Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PARTE I - GERAL
CAPÍTULO 3
RECOMENDAÇÕES GERAIS
CAPÍTULO 3 - RECOMENDAÇÕES GERAIS
FGP 2001 1
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Glossário
Adjuvante
Calibração
Contaminação Cruzada
Documentação de um Lote
Embalagem
2 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
Excipiente
Forma Farmacêutica
Fórmula Magistral
Garantia da Qualidade
Laboratório
Lote
Material de Embalagem
FGP 2001 3
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Matéria-prima
Medicamento
Número de Lote
Preparação
4 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
Preparação individualizada
Preparado Oficinal
Procedimento
Produto Acabado
Medicamento que passou por todas as fases de preparação, incluindo o seu acon-
dicionamento na embalagem final.
Produto Intermédio
Produto parcialmente preparado, que ainda deve passar por alguma fase de
preparação antes de se converter em produto semi-acabado.
Produto Semi-acabado
FGP 2001 5
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Qualificação
Quarentena
Registo
Substância activa
Validação
6 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
1. Pessoal
2. Instalações e Equipamentos
FGP 2001 7
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
2.5 A humidade relativa nas áreas de pesagem, de preparação e no armazém deverá ser,
preferencialmente, de 55±5%, devendo encontrar-se devidamente controlada e
monitorizada.
2.6 As superfícies do laboratório – paredes, tecto e pavimento – devem apresentar-se
lisas, sem fendas ou saliências e revestidas com acabamentos apropriados, que
proporcionem uma resistência adequada e impeçam a acumulação de poeiras,
permitindo ainda uma limpeza fácil.
2.7 No laboratório deve existir o mobiliário apropriado para a armazenagem dos
diferentes tipos de materiais e para a realização das operações de preparação,
embalagem e controlo.
2.8 No laboratório deve existir o equipamento apropriado para a realização das
operações de preparação, embalagem e controlo.
2.9 Os equipamentos devem ser facilmente laváveis e desinfectáveis e, se necessário,
esterilizáveis. As superfícies dos equipamentos, que contactam com os produtos,
não devem afectar a qualidade dos mesmos.
2.10 Os materiais e os equipamentos devem manter-se limpos e em bom estado de conser-
vação e funcionamento, dedicando-se uma atenção especial às superfícies que con-
tactam com os produtos, a fim de se evitar a ocorrência de contaminações cruzadas.
2.11 Os aparelhos de medida devem ser controlados e calibrados periodicamente, a fim
de se assegurar a exactidão das medidas. Os controlos periódicos efectuados devem
ser registados.
2.12 As instalações e os equipamentos devem adequar-se à natureza dos produtos e das
formas farmacêuticas e também à dimensão dos lotes preparados.
2.13 A manutenção e limpeza do laboratório e das zonas anexas, como vestiários,
sanitários e lavabos, devem ser realizadas regularmente, de acordo com
procedimentos escritos, devendo ser devidamente registadas.
2.14 Para evitar a contaminação do pessoal durante as operações de preparação, devem
adoptar-se medidas apropriadas, como a utilização de toalhas descartáveis, sabão
líquido, etc.
2.15 A manutenção e limpeza dos materiais e equipamentos usados nas operações de
preparação devem ser realizadas regularmente, de acordo com procedimentos
escritos, devendo ser devidamente registadas.
2.16 O laboratório deverá possuir os mecanismos de segurança adequados.
3. Documentação
8 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
FGP 2001 9
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
i) Quantidade recebida;
j) Número de contentores correspondentes à quantidade recebida;
k) Número do boletim de análise;
l) Saídas da matéria-prima devidas à preparação de medicamentos (incluindo
a data, nº do lote do medicamento manipulado, quantidade de matéria-
prima usada, rubrica do operador);
m) Saídas da matéria-prima devidas a "fornecimento por grosso" (incluindo a
data, quantidade de matéria-prima fornecida, rubrica do operador);
n) Saídas da matéria-prima devidas a quebras (incluindo a data, quantidade de
matéria-prima perdida, rubrica do operador);
o) Quantidade actualizada da matéria-prima existente em armazém.
