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Conjugalidade e Parentalidade em Casais Homossexuais e Heterossexuais:

Revisão Integrativa da Literatura

Joziana Jesus da Mata1


Manoel Antônio dos Santos2
Fabio Scorsolini-Comin3

Resumo

A instituição família tem passado por mudanças significativas na transição do modelo tradicional-
patriarcal ao contemporâneo. Este estudo teve por objetivo apresentar uma revisão integrativa acerca
da experiência da conjugalidade e parentalidade por casais do mesmo sexo em comparação a casais
heterossexuais. A partir de uma busca empreendida nas bases/bibliotecas LILACS, PubMed, PePSIC,
PsycINFO e SciELO (2007-2018), foram recuperados 23 estudos. A revisão permitiu responder à
pergunta norteadora, por meio das publicações indexadas em bases nacionais e internacionais. Fica
evidente que as maiores diferenças aparecem no modo como a sociedade percebe os casais do mesmo
sexo, persistindo ainda muitos preconceitos e estigmas que desqualificam outros padrões familiares
dissidentes dos tradicionais. Este estudo evidenciou lacunas importantes em termos de estudos
empíricos que permitam compreender melhor como são as vivências desses casais e como organizam
suas rotinas com filhos.
Palavras-chave: conjugalidade, parentalidade, homossexualidade, relações familiares, revisão de
literatura

Conjugality and Parenting in Homosexual and Heterosexual Couples:


Integrative Literature Review

Abstract

The family institution has undergone significant changes in the transition from the traditional-patriarchal
model to the contemporary. This study aimed at presenting an integrative review of the experience of
marriage and parenthood by same-sex couples compared to heterosexual couples. From a search
undertaken in LILACS, PubMed, PePSIC, PsycINFO and SciELO databases (2007-2018), 23 studies
were retrieved. The review allowed to answer the guiding question, through the publications indexed in
national and international bases. It is clear that the greatest differences appear in the way society
perceives same-sex couples, and there are still many prejudices and stigmas that disqualify other family
patterns diverging from traditional ones. This study has highlighted important gaps in terms of empirical

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Universidade Federal do Triângulo Mineiro
2
Universidade de São Paulo
3
Universidade de São Paulo
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Pensando Famílias, 24(2), dez. 2020, (32-45).
Conjugalidade e Parentalidade em Casais Homossexuais e Heterossexuais – Mata, Santos, Scorsolini-Comin

studies that allow a better understanding of the experiences of these couples and how they organize
their routines with children.
Keywords: conjugality, parenting, homosexuality, family relations, literature review

Introdução

Apesar das marcantes transformações provocadas pelas mudanças históricas, políticas e


socioeconômicas acontecidas nas últimas décadas, a família tem mantido sua vitalidade e permanece
como uma instituição necessária e desejada pela maioria dos indivíduos. Sua organização assumiu
formas e configurações diversas no decorrer da história, alcançando na contemporaneidade uma
diversidade de formatos, o que culminou numa reordenação das relações afetivas, cujas repercussões
psíquicas e sociais necessitam ser melhor compreendidas (Rodrigues & Abeche, 2010). A sociedade
contemporânea é cenário de diversas mudanças que incidem nos processos de subjetivação,
impactando a dinâmica familiar e os modos como se experimentam a conjugalidade e a parentalidade,
assim como os conceitos de maternidade, paternidade e relações de gênero, concepções
historicamente determinadas e em constante mutação.
A chamada família contemporânea tem sido compreendida a partir de diferentes vértices que
fazem referência aos diversos modos de organização observados e experienciados na atualidade, o
que pode se dar a partir de marcadores como o casamento e recasamento, além das diferentes formas
de exercer a parentalidade, como a monoparentalidade, a homoparentalidade, as famílias
monoparentais, as famílias trans e os casais sem filhos, entre outras possibilidades que ampliam e
ressignificam constantemente o modelo da família nuclear tradicional, constituída por pai, mãe e filhos
(Alexandre & Santos, 2019). Além disso, essas configurações diversas enfatizam cada vez menos os
laços consanguíneos como referência determinante da legitimidade da família (Gorin et al., 2015). De
igual monta, as diferentes possibilidades de ser família e os sentidos decorrentes desses modelos
acabam promovendo uma reflexão que ultrapassa a consideração das chamadas “novas
configurações”, impondo a necessidade de reposicionar constantemente os papéis, as funções e os
modelos em uma sociedade cada vez mais plural e recortada pela diversidade, subvertendo as
consagradas noções de velho e de novo, de passado e de presente (Otuka, Scorsolini-Comin, & Santos,
2012). Uma forma de apreender melhor esse movimento é resgatar o modo como os costumes
relacionados à vida em família foram se modificando ao longo do tempo, o que envolve a consideração
do contexto de referência brasileiro.
A partir da segunda metade do século XX, o Brasil foi palco de transformações aceleradas, que
reordenaram os cenários familiar, social, moral, econômico e político, o que contribuiu para o
desenvolvimento de novas perspectivas nas relações de gênero e o aprofundamento do processo de
emancipação feminina, incrementado a nova posição ocupada pela mulher no mundo do trabalho
(Pereira & Silva, 2013). Entre as modificações mais expressivas é possível sublinhar a queda na taxa
de natalidade, ampliação da participação da mulher no mercado de trabalho e, mais recentemente, a
união civil de casais do mesmo sexo e a parentalidade exercida por esses casais (Cecílio et al., 2013;
Gorin et al., 2015; Rosaet al., 2016; Tombolato et al., 2019; Tombolato et al., 2018).

