Você está na página 1de 33

Mariza Paiva

PETIÇÃO INICIAL
Art. 319 CPC 2) Qualificação
3) Dos fatos e do direito
1) Endereçamento • Relação jurídica das partes
a) Competência da justiça comum ou • Causa do litígio
especial (CF/88) • Solução jurídica
b) Competência da justiça federal ou • Fundamento legal (artigos,
da justiça estadual/DF (CPC) súmulas)
c) Competência de foro
d) Vara especializada Colocar a fundamentação da peça – artigo

Justiça estadual: 4) Tutela provisória


Exmo. Juízo da __ Vara cível da comarca de__
• Art. 294 e/ou 300 do CPC

Justiça federal capital:


5) Pedido
Exmo. Juízo da __ vara cível da seção judiciária da
• Pedido imediato à condenação ,
capital de__
declaração ou constituição
• Pedido mediato à efeitos práticos
Justiça federal interior:
o Citação do réu
Exmo. Juízo da __ vara cível da subseção judiciária
o Juntadas das custas judiciais
de campinas
o Opção ou não pela realização de
audiência inicial
Tribunal de justiça do Estado:
o Concessão da tutela provisória
Exmo. Desembargados presidente do egrégio
o Procedência do pedido
tribunal de justiça do estado___
o Condenação do réu ao pagamento
de honorários advocatícios
Tribunal Regional Federal:
o Produção de provas – exceto MS,
Exmo. Desembargador federal presidente do
processo de execução e ação
egrégio tribunal regional federal da ___ região
monitória
Superior Tribunal de Justiça:
Requerimentos facultativos:
Exmo. Ministro presidente do Superior Tribunal de
§ Gratuidade da justiça
Justiça
§ Prioridade de tramitação
§ Intimação do MP – casos
Supremo Tribunal Federal:
previstos no art. 178 do CPC
Exmo. Ministro Presidente do Supremo Tribunal
Federal
Colocar a fundamentação dos pedidos!!!
União e suas autarquias estão envolvidas? Sim?
6) Provas
Justiça Federal
7) Interesse ou desinteresse em audiência
de conciliação e mediação
Autoridade municipais e estaduais à justiça
8) Valor da causa
comum
• Art. 291 e 292 CPC – vantagem
Autoridade federais à justiça federal (109, I
econômica almejada na demanda
CF/88)
9) Fechamento
Mariza Paiva
Termos em que, X. Ação civil pública à art. 129, III, §1º
Pede deferimento. CF/88

Local, data.
Advogado. JUIZADOS ESPECIAIS
OAB nº...
Princípios:
Artigos importantes para marcar no Vade Mecum: o Economia processual
Art. 319 do CPC; o Informalidade
Þ Endereçamento: arts. 319, I, e 46 a o Celeridade
53 do CPC; o Oralidade
Þ Preâmbulo: arts. 318, 319, II, e 287 o Simplicidade
do CPC; Tutela provisória: arts.
294, 300 e 300, § 3º, ou 311 do Rápido; informal; oral; simples
CPC;
Þ Pedidos: arts. 319, IV, e 85 e 82, § Cível:
2º, do CPC;
Þ Requerimentos: arts. 319, VI e VII, 1) Competência:
98, 1.048, I, e 178 do CPC; Lei 9.099/95
Þ Valor da causa: art. 292 do CPC. Art. 3º O Juizado Especial Cível tem
competência para conciliação, processo e
Peças: julgamento das causas cíveis de menor
I. Reclamação constitucional à 103-A, §3º complexidade, assim consideradas:
CF/88 e arts. 988 a 993 do CPC I – as causas cujo valor não exceda a quarenta
II. Mandado de Segurança à art. 5º, LXIX e vezes o salário mínimo;
lei 12.016/2009 II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do
III. Ação Popular à art. 5º, LXXIII Código de Processo Civil;
IV. Ação indenizatória por desapropriação III – a ação de despejo para uso próprio;
indireta IV – as ações possessórias sobre bens imóveis
a) Decreto-lei n. 3.365/41 – arts. 15-A e 35 de valor não excedente ao fixado no inciso I
b) Código Civil – arts. 944 a 954 (cálculo deste artigo.
da indenização), naquilo que for compatível
com o art. 37, § 6º, da Constituição Federal. 2) Características:
• Facultativa a assistência de um
V. Ação de desapropriação advogado se a causa não ultrapassar
a) Constituição Federal – arts. 5º, XXIV, o correspondente a 20 salários (art.
182, § 4º, III, 184 e 243; 9°);
b) Decreto-lei n. 3.365/41; • Ausência de citação por edital (18,
c) Lei n. 4.132/62; parágrafo 2°);
d) Lei n. 8.629/93; • Só existe condenação em custas e
e) LC 76/93. honorários quando o recorrente é
vencido (art. 55) ou quando houver
VI. Mandado de injunção à art. 5º, LXXI condenação por litigância de má fé,
VII. Habeas Data à art. 5º, LXXII CF/88 improcedência dos embargos do
VIII. Habeas Corpus à art. 5º, LXVIII CF/88 devedor ou execução sobre objeto
IX. Ação de improbidade administrativa à de recurso improvido (parágrafos
art. 37, §4º CF/88 único);
Mariza Paiva
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal
Criminal: Criminal processar e julgar os feitos de
1) Competência: competência da Justiça Federal relativos às
- Crimes de menor potencial ofensivo, aqueles infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas
onde a pena máxima aplicada não ultrapassa as regras de conexão e continência.
dois (2) anos, cumulada ou não com multa.
12.153/09 à Dispõe sobre os Juizados Especiais
Lei 9.099/95 da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.
por juízes togados ou togados e leigos, tem
competência para a conciliação, o julgamento e
a execução das infrações penais de menor LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. Conceito de improbidade administrativa: Ato
Art. 61. Consideram-se infrações penais de danoso, descrito na lei, causador de
menor potencial ofensivo, para os efeitos desta enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário ou
Lei, as contravenções penais e os crimes a que atentado contra os princípios da administração
a lei comine pena máxima não superior a 2 pública, praticado por agente público ou terceiro
(dois) anos, cumulada ou não com multa. que concorra para a sua prática ou dele se beneficie
(Di Pietro)
- Oferecimento de transação penal e
composição civil dos danos (art. 60, parágrafo Enriquecimento ilícito (art. 9) à Percepção da
único ) vantagem patrimonial ilícita obtida pelo exercício
da função pública em geral.
Juizado especial federal
Dano ao erário (art. 10) à Dano ao patrimônio
São julgadas pelos juizados especiais as causas das pessoas referidas no art. 1º da lei.
cíveis e criminais de competência da Justiça
Federal (conflitos que envolvem os cidadãos e a Violação a princípios (art. 11) à Vulneração em
Administração Pública Federal: a União, si dos princípios administrativos
autarquias federais como, por exemplo, o INSS, o
Banco Central, a UFRGS, a UFSC e a UFPR e Principais alterações da Lei nº 14.230/21:
empresas públicas federais, tais como a Caixa • Exigência de dolo para responsabilização
Econômica Federal). dos agentes públicos
• Exclusividade do Ministério Público para
Cível: propor ação de improbidade e celebrar
acordos
Lei 10.259/01 • Conversão de sanções em multas
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível • Inserção da promoção pessoal e do
processar, conciliar e julgar causas de competência nepotismo como novos tipos de
da Justiça Federal até o valor de sessenta salários improbidade.
mínimos, bem como executar as suas sentenças. • Rol taxativo que que caracterizam a
improbidade por desobediência a princípios
Criminal: da Administração Pública
• Modificação no prazo prescricional para
Lei 10.259/01 apuração de atos de improbidade, que
aumentou de 5 para 8 anos
Mariza Paiva
• Prazo para condução do Inquérito Civil Um ente de menor jurisdição não pode desapropriar
passa a ter duração de 1 ano e pode ser de ente superior (Ex.: município não pode
prorrogado uma única vez desapropriar bens da União – mas o contrário pode
ocorrer)
STF
Recurso Extraordinário com Agravo 843989 Modalidades:
1) É necessária a comprovação de responsabilidade a) Utilidade pública, necessidade pública
subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade ou interesse social
administrativa, exigindo-se nos artigos 9º, 10 e 11 b) Urbanística à imóvel urbano que não
da LIA a presença do elemento subjetivo dolo; atende a respectiva função social
2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 é • Art. 182, §4º, III da CF/88 e Lei
irretroativa, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)
da Constituição Federal, não tendo incidência em • 1º - notificação do proprietário para
relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco parcelamento, edificação ou
durante o processo de execução das penas e seus utilização compulsórios
incidentes; • 2º - fixação do IPTU progressivo no
3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de tempo
improbidade administrativa culposos praticados na • 3º - desapropriação do imóvel, com
vigência do texto anterior, porém sem condenação pagamento em títulos da dívida
transitada em julgado, em virtude da revogação pública, previamente aprovados
expressa do tipo culposo, devendo o juízo pelo senado, resgatáveis em até 10
competente analisar eventual dolo por parte do anos, em prestações anuais, iguais e
agente; sucessivas, assegurados o valor real
4) O novo regime prescricional previsto na Lei da indenização e os juros legais de
14.230/2021 é irretroativo, aplicando-se os novos 6% ao ano
marcos temporais a partir da publicação da lei. • Competência à município ou DF

AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO c) Desapropriação rural à imóvel rural que


não atende a sua função
• Art. 184 CF/88; Lei 8.629/93 e LC
A desapropriação ordinária deve seguir 76/93
procedimentos formais, a incluir duas fases: • STF e STJ à admitiram a
declaratória (publicação de decreto ou de lei a desapropriação por interesse social
declarar ser de utilidade ou necessidade pública ou de imóveis rurais por Estado da
interesse social determinado bem pertencente a Federação para fins de reforma
outrem) e executória (administrativa, quando há agrária, com fundamento na regra
acordo entre as partes; ou judicial, quando não há geral (art. 5º, XXIV, da CF/88 e Lei
acordo quanto ao preço). 4.132/62)
• Indenização à títulos da dívida
Quando não há acordo administrativo, o Poder agrária, com cláusula de
Público ajuizará ação de desapropriação, na qual o preservação do valor real,
réu só poderá discutir o valor da indenização ou resgatáveis no prazo de até 20 anos,
eventuais vícios processuais (art. 20 do Decreto-lei a partir do segundo ano de sua
n. 3.365). Não há discussão de mérito na ação de emissão
desapropriação. • Benfeitorias úteis e necessárias são
indenizadas em dinheiro – seguindo