3.3.10 Arquivo dos boletins de análise referentes a todas as matérias-primas
existentes em armazém;
3.3.11 Registo dos dados referentes às diferentes fases do processo de preparação de
cada medicamento manipulado ou produto intermédio, podendo, para tal, ser
adoptada a "Ficha de Preparação Modelo" do FGP (Parte III, Cap. 2), que
inclui áreas reservadas à inscrição dos seguintes dados:
a) Identificação da farmácia;
b) Identificação do produto;
c) Número de lote atribuído;
d) Quantidade preparada;
e) Composição do produto, indicando as matérias-primas e as respectivas
quantidades usadas, bem como os números de lote, origem e farmacopeia
a cujas especificações obedece;
f) Técnica de preparação detalhada;
g) Identificação do material de embalagem usado;
h) Fotocópia do rótulo.
i) Resultados dos ensaios de verificação efectuados e da aprovação ou
rejeição do produto;
j) Nome e morada do doente (caso o medicamento preparado consista numa
fórmula magistral ou numa preparação individualizada, preparada e
dispensada por iniciativa do farmacêutico para um doente determinado);
k) Nome do prescritor (caso exista);
l) Cálculo do preço de venda do medicamento preparado;
m) Rubricas do operador e do supervisor do processo de preparação do
produto e respectivas datas;
n) Rubrica do farmacêutico director-técnico e data em todas páginas que
constituem o documento.
10 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
4. Matérias-primas
FGP 2001 11
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
5. Materiais de Embalagem
5.1. A embalagem primária não deve ser incompatível com o medicamento que contém
nem deve alterar a sua qualidade.
5.2. Preferencialmente, devem ser usados materiais de embalagem que satisfaçam as
exigências da Farmacopeia Portuguesa ou de outras farmacopeias previstas na lei
ou ainda de um livro de referência de reconhecido prestígio.
5.3 No acto da recepção dos materiais de embalagem devem ser realizadas as seguintes
verificações:
a) verificação do material de embalagem recepcionado quanto à sua correspondên-
cia com o encomendado;
b) verificação do contentor quanto à sua integridade e quanto à satisfação das
condições de higiene e, eventualmente, das exigências de conservação
recomendadas para o material de embalagem em causa;
c) verificação do certificado, caso exista, quanto à sua concordância com as
especificações referidas em 5.2 para o material de embalagem em causa.
5.4 O material de embalagem deve permanecer em quarentena até à sua aceitação ou
rejeição, tendo em conta as exigências referidas em 5.3.
5.5 De modo a evitar-se qualquer risco de confusão, os materiais de embalagem em
quarentena devem manter-se claramente assinalados com um rótulo indicativo.
5.6 Os materiais de embalagem rejeitados devem ser destruídos ou devolvidos ao
fornecedor com a maior brevidade possível.
5.7 Os materiais de embalagem rejeitados, enquanto permanecem no laboratório,
devem manter-se claramente assinalados com um rótulo indicativo e localizar-se
num local próprio, bem delimitado.
5.8 Os materiais de embalagem destinados a serem destruídos, consoante a sua
natureza, devem ser depositados nos contentores apropriados (plástico, vidro,
metal), de modo a, eventualmente, serem reciclados.
5.9 Os materiais de embalagem devem ser armazenados em condições adequadas para
a sua correcta conservação.
12 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
6. Preparação
7. Controlo de Qualidade
7.1 Deve proceder-se a todas as verificações necessárias para garantir a boa qualidade
final do medicamento manipulado, incluindo, no mínimo, a verificação dos
caracteres organolépticos.
