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A TECNICA
NA PSICANALISE
INFANTIL
A criança e o analista:
da relação a o campo emocional
AAAMAA
DESENVOLVIMENTO
|DA PSICANA LISE
DIRCio
ELIAS MALLET DA ROCHA BARROs
..nm wm
Traducão
MERCIA JUSTUM
Revisão Técnica
RENZO BIROLLINI
Imago
A. Ferro
34 35
A. Ferro
(Vattimo, 1983)
-
em contraste com as interpretaçoes "lortes", exaustivas, que
(entendidas como repetiçao e como exteriorização) e a Relação, entendida como determinam uma cesura.
desloca-se
dos fatos emocionais pelas duas
juntas; no mentes fundo as
O lugar da assimetria, a dependência do paciente,
tão enfatizada
recscrita fcita
ayuo Transferencias
para as
se colocariam analogicamente a PS como depósitotplorpodo
iranslormativas da Relação, a qual continuaria sempre a
elaboraçdes
necessitar das Transferências para alcançar emoçðes ainda nâo pensadas e
no working-through do analista (Brenman Pick, 1985),
assumir, de transformar,
no continuo trabalho
as duas mentes (Bezoari, Ferro, devemos porém ter consciência de que ele nos força a ser de tal modo que o
relação da qual participarão, de modo dilerente, semântica alta- "seu" problema possa entrar no campo muitas vezes justamente por nosso
tero uma potencialidade
1991b). As intervençôes do analista do intermédio.
uma contribuição ativa por parte
mente insaturada, que poderá perimitir
fracas"
paciente. Neste sentido, Bezoari
e eu (1989) falamos de "interpretaçðes Quando funcionamos com boa disponibilidade e permeabilidade, assumimos em
este termo das temáticas
filosólicas do "pensamento Iraco"
extrapolando
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36
A. Ferro A técnica na psicanálise infantil
identificaçoes projetivas do pacien- XX que mora em Nova York consegue, com a ajuda de um mago, "cntrar" em
grande parte, efreqüentemente interpretamos,de
as
assumir ou ndo tais identificaçðes Madame Bovary de Flaubert, e vive uma história de amor justamenie cm a
te.As modalidades, quaisquer que sejam,
contadas de protagonista; isto porém acarreta eleitos extraordinários lanto no romanee,
projetivas de todo modo nos sdo
novo pelo paciente.
Os personagens que exprimem ou comunicam
tudo isto podem, por sua vez, ser
porque os criticos que o estudavam de repente encontram pela frente um novo
"escritos" por meio de mundos diversos: pelas lembranças infantis, pelosfatos atuais, personagem e novas histórias que quebram o texto codificado, quanto no
diante. quotidiano do senhor Kingelmass, de cuja vida passa a fazer parte Madame
pelo sonho, pelas fantasias e assim por
Então, se um paciente, após uma sessäo em que eu pensava
ter leito uma
Bovary, quando esta lhe pede para ser levada para Nova York. Somente uma
quatro cerejeiras, e que lá definitiva intervençâo do mago permitirá a cada un "retornar ao próprio mundo
boa coleta, sonha que foi ao campo onde pai o tem
mas quejá tinham e às próprias histórias"
encontrou muitas pessoas, todas amigas para dizer verdade,
a
no sonho, Outro exemplo dos diferentes níveis existentes entre diálogo dos persona
colhido todos os frutos, e se ele contar também que licou desgostoso,
gens, texto narrativo, possiveis novas histórias e entrelaçamentos, é encontrado
lato
não tanto porque nåo tinham sobrado cerejas para ele, mas porque aquele
lhe irava o prazer de levá-las ele mesmo aos seus colegas de escola, penso que emJacques lefataliste de Diderot, onde o diálogo dos dois personagens principais
o paciente me está sinalizando um meu excesso de atividade interpretativa, que é interrompido quer por acontecimentos reais externos, quer por terem que
Ihe tira o da colheita, do trabalho e sobretudo da partilha (Winnicott,
gosto vigiar continuamente onde levam os cavalos que eles montam, ou sobretudo
pelas intervenções do autor dirigindo-se ao leitor, que, a cada vez que aparece
1971b).
E são estes sentimentos, o prazer de "ser ele a levar os presentes aos amigos", um novo personagem, acena a todas as tramas e histórias que cada um deles
"a desilusåo" etc., que deverei tocar, renunciando a toda explicitação posterior, tornaria posslvel narrar.
eu mesmo fizesse toda a colheita das cerejas.
que mais uma vez faria com que
Torno a reafirmar que este vértice de escuta não pode ser
constantemente o Mas voltando a nós, as narrações do par através dos personagens servirão
se deve para transformar as emoções subtensas e para consentir novas aberturas de
único, pois se incorreria numa relaçdo voltada para si mesma, enquanto
poder realizar uma contínua oscilaçdo dos vértices de escuta, da história, do mundo sentido (mais do que decodificações de significado): a sessão será assemelhável
interior, das fantasmatizações e deste vértice que considero privilegiado entre todos, a um sonho de contratransferência' que ajudará o analista a regular o
próprio
do que arranjo mental e interpretativo (Barale, Ferro, 1987, 1992) para encontrar as
especifico, e de maior espessura psicanalitica, isto é, volto a repetir, a escuta entre
o paciente diz (ou ndo diz) como algo que narra continuamente o que acontece funçoes especificas de que o paciente necessita.
as duas mentes na sessdo, vértice que devemos compartilhar para alcançar o paciente E depois de uma rigida interpretação de transferència que Maria me fala da
onde estiver. avó que "a obrigava a usar o colete apertado": uma interpretação decodificadora
Trata-se de orientar-se, como acontece em narratologia para os é um engaiolamento da comunicação, e faz assumir um sentido de maneira forte,
personagens,
através de "uma hierarquia de códigos simultaneamente ao trabalho" (Hamon, excluindo todos os outros.