Mariza Paiva
a regra do precatório (art. 100
CF/88) O Estado pode, inclusive, desapropriar ações de
• As operações de transferência de empresas privadas.
imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária são isentas de
impostos federais, estaduais e Súmula 476 do STF
municipais (art. 185, §5º CF/88) Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder
• Vedação da desapropriação para desapropriante, imitido na posse, pode exercer,
reforma agrária à art. 185 CF/88 desde logo, todos os direitos inerentes aos
• Competência à União respectivos títulos.

d) Expropriação confiscatória Súmula 157 do STF


• Art. 243 da CF/88 alterado pela EC É necessária prévia autorização do Presidente da
81/2014 e regulada na Lei 8.257/91 República para desapropriação, pelos estados, de
• Expropriação de propriedades empresa de energia elétrica.
rurais e urbanas de qualquer região
do País onde forem localizadas Bens públicos à A legislação em vigor admite a
culturas ilegais de plantas desapropriação de bens públicos desde que sejam
psicotrópicas ou a exploração de observados os estritos termos do art. 2.º, § 2.º, do
trabalho escravo, na forma da lei Decreto-lei 3.365/1941,24 quais sejam:
• Destinadas a reforma agrária e
programas de habitação popular a) autorização legislativa: o expropriante deve ser
• Não tem indenização ao autorizado por sua respectiva Casa Legislativa,
proprietário salvo na hipótese de desapropriação amigável,
• Sem prejuízo de outras sanções quando a citada autorização é dispensada; e
previstas em lei
• Competência à União b) desapropriação de “cima para baixo”: a
• STF à a expropriação deve União pode desapropriar bens públicos estaduais e
englobar toda a propriedade, ainda municipais, assim como os Estados podem
que o cultivo ocorra em parte do desapropriar bens públicos municipais.
terreno
Procedimento:
Repercussão Geral – Tema 399 – RE 635.336
Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas. a) fase declaratória (competência para
Expropriação. Art. 243 da CF/88. Regime de desapropriar): o Poder Público declara a
responsabilidade do proprietário. Expropriação de necessidade de desapropriação de determinado
caráter sancionatório. Confisco Constitucional. bem para o atendimento do interesse público,
Responsabilidade subjetiva, com inversão do ônus iniciando o procedimento de desapropriação; e
da prova. Fixada a tese: “A expropriação prevista
no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o b) fase executória (competência para promover
proprietário comprove que não incorreu em culpa, a desapropriação): adoção dos atos materiais
ainda que in vigilandi ou in eligendo” (concretos) pelo Poder Público ou seus
delegatários, devidamente autorizados por lei ou
Objeto: Todo e qualquer bem ou direito que contrato, com o intuito de consumar a retirada da
possua valoração econômica pode ser propriedade do proprietário originário.
desapropriado pelo Poder Público (art. 2.º do
Decreto-lei 3.365/1941).
Mariza Paiva
RETROCESSÃO à direito de o expropriado destino para que se desapropriou, ou não for
exigir a devolução do bem desapropriado que não utilizada em obras ou serviços públicos”
foi utilizado pelo Poder Público para atender o
interesse público
PEÇA
A desapropriação que não efetiva a utilidade
pública, a necessidade pública e o interesse social Previsão legal
deve ser considerada inconstitucional, e o bem a) Constituição Federal – arts. 5º, XXIV, 182, § 4º,
devolvido ao particular III, 184 e 243;
b) Decreto-lei n. 3.365/41; - atenção ao art. 5º
Caso não haja possibilidade de devolução do bem, c) Lei n. 4.132/62; - atenção art. 2º
em razão de sua deterioração ou alteração d) Lei n. 8.629/93;
substancial, o particular poderá pleitear perdas e e) LC 76/93.
danos
O requisito para a desapropriação é declaração de
Prescrição à cinco anos, conforme previsão utilidade pública do bem (por decreto).
contida no Decreto 20.910/1932 OU 10 anos, na Competência declaratória do Chefe do Poder
forma do art. 205 do CC à divergência doutrinária Executivo do ente público.

A retrocessão pressupõe a tredestinação, ou seja, Legitimidade ativa:


a ocorrência do desvio de finalidade por parte do Decreto-lei 3.365/41
Poder Público que deixa de satisfazer o interesse Art. 3º Podem promover a desapropriação,
público com o bem desapropriado mediante autorização expressa constante de lei ou
contrato: (Redação dada pela Lei nº 14.273, de
a) tredestinação lícita: o Poder Público não 2021) Vigência
satisfaz o interesse público previsto no decreto I - os concessionários, inclusive aqueles
expropriatório, mas, sim, outro interesse público contratados nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de
(ex.: em vez de construir a escola, conforme dezembro de 2004; (Redação dada pela Lei nº
previsão constante do decreto expropriatório, o 14.273, de 2021) Vigência
Poder Público constrói um hospital); e II - as entidades públicas; (Redação dada pela Lei
nº 14.273, de 2021) Vigência
b) tredestinação ilícita: em vez de atender o III - as entidades que exerçam funções delegadas
interesse público, o expropriante utiliza o bem do poder público; e (Redação dada pela Lei nº
desapropriado para satisfazer interesses privados 14.273, de 2021) Vigência
(ex.: Poder Público publica edital de licitação para IV - as autorizatárias para a exploração de ferrovias
alienar o bem desapropriado, demonstrando de como atividade econômica.
forma inequívoca que o bem não será utilizado para
satisfazer interesses públicos). Legitimidade passiva:
O réu será a pessoa proprietária da coisa
STJ
Apenas a tredestinação ilícita acarreta a Indenização:
retrocessão, pois na tredestinação lícita o Poder Em regra, a indenização será prévia e em dinheiro
Público concede destinação pública ao bem, ainda
que diversa da inicialmente programada. Nesse Decreto-lei 3.365/41
sentido, o art. 519 do CC admite a retrocessão Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em
somente quando a coisa expropriada “não tiver o dinheiro.

Mariza Paiva
§ 1 o As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores § 1º A imissão provisória poderá ser feita,
depositados, quando inscritas e ajuizadas. independente da citação do réu, mediante o
§ 2 o Incluem-se na disposição prevista no § 1 o as depósito: (Incluído pela Lei nº 2.786,
de 1956)
multas decorrentes de inadimplemento e de
a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20
obrigações fiscais. (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja
§ 3 o A discussão acerca dos valores inscritos ou sujeito ao impôsto predial; (Incluída
executados será realizada em ação própria. pela Lei nº 2.786, de 1956)
b) da quantia correspondente a 20 (vinte)
Exceções: vêzes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao
impôsto predial e sendo menor o preço
a) reforma agrária (não cumprimento da função
oferecido; (Incluída pela Lei nº 2.786,
social da propriedade rural): pagamento em títulos de 1956)
da dívida agrária resgatáveis no prazo de até 20 c) do valor cadastral do imóvel, para fins de
anos; lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural,
b) fins urbanísticos (não cumprimento da função caso o referido valor tenha sido atualizado no ano
social da propriedade urbana): pagamento em fiscal imediatamente anterior; (Incluída
títulos da dívida pública resgatáveis no prazo de até pela Lei nº 2.786, de 1956)
d) não tendo havido a atualização a que se
10 anos;
refere o inciso c, o juiz fixará independente de
c) confiscatória (propriedade utilizada para o avaliação, a importância do depósito, tendo em
cultivo de plantas psicotrópicas ou exploração de vista a época em que houver sido fixado
trabalho escravo): não há indenização (art. 243 da originàlmente o valor cadastral e a valorização ou
Constituição Federal). desvalorização posterior do
imóvel. (Incluída pela Lei nº 2.786, de
Competência à definida pelas regras de processo 1956)
civil. A ação será endereçada ao juízo de primeiro § 2º A alegação de urgência, que não poderá
grau. ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a
imissão provisória dentro do prazo improrrogável
de 120 (cento e vinte) dias. (Incluído
Imissão prévia na posse: pela Lei nº 2.786, de 1956)
Em caso de urgência de interesse público, o juiz § 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo
poderá autorizar a emissão prévia na posse, anterior não será concedida a imissão
independentemente da citação do réu. Como provisória. (Incluído pela Lei nº 2.786,
requisito, exige-se o depósito prévio da quantia de 1956)
arbitrada (art. 15 do Decreto-lei n. 3.365/41). § 4o A imissão provisória na posse será
registrada no registro de imóveis
competente. (Incluído pela Lei nº
A imissão prévia pode ser requerida em até 120 11.977, de 2009)
dias da declaração de urgência, e o requerimento Art. 15A No caso de imissão prévia na posse,
não poderá ser renovado (art. 15, § 2º, do Decreto- na desapropriação por necessidade ou utilidade
lei n. 3.365/41). pública e interesse social, inclusive para fins de
reforma agrária, havendo divergência entre o preço
O intervalo entre a imissão prévia e a sentença ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na
sentença, expressos em termos reais, incidirão
judicial será objeto de juros compensatórios (art.
juros compensatórios de até seis por cento ao ano
15-A do Decreto-lei n. 3.365/41). sobre o valor da diferença eventualmente apurada,
a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de
Decreto-lei 3.365/41 juros compostos.
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e
depositar quantia arbitrada de conformidade com Pedidos:
o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz a) a imissão prévia na posse, conforme o art. 15 do
mandará imití-lo provisoriamente na posse dos Decreto-lei n. 3.365/41, para o que requer o
bens;
depósito do valor de ...;
Mariza Paiva
b) a intimação do réu (ou dos réus) para audiência Verifica-se, destarte, que a ação de desapropriação
de conciliação ou mediação; indireta é uma ação indenizatória proposta em face
c) a citação do réu (ou dos réus), na pessoa de seu do Poder Público, com fundamento na retirada
representante legal; substancial dos poderes inerentes da propriedade
d) a procedência do pedido, para os fins de fixar o privada.
valor da indenização em ... e expedir a ordem para
transcrição no registro de imóveis; Previsão legal:
e) a condenação do réu (ou dos réus) em custas e a) Decreto-lei n. 3.365/41 – arts. 15-A e 35
honorários advocatícios. b) Código Civil – arts. 944 a 954 (cálculo da
indenização), naquilo que for compatível com o art.
Provas: 37, § 6º, da Constituição Federal