FGP 2001 13
3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Partículas em suspensão
pH (quando aplicável)
Soluções injectáveis Fecho dos recipientes
Doseamento da(s) substância(s) activa(s)
Esterilidade
8. Rotulagem
8.1 Os rótulos das embalagens dos medicamentos manipulados devem fornecer toda a
informação necessária ao doente, expressa em caracteres legíveis, devendo
explicitamente indicar:
a) nome do doente;
b) fórmula do medicamento (caso seja indicada pelo médico). Caso a fórmula
prescrita faça parte do FGP, em seu lugar, poderá ser indicada a denominação do
medicamento adoptada no FGP;
c) caso o medicamento seja preparado e dispensado por iniciativa do farmacêutico
ou caso seja inscrita a denominação farmacopeica do medicamento ou a
denominação do medicamento adoptada pelo FGP, deverá ser também indicada
a respectiva composição qualitativa e quantitativa em substância(s) activa(s);
d) nos casos a que se refere a alínea c) devem ser indicados os excipientes e
adjuvantes cujo conhecimento seja eventualmente necessário para a utilização
14 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.1 Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados
9. Dispensa
FGP 2001 15
Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Notas:
(a)
Ou a uma temperatura superior, caso seja necessário para provocar a fusão do(s)
excipiente(s).
(b)
Em alternativa, quando um dos excipientes apresentar consistência semi-sólida (como,
por exemplo, a vaselina), poder-se-á optar por fundir somente cerca de 1/2 da sua
quantidade total. Nesse caso, a incorporação da(s) substância(s) activa(s) é realizada na
porção liquefeita, procedendo-se à espatulação do produto obtido, após arrefecimento,
com o excipiente restante.
(c)
No caso de as substâncias activas se dissolverem totalmente no excipiente, poderá
dispensar-se a sua pulverização prévia.
(d)
Recorre-se a este método sempre que as substâncias activas não sofram qualquer
degradação devida à temperatura a que se encontra o excipiente à fusão. Caso tal não
suceda, as substâncias activas devem ser previamente incorporadas, à temperatura
ambiente, numa pequena porção de um líquido miscível com o excipiente (vaselina
líquida, glicerol, propilenoglicol, etc.), incorporando-se, em seguida, também à
temperatura ambiente, a mistura obtida, por espatulação, no excipiente. Nos casos em
que o excipiente se apresenta com consistência semi-sólida à temperatura ambiente, a
incorporação das substâncias activas poderá efectuar-se directamente no próprio
excipiente, por espatulação à temperatura ambiente.
FGP 2001 1
3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Cremes
Notas:
(a)
Estes constituintes, na maioria dos casos, correspondem aos componentes da fase
oleosa e aos agentes emulsivos do tipo água/óleo.
(b)
Ou a uma temperatura superior, caso seja necessário para provocar a fusão do(s)
excipiente(s).
2 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação
Pastas hidrófobas
1. Pulverizar o(s) pó(s) até obtenção de uma tenuidade correspondente a pó fino (a);
2. Misturar os pós (caso exista mais do que um na composição);
3. Fundir o(s) excipiente(s), aquecendo a cerca de 60°C (b) (c);
4. Incorporar o pó (ou a mistura de pós) lentamente e com agitação contínua (d);
5. Parar o aquecimento e agitar energicamente até se iniciar a solidificação da pasta;
6. Espatular até obtenção de uma pasta com aspecto homogéneo, ou laminá-la, no caso
de dispor de um laminador.
Notas:
(a)
Um ou mais dos pós correspondem às substâncias activas.
(b)
Ou a uma temperatura superior, caso seja necessário para provocar a fusão do(s)
excipiente(s).
(c)
Em alternativa, quando um dos excipientes apresentar consistência semi-sólida (como,
por exemplo, a vaselina), poder-se-á optar por fundir somente cerca de 1/2 da sua
quantidade total. Nesse caso, a incorporação do(s) pó(s) é realizada na porção
liquefeita, procedendo-se à espatulação do produto obtido, após arrefecimento, com o
excipiente restante.