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A desvinculação entre conjugalidade e parentalidade foi possivelmente o fenômeno que mais


rendeu desdobramentos na vida familiar, tornando possível conceber o exercício do cuidado parental
compartilhado em situações nas quais os pais não estavam engajados em um relacionamento amoroso
(Otuk et al., 2013). Assim, a possibilidade de exercer a parentalidade independentemente da
conjugalidade contribuiu para que tais noções passassem a ser investigadas e refletidas de modo mais
fluido e a partir de suas especificidades no cenário contemporâneo. Essa experiência contrasta com o
que se observava na maioria dos relacionamentos de longa duração, nos quais os dois conceitos
(conjugalidade e parentalidade) ainda caminham juntos e muitas vezes a questão parental é apregoada
pelos casais como justificativa para a manutenção do casamento (Sanches et al., 2017; Scorsolini-
Comin & Santos, 2016).
Nesse contexto de inúmeros avanços e retrocessos, que caracterizam uma sociedade em
transição, em 5 de maio de 2011 o Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão unânime, reconheceu
a legitimidade das uniões estáveis entre pessoas homossexuais. Na prática, esse marco histórico
significa que houve um entendimento da mais alta corte do país de que casais do mesmo sexo devem
desfrutar de direitos semelhantes aos de pares heterossexuais, como pagamento de pensão ou
aposentadoria em caso de separação ou falecimento de um dos cônjuges, inclusão em planos de saúde
e transmissão de bens. Em outras palavras, as decisões judiciais passaram a autorizar não apenas as
uniões civis homossexuais, mas também pleitos de pensão e herança (Cecílio et al., 2013; Santos et
al., 2013).
Como um desdobramento desse processo de ampliação de direitos, a adoção pelos casais do
mesmo sexo ganhou visibilidade e passou a ser legitimada, mesmo na ausência de uma legislação
específica que deveria regular essa matéria (Tombolato et al., 2019). De fato, a Nova Lei da Adoção
(Lei nº 12.010, 2009) não considera explicitamente que os arranjos familiares homoafetivos podem
pleitear essa modalidade de parentalidade, perpetuando assim o vácuo jurídico, em prejuízo da
segurança dessas configurações familiares que divergem do padrão heteronormativo (Hueb & Cecílio,
2015). Dessa forma, a abordagem do projeto homoparental tem se tornado um tema premente que
precisa ser debatido (Nascimento et al., 2015), requerendo investigações específicas a fim de
contemplar suas peculiaridades. Diante desse contexto, das conceituações da temática da instituição
família e do processo de transformação na dinâmica familiar, este estudo teve por objetivo apresentar
uma revisão integrativa da literatura científica acerca da conjugalidade e da parentalidade de casais do
mesmo sexo em comparação aos casais heterossexuais.

