturas mistas de cada grupo do período de 30 dias. B1 - VD
condicionamento prévio – verifica-se uma camada porosa do remanescente do material; B2 - VD
condicionamento posterior – verifica-se a pequena presença de remanescente do material na região

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condicionada; B3 - VT com condicionamento prévio – nota-se presença de pouco remanescente de CIV; e B4 -


VT com condicionamento posterior – nota-se presença de remanescente de CIV.
Legendas: D – dentina; VD – Vidrion F; e VB – Vitrebond.
Fonte: Imagens fornecidas pelo Laboratório Multiusuário de Análises de Materiais do Instituto de Física -
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Os valores da análise da liberação de flúor estão reunidos na Tabela 4.

Tabela 4. Liberação de flúor dos espécimes de cimentos de ionômero de vidro segundo o tipo de condicionamento
ácido.
Grupos N Vitrebond Vidrion F

24 Horas 30 Dias 24 Horas 30 Dias

Prévio 32 73,85 ± 3,34 A, a 53,81 ± 1,65 A, b 71,0 ± 3,34 A,a


69,95 ±4,57 A,a

Pós 32 71,55 ± 3,79 A,a


53,39 ±3,79 A, b 73,04 ± 3,96 A ,a 67,74 ± 4,09 A,a
Para cada valor seguidas de letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente nas colunas (p>0,05) e letras
minúsculas iguais nas linhas não diferem estatisticamente nos materiais (p>0,05). Os valores representam a
quantidade flúor liberada em µg/mL.
Fonte: Análise realizada em eletrodo específico (Orion 96-09) acoplado a um analisador de íons (Orion EA- 940,
Thermo Fisher Scientific Inc.) - no laboratório de pesquisas da Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul.

Houve uma menor liberação de flúor estatisticamente significativa para o Vitrebond de


condicionamento posterior e armazenado por 30 dias, comparado com 24 horas (ANOVA
p<0,05 e Tukey p<0,05). Para o grupo Vidrion F não houve diferença significativa entre o grupo
testado e grupo controle para em ambos os períodos (ANOVA p>0.05).

4. DISCUSSÃO
Em situações clínicas nas quais há o risco de comprometimento da vitalidade pulpar em
cavidades muito profundas, a utilização de um material forrador biocompatível pode favorecer
e acelerar o processo de formação de dentina [2, 14-16]. Quando a camada de dentina
remanescente é menor que 500 micrômetros, um material biocompatível deve ser aplicado para
fornecer um ambiente adequado no qual as células da polpa hospedeiras são capazes de
restaurar a homeostase do tecido [17].
Entre as demais vantagens da utilização do CIV forrador sabe-se que este é um material
capaz de reduzir significativamente a formação de lacunas em restaurações com resina
composta [18], bem como minimizar os efeitos da contração de polimerização do material [19].
Em um trabalho publicado em 2019 [7], os autores analisaram diferentes técnicas restauradoras,
de uma e duas camadas. Observou-se uma tendência de diminuição do estresse de contração de

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polimerização na interface dentina-restauração com o aumento da profundidade quando se


utilizou a técnica combinada de cimento de ionômero de vidro e resina Buk Fill.
O CIV é um material que pode apresentar-se em formulações químicas ou
fotopolimerizáveis. O convencional, possui presa química, é um material hidrófilo, sensível à
umidade durante o tempo de presa inicial, entre 2 a 6 min, e de maturação que dura mais de 24
h [2]. O CIV modificado por resina (CIVR) além dos componentes essenciais comumente
contém o monômero resinoso HEMA e apresenta um menor tempo de presa, que pode ser
controlado com a fotoativação dos monômeros resinosos, tornando-o menos sensível à umidade
após a polimerização. No entanto, esse monômero pode ser lixiviado do CIV em quantidades
variáveis principalmente nas primeiras 24 h sendo, neste caso, citotóxico para as células da
polpa [17].
No presente estudo não foi realizado o pré-tratamento de superfície com ácido
poliacrílico previamente à aplicação do CIV. Pesquisas atuais demonstram que o uso de
condicionamento com ácido poliacrílico não oferece nenhuma contribuição significativa para o
desempenho da força de união imediata e a longo prazo [20]. No entanto, pode aumentar o risco
de degradação do colágeno na interface de união após envelhecimento prolongado [20].
A maior resistência de união para o CIV modificado por resina quando comparado ao
cimento convencional, encontrada neste trabalho, já era esperada para esses materiais [21]. Os
resultados no grupo do Vitrebond em que foi realizado o posterior condicionamento, quando
avaliado após 24 horas, não houve diferença significativa em comparação aos outros dois
grupos. No entanto, após um período de 30 dias houve um aumento na RU quando comparado
aos grupos controle e condicionamento prévio analisados no mesmo período.
O resultado descrito acima pode significar que o material não apresente sensibilidade à
umidade (sinérese e embebição) acentuada como descrita na literatura [22]. Sabe-se que a
reação de presa do CIV é do tipo dupla troca, onde há o deslocamento iônico quando a partícula
de vidro entra em contato com o ácido e resulta na formação de uma matriz de polissais. Pode-
se sugerir que o íon H+ do ácido fosfórico tenha reagido com os remanescentes das partículas
de vidro alterando essa matriz no prazo de 30 dias.
De acordo com um estudo de 2012 [23], após o condicionamento da superfície do CIV,
a RU entre a resina composta e o CIVR é maior que com o CIV convencional e que a maior
RU foi obtida com 30 seg de aplicação de ácido fosfórico 35%. Isso deve ter ocorrido devido à
maior força coesiva do CIVR e à ligação química entre o agente adesivo e a fase não reagente
do CIV [24]. No CIV convencional, o condicionamento é realizado no momento em que o
material está em processo de maturação podem ser mais reativos quimicamente e suscetíveis à