(d)
Recorre-se a este método sempre que as substâncias activas não sofram qualquer
degradação devida à temperatura a que se encontra o excipiente à fusão. Caso tal não
suceda, as substâncias activas devem ser previamente incorporadas, à temperatura
ambiente, numa pequena porção de um líquido miscível com o excipiente (vaselina
líquida, por exemplo), incorporando-se, em seguida, também à temperatura ambiente,
a mistura obtida, por espatulação, no excipiente. Nos casos em que o excipiente se
apresenta com consistência semi-sólida à temperatura ambiente, a incorporação das
substâncias activas poderá efectuar-se directamente no próprio excipiente, por
espatulação à temperatura ambiente.
FGP 2001 3
3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Pastas hidrófilas
1. Pulverizar o(s) pó(s) até obtenção de uma tenuidade correspondente a pó fino (a);
2. Misturar os pós (caso exista mais do que um na composição);
3. Preparar o excipiente composto, que constitui a base ou veículo da pasta, adoptando,
para tal, o processo mais adequado à natureza dos seus componentes(b);
4. Incorporar, lentamente, com agitação contínua, o pó (ou a mistura de pós) no
excipiente composto previamente preparado (c);
5. Agitar até à obtenção de uma dispersão homogénea do(s) pó(s) no excipiente
composto;
6. Espatular até obtenção de uma pasta com aspecto homogéneo, ou laminá-la, no caso
de dispor de um laminador.
Notas:
(a)
Um ou mais dos pós correspondem às substâncias activas.
(b)
No caso de a base da pasta consistir num gele de metilcelulose, dever-se-á dispersar,
sob agitação constante, a metilcelulose em cerca de metade da quantidade total de água
purificada, previamente aquecida a 80-90°C. Adiciona-se, em seguida, sob agitação
lenta (para evitar a incorporação de ar), a restante água purificada e a glicerina (caso
esta faça parte da fórmula), previamente arrefecidas em frigorífico. Agita-se lentamente
até à obtenção de um produto homogéneo e deixa-se em repouso no frigorífico durante
cerca de 2 horas.
No caso das pastas de água, a base é constituída por uma mistura de água purificada e
glicerina, preparada pela simples adição de um líquido ao outro.
No caso de a base da pasta consistir em gelatina-glicerinada, dever-se-á proceder a uma
hidratação prévia da gelatina, adicionando-se esta à água purificada e mantendo o
contacto durante cerca de 1 hora. Em seguida, adiciona-se a glicerina e promove-se o
aquecimento da mistura a cerca de 100°C, até dissolução da gelatina. No final,
completa-se o peso com água purificada.
No caso de a base da pasta consistir num gele de pectina, dever-se-á misturar a pectina
com a glicerina, adicionando, em seguida, a água purificada ou uma solução aquosa
(como, por exemplo, a Solução de Ringer), previamente aquecida a cerca de 80°C, sob
agitação até à obtenção de um produto com aspecto homogéneo.
4 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação
FGP 2001 5
3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Soluções
Notas:
(a)
Se necessário, aquecer a cerca de 40°C para promover a dissolução.
(b)
Se necessário e desde que as substâncias activas não se degradem, aquecer a cerca de
40°C para promover a dissolução.
(c)
Usar um filtro adequado, tendo em conta, designadamente, a natureza das substâncias
activas e a viscosidade do veículo. Regra geral, dever-se-á usar um filtro de pregas em
papel de filtro. No entanto, as soluções de iodo deverão ser filtradas através de um filtro
de lã de vidro e os xaropes deverão ser filtrados através de um filtro de papel de
Chardin.
6 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais 3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação
Suspensões
Notas:
(a)
Se necessário, aquecer a cerca de 40°C para promover a dissolução.