Prova pericial, com indicação de assistente técnico


Legitimidade ativa:
Tese: Caso o proprietário, autor da ação, seja casado,
Os fundamentos jurídicos para justificar a deverá o seu cônjuge comparecer em juízo, sob
desapropriação podem ser abordados da seguinte pena de extinção/invalidação do processo (arts. 73
forma: e 74 do CPC/2015, correspondentes aos arts. 10 e
a) previsão constitucional quanto à possibilidade de 11 do CPC /1973).
desapropriação;
b) demonstração da declaração de STJ
utilidade/necessidade pública do bem válida; Não obstante a regra de que apenas o proprietário
c) demonstração que houve tentativa infrutífera de pode propor ação de desapropriação indireta, o STJ
resolução administrativa; já admitiu a sua propositura pelo possuidor; STJ,
d) demonstração do interesse de imissão prévia na 1.ª Turma, REsp 182.369/PR, Rel. Min. Milton
posse; Luiz Pereira, DJ 29.05.2000, p. 119, Informativo de
e) demonstração da composição do valor da Jurisprudência do STJ n. 53.
indenização.
Legitimidade passiva:
O réu será a pessoa jurídica vinculada ao Poder
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR Público que realizou o apossamento
administrativo/desapropriação indireta
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA Foro processual:
A ação deve ser proposta no foro da situação da
A desapropriação indireta é a desapropriação que coisa (fórum rei sitae), na forma do art. 47 do
não observa o devido processo legal. O fundamento CPC/2015
legal da desapropriação indireta é o art. 35 do
Prescrição:
Decreto-lei 3.365/1941
A pretensão prescreve com o decurso do tempo
necessário para consumação do usucapião
Decreto-lei 3.365/41
extraordinário (sem justo título e sem boa-fé), pois
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez
o bem somente será adquirido formalmente pelo
incorporados à Fazenda Pública, não podem ser
Poder Público com o pagamento (compra e venda)
objeto de reivindicação, ainda que fundada em
ou com a consumação do usucapião (10 anos)
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer
ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas
Cuidado! Súmula 119 STJ está desatualizada!!
e danos

Mariza Paiva
Indenização: d) condenação do réu (ou dos réus) em custas e
A indenização abordará não apenas o valor do honorários advocatícios.
imóvel, como também a aplicação de juros
compensatórios. Tese:
Os fundamentos jurídicos para justificar o dever de
Esses juros se justificam pelo uso antecipado da indenização por desapropriação indireta podem ser
propriedade antes da regular transmissão ao abordados da seguinte forma:
patrimônio público, como se fosse uma espécie de a) violação ao princípio da legalidade;
aluguel pelo uso (expressão apenas para fins b) ausência de processo formal para desapropriação
didáticos). (Decreto-lei n. 3.365/41);
• Art. 15-A do Decreto-lei 3.365/41 c) ausência de indenização prévia, justa e em
dinheiro;
Na ADIN 2.332, o STF: d) caracterização da desapropriação indireta;
a) reconheceu a constitucionalidade do percentual e) uma vez incorporado ao patrimônio público, o
de juros compensatórios no patamar fixo de 6% ao bem não pode ser reivindicado;
ano para remuneração do proprietário pela imissão f) solução em indenização por perdas e danos;
provisória do ente público na posse de seu bem; g) juros compensatórios.
b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo
“até”;
c) deu interpretação conforme a Constituição ao RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
caput do art. 15- A, de maneira a incidir juros
compensatórios sobre a diferença entre 80% do Conceito: A responsabilidade civil do Estado
preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor significa o dever de reparação dos danos causados
do bem fixado na sentença; pela conduta estatal, comissiva ou omissiva.
d) declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 15-
A, que condiciona o pagamento dos juros Fundamentos:
compensatórios à comprovação da “perda da renda
comprovadamente sofrida pelo proprietário”; Þ A administração pública se sujeita ao
e) declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15- direito posto, assim como os demais
A, afastando o pagamento de juros compensatórios sujeitos de direitos da sociedade
quando o imóvel possuir graus de utilização da Þ Manifestação da responsabilidade
terra e de eficiência iguais a zero; extracontratual
f) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15- Þ Manifestação do princípio da isonomia à
A, estendendo as regras e restrições de pagamento como forma de reparar a desigualdade
dos juros compensatórios à desapropriação causada pela atuação estatal
indireta;
g) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. Histórico da evolução da RC do Estado:
15-A.
Teoria da Irresponsabilidade do Estado
Pedidos: • Monarquias absolutistas à The king can
a) intimação do réu (ou dos réus) para audiência de do not wrong
conciliação ou mediação; • Estado como sujeito irresponsável à não
b) citação do réu (ou dos réus), na pessoa de seu respondia por seus atos
representante legal;
• Personificação divina do Chefe de Estado
c) procedência do pedido, para os fins de condenar
• O Brasil não participou dessa fase
ao pagamento da indenização (indicar dano
material e juros);
Mariza Paiva
• Em alguns países o Estado poderia ser • Por ser o Estado mais poderoso, deve arcar
responsabilizado caso houvesse lei com um risco natural decorrente de suas
específica que definisse a responsabilização inúmeras atividades
• Caso francês da Agnes Blan foi
fundamental para o desenvolvimento dessa
Teoria da Responsabilidade Subjetiva/ Teoria
teoria
Civilista • Haverá a obrigação econômica de reparar o
• Fundamento à intenção do agente dano ao particular, desde que para ele o
público indivíduo não tenha concorrido
• Admite a responsabilidade sem a • Presume-se a culpa da Adm. Pública à salvo
necessidade de expressa dicção legal culpa concorrente ou exclusiva do particular
• Necessidade de comprovação de: dano; • Basta que aja um fato (lícito ou ilícito,
omissivo ou comissivo), com nexo de
nexo causal; elemento subjetivo (culpa ou causalidade que gera dano
dolo do agente) • Ônus de provar que não houve dano é da Adm.
• Era a vítima quem deveria comprovar os Pública
elementos • “Nascimento” da responsabilidade objetiva do
• 1ª fase à Reparação por atos de gestão e Estado
atos de império • Adotada pelo nosso OJ – art. 37, §6º
• 2ª fase à intenção do agente público
Teoria do Risco Integral

Responsabilidade com previsão legal/ Teoria • Exacerbação da responsabilidade civil da


Publicista Administração
• Leading case: Caso “Blanco” (França) à • Não depende de nexo causal
garotinha atropelada por um vagão de • Não admite excludentes da
ferroviária responsabilidade
• O Estado passa a ser responsável em casos • JSCF: “absurda e injusta”
• Art. 21, XXIII CF/88 à atividade nuclear
pontuais, sempre que houvesse previsão
• Dano ao meio ambiente (art. 3 e 14 §1º da
legal específica de atuação do Estado Lei 6.938/81)
• No Brasil, surgiu com a criação do • Dano a bens e pessoas provocados por
Tribunal Conflitos (1873) atentados terroristas, atos de guerra ou
• Risco administrativo X Risco integral (não eventos assemelhados, ocorridos no país ou
tem excludente de responsabilidade) no estrangeiro, contra aeronaves de
matrícula brasileira, operadas por empresas
brasileiras de transporte aéreo público
Teoria da Culpa do Serviço ou faute du service
• Responsabilidade do serviço baseada na Teoria da Responsabilidade Objetiva
culpa do serviço • Para comprová-la basta a mera relação
• A vítima deve provar que o serviço foi mal causal entre o comportamento de um
prestado ou prestado de forma agente público e o dano
ineficiente ou com atraso • Manifestação do princípio da legalidade
• Não tem necessidade de apontar o agente • No Brasil, a Responsabilidade do Estado
causador configura-se objetiva desde a Constituição
• Não se baseia na culpa do agente, mas do de 1946
serviço como um todo à Culpa Anônima
“A responsabilidade extracontratual do Estado
Teoria do Risco Administrativo corresponde à obrigação de o poder público
recompor prejuízos causados a particulares, em
dinheiro, em decorrência de ações ou omissões,

Mariza Paiva
comportamentos materiais ou jurídicos, quando inviabilizando a continuidade de atividades
imputados aos agentes públicos, no exercício de econômicas prestadas por proprietários de postos
suas funções” de gasolina ou de estacionamento de veículos).

RC RC O Estado somente pode ser responsabilizado pela


CONTRATUAL EXTRACONTRATUAL atuação ou omissão de seus agentes públicos. É
O dever de Relaciona-se com os preciso, portanto, demonstrar que o dano tem
ressarcimento danos causados por relação direta com o exercício da função pública
pressupõe a atuações estatais voltadas ou a omissão relevante dos agentes públicos.
existência de aos cidadãos em geral
vínculo negocial
Dano:
especial válido e a
inexecução
contratual pelo a) material ou patrimonial: lesão ao patrimônio
Estado. da vítima, avaliado pecuniariamente. O dano
material, por sua vez, divide-se em duas espécies:

Caracterização: a.1) dano emergente: representa a


diminuição efetiva e imediata do patrimônio
Conduta lícita ou ilícita à praticada por um da vítima (ex.: dano suportado pela
agente público, atuando nessa qualidade destruição do veículo);
a.2) lucro cessante: é a diminuição potencial
Dano à causado a um bem protegido pelo OJ, do patrimônio (ex.: na hipótese de o veículo
ainda que exclusivamente moral (inovação destruído ser como táxi, o lesado deixará de
CF/88) receber o ganho normalmente esperado com
sua atividade profissional);
Nexo causal ou a demonstração de que a conduta
do agente foi preponderante e determinante para b) moral ou extrapatrimonial: lesão aos bens
a ocorrência do evento danoso ensejador da personalíssimos, tais como a honra, a imagem e a
responsabilidade reputação do lesado.

Obs.: Se o agente público comprovar que agiu STJ


com diligência, prudência e perícia e que não Súmula 37: São cumuláveis as indenizações por
teve a intenção de causar qualquer espécie de dano, dano material e dano moral oriundos do mesmo
ele estará isento de responsabilização pessoal fato.
perante o Estado, mas não influencia na
responsabilidade do ente público STJ
Súmula 227: A pessoa jurídica pode sofrer dano
Ato ilícito: moral

a) expressa previsão legal (ex.: responsabilidade Dano direto e imediato à Não há rompimento da
da União por danos provocados por atentados cadeia casual
terroristas contra aeronaves de matrícula brasileira, Ex.: homicídio logo após a fuga – há
na forma da Lei 10.744/2003); e responsabilidade do Estado!!

b) sacrifício desproporcional ao particular (ex.: Previsão Legal:


ato jurídico que determina o fechamento
permanente de rua para tráfego de veículos, Art. 37, §6º - adota a teoria do risco
Art. 43 CC/02
Mariza Paiva
STF
Inovação da CF 88 à inclusão das pessoas O Estado possui responsabilidade objetiva pelos
jurídicas de direito privado no tratamento de danos causados aos detentos em decorrência da
responsabilização pública. Isto quer dizer que, falta ou insuficiência das condições legais de
além dos entes estatais, todas as entidades privadas encarceramento
que atuem executando serviços públicos por (Tema 592 da Tese de Repercussão Geral do STF);
delegação se submetem às normas de STJ, 1.ª Turma, REsp 847687/GO, Rel. Min. José
responsabilidade objetiva à manifestação do Delgado, DJ 25.06.2007, p. 221, Informativo de
princípio da impessoalidade Jurisprudência do STJ n. 301; STJ, 1.ª Turma,
REsp 936342/ES, Rel. 37 38 39 40 41 42 p/
acórdão Min. Luiz Fux, DJe 20.05.2009,
Responsabilização do agente perante o Estado à Informativo de Jurisprudência do STJ n. 376.
subjetiva! Direito de regresso somente se
verificado solo ou culpa STF
O Poder Público apenas pode ser responsabilizado
Agentes da responsabilização civil: na hipótese de omissão específica: “Para que fique
• Pessoas jurídicas de direito público da caracterizada a responsabilidade civil do Estado
Administração direta por danos decorrentes do comércio de fogos de
• Autarquias e fundações públicas de direito artifício, é necessário que exista a violação de um
público dever jurídico específico de agir, que ocorrerá
• Empresas públicas e sociedades de quando for concedida a licença para funcionamento
economia mista apenas quando criadas sem as cautelas legais ou quando for de
para a prestação de serviços públicos conhecimento do poder público eventuais
• Particulares prestadores de serviços irregularidades praticadas pelo particular
públicos por delegação Tema 366 da Tese de Repercussão Geral do STF.