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dissolução [25], o que poderia causar a degradação do cimento e, consequentemente, interferir


a sua adaptação com a dentina [24].
No presente estudo, verificou-se que o subgrupo C do G1 e do período de 30 dias,
mostrou uma maior resistência de união quando comparado com o de 24 h, diante deste
resultado pode-se sugerir que o condicionamento ácido sobre o CIVR aumenta a resistência
coesiva do material. No grupo G2, não foi verificada diferença quando comparados o grupo
testado com o controle, em ambos períodos, de 24 h e 30 dias. Desta maneira, sugere-se que o
condicionamento ácido sobre o CIV, a contaminação por umidade durante a lavagem e a
secagem não degradou o cimento a ponto de interferir na sua adaptação ao dente.
Na análise de fratura entre o CIV e a superfície dentinária apresenta-se em três padrões:
adesiva, coesiva e mista. Neste estudo foi observado que as fraturas entre o Vitrebond e a
superfície dentinária foram dos tipos mistas e adesivas. As amostras do Vidrion F apresentaram
fraturas predominantemente mistas. Estes tipos de fraturas encontradas são considerados
favoráveis, visto que não removem as estruturas dentárias [21].
A capacidade de liberação de flúor é outra característica importante do material que foi
analisada neste estudo. O CIV tem uma liberação de flúor rápida inicialmente, seguida por uma
liberação de baixo nível [8].
A liberação de flúor intrínseca do CIV restaurador convencional e o CIVR são diferentes
quantitativamente e qualitativamente, em que inicialmente há uma liberação rápida e
concentrada de flúor na presa inicial e com passar do tempo uma redução dessa liberação. No
caso dos modificados por resina, a liberação de flúor cai drasticamente após 14 dias [26]. No
presente estudo foi verificado a menor liberação de flúor para o Vitrebond de condicionamento
posterior e período de 30 dias quando comparado com o 24 h, enquanto que para o Vidrion F
não houve alteração, portanto, pode-se implicar que a ação do ácido fosfórico não alterou a
liberação de flúor para o CIV convencional e para o CIVR já era esperado uma diminuição dos
valores após 30 dias de armazenamento.
Estudo laboratorial pode ser considerado uma limitação, pois sabe-se que estudos
clínicos possuem maior nível de evidência científica e devem ser realizados para permitir a
avaliação de diferentes técnicas e materiais odontológicos. Além disso, utilizar dentes humanos
permitiria simular uma condição de maior semelhança à realidade clínica. No entanto, o
envolvimentos de aspectos éticos, alto custo, necessidade de mais operadores e examinadores,
bem como a colaboração dos pacientes [27], foram dificuldades observadas que inviabilizaram
a realização dessa categoria de trabalho. Os resultados encontrados neste estudo não devem ser
interpretados como única evidência para o uso do condicionamento com ácido fosfórico 37%

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sobre a superfície do CIV forrador. Novas pesquisas com períodos mais longos de análise, bem
como avaliação de diferentes propriedades que podem sofrer influência do tratamento de
superfície devem ser realizadas, assim como estudos clínicos randomizados.

5 CONCLUSÃO
Conclui-se que o condicionamento com ácido fosfórico 37% sobre o Vitrebond
influenciou positivamente a resistência de união e não influenciou negativamente a liberação
de flúor; para o Vidrion F, não houve alteração das propriedades mecânica e química do
material nos dois períodos analisados.

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