1972). Enquanto a insaturação em construir os sentidos, junto com o paciente, é
Outra oscilação que gostaria de evidenciaré a que concerne a alternância de garantia de fertilidade; se uma criança me fala de "Henrique", este pode ser o
um olhar ampliado e de um focalizado: é o jogo de luzes diferentes que pode irmão do paciente (histórico referencial)/uma parte cindida do paciente/ o modo
os movimentos
iluminar, algumas vezes, o campo na sua totalidade (portanto de chamar o analista na transferência/ uma parte cindida do analista etc., mas
derivados da interaço entre os grupos internos do par, os "personagens da se o
deixo "Henrique" e o considero um agregado funcional, é tudo isto acrescido
sessão" no seu entrar em cena, movimentar-se, aparecer, sair, transtormar-se) e, da indicação de uma particular modalidade de luncionamento do par, que
outras vezes, um dos pares ou das relações do campo, assumidas, naquele
momento, como as mais significativas; este último lato causará uma cesura e
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A lécnica na psicanalise infantil
A Feno
liguras do dlialogo a valor de um primeiro nível de simbolização compartilhada, de funcionamento que descrevemos... por
outro lado, Michel Strogoff de Verne
encontram represcntação o campo emocional e os elementos que nelcC continuar a ver.
em que também precisou mostrar-se cego, para poder
se movem: cxperiências emergirâo, por uranslormações sucessivas, aletos
destas
Todorov (1971), a propósito do gênero policial,
examina sucessivamente: o
e significados mais bem delinive1s. romance
de suspense. O
romance de enigma (o policial), oromance noire o romance
Se visto a partir de um vértice, o par analitico lala só e sempre de si mesmno histórias: a do crime e a das
presença de duas
e do reciproco luncionamenio; Lodos os ouros possiveis níveis, que
de outros deenigma caracteriza-se pela história não agem, limitam-se a
Falo de uma "história" verdadeira do ponto de vista afetivo e por isso passivel
de continuos remanejamentos e transformaçoes (como nos lembra Barale, 1990,
ao referir-se às micro-histórias à espera de pensabilidade, ou de outras possibili-
dades de sentido obstrultdas pela histôria dominante, jacentes como potenciali-
dades insaturadas do mundo intermo).
E claro que a "historia", na sessão, entra em oscilação com a "relação": assim
como respeitamos as cisòes de um paciente, respeitamos também os seus
deslocamentos no tempo, sempre conscientes de que existem somente sentimen-
tos do presente, e que se pode saber somente sobre eles, como nos lembra O DESENHO
freqdentemente Bion; acredito porém, que os "escudos térmicos" das cisðes e do
tempo devem ser respeitados como avalistas do universo afetivo do paciente (e
do analista); renunciando a eles nos acharemos na situação ou de dois núcleos
sincréticos e incomunicáveis, ou na indistinção de um sincicio. Podemos obter
um exemplo do diferente lugar na "história'" de uma
"lembrança" de um caso Devemos a Balconi e Del
Carlo Giannini (1987) um rico e articulado volume
clinico citado por Miler (1981), a propósito de pacientes que invadiam a vida sobre o desenho infantil, ao qual remeto tanto para as noticias históricas
privada dos próprios analistas com continuos, irrefreáveis telefonemas notur- quanto
nos; em vez de assinalar ao paciente uma insuficiente tolerância à frustração até
para o aprofundamento das modalidades em que se entrelaçame se desenvol-
vem, nos casos clínicos descritos, a
atenção ao desenho ea evolução das
a hora da sessão seguinte de análise, ou outros defeitos
(modelo estrutural), a terapêuticas. relações
autora sugere a utilidade de ser
capaz de perceber, no comportamento dos Gostaria no entanto de acenar
pacientes, a encenação ativa de um destino suportado passivamente por seus alguns marcos no que concerne o desenho
a
na análise infantil, o primeiro dos
quais é o que o pcqueno Hans (Freud, 1908)
pais, citando como, após uma dessas interpretaçoes, foi verbalizada a antiga acrescenta à girafa
recordaçao uraumática: o pai da paciente era um artista de sucesso e voltava para desenhada pelo pai, o "laz xixi" da prôpria girafa; depois os
desenhos da análise de
casa tarde da noite, quando a filha
já estava dormindo; gostava então de tirá-la
Richard, conduzida por Klein (1961); e por último o
extraordinário livro de Winnicott (1971a) sobre
da cama, fazer com ela brincadeiras belíssimas e excitantes, até litteram tanto o estatuto de um rabiscos, que sanciona ante
os
que ele ficava campo bipessoal, quanto a criação de
com sono, e colocava novamente a menina na
cama, pretendendo que voltasse tórias compartilhadas com os micro-his-
a dormir. Mas por que me pergunto não inverter o vértice de escuta e não Neste
pequenos pacientes.