Obs.: No caso de dano provocado por entidade Omissão específica à quando demonstradas a
prestadora de serviços públicos, a previsibilidade e a evitabilidade do dano,
responsabilização do Estado só será possível após notadamente pela aplicação da teoria da
esgotadas as tentativas de pagamento por parte da causalidade direta e imediata quanto ao nexo de
empresa que causou o dano à Responsabilidade causalidade (art. 403 do CC). Vale dizer: a
Subsidiária do Estado responsabilidade restará configurada nas hipóteses
em que o Estado tem a possibilidade de prever e
Obs.: Responsabilidade dos notários é subjetiva de evitar o dano, mas permanece omisso

Obs.: dano causado por agentes de PJ privado ou Ex.: O Estado não é responsável pelos crimes
público à há dever de indenizar para usuários ou ocorridos em seu território. Todavia, se o Estado é
não notificado sobre a ocorrência de crimes constantes
em determinado local e permanece omisso, haverá
Art. 927, § único à responsabilidade objetiva por responsabilidade
excesso de poder
Causas excludentes do nexo de causalidade:
Quando o Estado tem sob sua custódia pessoas • Fato exclusivo da vítima
(escola pública, penitenciária, etc.), há um dever • Fato de terceiro
de zelar por essas pessoas (dever legal de garante) • Caso fortuito e força maior
à responsabilidade será objetiva mesmo nos
casos de omissão Ao revés, comprovada a contribuição da ação ou
omissão estatal para consumação do dano, ainda
Mariza Paiva
que haja participação da vítima, do terceiro ou de b) leis inconstitucionais;
evento natural, o Estado será responsabilizado. É imprescindível a comprovação do dano concreto
oriundo da aplicação da norma inconstitucional.
Nessa hipótese, existem causas concorrentes para Comprovado o prejuízo individualizado pela
incidência da lei inconstitucional, o ente federado
o evento lesivo, devendo o Estado responder na
respectivo deverá ser responsabilizado
medida da sua contribuição para o dano (art. 945
do CC) Atenção! A legitimidade passiva na ação
indenizatória será do Ente responsável pela lei
Prazo prescricional: inconstitucional, e não da Casa Legislativa, uma
vez que esta é órgão estatal despido de
personalidade jurídica.
STJ
A 1.ª Seção do STJ, após decisões divergentes da Obs.: Em razão da presunção de
1.ª e da 2.ª Turma, definiu que a prescrição das constitucionalidade das leis, a responsabilidade
pretensões de reparação civil em face da Fazenda somente poderá ser suscitada quando a lei for
Pública é quinquenal, em virtude do caráter declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário
especial do art. 1.º do Decreto 20.910/1932 que • Não basta a declaração de
prevalece sobre o Código Civil (lei geral). inconstitucionalidade para configuração da
responsabilidade, sendo imprescindível a
comprovação do dano concreto pela
STF incidência da lei inconstitucional
O STF, em sede de repercussão geral, decidiu que
é prescritível a ação de reparação de danos à c) omissão legislativa.
Fazenda Pública decorrente de ilícito civil Em relação aos casos em que a própria
decorrente de acidente de trânsito (prazo de três Constituição estabelece prazo para o exercício do
anos, na forma do art. 206, § 3.º, V, do CC). dever de legislar, o descumprimento do referido
prazo, independentemente de decisão judicial
Responsabilidade por atos legislativos: anterior, já é suficiente para caracterização da mora
A responsabilidade do Estado legislador pode legislativa inconstitucional e consequente
surgir em três situações excepcionais: responsabilidade estatal

a) leis de efeitos concretos e danos Nos demais casos, a inexistência de prazo para o
desproporcionais; exercício do dever de legislar por parte do Poder
Assim como ocorre com os atos administrativos Legislativo impõe a necessidade de configuração
individuais, a lei de efeitos concretos pode da mora legislativa por decisão proferida em sede
acarretar prejuízos às pessoas determinadas, de mandado de injunção ou ação direta de
gerando, com isso, responsabilidade civil do inconstitucionalidade por omissão
Estado.
Responsabilidade por atos judiciais:
Ex.: Município deve indenizar o proprietário de
posto de gasolina localizado em via pública que Atualmente, a responsabilidade do Estado por atos
tem o acesso de veículos proibido por determinada judiciais, na forma do art. 5.º, LXXV e LXXVIII,
lei municipal. da CRFB, pode ocorrer em três hipóteses:

Em verdade, ainda que a lei possua caráter geral, a a) erro judiciário;


responsabilidade poderá ser configurada se houver É o erro substancial e inescusável.
dano desproporcional e concreto a determinado
indivíduo. Trata-se de responsabilidade do Estado b) prisão além do tempo fixado na sentença;
por ato legislativo lícito, fundada no princípio da
repartição dos encargos sociais i) Atividade jurisdicional à a responsabilidade
advém da má prestação jurisdicional e a prisão

Mariza Paiva
além do tempo fixado na sentença configura, em 5) A responsabilidade civil do Estado por condutas
última análise, uma espécie de erro judiciário omissivas é subjetiva, devendo ser comprovados a
objetivo ou qualificado, aplicando-se o art. 5.º, negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de
LXXV, da CRFB causalidade.
ii) Executivo na administração penitenciária à o
erro foi cometido pela administração penitenciária 6) Há responsabilidade civil do Estado nas
a cargo do Poder Executivo, e a responsabilidade hipóteses em que a omissão de seu dever de
seria fundamentada também pelo art. 37, § 6.º, da fiscalizar for determinante para a concretização ou
CRFB o agravamento de danos ambientais.

c) demora na prestação jurisdicional 7) A Administração Pública pode responder


Violação do direito fundamental à razoável civilmente pelos danos causados por seus agentes,
duração do processo consagrado no art. 5.º, ainda que estes estejam amparados por causa
LXXVIII, da CRFB, alterado pela EC 45/2004 excludente de ilicitude penal.
Obs.: O simples descumprimento de determinado
prazo processual pelo magistrado não possui o 8) É objetiva a responsabilidade civil do Estado
condão de gerar, por si só, a responsabilidade do pelas lesões sofridas por vítima baleada em razão
Estado. Nesse ponto, além da violação do prazo de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltantes.
processual ou da demora desproporcional, é
fundamental a comprovação de dano 9) O Estado possui responsabilidade objetiva nos
desproporcional ao jurisdicionado, o que deve ser casos de morte de custodiado em unidade prisional.
analisado e ponderado em cada caso concreto.
10) O Estado responde objetivamente pelo suicídio
JURISPRUDÊNCIA EM TESE STJ
de preso ocorrido no interior de estabelecimento
1) Os danos morais decorrentes da
prisional.
responsabilidade civil do Estado somente podem
ser revistos em sede de recurso especial quando o
11) O Estado não responde civilmente por atos
valor arbitrado é exorbitante ou irrisório,
ilícitos praticados por foragidos do sistema
afrontando os princípios da proporcionalidade e da
penitenciário, salvo quando os danos decorrem
razoabilidade.
direta ou imediatamente do ato de fuga.
2) O termo inicial da prescrição para o ajuizamento
de ações de responsabilidade civil em face do 12) A despeito de situações fáticas variadas no
Estado por ilícitos praticados por seus agentes é a tocante ao descumprimento do dever de segurança
data do trânsito em julgado da sentença penal e vigilância contínua das vias férreas, a
condenatória. responsabilização da concessionária é uma
constante, passível de ser elidida tão somente
3) As ações indenizatórias decorrentes de violação
quando cabalmente comprovada a culpa exclusiva
a direitos fundamentais ocorridas durante o regime
militar são imprescritíveis, não se aplicando o da vítima. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
prazo quinquenal previsto no art. 1º do Decreto n. CPC/73 - Tema 517)
20.910/1932.
13) No caso de atropelamento de pedestre em via
4) O prazo prescricional das ações indenizatórias férrea, configura-se a concorrência de causas,
ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal impondo a redução da indenização por dano moral
(Decreto n. 20.910/1932), tendo como termo a
pela metade, quando: (i) a concessionária do
quo a data do ato ou fato do qual originou a lesão
ao patrimônio material ou imaterial. (Tese julgada transporte ferroviário descumpre o dever de cercar
sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 553) e fiscalizar os limites da linha férrea, mormente em
locais urbanos e populosos, adotando conduta

Mariza Paiva
negligente no tocante às necessárias práticas de
cuidado e vigilância tendentes a evitar a ocorrência AÇÃO POPULAR
de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta
imprudente, atravessando a via férrea em local A ação popular é o instrumento para proteção do
inapropriado. (Tese julgada sob o rito do art. 543- patrimônio público, do meio ambiente e patrimônio
C do CPC/73 - Tema 518) cultural ou para promover a reparação.