Método

Tipo de Estudo e Pergunta Norteadora


Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura científica. A revisão integrativa é uma
estratégia da prática baseada em evidências. A questão norteadora do presente estudo foi formulada
a partir da estratégia PICO (Santos et al., 2007), empregada em estudos de revisão integrativa, e ficou
assim enunciada: A literatura científica tem apontado diferenças na experiência da conjugalidade e da
parentalidade (O) por casais do mesmo sexo (P) em comparação (C) aos casais heterossexuais (P)?

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Bases de Dados e Descritores Consultados


Os artigos foram pesquisados nas bases indexadoras e/ou bibliotecas: LILACS, SciELO, PePSIC,
PsycINFO e PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: casais “and” conjugalidade; casais
“and” casamento; casais “and” parentalidade; casais “and” relações parentais; casais “and” relações
familiares, casais “and” adoção, casais “and” homoparentalidade. A pesquisa também foi realizada com
as combinações dos equivalentes em inglês.

Critérios de Inclusão e de Exclusão


Os artigos selecionados atenderam aos seguintes critérios: (a) publicados em periódicos
científicos, por se tratar de estudos arbitrados, isto é, que passaram por processo de avaliação e revisão
de pares; (b) publicados nos idiomas português, inglês e espanhol; (c) publicados entre janeiro de 2007
e março de 2018; (d) disponíveis na íntegra; (e) que abarcavam a temática da conjugalidade e
parentalidade, respondendo à pergunta norteadora. Foram excluídos: (a) teses, dissertações,
monografias, livros, capítulos, resumos, resenhas, cartas, comentários, trabalhos completos em anais
de congressos, editoriais; (b) publicações que abordavam o tema de forma indireta ou tangencial; (c)
artigos publicados em periódicos não indexados.

Procedimento
A revisão adotou os procedimentos metodológicos propostos por Mendes et al., (2008) para a
realização de revisões integrativas, seguindo as seguintes etapas: (1) levantamento bibliográfico nas
bases de dados eletrônicas, realizado em três dias da primeira semana de abril de 2018, com a
participação de duas avaliadoras, que selecionaram os artigos de forma independente, sendo ambas
pesquisadoras da área de conjugalidade e com treinamento prévio acerca dos procedimentos de
revisão integrativa; (2) leitura e análise dos materiais encontrados pelos títulos e resumos; (3) aplicação
dos critérios de inclusão e exclusão definidos previamente; (4) seleção dos artigos a partir dos textos
completos; (5) exclusão dos artigos repetidos; (6) composição do corpus de pesquisa com a reunião
dos artigos recuperados e pertinentes aos critérios de inclusão e exclusão, após avaliação de
concordância entre as avaliações realizadas pelas juízas; (7) composição do banco de dados,
caracterizando as principais informações de cada estudo: título, ano de publicação, objetivo, tipo de
estudo, amostra, instrumentos, principais resultados, principais conclusões, limites,
potencialidades/contribuições e lacunas que demanda investimento de novos estudos. Os artigos que
compuseram o corpus final foram examinados a fim de responder à questão norteadora. O corpus foi
lido e analisado na íntegra e, a partir dos conteúdos abordados em cada produção, foram elaboradas
as seguintes categorias: (a) Transformações na dinâmica familiar; (b) Os casais homossexuais frente
à (i)legitimidade; (c) Parentalidade consanguínea ou adotiva.

Resultados e Discussão

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As buscas realizadas nas bases de dados, empregando os descritores previamente selecionados,


resultaram em 7.707 registros. O processo de busca, seleção e recuperação dos artigos encontram-se
ilustrado no fluxograma apresentado na Figura 1. A partir dos critérios de inclusão e exclusão, e
descartando os estudos duplicados, foram recuperados e analisados 23 artigos na íntegra, que
compuseram o corpus desta revisão.

,
Busca na base de dados (n = 7.707 registros)
LILACS = 1.056 / PePSIC = 1.582 / SciELO = 641 / PsycINFO = 3004 / PubMed = 1.424

Exclusão dos artigos duplicados (n = 3.700), restando 4.007

Artigos excluídos com base nos títulos, por estarem distante do tema, por não
responderem à questão norteadora (n = 3.526), restando 481, outras publicações (n =
193), restando 288 artigos, outros idiomas (n = 59), restando 229

Artigos excluídos com base na leitura dos títulos e resumos: 186


artigos, restando 43

Motivos de exclusão: estudos de famílias, mas que não abordavam as questões da


parentalidade e conjugalidade dos casais.