capítulo prescindirei de todos aqueles trabalhos que
-
repensar esta cena como uma descrição pontual do modo pelo qual a paciente
desenho como teste, ou com modalidades de abordagem consideram_o
vive a hora de análise, e do funcionamento das duas mentes durante a sessão: altamente formalizadas,
para os quais remeto às numerosas obras ricas e
existe, isto é, a vivència de um analista que chega tarde e que se coloca de modo completas sobre o argumento
(Dolto, 1948; Widlocher, Engelhar, 1975;
Widlocher,
1965; etc.).
excitante demais, como se ele necessitasse descarregar, tanto que depois de ter Também fora de níveis de
acordado e "excitado" a menina/paciente, deixa-a novamente sozinha e desilu- modalidades pelas quais pode
leitura muito-formalizados, são diversas as
ser visto
desenho.
o
dida. Por que não extrair úteis ensinamentos no hoje sobre como aproximar-se Uma primeira modalidade poderia ser a de considerar
desenho como uma
o
da paciente, sobre como interpretar para obter um efeito diferente, até mesmo
representação do tipo de relações presentes no mundo emocional
pressupondo que o efeito de um analista tào excitante poderia derivar justamente numa certa medida aproximando-se também da da criança,
da sua própria disponibilidade para assumir as identificaçoes projetivas da realidade
acontece em algumas modalidades de leitura do desenho da familia. tal como
externa,
paciente que o tornam daquela maneira; maneira que necessita, porém, ser A figura 1éo desenho de uma gémea, Franca,
repensada e transformada no working-through do analista, para poder escrever irmà para ir à escola em classes que acabou de se separar da
uma história nova e diferente.
diferentes; no
luga: da gêmea há uma mancha,
uma
espéciede buraco. Se considerado
Mas voltarei a tudo isto a propósito do diálogo, dos modelos da mente e do mesmo dentro deuma sessão de análise, o
desenho poderia sinalizar um "buraco de
estatuto dos personagens na sessão de análise. cega, algo à espera de compreensâo", uma mancha
"pensabilidade" (Tagliacozzo, L982).
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43
A'Crr
A técnica na psicanálise infantil
Tigura T
Figura 2
No desenho quase igual, (ig 2) que laz a outra gemea, Lisa, a mesma inancha
em tal ópica, necessário
parcece pesar sobre o plano de apoio, quase calapulando Lisa do contato com o o desenho (como de restoo jogo) na análise infantil;
observar a técnica utilizada por Klein ao interpretar os desenhos de R:chard.
mesmo.
Numa scssåo, o mesmo descnho poderia scr pensadocomno aspalavras Esta modalidade de considerar o desenho se estabilizou ao longo de dois
CXCessivamente (gravosas) c pesadas do analista, que lazem perder o contato e x o s . Um deles continua prevalentemente a colocar em evidência a Jantasia
isolam a criança do plano do contato relacional
Toda aproximação interpretativa do dcsenho depende. pois, do vértice de inconsciente, com a sua referência corpórea, subtensa no desenho ' (mesma
modalidade usada nas interpretações do material verbal, onde pode seimpre ser
leitura contexto: considero que dentro da relaçâo analitica, eé exclusi-
e do
vamente deste vértice que olharei o desenho, é assemelhavel a uma "fotografia buscada e explicitada a fantasia inconsciente profunda do paciente), como algo
onirica da vigilia" que, enquanto tal, fotograla por um
vértire desconhecido que se atém å criança enquanto tal,e ao seu mundofantasmático que encontra,
uma verdade relacional e aletiva do par e do campo, à espera, porém, de umn
pna folha de papel, uma possibilidade de exteriorizaçãoè na transferência,uma
desenvolvimento narrativo; isto é, algo que não está ali_para ser decodificado
possibilidade de projeção. Tal modalídade enriqueçeu-se ao considerar os
.n simbolos"contidos.no.desenho como.otecet,a trama do funcionamento mental
(não porque não seja possivel faz-lo, mas porque devemos perguntar-nos o da criança..
um conjunto de ingredientes para
histórias
para que serviria), mas que é O outro eixo, por sua vez, desenvolveu-se mais centrado na mentalização
possiveis de serem contadas, um promotor de histórias,
um
"pré-textc à das fantasias de transferência da criança, prescinde da referència corpórea,
espera de réverie e narrações. Diria quase pausa
a de imagem de uma gravação portanto o que seráinterpretado é o tipo de funcionamento mental existente
desenrolar-se o movimento, e a retomar
de video, à espera de que r e c o m e c e a naquele momento, entendido porém como uma projeção dos fantasmas da
corpo uma história. criança sobre o terapeuta, que permanece substancialmente neutro, e cujo peso
Mas voltemos um pouco atrás: como possivel considerar o desenho
dizia, é
da vida mental não entra no campo que contribui para criar, conforme as delesas
mundo interno da criança, capaz de fazer visualizar que
o
comoumna brecha no que põe em ação e, sobretudo, através do gradiente de permeabilização (Rosen-
esteja acontecendo nele, conforme os movimentos de transferência do hic et nunc. feld, 1987) ås idenuificações projetivas provenientes do paciente.