(b)
Caso a(s) substância(s) activa(s) não sejam convenientemente molháveis pelo veículo
suspensor, dever-se-á proceder, previamente, à sua mistura com o agente molhante.
FGP 2001 7
3.2 Procedimentos Normalizados de Preparação Capítulo 3 - Recomendações Gerais
Papeis farmacêuticos
Notas:
(a)
A mistura de pós deve ser realizada de acordo com o método da diluição geométrica:
• Colocar no almofariz de vidro ou no misturador o componente que se encontra em menor quantidade
e adicionar um volume semelhante do componente que se encontra em maior quantidade;
• Misturar;
• Repetir a operação, adicionando à mistura, de cada vez, volumes do componente dominante
semelhantes ao volume da mistura, até ao completo esgotamento do primeiro.
(b)
Sempre que um dos componentes se apresente numa quantidade extremamente
reduzida (da ordem dos mg) e, tal como os restantes componentes da mistura, apresente
uma coloração branca, é conveniente recorrer à utilização de um pó corado, como o
fosfato sódico de riboflavina (ou qualquer um dos corantes inscritos no Capítulo 6
“Coloração de Medicamentos” da FP VII), de modo a visualizar a operação de mistura
e a garantir a homogeneidade da mistura final. Desaconselha-se o uso de corantes
azóicos – em particular da tartrazina –, já que são os mais susceptíveis de causar
reacções de sensibilização.
O corante é misturado com o pó que se encontra em menor quantidade, de modo a
conferir-lhe uma coloração que permita visualizar a sua perfeita mistura com os
restantes componentes. A quantidade de corante a adicionar deverá ser a menor
possível, tendo em conta os objectivos referidos.
(c)
Preferencialmente, cada papel deverá conter uma massa mínima de 100 mg, pelo que,
frequentemente, torna-se necessário adicionar um diluente à mistura.
Como diluentes mais comuns utiliza-se manitol, celulose microcristalina ou amidos (de
milho ou de trigo) previamente secos. A lactose apenas deverá ser usada quando a fonte
de substância activa for uma especialidade farmacêutica que contenha este diluente na
sua composição.
Método 1 (Fig. 1)
1. Fazer uma dobra no papel que corresponda a cerca de uma sétima parte da sua largura
(este primeiro passo pode aplicar-se a um conjunto de papéis).
2. Colocar o papel numa superfície protegida de correntes de ar com a dobra virada para
cima, sendo este lado o que se encontra mais distante do operador.
3. Colocar o pó no centro do papel (I).
4. Inserir a extremidade inferior do papel na dobra superior (II).
5. Dobrar sobre si própria a dobra superior até que a parte não dobrada corresponda a
metade da largura do papel (III).
6. Colocar o papel sobre a caixa de cartolina onde vão ser acondicionados os papéis.
Marcar o centro do papel e da caixa com um lápis e dobrar os lados do papel (IV).
7. Reforçar as dobras feitas com ajuda de uma espátula limpa.
8. Colocar os papéis na caixa, da forma mais adequada (V).
II
III
IV
Método 2 (Fig. 2)
I IV
II V
III VI
Cápsulas
Notas:
(a)
A mistura de pós deve ser realizada de acordo com o método da diluição geométrica:
• Colocar no almofariz de vidro ou no misturador o componente que se encontra em menor quantidade
e adicionar um volume semelhante do componente que se encontra em maior quantidade;
• Misturar;
• Repetir a operação, adicionando à mistura, de cada vez, volumes do componente dominante
semelhantes ao volume da mistura, até ao completo esgotamento do primeiro.
(b)
Sempre que um dos componentes se apresente numa quantidade extremamente
reduzida (da ordem dos mg) e, tal como os restantes componentes da mistura, apresente
uma coloração branca, é conveniente recorrer à utilização de um pó corado, como o
fosfato sódico de riboflavina (ou qualquer um dos corantes inscritos no Capítulo 6
“Coloração de Medicamentos” da FP VII), de modo a visualizar a operação de mistura
e a garantir a homogeneidade da mistura final. Desaconselha-se o uso de corantes
azóicos – em particular da tartrazina –, já que são os mais susceptíveis de causar
reacções de sensibilização.