14) Não há nexo de causalidade entre o prejuízo Previsão legal


sofrido por investidores em decorrência de quebra a) Constituição Federal
de instituição financeira e a suposta ausência ou
falha na fiscalização realizada pelo Banco Central CF/88
no mercado de capitais. Art. 5º, LXXIII: Art. 5º (...) LXXIII – qualquer
cidadão é parte legítima para propor ação popular
15) A existência de lei específica que rege a que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
atividade militar (Lei n. 6.880/1980) não isenta a ou de entidade de que o Estado participe, à
responsabilidade do Estado pelos danos morais moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
causados em decorrência de acidente sofrido patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
durante as atividades militares. salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais
e do ônus da sucumbência.
16) Em se tratando de responsabilidade civil do
Estado por rompimento de barragem, é possível a b) Lei n. 4.717/65.
comprovação de prejuízos de ordem material por
prova exclusivamente testemunhal, diante da Titularidade à qualquer cidadão
impossibilidade de produção ou utilização de outro
meio probatório. Objeto à defesa do interesse público

17) É possível a cumulação de benefício Hipóteses:


previdenciário com indenização decorrente de • Lesão ao patrimônio público
responsabilização civil do Estado por danos • À moralidade administrativa
oriundos do mesmo ato ilícito. • Ao meio ambiente e;
• Ao patrimônio histórico e cultural
18) Nas ações de responsabilidade civil do Estado,
é desnecessária a denunciação da lide ao suposto Cabimento
agente público causador do ato lesivo. A ação popular é utilizada para proteção e
reparação (art. 1º, § 1º, da Lei n. 4.717/65 e art. 5º,
Correção da Peça feita em sala: Tobias LXXIII, da CF):
a) patrimônio público;
Endereçamento: Vara da Fazenda Pública do b)patrimônio de entidade de que o Estado participe;
Estado X c) meio ambiente;
Réu: Estado X d) patrimônio histórico cultural.
Fundamentação: Responsabilidade subjetiva por
omissão no atraso da prestação jurisdicional OU Atenção! Patrimônio público é compreendido
teoria do risco art. 37,§6º da CF/88 – Helly Lopes tanto no viés material quanto no imaterial, como no
da moral pública. Atos públicos que privilegiam
interesse particular em detrimento do interesse
público sãos considerado imorais e violadores do
patrimônio público.

Mariza Paiva
Como regra, a lesão ao patrimônio público decorre assessoramento seu filho. Esse ato é ilegal, nulo.
de um ato ou um contrato administrativo ilegal, e a Viola a Súmula Vinculante 13 do Supremo
petição inicial deverá apresentar seus vícios Tribunal Federal. A ação popular poderá ser
proposta para proteção do patrimônio público
Lei n. 4.717/65 imaterial para suspensão e anulação do ato de
Art. 1º § 1º - Consideram-se patrimônio público nomeação.
para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos
de valor econômico, artístico, estético, histórico ou Atos anuláveis:
turístico.
Lei n. 4.717/65
A Lei n. 4.717/65 estabelece os casos em que o ato Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas
lesivo é considerado nulo ou passível de anulação. de direito público ou privado, ou das entidades
Nesse sentido, são considerados atos nulos: mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se
compreendam nas especificações do artigo
Incompetência O ato praticado não se anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições
inclui nas atribuições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
legais do agente.
Vício de forma Consiste na omissão ou Legitimidade ativa à A ação popular somente
na observância pode ser proposta por cidadão.
incompleta ou
irregular de Atenção! Cidadão é a pessoa física no pleno gozos
formalidades de seus direitos políticos, e a essa condição pode
indispensáveis à ser demonstrada pela apresentação do título de
existência ou seriedade eleitor, conforme o art. 1º, § 3º, da Lei n. 4.717/65.
do ato. Logo, a ação popular não pode ser proposta por
Ilegalidade do objeto O resultado do ato pessoas jurídicas ou órgãos públicos. – possível
importa em violação de provar a cidadania com título de eleitor
lei, regulamento ou
outro ato normativo. Legitimidade passiva à A ação popular pode ser
Inexistência dos A matéria de fato ou de proposta contra qualquer pessoa (física ou jurídica)
motivos direito em que se vinculada ao ato ou contrato ilegais (art. 6º da Lei
fundamenta o ato é n. 4.717/65).
materialmente
inexistente ou Pode haver litisconsórcio ativo
juridicamente
inadequada ao Atenção! há a ocorrência de litisconsórcio passivo
resultado obtido. necessário. Todos os envolvidos com o evento
Desvio de finalidade Verifica-se quando o danoso deverão constar no polo passivo
agente pratica o ato
visando a fim diverso Assim, o polo passivo pode ser composto por:
daquele previsto, a) todas as pessoas jurídicas, públicas ou privadas,
explícita ou em nome das quais foi praticado o ato ou contrato
implicitamente, na a ser anulado;
regra de competência. b) todas as pessoas físicas envolvidas no ato ou
contrato lesivo;
Por exemplo, o prefeito de um determinado c) entidades privadas de que o Estado participe.
município nomeia para cargo em comissão de
Mariza Paiva
Obs.: Proposta ação popular em face de pessoa impugnado, condenará ao pagamento de perdas e
jurídica da administração pública, ela poderá danos os responsáveis pela sua prática e os
contestar, abster-se ou migrar para o polo ativo beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva
da ação (art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/65). contra os funcionários causadores de dano, quando
incorrerem em culpa.
Ministério Pública na AP
Condenação dos responsáveis ao pagamento de
Lei n. 4.717/65 perdas e danos ou à restituição de bens ou valores
Art. 6º § 4º O Ministério Público acompanhará a
ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e Lei n. 4.717/65
promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso
que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em da causa, será indicado na sentença; se depender de
qualquer hipótese, assumir a defesa do ato avaliação ou perícia, será apurado na execução.
impugnado ou dos seus autores.
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores
Lei n. 4.717/65 ficará sujeita a sequestro e penhora, desde a
Art. 7º § 1º O representante do Ministério Público prolação da sentença condenatória.
providenciará para que as requisições, a que se
refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos Sentença à constitutiva e condenatória
prazos fixados pelo juiz.
Atenção:
Lei n. 4.717/65 Dano ao patrimônio público à autoridade
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da pública e beneficiários – funcionário – culpa – a lei
publicação da sentença condenatória de segunda não fala em dolo
instância, sem que o autor ou terceiro promova a
respectiva execução. o representante do Ministério Dano ao patrimônio histórico ou cultural e meio
Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, ambiente à indenização revertida ao fundo para
sob pena de falta grave. reconstituição de bens lesado – decreto 92.302/86

Facultativas: Atenção! A PJDP não responde com seu


patrimônio à ela quem foi lesada
Lei n. 4.717/65
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à Liminar
absolvição da instância, serão publicados editais A ação popular admite decisão liminar (art. 5º, § 4º,
nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso da Lei n. 4.717/65), desde que preenchidos seus
II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem requisitos.
como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última A lei não apresenta expressamente os termos dos
publicação feita, promover o prosseguimento da requisitos, mas em seu art. 22 aponta que o Código
ação. de Processo Civil será utilizado de modo
subsidiário.
Objeto:
Em caso de perigo iminente, o CPC, em seu art.
300, prevê o uso da tutela provisória de urgência
Lei n. 4.717/65
com os seguintes requisitos:
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a
a) probabilidade do direito
ação popular, decretar a invalidade do ato

Mariza Paiva
b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento
processo ordinário, previsto no Código de Processo Civil,
observadas as seguintes normas modificativas:
Competência I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
Definida pelas regras comuns de processo civil - A a) além da citação dos réus, a intimação do
ação será endereçada ao juízo de primeiro grau, representante do Ministério Público;
sendo considerado o local de origem do b) a requisição, às entidades indicadas na
ato/contrato, nos termos do art. 5º da Lei n. petição inicial, dos documentos que tiverem sido
4.717/65, mesmo que o ato ilegal tenha sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de
praticado pelo Presidente da República. à NÃO outros que se lhe afigurem necessários ao
tem prerrogativa de foro – será julgado pelo esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15
juízo de primeira instância (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público
Provas providenciará para que as requisições, a que se
Admite-se todas as provas testemunhais e periciais refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos
prazos fixados pelo juiz.
Prescrição § 2º Se os documentos e informações não
A ação popular pode ser proposta em até 5 cinco puderem ser oferecidos nos prazos assinalados, o
anos (art. 21 da Lei n. 4.717/65). juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por
prazo razoável.
Custas II - Quando o autor o preferir, a citação dos
Isenção – art. 5º LXXIII beneficiários far-se-á por edital com o prazo de
30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e
Pedidos publicado três vezes no jornal oficial do Distrito
a) concessão da tutela de urgência (ou liminar) para Federal, ou da Capital do Estado ou Território em
..., com amparo no art. 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/85 que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita
e art. 300 do CPC; e deverá iniciar-se no máximo 3 (três) dias após a
b) intimação dos réus para audiência de conciliação entrega, na repartição competente, sob protocolo,
ou mediação (quando se tratar de direito de uma via autenticada do mandado.
disponível); III - Qualquer pessoa, beneficiada ou
c) citação do réu (ou dos réus) (art. 7º, I, a, da Lei responsável pelo ato impugnado, cuja existência ou
n. 4.717/65); réu – beneficiário do ato e a Pessoa identidade se torne conhecida no curso do processo
Jurídica de Direito Público (ex.: licitação: agente e antes de proferida a sentença final de primeira
de contratação responsável) instância, deverá ser citada para a integração do
d) a intimação do Ministério Público para contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para
acompanhar a presente ação (art. 7º, I, a, da Lei n. contestação e produção de provas, Salvo, quanto a
4.717/65); beneficiário, se a citação se houver feito na forma
e) procedência do pedido, para os fins de anular o do inciso anterior.
... e reparar ... (art. 11 da Lei n. 4.717/65); IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte)
condenação da autoridade que praticou o ato lesivo dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a
f) juntada da cópia do título de eleitor como requerimento do interessado, se particularmente
comprovante de cidadania; difícil a produção de prova documental, e será
g) condenação do réu (ou dos réus) em honorários comum a todos os interessados, correndo da
advocatícios. entrega em cartório do mandado cumprido, ou,
quando for o caso, do decurso do prazo assinado
Lei n. 4.717/65 em edital.

Mariza Paiva
V - Caso não requerida, até o despacho Lei de licitações:
saneador, a produção de prova testemunhal ou 8.666 à Regra: comissão - Responsabilidade
pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) solidária
dias, para alegações, sendo-lhe os autos 14.133 à Regra: agente de contratação – tentativa
conclusos, para sentença, 48 (quarenta e oito) de efetivar ao máximo o princípio da segregação
horas após a expiração desse prazo; havendo de funções – esse princípio é MUITO importante
requerimento de prova, o processo tomará o rito
ordinário. O juiz deve justificar se não conseguir Lide temerária:
cumprir esse prazo!!
VI - A sentença, quando não prolatada em Lei n. 4.717/65
audiência de instrução e julgamento, deverá ser Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento
proferida dentro de 15 (quinze) dias do de direito do pedido, julgar a lide manifestamente
recebimento dos autos pelo juiz. temerária, condenará o autor ao pagamento do
Parágrafo único. O proferimento da sentença décuplo das custas.
além do prazo estabelecido privará o juiz da
inclusão em lista de merecimento para promoção,
durante 2 (dois) anos, e acarretará a perda, para
efeito de promoção por antigüidade, de tantos dias
MANDADO DE SEGURANÇA
quantos forem os do retardamento, salvo motivo
Ação constitucional de natureza civil de rito
justo, declinado nos autos e comprovado perante o
especial para proteção de direito subjetivo líquido
órgão disciplinar competente.
e certo quando sofrer lesão ou ameaça de lesão por
ato ilegal de autoridade ou a ela equiparada
Atenção!! Se o juiz requerer a apresentação de um
documento, pode a Adm. Pública recusar-se a
São duas as suas espécies: individual e coletivo
apresenta-lo caso comprove que comprometerá o
interesse público
O mandado de segurança individual visa proteger
direito próprio do impetrante, enquanto o mandado
Recursos:
de segurança coletivo tem por finalidade proteger
direito dos substituídos pelo impetrante, o que se
Lei n. 4.717/65 entende por legitimação extraordinária.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou
pela improcedência da ação está sujeita ao duplo
Lei 12.016/09
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a
depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a
sentença fará coisa julgada limitadamente aos
ação procedente caberá apelação, com efeito
membros do grupo ou categoria substituídos pelo
suspensivo.
impetrante. (Vide ADIN 4296)
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de
litispendência para as ações individuais, mas os
instrumento.
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o
impetrante a título individual se não requerer a
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o
desistência de seu mandado de segurança no
autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá
prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
recorrer qualquer cidadão e também o Ministério
comprovada da impetração da segurança coletiva.
Público.

