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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA CONFERÊNCIA 30 SETEMBRO

DE SEGURADORES APSEI 2014

GESTÃO DE RISCOS DE
INCÊNDIO E OUTROS DANOS
PERSPETIVA DAS SEGURADORAS
GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO – Um indispensável elogio ao papel do seguro
2. GESTÃO DE RISCOS E SUBSCRIÇÃO DE SEGUROS INCÊNDIO
› Análise do risco
› Controlo do risco (prevenção e proteção)
› Avaliação e financiamento do risco
› Plano de seguros e conceito de PML
3. ENQUADRAMENTO NORMATIVO E DE MERCADO DOS SEGUROS DE INCÊNDIO
› Legislação e regulamentação
› Soluções de cobertura
4. CARACTERIZAÇÃO ESTATÍSTICA DO RISCO DE INCÊNDIO NOS SEGUROS
5. NOTAS FINAIS – Um indispensável apelo à contratação do seguro

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INTRODUÇÃO

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PIRÂMIDE DE NECESSIDADES
(MASLOW)

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/ Seguros são resposta racional da sociedade às preocupações de segurança:


Um instrumento Um suporte financeiro Um elemento de
baseado na à perda de rendimentos estabilização e
mutualização do risco ou património viabilização da atividade

/ E crescem naturalmente com o desenvolvimento económico e social:

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/ Virtudes do modelo segurador:


INDEPENDENTEMENTE
Mutualização DO SINISTRO
financeira do
risco

Controlo Risco
racional do Seguro convertido
risco em custo

Seleção e
avaliação do
risco

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/ Virtudes do modelo segurador:


EM FUNÇÃO
DO SINISTRO

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/ Virtudes do modelo segurador:


EM FUNÇÃO
DO SINISTRO

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/ SEGURO É UM INSTRUMENTO RACIONAL E PRIVILEGIADO NA PROTEÇÃO DE


RENDIMENTOS E PATRIMÓNIO FACE A EVENTOS ADVERSOS IMPREVISÍVEIS

MAS …

/ É APENAS UMA COMPONENTE DE UM PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS


› Que, de forma mais ou menos estruturada, está na presente nas opções de
segurança de famílias e empresas (… e do próprio Estado)
› mas que, no caso das empresas, deve ser mais cuidado e sistemático
› e que envolve várias etapas até à decisão final sobre a retenção ou
transferência dos riscos e, neste último caso, sobre as soluções para o efeito

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GESTÃO DE RISCOS E
SUBSCRIÇÃO DE
SEGUROS DE
INCÊNDIO
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GESTÃO DE RISCOS
/ DEFINIÇÕES:
“A Gestão de Riscos é o processo destinado à conservação dos ativos e do
poder de criação de lucros, mediante a minimização dos efeitos financeiros
ocasionados pelas perdas acidentais”.
“A Gestão de Riscos é um conjunto de técnicas e de reflexos, que concorrem
para a proteção do património da empresa contra riscos acidentais”.
/ OBJETIVOS:
“A planificação objetiva dos recursos necessários para recuperar o equilíbrio
financeiro e a efetividade operacional após uma perda fortuita e, desta forma,
obter, a curto prazo, estabilidade no custo dos riscos e, a longo prazo, a
minimização destes riscos”
“A Gestão dos Riscos deve proporcionar à empresa a informação sobre os seus
riscos, facilitando aos seus dirigentes a tomada de decisões mais adequadas e
sugerindo a sistematização a seguir no controlo dos riscos”.
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O PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS

ANÁLISE DO RISCO
Inventariação sistemática, qualitativa e quantitativa dos riscos

CONTROLO DO RISCO
Ponderação de medidas de prevenção e proteção que influenciem a frequência, a
gravidade e/ou o custo de eventos aleatórios adversos

AVALIAÇÃO E FINANCIAMENTO DO RISCO


Avaliação integral da exposição, decisão sobre retenção e transferência e definição
do plano de seguros e outras medidas de mitigação dos riscos

Plano de recuperação
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ANÁLISE DO RISCO
/ INFORMAÇÃO PRELIMINAR
EM GERAL PARA O INCÊNDIO
•Identificação do proponente/segurado •Tipo de bem
•Atividade •Material de construção e estado
•Local de risco •Destino e o uso do bem;
•Descrição valorativa dos objetos a segurar •Natureza e uso de edifícios adjacentes
•Processos, equipamentos e produtos •Armazenamento de objetos mobiliários
•Meios de prevenção e proteção instalados •Tipo de energia utilizada
•… •…