Leitura na íntegra: 43 artigos

Motivos de exclusão: estudos que abordavam a temática da conjugalidade e parentalidade


de forma tangencial, relacionando esses construtos com outros temas, tais como
adoecimento, arranjo monoparental; estudos que não respondiam à questão norteadora
(n=20)

Corpus final: 23 artigos

Figura 1. Fluxograma com a trajetória da busca, seleção e composição do corpus

Quanto ao tipo de estudo, as publicações apresentaram, predominantemente, enfoque empírico (n


= 18), com destaque para a abordagem metodológica qualitativa (n = 11). Entre os delineamentos
descritos nos estudos qualitativos foram encontrados estudos: de caso coletivo, clínico-qualitativo e
documental. Três artigos são amparados na abordagem quantitativa, sendo dois estudos transversais
e um longitudinal. Em relação aos participantes dos estudos empíricos foram identificadas famílias
compostas por casais heterossexuais (Campos et al., 2017; Costa et al., 2015), casais do mesmo sexo
(Tombolato et al., 2018, 2019), casais do mesmo sexo com filhos por adoção (Pontes et al., 2017; Rosa

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et al., 2016) e casais heterossexuais com filhos adotivos e consanguíneos (Cecílio & Scorsolini-Comin,
2016). Também filhos de casais heterossexuais e de casais do mesmo sexo foram convidados a
responder questões sobre legitimidade, conjugalidade e parentalidade no contexto de casais do mesmo
sexo (Tombolato et al., 2018, 2019).
Os instrumentos utilizados nos estudos foram diversificados: técnica da história de vida, entrevista
semiestruturada complementada ou não por registros de diário de campo, Procedimento de Desenhos
de Família com Estórias, questionários, questionário de pontos fortes e dificuldades, fontes
documentais. A análise dos estudos recuperados permitiu identificar eixos temáticos de maior
relevância a partir do objetivo da revisão e da pergunta norteadora.
Os eixos temáticos construídos a partir dos estudos do corpus foram: (a) Transformações na
dinâmica familiar; (b) Casais homossexuais frente à questão da (i)legitimidade; (c) Parentalidade
consanguínea ou adotiva. Com o propósito de fortalecer a análise sistemática do corpus, optou-se por
incorporar o diálogo com a literatura mais ampla e que extrapola os limites da revisão em tela. Assim,
a discussão dos eixos temáticos contempla a integração dos resultados da revisão com a literatura
pregressa, possibilitando novas inteligibilidades acerca da temática em estudo.

Transformações na Dinâmica Familiar


Os estudos destacaram a questão das transformações ocorridas na instituição família, desde o
tradicional casamento de longa duração, focado em um modelo heteronormativo, até a crescente
visibilidade conquistada por outros padrões de ser-fazer família, como os inventados por casais do
mesmo sexo. Os artigos também discutiram sobre o percurso de compreensão da temática família,
fundamentada historicamente em papéis definidos pela sociedade, e de como essa construção social
dominante vem sendo questionada em muitas esferas, repercutindo a transição para modelos de
configuração familiar pautados em aspectos culturais, econômicos, políticos e afetivo-sexuais
diversificados e por uma demanda intensa por relações mais igualitárias entre os gêneros, cônjuges e
pais-filhos.
Um dos pontos que vêm sendo transformados no modo contemporâneo de se viver em família é a
disjunção entre os termos parentalidade e conjugalidade. Muitos casamentos fundados no ideal de
reprodução do modelo de família nuclear tinham sua permanência apoiada na função parental; assim,
tendiam a ter sua durabilidade justificativa pela crença de que o rompimento do vínculo conjugal
desencadearia danos psicológicos para o desenvolvimento dos filhos (Grizólio et al., 2015). Sabe-se
que o processo de separação dos pais é sempre delicado e requer muitos cuidados quando o contexto
inclui crianças e adolescentes, pois os filhos necessitam se reassegurar de que essa decisão dos pais
não afetará negativamente a relação entre pais e filhos. Por conseguinte, é preciso que os pais possam
assumir e sustentar o compromisso de não envolver os filhos nos conflitos conjugais. Dessa forma, as
crianças podem ter melhores condições de atravessar esse processo de forma saudável. Nas últimas
décadas esses conceitos vêm sendo transformados, no sentido de que são dois termos com funções
diferentes, sendo possível exercer a parentalidade com qualidade sem que esta esteja
necessariamente atrelada à conjugalidade (Cecílio & Scorsolini-Comin, 2016). Na legislação brasileira