Naturalmnente loi Klein quem indicou de modo completo esta maneira de ver O desenho será usado com um sonho em relação ao qual se pode solicitar
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A técnica
A. Ferro na
psicanálise infantil
rência, mas como verdadeiro fotograma onírico do funcionamento.mental de par brotar visivel por meio.da narração do funcionamento mental do par analitico
naquele momento, de um vértúce particular freqüentemente desco
mesmo se e durante a sessão,
nhecido para nós, que devemos compartilhar e assumir para alcançar o paciente Considero, pois, o desenho como algo que remete ao funcionamento mental
do par naquele momento, a um
onde ele está (Ferro, 1992). problema presente, e que se coloca como
"bastião" (Baranger) que é também o
Essa modalidade permite não só reconhecer no desenho a presentifi- ponto de portida para soluções transfor
derrubada a ilusão de mativas e criativas para o par.
cação dos movimentos emocionais do par, mas,
da angústia, con-
poder encontrar imediatamente o ponto de emergência
sente poder construir todos Os desenvolvimentos narrativos possíveis junto
DESENHO DO PACIENTE
com o paciente.
Exatamente como na anális dos adultos, as ir1tèrpretações "Iracas (Bezoa1i,
O desenho e a construção de uma história: Francesca
Ferro, 1989) permitem, graças justamente å sua insaturação, a tormação pro-
gressiva.de um sentido.compartilhado. Uma menina, filha de pais que desde
de tradução, logo nie parecein "Irágeis", aprescnta
O desenho, de estáüco necessitado de um código
e e uma
anima-se como uma espécie de teatro aletivo e pode tornar-se um teatro gerador estranho sintoma, causa de muitas consultas e
um
investigaçdes diagnósticas
desenvolvimento construtivo que as que porém não levaram a nada. Francesca, que tem dez anos, durante várias
de significado-sentido" (Mellzer, 1984), no
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A técnica na psicanálise inlontil
A Ferro
Figura 5
e como
do tempo que me
Prolongando-se o meu atormentado silncio (a percepção
dilatar-se bem além dos poucos instantes realmente transcorridos).
parecia
Francesca, num momento, justapõe o segundo desenho ao primeiro: a "menina
Neste ponto, tenho de
uma espécie
bidimensional" ao "bosque sem pessoas". faz
Francesca, animando-me: "Me diga, o que
Figura 4 uma
a
iluminação e pergunto
de
.nte de i.ntos sign1ilicados do bosque onde näo h menina sozinha num_ bosque sem pessoas?". "GRITA", é a clara resposta desta
T rl possnveis
Francesca, que logo depois começa a desenhar (lig.
uma outra menina 5),
l leline i menin.t. pul.ido por arvores, raposas, serpenies, vez vista de frente, com efeito
tridimensional e com um olhar intenso.
Si
poi dlinle ussivCis intcrprclaçócs, mas
T'eiso ci pcrgunto me
a sessäo, mas também porque
eiesC O desenho fica incompleto porque termina
1.zer delas, e nenliuma me parece satislatória. as angústias de Francesca
us it.nese.pdeii.I será necessário ainda um longo trabalho antes que
um progressivo mal-estar por
Enquanto i s ) , < i t o crescer dentro de mim possam encontrar a sua completa expressão, e antes que possam ser
traduzidas
e sinto o impulso de sair do impasse
no saber cucontr.I pal.ivt.as dequadas, em palavras (note a ausência da boca, que permanece não desenhada, mas que
dizcndo alguma c01sa, qu.alquer coisa encontrará no tempo e nos desenhos seguintes
um lugar próprio). Esta breve
lazendo um segundo desenho (lig. 4),
Lranccsca pureee siUO meu socoiro
rendas crochës, seqüência clinica, tirada de Bezoarie Ferro (1991c), parece-me ilustrar, de forma
espessura, vestida de
e
de perlil, sem
simples, alguns aspectos do entrelaçamento dinámico entre experiëncias afctivas
nenina
que mostra
uma
- diante desse desenho, nâo sei e cognitivas que caracteriza o campo analitico (Corrao, 1988),
Mas tamhem -
podiam somente ser gritadas para lora, estão agora incluidas rum espaço
compartilhado e translormadas numa cxperiéncia quc se pode começar a contar:
uma micro-história toma corpo hic ct nunc permitira, arav s da
no e
integração
das micro-histórias das sessões seguintes, construir uma "história" compartilha-
da. Esta narrará e tornará pensáveise comunicáveis emoçðes e aletos antes
mudos ou incontidamente "gritados" para lora de lorma
privados de sentido compartilhavel
desorganizada, c
Marco é um
garoto de ollo anos, no nosso
primeiro encontro laz um desenho
(fig. 6) em branco e preto, sem nenhuma cor, assim como Marco me aparecc
como que "apagado" no seu terninho cinza. Experimento a sensação de estar
perdido. Sou tentado pela "oralidade devoradora" do tubardo c por outros
possiveis signilicados "simbolicos", mas me contém a ideia de que tais interven
çoes somente aumentarian a sensação de
perdido estar
Guiado pelo penoso sentimentodo "cstar perdido", penso quc encontrarmo-
nos, estabelecermosum contato, seria ja vgumacoisa., e lhe digo que o desenho
me parece
apropriado a nossa situação, que na real1dade pouco sabemos um do
outro, como pouca é a parte do desenho sobre a agua. muta, ao conträrio, é a
parte submersa, como as coisas a serem descobertas
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A Ferro
A técnica na psicanálise nfantil
curada... mas não poderá ter filhos, senão morre...". Uma estúpida obtusidade
distância de algo "excessivo"
Mariclla e uma menua de oito anos, cra a delesa que tinhamos acionado para tomar
prolundamentc marcada por uin em relação à capacidade das mentes de tolerar o sofrimento.