/ INVENTÁRIO DOS RISCOS


› Em função do tipo de danos possíveis Incorporação de potenciais fatores
› Em função da frequência/probabilidade ampliadores ou inibidores
› Em função da gravidade/intensidade
› Em função da correlação com outros Quantificação de perdas potenciais

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EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

REAÇÃO AO FOGO

INCOMBUSTÍVEL
COMBUSTÍVEL
(M0)

NÃO INFLAMÁVEL
INFLAMÁVEL
(M1)

CLASSE M0 – MATERIAIS NÃO COMBUSTÍVEIS


CLASSE M1 – MATERIAIS NÃO INFLAMÁVEIS
CLASSE M2 – MATERIAIS DIFICILMENTE INFLAMÁVEIS (M2) (M3) (M4)
CLASSE M3 – MATERIAIS MODERADAMENTE INFLAMÁVEIS
CLASSE M4 – MATERIAIS FACILMENTE INFLAMÁVEIS

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CONTROLO DO RISCO
PREVENÇÃO

ELIMINAR CONTROLAR

Muito difícil Solução PROTEÇÃO

/ PREVENÇÃO
Conjunto de medidas, meios e equipamentos destinados a conter (significativamente) a
frequência e/ou gravidade dos acidentes ou eventos adversos (segurança preventiva)

/ PROTECÇÃO
Conjunto de medidas, meios e equipamentos atuantes após a ocorrência do acidente
destinados a minimizar os seus efeitos e a circunscrever o seu raio de ação

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PREOCUPAÇÕES NO CONTROLO DO RISCO


/ SENSIBILIZAÇÃO E FORMAÇÃO
› Dos quadros decisores da empresa
› Dos quadros especializados afetos a esta função
› Do restante quadro pessoal

/ ORGANIZAÇÃO
› Elaboração do Plano de Segurança
› Criação de meios para a execução do plano
› Testes periódicos e ajustamentos ao plano

/ EQUIPAMENTOS
› Para prevenção (câmaras, sensores, sistemas de alerta, …)
› Para proteção passiva (paredes e portas corta-fogo, bacias de retenção, …)
› Para proteção ativa (extintores, sprinklers, …)

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AVALIAÇÃO E FINANCIAMENTO DO RISCO


Ponderação de:
PREVENÇÃO Dimensão das perdas potenciais
Probabilidade de ocorrência
AVALIAÇÃO Vulnerabilidade estratégica
PROTEÇÃO
Capacidade financeira
INTEGRAL Recursos disponíveis
DO RISCO Oferta de soluções
Custo das soluções

RETENÇÃO TRANSFERÊNCIA

Assunção Seguros
Auto-seguro Outras soluções

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AVALIAÇÃO E FINANCIAMENTO DO RISCO


Ponderação de:
PREVENÇÃO Dimensão das perdas potenciais
Probabilidade de ocorrência
AVALIAÇÃO Vulnerabilidade estratégica
PROTEÇÃO
Capacidade financeira
INTEGRAL Recursos disponíveis
DO RISCO Oferta de soluções
Custo das soluções

RETENÇÃO TRANSFERÊNCIA

Assunção Seguros
Auto-seguro Outras soluções

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RETENÇÃO
/ ASSUNÇÃO DO RISCO:
Incorporação consciente de riscos na atividade da organização.

/ AUTO-SEGURO:
Envolve um programa de compensação de possíveis perdas, com um planeamento
financeiro que pode passar por:
› Criação de uma seguradora cativa
› Constituição de fundos de reserva próprios
› Negociação prévia de créditos bancários condicionados
› Negociação prévia de apoio financeiro de clientes, fornecedores, acionistas

TRANSFERÊNCIA
/ SOLUÇÕES NÃO SEGURADORAS:
Técnicas de securitização (como a ART), por exemplo, mas pouco aplicáveis a unidades
empresariais individuais.
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TRANSFERÊNCIA
/ SEGUROS: Perspetiva da subscrição

100%

Aceitação condicionada:
Recusa ou aceitação
prevenção e proteção;
Gravidade (PML)

fortemente condicionada
limites; agravamentos

Aceitação condicionada:
Aceitação simplificada
prevenção; franquias

Frequência 100%
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AVALIAÇÃO DO RISCO
/ MPL (Maximum Possible Loss) – Perda Máxima Possível:
É a perda num contexto de conjugação excecional dos possíveis eventos de risco e das
circunstâncias mais adversas. Para o risco de incêndio, seria um fogo apenas contido por
carência de material combustível ou por obstáculos inultrapassáveis, como o
distanciamento entre edifícios ou uma barreira que torne, de facto, impossível qualquer
propagação das chamas.