O corante é misturado com o pó que se encontra em menor quantidade, de modo a
conferir-lhe uma coloração que permita visualizar a sua perfeita mistura com os
restantes componentes. A quantidade de corante a adicionar deverá ser a menor
possível, tendo em conta os objectivos referidos.
(c)
O enchimento pode efectuar-se manualmente ou recorrendo a um capsulador mecânico.
(d)
Na preparação de cápsulas duras é necessário ter em atenção vários aspectos, como a
capacidade dos invólucros, a quantidade de produto a encapsular, a forma e dimensão
das respectivas partículas e ainda o método de enchimento dos invólucros.
Tabela I
Capacidade dos invólucros gelatinosos (em ml) actualmente comercializados
(informações disponibilizadas pelos fabricantes)
Método Gráfico
O nomograma apresenta em ordenadas a capacidade (em cm3 < > ml) dos
invólucros existentes (classificados com base nos nos respectivos) e, em abcissas, a massa
do pó (em gramas). As diagonais correspondem a diferentes densidades aparentes do pó.
– Interceptar esse ponto com o eixo das ordenadas, de modo a determinar o volume
ocupado pelo pó, que, neste caso concreto, é de 0,65 ml, pelo que os invólucros
nº 0 seriam os adequados para encapsular o referido pó.
Caso, por hipótese, a substância activa não preenchesse, pelo menos, 90% da
capacidade do invólucro, a quantidade de diluente a adicionar seria determinada também
com base na aplicação do nomograma, considerando o volume a preencher e a densidade
aparente do diluente.
massa em g
Método Algébrico
1.1 Seleccionar um invólucro com uma capacidade que permita encapsular a quantidade
pretendida de substância activa;
1.2 Pesar o invólucro vazio;
1.3 Encher completamente o invólucro apenas com a substância activa e proceder à sua
pesagem.
a) Massa do invólucro vazio: ______ mg
c) Massa do pó [ b – a ]: ______ mg
d) Repetir os passos a), b) e c) mais 5 vezes (de modo a obter 6 resultados, com
base nos quais se calcula a massa média do pó que enche completamente um
invólucro): _______ mg
Tabela II
Quantidades médias (em mg) de diferentes diluentes que enchem totalmente
invólucros de diversas capacidades
(adaptada de “Primary Compounding Course Manual”, Professional Compounding Centers of America, Inc.®, Houston, 2000)
FGP 2001 1
3.3 Estabilidade dos Medicamentos Capítulo 3 - Recomendações Gerais
– Restantes preparações
O prazo de utilização do medicamento manipulado deverá corresponder à duração do
tratamento. No caso de este se prolongar por mais de 30 dias, deverá adoptar-se um
prazo de utilização máximo de 30 dias.