1auma. a nde teve um acídente vaseular cerebral que a paralisou e en seguida
A obtusa Clarabela, a obtusidade dos adultos, a_própria_obtusidade do
a
tornou violenta, mpulsiva,
separs-la do naridoe da-lilha
scm oon' role, de tal modo que foi necessário
"campo nos primeiros momentos do nosso encontro, nada mais eram do que as
No nosso primeiro encontro Mariclla parece estênica, forte, defesas, ou melhor o "bastião" que nos protegia do sentimento de que ela tivesse
segura de si,
substituiu, asiim o parccc, a mâe pela nova companheira do pai e pela irma sidoenvenenada na prápria.parte mais vivae natura, "a cachorrinha,e que ela
maior... na escola obtém resultados brilhantes. 1ambem losse uma menina fraturada, com o terror de no poder dar à luz
Faz um descnho (lig. 7) que ine impressiona pela falta de graça, lembra-me pensamentos ou emoçðes senão morreria (de dor): foi a realização de tudo isso,
a vaca Clarabela, percebo que nme conta o modo como nos comportamos, nos juntocom Mariella.que nos.permitiu programar.anecessidade.de umaanálise
primeiros dialogos do cncon1ro, num lalso registro, pseudo-adulto, não sei ainda
como dizer isso tudo, quando me dou conta de que falta o nariz à figura do
O working-through como lugar de assimetria: Franco
desenho. Chamo-lhe a atcnção para isso, Mariclla responde que é "para nao sentir
cheiros desagracdávc1s
Franco, de nove anos., no começo da sessão desenha um avião; descreve-o à
Nao posso deixar de colhere de colocar em palavras o seu medo de uma
medida que desenha os particulares, e começa a colori-lo (lig. 8).
nossa renuncia a "sentir" algo de desagradável; imediatamente me conta uma
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53
A. Ferro
A técnica na
psicanálise infuntil
de Franco,ou melhor, de suas
partes incontinentes que, em conluio com as
minhas, tinham levado à atuaço
interpretativa.
Essas partes estavam agora em contlito com as
lunçôes do pensamento..
No texto, com Franco, falamos de conllito entre uin
cxército violento e
que parte ao ataque impensadamente e um exërcito impulsivo
capaz de "pensar" antes de realizar os planos.
regular, bem organizado,
"Mas aquelas sâo rachaduras da fuselagem, das asas, eu nunca subiria num nunc, isto é, pergunta que Marina
a la: suhie devonhec ido
se
a sua lrente e. o
avião com tais rachaduras..." sobre tipo de relação possivel com eleSeii un n.list.t stullhedor e deiuso,
o
54
A Ferro A técnica na psicanálise infant1
ECONHEÇO
ISTO NAOINTERPRET
E NADAI
E ASSIM.. OES AINDA MAIS
SSAN
AlDEMIMI
Figura 10
Tigura 9
quc se cu cstou com o lvio ds teornds e dos sinmbolos, ele volta a ser o menino
mecanico, cletrônmco Na outra melade da
cstendida como uma ponte cn sua direçio, e
ligura eu estou com uma mão
cle lala comigo.
Um outro
particular no
prineiro c.Jso, as minhas costas cstá uma tabela
onde esia cscrito, P'ROBLEMAS RESOLVIDOS
O, como que dizcndo,
=
INI RISt) VDOS-RISOTITem it.li.to Toda aproximação. ao.desenho-baseada num código qualquer de leitura
2Ri, Cn
ualino, ,ti:
56 57
A tecnica
A. Ferro na
psicanálise mfanil
Um dia Massimo laz um desenho qual representa a entrada da casa onde aspectos autistico-mecanizados de Stefano.
signilicados, com a Até surgiro desenho de um Pinocchio (lig 14). ainda
moro: o meu apartamento como o imagina; cu procuro
desaruculado, anda
descodilicar os simbolos, depois muito necessitado de Geppeto, e (quc parcce
tentaçao de recorrer às teoriaseà
tentativa de capz de mostrar o sofrunento
Massimo contunua diligente o perleito através do "grosso espinho no coração" de que lalara Stclano,
consigo renunciar a entender e a recordar, desenhando-o no
desenho, até que ao escrever a legenda do que desenhou se inerrompe para alto à direita na ligura.