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que regulamenta a adoção há um reconhecimento implícito da separação entre parentalidade e


conjugalidade, na medida em que se permite que indivíduos solteiros adotem.
Uma das transformações marcantes nas configurações familiares observadas na
contemporaneidade refere-se à redução no número de filhos, aspecto que tem sido discutido
especialmente a partir de núcleos heterossexuais. As famílias são cada vez menores e os pais investem
mais nos filhos, deixando de lado, muitas vezes, interesses pessoais e conjugais imediatos;
consequentemente, os filhos apresentam dificuldades de sair da segurança financeira e emocional do
lar para iniciarem um novo ciclo de vida com autonomia e, por isso, acabam ficando por mais tempo na
dependência dos pais. Mesmo quando se deslocam para outra cidade em busca de sua formação
profissional universitária, nota-se que, em decorrência da alta exigência do mercado de trabalho, em
muitos casos o investimento na formação dos filhos se prolonga para além da graduação, estendendo-
se para cursos de pós-graduação (Costa et al., 2015). Na presente revisão não foram encontradas
investigações que tenham focalizado essa dimensão em famílias homoparentais, configurando lacuna
da literatura de famílias formadas por casais do mesmo sexo.
Outra vertente abordada na dinâmica familiar é o casamento de longa duração. Estudos apontam
valores que parecem ser essenciais para uma construção segura das relações afetivas, destacando-
se componentes tais como empatia, capacidade de doação, compreensão, renovação de compromisso
“até que a morte nos separe”, manejo de recursos pessoais próprios de cada cônjuge, que se
entrelaçam na rotina doméstica, são elementos determinantes que alicerçam e selam a parceria desses
casais (Costa et al., 2015; Grizólio et al., 2015; Scorsolini-Comin et al., 2018). A cumplicidade, então,
só contribui de fato para a união de longa duração quando o reconhecimento do modo de
funcionamento de um parceiro possibilita a transformação das reações emocionais e comportamentais
do outro, colaborando para que a relação se mantenha em fina sintonia. Para que esse encontro
empático aconteça entre os casais é preciso que o vínculo amoroso cimente a união entre as duas
pessoas. Isso é considerado essencial para manutenção do equilíbrio conjugal tanto nos arranjos
heterossexuais como homoafetivos, uma vez que o amor é um sentimento nobre que envolve
tolerância, paciência, compreensão, empatia e renúncia (Silva et al., 2017).
Assim, a conjugalidade pode ser considerada um aspecto de promoção do desenvolvimento
justamente por apresentar a possibilidade de ressignificação e reparação de experiências anteriores
consideradas negativas ou desadaptativas. Sendo assim, o casamento pode representar um espaço
benéfico no qual os cônjuges são capazes de refletirem e dialogarem sobre seus conflitos cotidianos,
na medida em que esse abrigo simbólico permita produzir uma dinâmica própria, que busque romper
com algumas referências transmitidas pelas famílias de origem, de modo que se possa criar um espaço
inteiramente novo de conexão própria do casal (Campos et al., 2017). Nos casais de mesmo sexo esse
padrão também é seguido; a conjugalidade passa ser um espaço de troca de experiências que os
casais vivenciam com suas famílias de origem, possibilitando atribuir novos significados ao modelo
familiar de origem e elaborar alguns conteúdos transmitidos na cadeia intergeracional, o que colabora
para a construção de novas estratégias relacionais na vida conjugal (Tombolato et al., 2018).