Duplo grau de jurisdição à AP é julgada


Previsão legal:
improcedente
Mariza Paiva
CF/88 • Mandado de segurança preventivo – com
Art. 5º (...) LXIX – conceder-se-á mandado de o intuito de proteção contra uma ameaça de
segurança para proteger direito líquido e certo, não lesão.
amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de Não cabimento:
poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder O mandado de segurança não é o instrumento
Público. adequado para combater:

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser a) ato de gestão comercial de empresa pública,
impetrado por: a) partido político com sociedade de economia mista e concessionárias
representação no Congresso Nacional; b) (art. 1º, § 2º, da Lei n. 12.016/2009).
organização sindical, entidade de classe ou Um exemplo de ato de gestão comercial seria a
associação legalmente constituída e em concessão ou não de empréstimos pela Caixa
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa Econômica Federal a correntistas. Já os atos
administrativos, como os relativos às licitações ou
dos interesses de seus membros ou associados;
aos concursos públicos, podem ser objeto de
mandado de segurança;
• Lei n. 12.016/2009.
b) lei em tese, aquela com características genéricas
Finalidade: e que por si não produzem efeitos concretos. Contra
lei em tese deve-se utilizar as ações de controle de
Lei 12.016/09 constitucionalidade (Súmula 266 do Supremo
o
Art. 1 Conceder-se-á mandado de segurança para Tribunal Federal);
proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, sempre que, c) decisão judicial transitada em julgado (art. 5º,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer III, da Lei n. 12.016/2009), ou que caiba recurso
pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver com efeito suspensivo. No primeiro caso, a ação
justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja rescisória seria a adequada.
de que categoria for e sejam quais forem as funções
que exerça. Restrições:
Algumas situações restringem momentaneamente a
Fato líquido e certo é aquele que você pode utilização do mandado de segurança (art. 5º da Lei
demonstrar imediatamente por provas pré- n. 12.016/2009):
constituídas, sem necessidade de dilação
probatória, o que torna a ação, em tese, mais célere. a) ato ilegal do qual caiba recurso administrativo
com efeito suspensivo;
Cabimento:
b) decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
Como regra, o mandado de segurança é utilizado suspensivo.
contra ato ilegal ou sua ameaça praticados por
autoridade pública ou pessoa equiparada. No O impedimento se justifica pela ausência de dano
entanto, ele também pode ser utilizado contra iminente.
omissão de ato legal.
A impetração direta de mandado de segurança
• Mandado de segurança repressivo – com nessas situações caracterizaria ausência de
o intuito de vedar ou reparar uma lesão; interesse de agir e levaria à extinção da ação sem
julgamento do mérito.
Mariza Paiva
a) fundamento relevante – na petição inicial deve-
Legitimidade ativa: se fazer uma síntese dos fundamentos jurídicos
apresentados;
O mandado de segurança individual pode ser b) risco de ineficácia do provimento, caso não
impetrado por pessoas físicas ou jurídicas, deferida a liminar – como regra, o enunciado do
nacionais ou estrangeiras, domiciliadas ou não exercício indicará o perigo; se ausente, construa
no Brasil, além de órgão público com como uma consequência lógica do problema,
capacidade processual (art. 1º da Lei n. sempre tendo cuidado para não criar fato novo, que
12.016/2009). poderia ensejar a identificação do candidato em
prova.
Já o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por (art. 21 da Lei n. 12.016/2009): No mandado de segurança coletivo, a liminar só
poderá ser concedida após audiência do
a) partido político com representação no Congresso representante judicial da pessoa jurídica de direito
Nacional – ao menos um parlamentar, em alguma público, que deverá se pronunciar no prazo de 72
das Casas (Câmara dos Deputados ou Senado horas (art. 22, § 2º, da Lei n. 12.016/2009).
Federal), na data da impetração do mandado de
segurança; Vedações:
b) organização sindical;
c) entidade de classe; Algumas situações podem ser objeto de mandado
d) associação em funcionamento há pelo menos de segurança, mas não de liminar (art. 7º, § 2º, da
um ano. Lei n. 12.016/2009):

Legitimidade passiva: a) compensação de créditos tributários;


b) entrega de mercadorias e bens provenientes do
O mandado de segurança pode ser impetrado contra exterior;
ato de autoridades públicas ou pessoas a elas c) reclassificação ou equiparação de servidores
equiparadas (art. 1º, § 1º, e art. 6º, § 3º, da Lei n. públicos;
12.016/2009): d) concessão de aumento ou a extensão de
vantagens;
a) autoridades públicas dos Poderes da União, dos e) pagamento de qualquer natureza.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
b) os representantes ou órgãos de partidos políticos; Recursos:
c) os administradores de autarquias ou fundações
públicas; Da decisão judicial que concede ou nega a liminar
d) os dirigentes de pessoas jurídicas de direito dois recursos são possíveis:
privado ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do Poder Público (integrantes ou não da a) agravo de instrumento (art. 7º, § 1º, da Lei n.
administração pública formal). 12.016/2009 e art. 1.015 do Código de Processo
Civil) – se a decisão tiver ocorrido em juízo de
Liminar: primeira instância;
b) agravo interno (art. 16, parágrafo único, da Lei
A ação do mandado de segurança admite decisão n. 12.016/2009 e art. 1.021 do Código de Processo
liminar (art. 7º, III, da Lei n. 12.016/2009), desde Civil) – se a decisão tiver ocorrido em Tribunal.
que preenchidos dois requisitos expressos na lei:
Prazo:

Mariza Paiva
A impetração do mandado de segurança poderá
ocorrer em até 120 dias a partir da ciência do ato Recursos contra denegação da segurança:
ilegal ou abusivo (art. 23 da Lei n. 12.016/2009).
Caso se trate de situação de mandado de segurança O mandado de segurança poderá ser impetrado
preventivo, o prazo não terá iniciado. perante juízo de primeira instância ou Tribunal, e a
decisão que denegar a segurança poderá ser
Competência: combatida por recurso específico:

A competência é definida pela autoridade coatora e a) juízo de primeira instância (sentença) – apelação
será descoberta pela análise dos seguintes itens: (art. 14 da Lei n. 12.016/2009);

a) Categoria da autoridade coatora – competência b) acórdão de Tribunal com competência originária


originária de Tribunal (foro por prerrogativa de – recurso ordinário (art. 18 da Lei n.
função). 12.016/2009).

b) Sede funcional – as demais autoridades que não Sentença:


possuem foro por prerrogativa de função para
mandado de segurança serão julgadas em primeiro Deve ser prolatada em 30 dias
grau. Se a autoridade estiver vinculada a Estados,
Municípios ou Distrito Federal, a competência será
da justiça estadual ou do Distrito Federal e HABEAS DATA
Territórios; se a autoridade for federal, a
competência será da justiça federal. Habeas data é uma ação constitucional de rito
especial para acesso, retificação ou anotação de
Pedidos: dados pessoais constantes de registros e bancos de
dados públicos.
a) Concessão de medida liminar para que se
suspenda o ato que deu motivo ao pedido (art. 7º, Previsão legal:
III, da Lei n. 12.016/2009).
b) Notificação da autoridade coatora para que a) Constituição Federal – art. 5º, LXXII: Art. 5º (...)
preste informações no prazo de 10 dias (art. 7º, I, LXXII – Conceder-se-á habeas data:
da Lei n. 12.016/2009). • para assegurar o conhecimento de
c) Ciência do feito ao órgão de representação
informações relativas à pessoa do
judicial da pessoa jurídica interessada (art. 7º, II, da
impetrante, constantes de registros ou
Lei n. 12.016/2009).
bancos de dados de entidades
d) Intimação do Ministério Público para
governamentais ou de caráter público;
manifestação (art. 12 da Lei n. 12.016/2009).
• para a retificação de dados, quando não se
e) Procedência do pedido com o fim de anular o ato
prefira fazê-lo por processo sigiloso,
e requerer pedido acessório, se for o caso.
judicial ou administrativo.
Pagamento de vencimento apenas a partir do
ajuizamento da inicial (art. 14, § 4º, da Lei n.
b) Lei n. 9.507/97
12.016/2009).
f) Condenação ao pagamento das custas. O
Cabimento:
mandado de segurança não admite condenação em
honorários advocatícios (art. 25 da Lei n.
O habeas data pode ser utilizado em 3 situações
12.016/2009 e Súmula 512 do Supremo Tribunal
distintas:
Federal).