2 FGP 2001
Capítulo 3 - Recomendações Gerais
9. Após aceitação da matéria-prima, preencher uma ficha (modelo anexo) onde constem
os seguintes dados:
a) denominação farmacopeica da matéria-prima;
b) outras denominações da matéria-prima;
c) número de código atribuído internamente e localização no armazém;
12. Todas as embalagens da matéria-prima (quer originais, quer especiais) devem possuir
um rótulo no qual devem constar, no mínimo, as seguintes informações:
a) denominação farmacopeica da matéria-prima;
b) identificação do fornecedor;
c) número do lote;
d) condições de conservação;
e) precauções de manuseamento;
f) prazo de validade;
g) quantidade;
Matéria-prima nº:
Localização no armazém:
(Carimbo da Farmácia)
MATÉRIA-PRIMA:____________________________________________________________________________
OUTRAS DESIGNAÇÕES:______________________________________________________________________
PREÇO DE AQUISIÇÃO (S/ IVA) DE UMA QUANTIDADE UNITÁRIA (por exemplo, 1 grama):__________
Medicamento
Quantidade Quantidade em
Manipulado* Data Quebras Operador
usada Armazém
(Lote nº)
2. Nos casos de lesões ou afecções cutâneas, o pessoal é responsável por promover a sua
adequada protecção, de modo a evitar a contaminação dos produtos que manuseia;
7. A máscara de protecção deve ser usada sempre que sejam realizadas operações que
gerem poeiras ou vapores, devendo, nestes casos, ser ainda ponderada a utilização de
óculos de protecção;
8. As luvas e a máscara de protecção devem ser substituídas sempre que haja uma
alteração de tarefa ou em caso de deterioração;
9. Somente poderá ter acesso ao laboratório o pessoal equipado com vestuário adequado
à tarefa que vai realizar;
10. A substituição do vestuário deve ser realizada no exterior do laboratório, onde devem
existir armários específicos para guardar o vestuário de uso no exterior e os objectos
de uso pessoal;
12. Antes de iniciar ou reiniciar qualquer actividade no laboratório, o pessoal deve lavar
cuidadosamente as mãos, o mesmo devendo acontecer em caso de interrupção do
trabalho ou após a sua conclusão;
13. É proibido comer, fumar ou mascar pastilha elástica no laboratório, bem como
realizar quaisquer práticas anti-higiénicas ou outras susceptíveis de o contaminarem.
3. Passar o material por água quente contendo um detergente, como, por exemplo, a
solução de Extran® a 20% (V/V);
5. Passar o material por água quente corrente, até à completa remoção da espuma;
7. Passar o material por álcool caso haja necessidade de proceder a uma operação de
desengorduramento;
10. Em caso de necessidade, secar o material em estufa a uma temperatura inferior a 50ºC;
11. Após secagem, deixar o material atingir a temperatura ambiente (caso se aplique) e
verificar novamente as respectivas condições de limpeza, repetindo os procedimentos
anteriores caso estas não sejam satisfatórias;
Material de Plástico
3. Passar o material por água quente contendo um detergente, como, por exemplo, a
solução de Extran® a 20% (V/V);
5. Passar o material por água quente corrente, até à completa remoção da espuma;
7. Passar o material por álcool caso haja necessidade de proceder a uma operação de
desengorduramento;
11. Após secagem, deixar o material atingir a temperatura ambiente (caso se aplique) e
verificar novamente as respectivas condições de limpeza, repetindo os procedimentos
anteriores caso estas não sejam satisfatórias;
1. Após utilização, limpar o equipamento com um pano humedecido com água fria;
2. Caso seja necessário, usar um pano humedecido com água fria (ou, eventualmente,
água quente) contendo uma pequena porção de detergente, como, por exemplo, a
solução de Extran® a 20% (V/V), devendo, neste caso, proceder-se, de imediato, a
uma limpeza subsequente do equipamento com outro pano humedecido apenas com
água fria, até à completa remoção do detergente;
Bancadas do Laboratório
2. Caso seja necessário, usar um pano humedecido com uma solução detergente, como,
por exemplo, a solução de Extran® a 20% (V/V), devendo, neste caso, proceder-se a
uma limpeza subsequente com outro pano humedecido apenas com água fria, até à
completa remoção do detergente;
Pavimento do Laboratório
2. Limpar, seguidamente, o pavimento com outro pano humedecido apenas com água
quente, até à completa remoção do detergente;
Paredes do Laboratório
2. Caso seja necessário, usar um pano humedecido com uma solução detergente, como,
por exemplo, a solução de Extran® a 20% (V/V), devendo, neste caso, proceder-se a
uma limpeza subsequente com outro pano humedecido apenas com água fria, até à
completa remoção do detergente;