Casais Homossexuais Frente à Questão da (I)legitimidade

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Ainda que os casais homossexuais tenham conseguido ampliar seus espaços na sociedade, isso
não tem assegurado o reconhecimento pleno de seus direitos, permanecendo a situação de exposição
crônica a preconceitos, discriminação e intolerância social, o que se estende também aos filhos
(Catrine, 2017; Tombolato et al., 2019). Mesmo com essa ressalva, os autores sustentam a importância
de tais estudos, que podem disparar cada vez mais discussões sobre as questões de direitos civis e
construção da cidadania, pautados na luta pela criação de leis específicas que busquem proteger e
garantir a sua legitimidade.
Com a ampla discussão acerca dos direitos da população LGBT no Brasil e em diversas partes do
mundo, pessoas com orientação homossexual vêm ganhando mais espaço e visibilidade. Isso tem feito
recrudescer as manifestações de intolerância, preconceito, discriminação e atos de violência
homofóbica (Cecílio et al., 2013; Crouch et al., 2016; Meletti & Scorsolini-Comin, 2015). Tanto no Brasil
como no exterior pode-se observar o crescente progresso referente a maior participação e
reconhecimento das pessoas que mantêm relacionamentos amorosos com pessoas do mesmo sexo,
convivendo ainda com a forte presença da desigualdade na percepção valorativa entre relacionamentos
homossexuais e heterossexuais (Tombolato et al., 2018).
As famílias formadas por casais do mesmo sexo e seus filhos são importantes fontes de pesquisa
para a Psicologia, uma vez que abordam um fenômeno relativamente recente, que tem sido pouco
investigado no Brasil. Entre os muitos argumentos que foram apresentados para defender ou condenar
a legitimidade dessas famílias, o preconceito social contra a homossexualidade é apontado pelos
estudos como o mais prevalente em nossa sociedade. Alguns casais homossexuais atribuíram
significados particulares para as suas experiências de ser pais, assumiram seu papel social,
conseguiram desenvolver sua própria conjugalidade a despeito de não encontrarem qualquer modelo
para se referenciarem e levaram adiante seus projetos parentais, numa luta solitária dentro de um
contexto social adverso à diversidade, isto é, focado na hegemonia dos valores heteronormativos que
orientam as práticas familiares e os relacionamentos a dois (Tombolato et al., 2018).
Episódios de homofobia, explícita ou dissimulada, e experiências de franca intolerância foram
identificados na vida cotidiana dessa população. No entanto, também foi encontrado que o espírito de
luta e a atitude de perseverança exigindo respeito aos direitos de cidadania demostraram ser fatores
protetores contra o preconceito e a intolerância disseminada no ambiente social. Nota-se que tanto a
invisibilidade como a visibilidade adquirida (ou seja, a aberta e completa exposição às mídias sociais)
podem contribuir para a proteção, embora de diferentes formas. Famílias constituídas por casais do
mesmo sexo são parte da crescente diversidade de famílias que colorem o espectro de nossa
sociedade. Ademais, o crescente interesse pela discussão sobre parentalidade entre pessoas do
mesmo sexo contribui para a expansão do conceito de família e para a diversificação dos estudos sobre
homossexualidade (Tombolato et al., 2018).

Parentalidade Consanguínea ou Adotiva


Os estudos recuperados nesta revisão evidenciaram o processo de transformação em curso no
desempenho da função parental. Fica claro que o exercício da parentalidade, na maioria das famílias
heterossexuais, está focado em um modelo heteronormativo, que impregna a vida conjugal por meio