"... mas como se chamam aqueles ali no canto CAN.. CAN... Transiormaçoes irreversivcis e estáveis Se vislas sub a eptica do trabalho de
perguntar-me:
CANteiros", c escreve em azul essa palavra, diferentemente de todas as outras anos, que podem serconsicderados nào sonicnte em relaçio as
mudanças do
da legenda, cescritas em preto. mundo interno e do modo de lunconar de Stclano, inas tambenm como a
palavras
Assim que entendo o pedido de ajuda que o menino Massimo laz chegar até expressão das modilicações no modo de nterag1r das menies de pacienme e
analista na sessão: desde as imod:al1dades de cIconro I S mecauzadas e
mim através do desenho do Massimo arquiteto, ele pode começar a falar-me do
seu gato, e de como este sofre quando é deixado c í casa. conroladas, passando pclo emerg1r cde ua espontnedade uw.aw, ale realizar
É a ultima sessão semana,
da e também a primeira vez que Massimo faz Cpoder comparlilhar um pleno contato com a
enarosulnetwque cOmpa
refcrência à dor pela separação. a iniegraçao Camudanga
Massimo, menino sem necessidades, ou cujas necessidades ele sempre
acreditou poder satisfazer sozinho, sente a lalta de alguém. Mas isto é possivel
somente depois que me sentiu sintonizado e receptivo ao seu pedido de ajuda, O DESENHO COMO EMERGfNCIA
que nenhuma teoria me teria feito perceber.
Gostaria de descrever agora ouiras situaqões, lenm daquel m.is noral da
criança que laz o desenho na sala de analise, ou que o traz, siluaçðcs nas quais
o desenho e as transformaçðes no tempo: Stefano o desenho passou igualmenie a lazer parte, nmesino. que de modas dilerenies. da
analise do pacienle.
Até aqui privilegiei o desenho como foLograma onirico do instante relacional
algo que ressalta as microuransformações durante a sesso, como se pode Desenho do analista Jeito em sessão Renata
observar na seqüência das figuras e no diálogo, onde se veem claramenie as
transformaçðes instáveis e reversiveis do instante relacional, que mudam com a
vertente não Quando vcjo pela primeira vez Renato, ele me lembra um ilhote de bisão, c
mutação da ordem emocional do par; há no entanio juma outra
menos importante, a das uransformaçðes estáveis e irreversiveis.consideradas
em se mostra logo como tal, na contenção quase muscular (Biclk, 1968) auravés da
hiperatividade que atua para se proteger de cat 1strölicos dissolvimenios no
periodos longos. nada.
A seqüencia dos três desenhos sucessivos de Stefano acontece no periodo
Nada que eu possa Ihe dizer lem eleito sobre a sua corrida,
de dois anos de terapia. qualquer que
Nesses desenhos, quase de engenheiro, começam a abrir caminho traços
seja o nivel da minha lala. Ao conrario, as mnhas ntervençocs pareccm
aos poucos vão
incitá-lo como se as minhas palavras lossem a elas
humanos, a principio muito mecanizados e rigidos (lig. 12), que projeteis,
e em
resposta
pega cubos de madcira e os alira contra 1m, atUScando alng1r-me e
assumindo o aspecto do rosto de um menino (lfig. 13), que parece mostrar-se
machucar-me.
Tento dizer-llhe que me sinto um cov-boy conm os mdios
que giram ad seu
também redor quanto atüranm uns conura os ouluos Mas nada
1 N.T.: AlU... AlU... em italiano t o inlcio da palavra aiuola que quer
dizer canieiro, mas e
consegue lazë-lo parar. O
o inicio da palavra AlIUto, que quer dizer socorro, ajuda
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A Ferro A técnica na psicanálise infantil
continua a trotar.
DIREÇÃO Começo a dizer-me que seria preciso uma paliçada para contë-lo, e me sinto
tentado a fazé-lo fisicamente, pelo menos dentro dos limites da sala.
ENFERMARIA"
Encontro-me porém sempre sentado no meu lugar desenhando, numa das
folhas preparadas para ele, uma paliçada. Pára, mais curioso que interessado.
Toma por sua vez um lápis e diz, fazendo
Figura 12
grossos sinais sobre o perimetro
da paliçada: "E eu a arrebento, arrebento", e desenha uma
espiral vermelha; eu
Ihe digo que parece um vento, uma tromba de ar, ou talvez Nuvem
Vermelha,
que arrebenta todas as paliçadas.