Mariza Paiva
a) para assegurar o conhecimento de informações 8º, parágrafo único, da Lei n. 9.507/97). A recusa
relativas à pessoa do impetrante, constantes de tácita se configurará:
registro ou banco de dados de entidades Þ do decurso de mais de 10 dias sem
governamentais ou de caráter público; decisão do pedido de acesso às
b) para a retificação de dados, quando não se informações;
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Þ do decurso de mais de 15 dias sem
administrativo; decisão do pedido de retificação;
c) para a anotação nos assentamentos do Þ do decurso de mais de 15 dias sem
interessado, de contestação ou explicação sobre decisão do pedido de anotação.
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob
pendência judicial ou amigável. Em síntese: para Pela interpretação dos requisitos, chegamos à
acesso, retificação ou anotação. conclusão de que uma das características do HD é
ser repressivo.
O banco de dados pode ser gerido pelo Poder
Público ou por particulares como SERASA ou SPC Legitimidade ativa:
(proteção ao crédito).
Pode impetrar habeas data qualquer pessoa física
Atenção!! O habeas data não admite a produção de ou jurídica, desde que o acesso ou a retificação se
provas em seu curso, como a realização de perícias refiram a dados personalíssimos.
ou oitivas de testemunha.
Atenção!! A jurisprudência admitiu a impetração
Não cabimento: de habeas data por sucessores quando o detentor da
informação faleceu por atos da ditadura.
O habeas data não é o instrumento adequado
para: Legitimidade passiva:

a) obter certidões – pois certidão não é a Por ser uma ação constitucional com natureza
informação em si, apenas certifica a existência de semelhante à do mandado de segurança, sugerimos
informação constante em algum banco de dados; a construção do polo passivo à maneira daquela
b) informações de terceiros – pois o habeas data, ação, ou seja, indicar a autoridade coatora (que
como regra, só pode ser utilizado para informações negou o acesso, retificação ou anotação) e a pessoa
da pessoa do impetrante; jurídica a que ela está vinculada (por exemplo,
c) informações sigilosas por questão de segurança União, Estado, Município).
da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII, da
Constituição Federal e nos arts. 23 a 27 da Lei n. Liminar:
12.527/2011).
A ação do habeas data possui procedimento e
Requisitos essenciais: prazos céleres. Por essa razão, a Lei n. 9.507/97 não
indica a possibilidade de liminar.
A petição inicial do habeas data deve preencher
dois requisitos fundamentais: No entanto, a jurisprudência já admitiu e utilizou
como fundamentos aqueles do mandado de
a) caráter personalíssimo da informação – relativa segurança (art. 7º, III, da Lei n. 12.016/2009):
à pessoa do impetrante;
b) prova da recusa (completa ou parcial, expressa a) fundamento relevante – na petição inicial deve-
ou tácita por decurso de prazo) do órgão ou da se fazer uma síntese dos fundamentos jurídicos
entidade depositária a pedido administrativo (art. apresentados;
Mariza Paiva
b) risco de ineficácia do provimento, caso não c) a intimação do Ministério Público para
deferida a liminar – como regra, o enunciado do manifestação (art. 12 da Lei n. 9.507/97);
exercício indicará o perigo; se ausente, construa d) a procedência do pedido a marcar data e horário
como uma consequência lógica do problema, para que o coator apresente ao impetrante as
sempre tendo cuidado para não criar fato novo, que informações a seu respeito, constantes de registros
poderia ensejar a identificação do candidato em ou bancos de dados; ou que apresente em juízo a
prova. prova da retificação ou da anotação feita nos
assentamentos do impetrante (art. 13 da Lei n.
Competência: 9.507/97); e) a juntada das provas pré-constituídas
(prova da recusa).
A competência é definida pela autoridade coatora e
será descoberta pela análise dos seguintes itens (art. Atenção!! O habeas data é gratuito (art. 5º, LXXII,
20 da Lei n. 9.507/97): da CF) e não admite condenação em honorários
sucumbenciais (analogia com o mandado de
a) categoria da autoridade coatora – competência segurança – Súmula 512 do STF).
originária de Tribunal (foro por prerrogativa de
função); Recursos contra a decisão que veda o acesso,
retificação ou anotação:
b) sede funcional – as demais autoridades que não
possuem foro por prerrogativa de função para O habeas data poderá ser impetrado perante juízo
habeas data serão julgadas em primeiro grau. Se a de primeira instância ou Tribunal, e a decisão que
autoridade estiver vinculada a Estados, Municípios vedar o acesso, retificação ou anotação poderá ser
ou ao Distrito Federal, a competência será da combatida por recurso específico:
justiça estadual ou do Distrito Federal e Territórios;
se a autoridade for federal, a competência será da a) Juízo de primeira instância (sentença) – apelação
justiça federal. (art. 20, II, da Lei n. 9.507/97).
b) Acórdão de Tribunal com competência
originária – recurso ordinário (art. 20, II, da Lei n.
9.507/97).

MANDADO DE INJUNÇÃO
O mandado de injunção é uma ação constitucional
de natureza civil de rito especial com a finalidade
de requerer ao Poder Judiciário que dê ciência ao
Poder Legislativo quanto à ausência de norma
regulamentadora que torne viável o gozo de
determinado direito e apresente solução provisória.

Pedidos: O mandado de injunção pode ser de duas espécies:


individual ou coletivo. No primeiro, o impetrante
a) a notificação do coator para apresentar busca garantir o exercício de direito próprio. No
informações no prazo de 10 dias (art. 9º da Lei n. segundo, o impetrante busca garantir o exercício de
9.507/97); direito de terceiro.
b) a ciência do feito ao órgão de representação
judicial da pessoa jurídica interessada; Previsão legal:
Mariza Paiva
O mandado de injunção coletivo pode ser
a) Constituição Federal – art. 5º, LXXI: Art. 5º (...) impetrado por (art. 12 da Lei n. 13.300/2016):
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne a) Ministério Público – quando a tutela requerida
inviável o exercício dos direitos e liberdades for especialmente relevante para a defesa da ordem
constitucionais e das prerrogativas inerentes à jurídica, do regime democrático ou dos interesses
nacionalidade, à soberania e à cidadania. sociais ou individuais indisponíveis.

b) Lei n. 13.300/2016. b) Partido político com representação no


Congresso Nacional (ao menos um representante
Cabimento: em alguma das duas Casas no momento da
impetração), para assegurar o exercício de direitos,
O mandado de injunção é utilizado diante da liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou
ausência total ou parcial de norma regulamentadora relacionados com a finalidade partidária.
que torne possível o gozo de direitos, liberdades
constitucionais e prerrogativas inerentes à c) Organização sindical, entidade de classe ou
nacionalidade, à soberania e à cidadania (art. 2º da associação legalmente constituída e em
Lei n. 13.300/2016). funcionamento há pelo menos um ano, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e
Por exemplo, seu cliente é um estrangeiro com prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de
autorização para residência e trabalho no Brasil e seus membros ou associados, na forma de seus
deseja fazer concurso público. A Constituição estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
Federal prevê a possibilidade no art. 37, I, mas dispensada, para tanto, autorização especial.
indica a necessidade de lei para definir a forma de
participação. No âmbito federal há lei que d) Defensoria Pública, quando a tutela requerida
regulamenta esse direito apenas parcialmente, for especialmente relevante para a promoção dos
ingresso em universidades como direitos humanos e a defesa dos direitos individuais
professor/pesquisador. A ausência de norma que e coletivos dos necessitados.
regulamente a participação de estrangeiro em
outros concursos impede o gozo de direito previsto Legitimidade passiva:
na Constituição. Tratase de omissão legislativa que
pode ser combatida com mandado de injunção. O mandado de injunção pode ser impetrado contra
o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição
Podemos falar em dois objetos para o mandado de para editar a norma regulamentadora (art. 3º da Lei
injunção: n. 13.300/2016).
Þ ausência total de norma regulamentadora;
Þ ausência parcial de norma Atenção!! A petição inicial do mandado de
regulamentadora. injunção indicará, além do órgão/autoridade
impetrado, a pessoa jurídica à qual ele esteja
Legitimidade ativa: vinculado (art. 4º da Lei n. 13.300/2016).

Podem impetrar mandado de injunção individual as Efeitos da decisão:


pessoas físicas ou jurídicas titulares dos direitos,
liberdades e prerrogativas que necessitam de Quando reconhecida a ausência da norma
regulamentação (art. 3º da Lei n. 13.300/2016). regulamentadora (mora legislativa), a decisão
judicial será no sentido de (art. 8º da Lei n.
13.300/2016):

Mariza Paiva
A competência é definida pelo legitimado passivo
a) determinar prazo razoável para que o impetrado e será descoberta pela análise dos seguintes itens:
promova a edição da norma regulamentadora;
a) categoria da autoridade/órgão/Poder –
b) estabelecer as condições em que se dará o competência originária de Tribunal (foro por
exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativa de função);
prerrogativas reclamados, caso não seja suprida a
mora legislativa. b) sede funcional – as demais autoridades/órgãos
que não possuem foro por prerrogativa de função
Houve evolução da jurisprudência do Supremo para mandado de injunção serão julgadas em
Tribunal Federal. Em tempos anteriores, com primeiro grau.
fundamento no princípio da autocontenção do
Poder Judiciário, o STF apenas cientificava o Pedidos:
Congresso Nacional quanto à mora legislativa. Em
virtude da permanência das coisas, o STF passou a a) Notificação do impetrado para que preste
adotar a teoria concretista, segundo a qual se aplica informações no prazo de 10 dias (art. 5º, I, da Lei
uma solução provisória até a edição da norma. A n. 13.300/2016).
nova norma possuirá efeitos ex nunc para não gerar
insegurança jurídica aos atos praticados durante a b) Ciência do feito ao órgão de representação
produção de efeitos da decisão judicial, salvo se a judicial da pessoa jurídica interessada (art. 5º, II, da
nova norma for mais benéfica (art. 11 da Lei n. Lei n. 13.300/2016).
13.300/2016).
c) Intimação do Ministério Público para
O exercício do direito de greve dos servidores manifestação (art. 7º da Lei n. 13.300/2016).
públicos seguiu essa evolução jurisprudencial.
Atualmente se mantém ausente norma que d) Pedido final (art. 8º da Lei n. 13.300/2016):
regulamente o art. 37, VII, da Constituição Federal. Þ determinar prazo razoável para que o
Até que surja a norma, os servidores públicos impetrado promova a edição da norma
poderão exercer o direito de greve com fundamento regulamentadora;
na lei dos empregados privados. O mesmo ocorreu Þ estabelecer as condições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades ou das
com a aposentadoria especial dos servidores
prerrogativas reclamados.
públicos (Súmula Vinculante 33).
e) Condenação nas custas processuais.
Como regra, a decisão terá eficácia subjetiva
limitada às partes e produzirá efeitos até o advento f) Juntada das provas pré-constituídas.
da norma regulamentadora (art. 9º da Lei n.
13.300/2016).
RECURSO ADMINISTRATIVO
Excepcionalmente, poderá ser conferida eficácia
Os recursos administrativos são meios de
ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso
impugnação interpostos contra decisões
for inerente ou indispensável ao exercício do
administrativas, através dos quais se garante, aos
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da
administrados, o exercício do contraditório e da
impetração (art. 9º, § 1º, da Lei n. 13.300/2016).
ampla defesa, assegurados Constitucionalmente
(art. 5º, LV/CF).
Competência:

LEI DO MS

Mariza Paiva
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança
quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com
efeito suspensivo, independentemente de caução;

Processo Administrativo:

Mariza Paiva
I - os titulares de direitos e interesses que forem
parte no processo;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem
indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas,
no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos
ou interesses difusos.

