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BRUXISMO E SUA CORRELAÇÃO COM O FATOR PSICOLÓGICO

1ISABELA ROCHA DE SOUZA, 2LAVINIA PRADO HERNANDES , 3ISABELLA CARDOSO MARTINS, 4KLISSIA ROMERO
FELIZARDO

1Discente do Curso de Odontologia da Universidade Paranaense - UNIPAR


2Discente do Curso de Odontologia da Universidade Paranaense - UNIPAR
3Discente do Curso de Odontologia da Universidade Paranaense - UNIPAR
4Docente do Curso de Odontologia da Universidade Paranaense - UNIPAR

Introdução: O bruxismo consiste em uma atividade parafuncional repetitiva de contração da musculatura mandibular. É
caracterizado pelo ato de apertar, encostar ou ranger os dentes, podendo levar à disfunção dos músculos mastigatórios, gerando
traumas constantes e crônicos nas estruturas do sistema estomatognático (SE) (OSSES-ANGUITA et al., 2023). Por ser uma
disfunção de origem multifatorial, é difícil estabelecer uma etiologia específica. Aparentemente distúrbios no sistema
dopaminérgico central estariam ligados ao bruxismo. Além disso, fatores como tabagismo (incluindo o tabagismo passivo), álcool,
cafeína, drogas ilícitas, distúrbios neurológicos do movimento, medicamentos de ação central, acidificação esofágica, fatores
psicológicos como estresse, depressão e ansiedade estariam consistentemente associados (KLASSER, REI, LAVIGNE, 2015;
MELO et al., 2019). A dificuldade de reconhecer o hábito e identificá-lo como errôneo, dificulta o controle e agrava uma condição
patológica (OSSES-ANGUITA et al., 2023) sendo um fator de risco para a saúde.
Objetivo: O trabalho tem como objetivo apresentar por meio de uma revisão de literatura as principais causas do bruxismo e sua
correlação com o fator psicológico.
Desenvolvimento: Atualmente, o protocolo de avaliação padrão para o diagnóstico do bruxismo constitui-se de aplicação de
questionário que investiga a história clínica do paciente, presença de hábitos parafuncionais, fatores psicossociais, alterações
sistêmicas e neurológicas, estilo de vida e qualidade de vida, relações familiares e sociais, aliado ao exame clínico dos sinais e
sintomas presentes (FERREIRA-BACCI et al., 2012). Os fatores psicossociais consistem em aspectos pessoais e interpessoais
que afetam a capacidade de adaptação do paciente; isso pode levar a uma personalidade ou condição emocional que dificulta a
resolução de situações cotidianas. Segundo Cezar (2022) alguns pacientes com hábitos parafuncionais, apresentam mais
ansiedade do que pacientes saudáveis, sendo os sinais e sintomas clínicos uma manifestação de um problema de estresse
emocional ou distúrbios psicológicos. Essa relação também pode ser avaliada nos estudos de GUNGORMUS, ERCIYAS (2009)
onde examinaram a relação entre ansiedade, depressão e bruxismo em pacientes com disfunção temporomandibular (n=99) com
e sem bruxismo, verificaram que os escores médios de ansiedade e depressão foram significativamente maiores em pacientes
com bruxismo comparados com aqueles sem bruxismo, concluindo, assim, que pode haver uma associação entre o bruxismo e
níveis mais elevados de ansiedade e/ou depressão em pacientes com disfunção temporomandibular. As hipóteses mais recentes
frente à relação do bruxismo com o fator psicológico têm se apoiado nos papéis exercidos pelo sistema nervoso central e
autônomo. A primeira evidência que os relacionou veio de um relato de caso em que um paciente, portador de parkinsonismo,
teve melhora de seu bruxismo quando tratado com L-3,4-dihidroxifenilalanina (L-DOPA), um precursor das catecolaminas. Esta
se mostrou, em ensaios controlados, capaz de produzir uma modesta, mas significativa diminuição na frequência destes
movimentos musculares (LOBBEZOO et al., 1997). Desta forma, a ansiedade é um fator desencadeante e exacerbador da
motricidade involuntária. Estes movimentos tendem a aumentar em situações de estresse e concentração elevados e podem ser
precedidos por uma urgência em realizar os movimentos, seguidos por um alívio e sensação de recompensa (VON-
BISCHHOFFSHAUSEN et al., 2019).
Conclusão: Com base nos artigos levantados, podemos concluir que existe uma relação entre bruxismo e fatores psicossociais e
comportamentais. Devido a isso os profissionais de todas as áreas devem ter uma compreensão e gestão prévias de
ferramentas, que lhes permitem identificar as diferentes características clínicas, fatores associados ao bruxismo e seu respectivo
manejo, dado que suas consequências abrangem diversas especialidades.

Referências
CEZAR, Pyetra Martinelli. Prevalência de bruxismo em pacientes atendidos de forma online no CEMDOR no período da
pandemia de COVID-19. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022.
FERREIRA-BACCI, Adriana do Vale; CARDOSO, Carmen Lúcia Cardoso; DÍAZ-SERRANO, Kranya Victoria. Behavioral problems
and emotional stress in children with bruxism. Brazilian dental journal, v. 23, p. 246-251, 2012.

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