61
A. Ferro A técnica nu
psicanúlise infantl
translor
talvcz seja preciso olerecer o exercicio capacidades
gados lunconas, ds quais volarea lalar nolunal do capltulo, e no capitulo de
raiva de mim..,
sobre dalogo fora de csquemas interpretativos rigidos
madoras da mente do analista na sessao, os
nós, mas de desespero para
Cpréconstituidos, grades de
certeza para
que porém,
distungir os proprios senumentos que antes eram violentamente evacuados. um outro sonho em que "um negrinho
cntra na lloresta para
a esse seguirá
Tem na sessao uma furiosa cnse de ciùmc, em parte ligada aos sinais da conhecer os animais que ai vivem".
passagem no horario anternor de um outro menino pela sala de análise. às vezes, uma defesa contra a expansão
As interpretações podem então ser,
Antes da explosão de ciume ele tinha feito um desenho, do qual me tocara evitar reconhecer as nossas próprias partes
mais animais e
da mente, para et al., 1989).
nova capacidade de conter nas
mnargens do mesmo as (os sentimentos?) cores, nossas partes recusadas (Neri
primitivas, os nossos "monstros",as encontro
a
troca de identilicações
c no qual inquictara uma mancha negra sobre a qual não soubera o que
me reativar justamente no e na
que podem se criação de um campo emo-
pensar partes escuras? destTuUvas? projetivas com paciente, como pressuposto pela
o
Caulo tem a crise de ciume. Eu "interpreto", ineficazmente, a sua füria, a sua os afetos.
cional e pela capacidade de verbalizar
desenho (com as mesnmas cores)
no
1.aiva,o cume pela passagem na sala de algum outro, de modo predominante- A distância de meses, Carlo me faz um um
como uma matrioska,
menie v o . porquc no sei como lazé-lo parar enquanto grita e joga tudo no sete anos que contém,
qual há um menino grande de fazer aniversárioe
chào mas que está para
menino pequeno de um ano e meio,
não lora
Depois. passada a crisc, Carlo me diz textualmente: Nãoé assim que vocé me cresce.. no lugar da mancha negra: agora-é uma
parte criança, que
não fara possivel reconhecer), que
deveJalar. quandocstou mal, Jicocom maisraivaainda; vocë deve medar algo de possivel pensar antes (e cujas neessidades ciúme
sCu, que nme Jaça entcnder tu nao estou so, quc vocé nào está bravo comigo, assim se estrutura e toma "corpo" no/lugar
da mancha negra. Não se tratava de
"torrão" de neces_sídades infantis que precisava
de destrutividade, mas de um
CU SOLLLDniC acao ou
atenta aos problemas do setting. conta-me, scm tdar importância, que ja hà dois
anos começa esta terapia dando à menina quatro balimhas e licando com ouiras
66 67
A lecnica na psicanalise infantil
Ferro
auto-analitico torna neccssar1as alinaçocs de um insurumento submetido conti osquadros" (a paciente trará os próprios sonhos à análise). Mas, por sua vez,
nuamente a solicitaçoes: os personagens da sessão, desenhos, sonhos, lornecem isso refletirá duas modalidades de interpretação do analista (num jogo infinito
de remetimento de espelhos): a narcisista (Brenman, 1977), que destrói os
constantementeocasiðcs c meios paraesse tipo detrabalho.
"quadros", simplesmente porque estimula a inveja e a cómpetitividade da
O "desenho" na análise dos adultos paciente, e a criativa, resultado de uma ligação (O) com a paciente.
Como tempo, Tiziana colherá das quadrosdo noivo, das minhas interpretaçðes,
Encontramos um precc dente cláss1co na belissima análise de Susan, condu- doseu mundo interior, a qualidadeea tonalidade emocional; "o noivo pinta segundo
zida por Milner (1969). combinações de cores": é assim que a tonalidade afetiva das interprctaçoes será
Tambem Fachinelli (1983) propos, recentemente, um material gráfico trazi- colhida no seu todo, dar-se-4 atenção ao delinearse, ao organizar-sc, ao diversiñicar
do por um pacicnte durante a análisc. Como isso não ocorre freqüentemente,
sedas própriassensações. dasquaisteráquaseumapercepção.cromatica,e
num segundo tempo "o noivo passará a uma técnica fîigurativa".
somente
parece-me útil acrescentar um outro testemunho através do desenho (fig. 16) de
Então, minhas interpretações, será possivel colher também
uma paciente adulia, onde se nota uma propensão intempestiva de minha parte
a descobrir signil1cados antes mesmo que emoções e aletos tenham encontrado
das
descritivo, e das prôprias emoções, também o elemento tigurativo.
o
conteüdo
um livre trânsito. Nos dois iempos do desenho é evidente a mudança de Percebo assim as
qualidades da minha pintura verbal, o ajuste de tons, certas
expressào do rosto, da alegrna pulsante a desilusão triste, enquanto que de minha caracteristicas das minhas cores, e vou à "escola de pintura" da paciente, que me
1personaliedade enham
quelas "eahzaçdes" quc nunca tiveram. na sessão gera,
são múltiplas as
Se depois de una sesäo considerada muito intensa pelo analista, a pequena Nos quadros vivos que o emparelhamento
interferências e os incômodos, no mais
das vezes gerados justamente pelo
paciente contar que a rmazmha teve uma congestão e perdeu os sentidos depois como o grande
assumidor
de ter comido "nsoto" demais em poucos miinutos, isto será um sinal, para o analista que, fundo, funciona (e deve funcionar)
no
tal, coloca-se como veiculo
analista, de quc uma carga cmocional intensa demais e condensada (risoto: das identificaçðes projetivas do paciente e, enquanto chamará
em cena de um dado
funcionamento mental que o paciente
riso'/alimento, riso/emoçao) laz com que a "lunção" irmåzinha perca os sentidos de entrada
do "Z.