/ PML (Probable Maximum Loss) – Perda Máxima Provável


É a perda que se pode razoavelmente estimar como resultado da ocorrência dos possíveis
eventos de risco em condições normais de funcionamento da organização. A sua
extensão é apreciada considerando todos os fatores internos e externos à instalação,
incluindo os mecanismos de proteção, suscetíveis de agravar ou reduzir o montante dos
danos, mas excluindo a concorrência de circunstâncias excecionais que, embora
possíveis, sejam significativamente improváveis.

Normalmente medidos em percentagem do total dos valores expostos ao risco


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PML – MÉTODO DA MÁXIMA EXTENSÃO POSSÍVEL


1. PONDERAR (PARA O RISCO DE INCÊNDIO):
› Fatores gerais: › Fatores propagadores:
• tipo de risco • materiais de construção
• dimensão do risco • revestimentos interiores
• agregação/segregação de riscos • compartimentações verticais e horiz.
• combustibilidade dos conteúdos
› Fatores geradores: • carga térmica
• produtos perigosos, • condições de armazenagem
• fontes de ignição e operações • ventos dominantes
• sistemas de aquecimento e exaustão
• instalação elétrica › Fatores inibidores:
• combustíveis • acessos
• manutenção • proximidade de socorros
• envolvente exterior • proximidade de recursos hídricos
• ação humana • sistemas de proteção
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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
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PML – MÉTODO DA MÁXIMA EXTENSÃO POSSÍVEL


2. ESTIMATIVAS DE VALORES AFETADOS:
Para cada uma das áreas segmentadas

3. COMPARAÇÃO DAS ESTIMATIVAS:


Considerar a mais elevada

4. RELACIONAR COM VALORES EM RISCO:


PML como percentagem dos valores em risco

PML é medida fundamental da gravidade do risco.


É um elemento essencial das politicas de subscrição das seguradoras.
Um input indispensável para a gestão do resseguro.

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PLANO DE SEGUROS
/ IMPORTÂNCIA DO PLANO
› Otimização do financiamento do risco
› Negociação articulada e integrada dos riscos e coberturas
› Deteção de duplicações ou lacunas
› Ponderação de medidas de controlo do risco e de histórico de sinistralidade
/ MEDIDAS DE COMBINAÇÃO DE SEGUROS COM RETENÇÃO
› Limitação de bens
› Limitação de coberturas
› Co-seguro
› Franquias
› Limites de indemnização
› Excesso de perdas (excess of loss)
› Excesso de sinistralidade (stop loss)
› Agravamento de tarifas
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ENQUADRAMENTO
NORMATIVO E DE
MERCADO DOS
SEGUROS DE
3 INCÊNDIO
GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

ACESSO E EXERCÍCIO DA ATIVIDADE SEGURADORA (DL 94-B/98)

Artigo 123.º Ramos «Não vida»


Os seguros «Não vida» incluem os seguintes ramos:
8) «Incêndio e elementos da natureza», que abrange os danos sofridos por outros bens que não
os referidos nos ramos a que se referem os números 3) a 7) [Veículos e mercadorias
transportadas], causados pela verificação de qualquer dos seguintes riscos:
a) Incêndio, raio ou explosão;
b) Tempestades;
c) Outros elementos da natureza;
d) Energia nuclear;
e) Aluimento de terras;

Artigo 128.º Grupos de ramos ou modalidades


Às empresas de seguros é admitida a exploração dos seguintes grupos de ramos ou modalidades previstos no artigo
123.º:
e) Ramos referidos nos n.os 8) e 9) [Outros danos em coisas], sob a denominação «Seguro de incêndio e outros danos».

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3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

LEI DO CONTRATO DE SEGURO (DL 72/2008)


Artigo 149.º Noção
O seguro de incêndio tem por objecto a cobertura dos danos causados pela ocorrência de incêndio no bem identificado no contrato.

Artigo 150.º Âmbito


1 — A cobertura do risco de incêndio compreende os danos causados por acção do incêndio, ainda
que tenha havido negligência do segurado ou de pessoa por quem este seja responsável.
2 — O seguro de incêndio garante igualmente os danos causados no bem seguro em consequência dos
meios empregados para combater o incêndio, assim como os danos derivados de calor, fumo, vapor
ou explosão em consequência do incêndio e ainda remoções ou destruições executadas por ordem
da autoridade competente ou praticadas com o fim de salvamento, se o forem em razão do incêndio ou de
qualquer dos factos anteriormente previstos.
3 — Salvo convenção em contrário, o seguro de incêndio compreende ainda os danos causados por
acção de
raio, explosão ou outro acidente semelhante, mesmo que não seja acompanhado de incêndio.
Artigo 151.º Apólice
Além do disposto no artigo 37.º, a apólice de seguro de incêndio deve precisar:
a) O tipo de bem, o material de construção e o estado em que se encontra, assim como a localização do prédio e o respectivo nome
ou a numeração identificativa;
b) O destino e o uso do bem;
c) A natureza e o uso dos edifícios adjacentes, sempre que estas circunstâncias puderem influir no risco;
d) O lugar em que os objectos mobiliários segurados contra o incêndio se acharem colocados ou armazenados.