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de crenças, valores, gestos, atos e atitudes nem sempre conscientes (Cecílio et al., 2016; Tombolato
et al., 2018). Todavia, outras possibilidades de exercer a parentalidade são descobertas e praticadas
pelos casais, tanto heterossexuais quanto homossexuais, que se autorizam a experimentar formas
inovadoras de assumir essa função, seja pelo caminho da adoção, constituindo as relações parentais
com crianças egressas de instituição de acolhimento, seja por métodos de reprodução assistida (Cecílio
et al., 2013, 2016; Costa et al., 2018; Pontes et al., 2017; Rodriguez & Paiva, 2009; Santos et al., 2013;
Tombolato et al., 2018, 2019).
Outro achado de extrema relevância é que não foram identificados quaisquer prejuízos no
desenvolvimento psicológico dos filhos de casais homossexuais quando comparados aos filhos de
casais heterossexuais (Crouch et al., 2016; Rosa et al., 2016; Ruffini, 2017; Santos, Scorsolini-Comin,
& Santos, 2013). Esse questionamento é recorrente nos argumentos apresentados por pessoas que
têm posicionamento contrário à adoção por casais de mesmo sexo e, por essa razão, tem orientado
pesquisas na área, com análises comparativas entre os desfechos observados nas diferentes
configurações familiares. A literatura recuperada nesta revisão corrobora os estudos contemporâneos,
que não sustentam mais a necessidade de estabelecer parâmetros comparativos.
A parentalidade adotiva é uma construção complexa que inscreverá a criança no processo de
filiação, no qual ela poderá encontrar um lugar de reconhecimento e pertencimento a um contexto
familiar (Cecílio et al., 2016; Huber & Siqueira, 2010; Rosa et al., 2016). Por outro lado, a adoção não
consiste em um processo restrito apenas ao nível psicológico, pois se dá, principalmente, no plano
jurídico/social. Essa prática, gradualmente, vem ganhando destaque e reconhecimento por parte da
sociedade, embora a adoção por casais homossexuais ainda gere desconforto, espanto e descrença
nos setores mais conservadores da sociedade (Tombolato et al., 2018). Como toda experiência
relativamente nova, ainda existe forte resistência e desconfiança em relação à competência de homens
e mulheres homossexuais para se tornarem pais e mães (Rosa et al., 2016).
A literatura científica tem evidenciado que o processo de decisão no Judiciário busca resguardar o
melhor interesse do adotando, o que pode ser observado a partir da avaliação psicossocial conduzida
por profissionais (psicólogos e assistentes sociais) que subsidia a decisão dos magistrados (Cecílio &
Scorsolini-Comin, 2018). As escolhas dos filhos no futuro independem da orientação afetivo-sexual dos
pais. Assim, é preciso levar em consideração os aspectos favoráveis que beneficiam o processo de
desenvolvimento da criança dentro de um vínculo saudável com seus pais, sejam eles consanguíneos
ou não (Rosa et al., 2016; Otuka et al., 2012; Ruffini, 2017). Em relação aos papéis parentais, sua
construção é resultado de um processo que se inicia na decisão/desejo de adotar, sendo apropriados
pelo sujeito adotante a partir dos vínculos estabelecidos com o adotado. Assim como ocorre na
parentalidade biológica, um pai começa a nascer quando nasce (ou se adota) a criança. É uma
construção gradual em uma via de mão dupla (Otuka et al., 2013). O desenvolvimento do papel parental
é influenciado diretamente pelo ambiente externo, que pode ou não reconhecer aquela pessoa como
pai ou mãe. Cabe ressaltar, ainda, que as tarefas atribuídas pela cultura a cada gênero estão sofrendo
modificações substanciais nas últimas décadas, já que hoje os papéis sociais adjudicados ao homem
e à mulher são flexíveis e estabelecidos pelo sujeito em suas relações, a despeito de persistir uma
cobrança social em torno das designações mais generificadas (Rosa et al., 2016; Vaissman, 1994).

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A chegada de um filho adotivo, tanto em um contexto homo como hétero, é permeada por diversos
ajustes e alguns percalços no processo adaptativo ao novo lar, sendo um deles a longa espera na fila
de adoção. Previamente a isso, a avaliação psicossocial pela equipe de psicólogos e assistentes sociais
do fórum já é bastante desgastante e pode se transformar em sofrimento para os casais, dependendo
da extensão do tempo de espera pela chegada da criança, suscitando fantasias e questionamentos
referentes à adoção. Esse período de espera é uma fase de transição para a parentalidade na qual as
pessoas ainda não são tecnicamente legitimadas como pais, mas também não são reconhecidas como
pais em espera como ocorre na gravidez. Por esse motivo se faz necessário um espaço de acolhimento
dos sentimentos despertados pelo processo de adoção, para que os adotantes possam manifestar
livremente suas opiniões, dúvidas, hesitações, trocar experiências e ouvirem-se uns aos outros,
apoiando-se mutuamente durante o processo de se descobrirem pais e mães (Huber et al., 2010).
O exercício da parentalidade é afetado pela ausência de redes sociais de apoio às famílias de gays
e lésbicas, o que mostra que o preconceito disseminado na sociedade dificulta também a constituição
de espaços de sociabilidade e criação de políticas públicas encorajadoras da homoparentalidade. Além
disso, há um desafio inerente à homoparentalidade, que é o fato de ser construída sem o apoio das
famílias de origem, da comunidade local e da sociedade de modo geral (Rosa et al., 2016). Ausência
de suporte social para os casais que estão tentando formar uma família apareceu como o fator limitante
mais importante em pelo menos um estudo (Rodriguez & Paiva, 2009).

