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O termo mépri.1·t', que ocuptt lugar importante no ensino de Lacan, será neste
volume prcfercncialmentc traduzido por "'engano". Apostamos, assim, menos cm
uma multiplicidade de Lermos que o traduziriam adequadamente em diferentes
situações (equivocação, tapcaçfto, enganação, confusão), e mais na capacidade da
própria língua portuguesa cm engendrar a méprist' a partir de um termo comum.
(N.E.)
2 Esse lcxto e os dois seguintes, preparados para conferêm:ias. não foram lidos,
como é esclm·ecido por uma indicação do alllor, reproduzida nas "Referências
bibliográficas" (2000).
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330 Outros Escritos
4 Aqui e no trecho que se segue Laca11 emprega o vcrho rappe/er. jogando com
suas várias acepções de reevocar. chamar. invocar. chamar de volta. trazer de novo
ü memória (ou 11 consciência). resgatar. lembrar. rL:memorar. fazer pensar em,
reconvocar. mobilizar etc. Nas próximas ocorrências desse verbo, ele usa a cons-
trução .1·e raf'peler dl' e. na seguinte. s 'en fllfJJJ<'l<'r. condenadas por muitos gramá-
ticos e construídas por analogia com se so111•e11ir de (lembrar-sede. recordar), para
dar corpo a isso que~ objl!lo da lembrança. (N.1'.)
5 "Disso". diz o sujeito, "cu não me lembro". Ou seja: ao chamado de um
significante ao qual cabcria ·· me representar para oulro significante'º. cu não
respondo ··prese111e··. cm razão de que, pelo efeito desse chamado. não represento
mais nada para mim. Sou um quarlo escuro que fui iluminado: não h.í mais jeito de
se pilllar nele, por seu buraco de alfinete. a imagem do que acontece lá fora.
O inconsciclllc não é subliminar, tênue claridade. É a luz que não dá lugar à
sombra. nem deixa insinuar-se seu contorno. Ele representa minha representação
ali onde ela falta, onde sou apenas um:1 falta do sujeito.
Donde., cm Freud, o termo: representante da representação.
6 É divertido assinalar aqui que lembrar-se de jse souvenir de( vem do rccordar-
se de [se rappeler de'(, reprovado pelos puristas. e que: é atestado a partir du século
XIV.
O mgano do sujeito suposto saber 335