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3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS
EM RESUMO

Seguros de DANOS

Seguros de INCÊNDIO E OUTROS DANOS

Seguros de INCÊNDIO E
ELEMENTOS DA NATUREZA Seguros de
OUTROS DANOS
EM COISAS
eguros de OUTROS DANOS EM COISAS
Seguros de INCÊNDIO

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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

SEGUROS OBRIGATÓRIOS DE INCÊNDIO

O seguro de Incêndio é obrigatório para diversas atividades ou patrimónios concretos, entre os


quais:
• Movimentação de cargas em áreas portuárias (DL 324/94);
• Exploração de jogos de fortuna ou azar (DL 10/95);
• Exploração e funcionamento das salas do jogo do bingo (Portaria 128/2011);
• Imóveis afetos a obrigações hipotecárias (DL 125/90);
• Cooperação habitacional (DL 730/74);
• Edifícios em regime de propriedade horizontal:
- Código Civil – Capítulo VI (Propriedade horizontal), Artigos 1414º a 1438º-A;
- DL 268/94 – Normas regulamentares do regime de propriedade horizontal;
- Norma Regulamentar do ISP 16/2008-R – Parte Uniforme das Condições Gerais e Condições
Especiais Uniformes da Apólice de Seguro Obrigatório de Incêndio.

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3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

SEGURO OBRIGATÓRIO DE INCÊNDIO EM PROPRIEDADE HORIZONTAL

CÓDIGO CIVIL:
Artigo 1429º Seguro obrigatório
1. É obrigatório o seguro contra o risco de incêndio do edifício, quer quanto às frações
autónomas, quer relativamente às partes comuns.
2. O seguro deve ser celebrado pelos condóminos; o administrador deve, no entanto, efetuá-lo quando os condóminos o não hajam
feito dentro do prazo e pelo valor que, para o efeito, tenha sido fixado em assembleia; nesse caso, ficará com o direito de reaver
deles o respetivo prémio.

Artigo 1436º Funções do administrador


São funções do administrador, além de outras (…) verificar a existência do seguro contra o risco de incêndio, propondo à assembleia
o montante do capital seguro.

DL 268/94:
Artigo 5.º Actualização do seguro
1. É obrigatória a actualização anual do seguro contra o risco de incêndio.
2. Compete à assembleia de condóminos deliberar o montante de cada actualização.
3. Se a assembleia não aprovar o montante da actualização, deve o administrador actualizar o seguro de acordo com o índice
publicado trimestralmente pelo Instituto de Seguros de Portugal.

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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

SEGURO OBRIGATÓRIO DE INCÊNDIO EM PROPRIEDADE HORIZONTAL

CONDIÇÕES UNIFORMES DA APÓLICE:


O seguro de incêndio só cobre os danos sofridos no bem seguro, ou seja, os danos sofridos na
fração segura e nas partes comuns afetas proporcionalmente a essa fração, independentemente
do local de origem do evento.
É por isso essencial que todos os proprietários/condóminos celebrem o contrato de seguro.
Em alternativa, por decisão da assembleia de condóminos, a administração pode contratar um
único seguro que garanta a totalidade do edifício.
O seguro obrigatório de incêndio cobre os elementos construtivos (as chamadas “paredes”) das
frações autónomas e das partes comuns dos edifícios. Não cobre os bens móveis, vulgarmente
designados por “conteúdos” ou “recheio”.
O seguro obrigatório de incêndio cobre:
• danos causados por incêndio ainda que tenha havido negligência do segurado ou de pessoa por
quem este seja responsável;
• salvo convenção em contrário, danos causados por ação mecânica de queda de raio, explosão
ou outro acidente semelhante, mesmo que não acompanhado de incêndio.