Considerações Finais

Este estudo teve por objetivo apresentar uma revisão integrativa acerca da experiência da
conjugalidade e parentalidade em casais do mesmo sexo em comparação aos casais heterossexuais.
A partir da literatura recuperada destacou-se que as maiores diferenças são produzidas pelo modo
como a sociedade percebe os casais do mesmo sexo. Persistem ainda muitos preconceitos e estigmas
que desqualificam outros padrões familiares dissidentes dos tradicionais.
Os artigos nacionais focalizam os percalços encontrados por casais gays e lésbicos na luta por
terem seus direitos respeitados, já que no Brasil não há legislação específica que dê garantias e
segurança jurídica à população LGBT e a homofobia não é tipificada como crime. O reconhecimento
da legitimidade da união civil aparece como um marco histórico importante para compreender o
exercício parental por casais do mesmo sexo no contexto nacional. Ainda são poucos os artigos que
buscam investigar uma vertente particular da dinâmica familiar, que é o desejo de exercitar a
parentalidade por meio da adoção de criança ou adolescente abrigado em instituições de acolhimento
ou por reprodução assistida. Esse é um tema que demanda mais investimentos em pesquisas.
Por outro lado, nota-se que os casais gays e lésbicos no Brasil têm de lidar com diversas barreiras
em seu dia a dia, desde a rejeição e violência perpetradas pelas famílias de origem, motivadas pelo
preconceito disseminado em decorrência da supremacia do modelo heteronormativo e da influência do
discurso religioso. Tais preconceitos são produzidos e reafirmados, por exemplo, a partir de crenças
religiosas que asseveram a exclusividade do modelo heteronormativo de constituição familiar, que
também influenciam a proposição de leis que visam a definir conceitos bastante restritos do que seria

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uma unidade familiar, entre outros movimentos igualmente potentes para a perpetuação de assimetrias,
discriminações e violências. Esses marcadores sociais devem ser cada vez mais compreendidos para
que, de fato, possam ser combatidos por meio de políticas públicas, de práticas de empoderamento,
ativismo e representatividade, em busca de maior visibilidade das famílias que se distanciam dos
modelos considerados tradicionais.
Como limitação desta revisão destaca-se a necessidade de empreender uma comparação mais
sistematizada entre os estudos conduzidos com casais heterossexuais e homossexuais, possivelmente
elencando parâmetros comparativos mais detalhados que permitam um retrato mais preciso das
semelhanças e das diferenças que orientam não apenas os resultados desses estudos, mas também
as inteligibilidades que norteiam as pesquisas, suas epistemologias, posicionamentos teóricos e
contribuições para discussões mais amplas. Deve-se ter no horizonte a necessidade de produzir
conhecimento que promova o espírito crítico e emancipatório, visando à diminuição das assimetrias e
o combate ao preconceito, à intolerância e à violência sistêmica contra as dissidências sexuais.
Em resposta à pergunta norteadora, fica patente que as maiores diferenças aparecem no modo
como a sociedade percebe os casais do mesmo sexo, na medida em que persistem os preconceitos e
estigmas que desqualificam outros padrões familiares divergentes dos tradicionais. Este estudo
evidenciou lacunas importantes em termos de estudos empíricos que permitam compreender melhor
como são as vivências desses casais, como organizam suas rotinas, como cuidam dos filhos, qual o
papel desempenhado pelo(a) companheiro(a) nesse cuidado e se contam com redes de apoio e
proteção social suficientes para ter suas necessidades supridas. Ampliar a escuta para incluir o
reconhecimento dessas configurações familiares é um movimento importante não apenas para que se
possa compreendê-las, mas, sobretudo, para que elas continuem a existir e a resistir, corporificando
noções mais dinâmicas acerca do que se entende ser a família e que permitam apreender suas
transformações e permanências ao longo do tempo.

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Endereço para correspondência

fabioscorsolini@gmail.com

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Enviado em 06/05/2020
1ª revisão em 27/07/2020
2ª revisão em 19/09/2020
Aceito em 22/10/2020

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