(desimaiar/ perdcr as ligaçocs), c que deverá ser reduzido o regime interpretativo depois de modo "X", ou através personagem no recebimento da
um choque campo, é o
Mais que a interpretação que gera
c relacional,. para que nao ocorram "perdas de
signilicados" sinalização do paciente sobre o que
acontece que permite uma modificação gradual
Sc uma outra pequena priene sonhar que cobras se aproximam dela, enquanto dos "personagens" da sessão como
a mae Ihe diz para nâo se preocupar, c que o pai a colocou ao volante de um caro das intervenções, e, portanto, a transformação
do par enquanto trabalha (Ferro, 1991, 1992a,b).
muito veloz c, mais, que cnconrou no caminho o analista, que quase a atropelou, expressões do clima emocional
V sobre o diálogo.
Masveremos melhor tudo isso no Capitulo
jogando em cima dela a propua lilha, separando a paciente da mão da mäe, o analista
não poderá deixar de se perguniar o que ativa as cobras, onde estão o pai que Ihe
coloca à disposição um carro veloz demais, ou a mae que não entende o perigo;
ALGUMAS REFLEXOES
pensará ainda, que sua propria ilhajogada sobre a menina foi uma sua interpretação
"certa", mas pensada sozinho e jogada sobre a paciente: como, de fato, interpretara clínicas propostas, porque
"o irmão que tinha raiva dos sulistas" como uma parte agressiva da paciente, que Deixarei sem comentário posterior as seqkências
acredito que o pode
modelo subtenso ser facilmente inferido das situações
tunha raiva do analista, ainda não era o momento, havia no campo uma menina que
necessitava que a mae mantivesse ali aquele "irmo perigoso". descritas.
Todo esse nivel intratextual, ou subtextual, não será certamente interpretável Gostaria somente de acenar com algumas possibilidades de ver, também através
de dos desenhos statu nascenti, os "agregados funcionais" (como no exemplo dos
para o paciente, por esta óptica, toda a sessão não será mais que um sonho ou das transformações Robô Pinóquio),
contratranslerência que ajudará o analista a regularo próprio estado mental e personagens do pequeno bisão, ou do avião,
o desenho como
no sentido de que existe sempre um vértice do qual se pode olhar
interpretativo para reencontrar aquelas funçoes especificas de que o paciente
"agregado funcional", e somente sobre eles eu gostaria de dizer algo mais.
necessita, por exemplo "uma máe que a conserve perto", que os
entenda perigos
da pressa, das associaçôes velozes demais e talvez imprôprias, de partes cindi-
Se é verdade que a troca entre analista e paciente é mais ampla do que a
verbal, e que ao lado das palavras existem outras modalidades de comunicação
das: c depois, por que deveriam ser somente dos pacientes?
Aqui se inverlc o conceito de dependëncia: näo deve mais
ser o paciente (especialmente através das identificações projetivas de um e de outro, sobre um
e sobre outro), isto leva a uma consciência sempre maior de que não é sempre
tão imediata a possibilidade de atribuir a um dos dois membros do par analítico
Vide nota da uradutora p 56 as partes e os luncionamentos cindidos, e como estes determinam os aconteci-
2 A mesma pacicnle, apos uma nunha interprclação que combinava duas partes cindidas precoc
nente, ten o que delin1re1 "uin audiograna onurico" e ouve rcalmente as vozes dessas "partes" mentos da sessão. Rosenfeld (1987) ressalta a capacidade do paciente de sonhar
que "lalam dentro da sua cabcça
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13
A técnica
A Ferro
na
pucanalse mfal
Assim, também
bastiao, como é descrito pelos Baranger um lluir cde oposo
fluxo reciproco de estlmulos c de identificações comunicação variàvel em
mentes que se sonham no contraste com um
conhecer os derivados desse "sonho" em vigilia como precipitado estático, marmorizado, de idenuficaçóes
projetivas, podemos vas
reciprocas, que cristaliza situação como no impasse ou ao assuinir projeli-
a
e, em
emergem nas imagens, nas associaçðes, nas narmaçðes
lantasias, nas
fruto de identificações projetivas que papéis,
oniricos da vigllia", verdadeiras obriganm urna pos1ção fixa (Gear et al
a
algumas situaçðes particulares, nos "Totogramas 1976).
no exterior (vide Cap. V).
imagens do sonho projetadas Naturalmente, tudo isso vale para o desenho, para o
Nesta optica, os personagens, as narraçðes, as lembranças, os desenhos, por jogo, para os compo-
sessão, podem repensados por um vértice como
nentes dialogados onde será ainda mais lácil mos1rar este
ponto de vista em ação
exemplo, cevocados durante a ser
"sinteses de funcionamento" do par naquele momento, que mudam e se trans
o seu contínuo interagir dependendo das
formam continuamente, segundo e
qualdades do mesmo.
Pensamos, com Bezoari, conlorme o que já escrevi na nota 3 do Capítulo I,
no termo "agregado luncional". para delinir numa área quase transicional,
a nem
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