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3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

SEGURO OBRIGATÓRIO DE INCÊNDIO EM PROPRIEDADE HORIZONTAL

O seguro obrigatório de incêndio não cobre/exclui (não exaustivo):


• A simples ação do calor (sem chamas);
• O contacto direto e imediato com as chamas (objeto caído na lareira, por exemplo);
• As perdas ou danos sofridos nos bens seguros que originaram a explosão, exceto se a explosão
decorrer de causa externa garantida pelo contrato;
• Os danos que derivem de efeitos diretos de corrente elétrica em aparelhos, instalações elétricas
e seus acessórios, nomeadamente sobretensão e sobreintensidade;
• Danos que derivem de guerra, invasão, insurreição, rebelião, revolução, levantamento militar;
greves, tumultos, alterações da ordem pública, atos de terrorismo, vandalismo, atos maliciosos;
• Confiscação, requisição, destruição ou danos produzidos nos bens seguros, por ordem do
governo ou de qualquer autoridade instituída, salvo se com o fim de salvamento;
• Atos ou omissões dolosas do tomador do seguro, do segurado ou de pessoas por quem estes
sejam civilmente responsáveis
• Incêndio decorrente de fenómenos sísmicos;
• Explosão, libertação do calor e irradiações provenientes de cisão de átomos ou radioativas e
ainda os decorrentes de radiações provocadas pela aceleração artificial de partículas;
• Lucros cessantes ou perda semelhante.

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3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

SEGURO OBRIGATÓRIO DE INCÊNDIO EM PROPRIEDADE HORIZONTAL

Cláusulas de relevo:
• Prestação do segurador (seguro de danos / seguros de coisas)
• Capital seguro e cálculo do capital;
• Sobresseguro;
• Subseguro (regra proporcional);
• Atualização do capital seguro;
• Redução automática do capital seguro;
• Reposição do capital seguro;
• Sinistro;
• Franquia;
• Obrigações do tomador do seguro ou do segurado;
• Obrigações do segurador;
• Formas de pagamento da indemnização.

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1 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

NA PRÁTICA
OFERTA DE SEGUROS DE INCÊNDIO NO MERCADO

Apólices de
Apólices de
INCÊNDIO E ELEMENTOS
MULTIRRISCOS
DA NATUREZA

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1 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

APÓLICES DE INCÊNDIO E ELEMENTOS DA NATUREZA


Para além do risco de Incêndio, cobrem geralmente, como riscos principais, os danos que
resultem de:
• Tempestades;
• Inundações;
• Fenómenos sísmicos;
• Aluimentos de terra.

Podem cobrir, como riscos acessórios ou complementares, os danos que resultem de:
• Demolição e remoção de escombros;
• Responsabilidade civil emergente de incêndio e/ou explosão;
• Riscos elétricos;
• Danos por água;
• Pesquisa de avarias;
• Queda de Aeronaves;
• Privação temporária de uso da habitação;
• Greves, Tumultos e Alterações da Ordem Pública;
• Atos de vandalismo.
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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

APÓLICES DE MULTIRRISCOS
As apólices de Multirriscos permitem alargar ainda mais o leque de coberturas em
relação às de Incêndio e Elementos da Natureza.
É uma modalidade sem definição legal que agrupa, por simplificação e economia (para o
segurador e o segurado), um conjunto de riscos a que estão sujeitos os bens seguros.

Com diferentes amplitudes em cada seguradora, as coberturas são normalmente


estruturadas nas apólices em:
• Cobertura base: conjunto mínimo de coberturas, contratável em bloco, a que
corresponde um prémio único;
• Coberturas complementares: adicionais à cobertura base e contratáveis
individualmente, mediante o pagamento de um prémio adicional.

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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

APÓLICES DE MULTIRRISCOS

COBERTURA BASE (típica): COBERTURAS COMPLEMENTARES (típicas):


• Incêndio, explosão e queda de raio; • Aluimento de terras;
• Inundações; • Fenómenos sísmicos;
• Tempestades; • Riscos elétricos;
• Danos por água; • Equipamento informático;
• Furto ou roubo; • Assistência ao lar;
• Quebra de vidros, espelhos, (…); • Veículos em garagem;
• Quebra ou queda de antenas ou painéis; • Proteção jurídica;
• Choque ou impacto de veículos; • Atos de vandalismo,
• Queda de aeronaves; • Greves, tumultos e alterações da ordem
• Responsabilidade civil; pública.
• Privação temporária da habitação.

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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
3 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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CARACTERIZAÇÃO
ESTATÍSTICA DO
RISCO DE INCÊNDIO
NOS SEGUROS
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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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4 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

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NOTAS FINAIS

5
GESTÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO E O. DANOS
5 PERSPETIVA DAS SEGURADORAS

/ Seguros de incêndio estão a crescer em Portugal


› Em apólices de Multirriscos e com um peso crescente da habitação
/ Mas a penetração dos seguros Não Vida é relativamente escassa em Portugal

/ Incluindo nos seguros patrimoniais. Incluindo na cobertura de incêndio.


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OBRIGADO

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