Classificação:

Hierárquico próprios: tramitam na via interna do


órgão.
Ex: ato de Diretor de uma divisão para o Diretor do
departamento geral

• Dispensam previsão legal em razão do


Procedimento: próprio controle hierárquico
• Formal: petição escrita – Identificação – • Amplo poder revisional podendo a
Apontar claramente qual ato ou conduta autoridade ultrapassar os limites do pedido
pretende a reforma
Recurso Hierárquico impróprio: recorrente
• A Administração deverá analisar o pedido recorre a autoridade estranha aqueles de onde se
ainda que não o acolha originou o ato

• Apresenta a petição e as razões do recurso Interposição: 10 dias, contados a partir da ciência


ou divulgação oficial da decisão recorrida. •
Lei 9784
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, Decisão: 30 dias, a partir do recebimento dos autos
em face de razões de legalidade e de mérito. pelo órgão competente. Pode haver prorrogação
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que desde que justifique
proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade Lei 8666
superior. Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de da aplicação desta Lei cabem:
recurso administrativo independe de caução. I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos
administrativa contraria enunciado da súmula casos de:
vinculante, caberá à autoridade prolatora da a) habilitação ou inabilitação do licitante;
decisão impugnada, se não a reconsiderar, b) julgamento das propostas;
explicitar, antes de encaminhar o recurso à c) anulação ou revogação da licitação;
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou d) indeferimento do pedido de inscrição em
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do
Lei 9784 art. 78 desta lei;
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo:
Mariza Paiva
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do I - pedidos de esclarecimento e impugnações ao
art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº instrumento convocatório no prazo mínimo de:
8.883, de 1994) a) até 2 (dois) dias úteis antes da data de abertura
f) aplicação das penas de advertência, suspensão das propostas, no caso de licitação para aquisição
temporária ou de multa; ou alienação de bens; ou
b) até 5 (cinco) dias úteis antes da data de abertura
Prazo de 5 dias das propostas, no caso de licitação para contratação
• Interpor recurso – reconsiderar a sua de obras ou serviços;
decisão ou II - recursos, no prazo de 5 (cinco) dias úteis
• Fazê-lo subir, devidamente informado, à contados a partir da data da intimação ou da
autoridade superior, lavratura da ata, em face:
• Autoridade superior terá o prazo de cinco a) do ato que defira ou indefira pedido de pré-
dias úteis, a contar do recebimento, para qualificação de interessados;
proferir a sua decisão, sob pena de b) do ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
responsabilidade. c) do julgamento das propostas;
d) da anulação ou revogação da licitação;
Deve ser dirigido à autoridade superior, por e) do indeferimento do pedido de inscrição em
intermédio da mesma autoridade que praticou o ato registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
impugnado, f) da rescisão do contrato, nas hipóteses previstas
no inciso I do art. 79 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
Obs.: convite, prazos para recorrer se reduzem a de 1993;
dois dias úteis (§ 6o). g) da aplicação das penas de advertência, multa,
declaração de inidoneidade, suspensão temporária
Pregão (Lei 10.520) de participação em licitação e impedimento de
contratar com a administração pública; e
Lei 10.520 III - representações, no prazo de 5 (cinco) dias úteis
Art. 4º XVIII - declarado o vencedor, qualquer contados a partir da data da intimação,
licitante poderá manifestar imediata e relativamente a atos de que não caiba recurso
motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe hierárquico.
será concedido o prazo de 3 (três) dias para § 6º O recurso será dirigido à autoridade superior,
apresentação das razões do recurso, ficando os por intermédio da autoridade que praticou o ato
demais licitantes desde logo intimados para recorrido, cabendo a esta reconsiderar sua decisão
apresentar contra-razões em igual número de dias, no prazo de 5 (cinco) dias úteis ou, nesse mesmo
que começarão a correr do término do prazo do prazo, fazê-lo subir, devidamente informado,
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata devendo, neste caso, a decisão do recurso ser
dos autos; proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
contados do seu recebimento, sob pena de apuração
de responsabilidade.
Regime Diferenciado de Contratações Públicas
- RDC
LEI 14.133/2021
Recursos dos atos decorrentes do processo
licitatório
Lei 12.462
• Impugnação ao edital – até 3 dias, úteis,
Art. 45. Dos atos da administração pública
antes da abertura do certame
decorrentes da aplicação do RDC
caberão: (Vide Lei nº 14.133, de • Ato que defira ou indefira pedido de pré-
2021) Vigência qualificação de interessado ou de inscrição

Mariza Paiva
em registro cadastral,sua alteração ou c) de bens e direitos de valor artístico, estético,
cancelamento; - 3 dias, úteis histórico, turístico e paisagístico;
• Julgamento das propostas; - 3 dias, úteis – d) de qualquer outro direito difuso ou coletivo;
e) quanto à infração da ordem econômica;
imediatamente - julgamento fase única
f) da ordem urbanística;
• Ato de habilitação ou inabilitação de g) do patrimônio público ou social;
licitante;- 3 dias, úteis - imediatamente - h) da honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos
apreciação fase única Anulação ou ou religiosos.
revogação da licitação; - 3 dias, úteis
• Extinção do contrato, quando determinada Por exemplo, um imóvel tombado está sendo
destruído e o seu cliente, uma associação, o procura
por ato unilateral e escrito da para propor a medida judicial cabível para
Administração; - 3 dias, úteis suspender as agressões e exigir a devida reparação.
• Pedido de reconsideração - 3 (três) dias
úteis Não cabimento
• Decisão autoridade que proferiu o ato 3 dias A ação civil pública não é o instrumento adequado
úteis autoridade superior 10 dias úteis para discutir (art. 1º, parágrafo único, da Lei n.
7.347/85):
Atenção! Cabe, no recurso administrativo, a a) tributos;
formulação de pedido de reconsideração à própria b) contribuições previdenciárias;
comissão de licitação que apreciou a documentação c) FGTS.
(habilitação) ou a proposta comercial
(classificação) dos licitantes Legitimidade ativa
Podem propor a ação civil pública aqueles
Recurso pertinente à aplicação das sanções relacionados no art. 5º da Lei n. 7.347/85:
• Prazo - 15 dias úteis a) Ministério Público;
• Reconsideração -5 dias úteis b) Defensoria Pública;
• Autoridade superior - 20 dias úteis c) União, Estados, Municípios e Distrito Federal;
d) autarquia, fundação, empresa pública, sociedade
de economia mista;
AÇÃO CIVIL PÚBLICA e) associação – constituída há pelo menos 1 ano;
entre as finalidades estatutárias, a proteção ao meio
Previsão legal
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à
a) Constituição Federal – art. 129, III, § 1º:
livre concorrência ou ao patrimônio artístico,
CF/88
estético, histórico, turístico e paisagístico.
Art. 129. (...)
III – promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e Atenção! O prazo mínimo de constituição para
social, do meio ambiente e de outros interesses associação pode ser dispensado pelo juiz
difusos e coletivos; competente (art. 5º, § 4º, da Lei n. 7.347/85).
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as
ações civis previstas neste artigo não impede a de Legitimidade passiva
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
disposto nesta Constituição e na lei. A ação civil pública pode ser proposta contra
qualquer pessoa (física ou jurídica) que tenha
b) Lei n. 7.347/85 ocasionado a lesão ou ameaça de lesão aos bens
tutelados (art. 1º da Lei n. 7.347/85).
Cabimento
A ação civil pública é utilizada para proteção e Atenção! Há a ocorrência de litisconsórcio passivo
reparação (art. 1º da Lei n. 7.347/85): necessário. Todos os envolvidos com o evento
a) do meio ambiente;
danoso deverão constar no polo passivo.
b) do consumidor;
Mariza Paiva
Liminar Compromisso de ajustamento de conduta
A ação civil pública admite decisão liminar (art. A administração púbica e os órgãos públicos que
12 da Lei n. 7.347/85), desde que preenchidos seus possuem legitimidade para propor a ação civil
requisitos. pública podem celebrar compromisso de
ajustamento de conduta com terceiros para
A lei não apresenta expressamente os requisitos, suspensão de conduta e correção de eventual dano.
mas em seu art. 19 aponta que o Código de O termo preverá cominações em caso de
Processo Civil será utilizado de modo subsidiário. descumprimento e terá eficácia de título
executivo extrajudicial (art. 5º, § 6º, da Lei n.
O CPC, em seu art. 300, prevê o uso da tutela 7.347/85).
provisória de urgência com os seguintes requisitos:
a) probabilidade do direito – na petição inicial Indenização
deve-se fazer uma síntese dos fundamentos
jurídicos apresentados; LEI 7.347/85
b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a
processo – como regra, o enunciado do exercício indenização pelo dano causado reverterá a um
indicará o perigo; se ausente, construa como uma fundo gerido por um Conselho Federal ou por
consequência lógica do problema, sempre tendo Conselhos Estaduais de que participarão
cuidado para não criar fato novo, que poderia necessariamente o Ministério Público e
ensejar a identificação do candidato em prova. representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens
Competência lesados. (Regulamento) (Regulamento) (
A competência é definida pelas regras de processo Regulamento)
civil, a observar o local onde ocorreu o dano ou § 1o. Enquanto o fundo não for regulamentado, o
onde deva ocorrer (art. 2º da Lei n. 7.347/85). A dinheiro ficará depositado em estabelecimento
ação será endereçada ao juízo de primeiro grau. oficial de crédito, em conta com correção
monetária. (Renumerado do parágrafo único
Justiça Federal à Pessoa jurídica que tenha foro na pela Lei nº 12.288, de 2010)
justiça federal § 2o Havendo acordo ou condenação com
fundamento em dano causado por ato de
Pedidos discriminação étnica nos termos do disposto no art.
a) a concessão da tutela de urgência (ou liminar) 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá
para ..., com amparo no art. 12 da Lei n. 7.347/85 e diretamente ao fundo de que trata o caput e será
no art. 300 do CPC; utilizada para ações de promoção da igualdade
b) a intimação dos réus para audiência de étnica, conforme definição do Conselho Nacional
conciliação ou mediação (quando se tratar de de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de
direito disponível); extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção
c) a citação do réu (ou dos réus), na pessoa de seu de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas
representante legal; hipóteses de danos com extensão regional ou local,
d) a intimação do Ministério Público para respectivamente.
acompanhar a presente ação.
e) a procedência do pedido, para os fins de ...; Sentença:
f) A conversão da indenização, nos termos do art. • Regra: erga omnes
13 da Lei 7.347/85; • Exceção: improcedente por insuficiência de
g) condenação do réu (ou dos réus) em custas e provas (qualquer legitimado pode intentar
honorários advocatícios.

Mariza Paiva
outra ação com mesmo fundamento
valendo-se de nova prova)

Lei 7.347
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga
omnes, nos limites da competência territorial do
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado
improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova.

Custas e honorários:

Lei 7.347
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente
condenados em honorários advocatícios e ao
décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.

Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em honorários de advogado,
custas e despesas processuais.

Mariza Paiva

Você também pode gostar