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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE – CAMPUS

CABO FRIO
LICENCIATURA EM QUÍMICA
QUÍMICA ANALÍTICA EXPERIMENTAL

ANDREZA
CAÍQUE MACEDO DO AMARAL
JENIFFER ALICE REIS COUTTO

TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DE ÁCIDO CLORIDRÍCO COM HIDRÓXIDO DE


SÓDIO

MARÇO
2024
CAÍQUE MACEDO DO AMARAL
JENIFFER ALICE REIS COUTTO

TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DE ÁCIDO CLORIDRÍCO COM HIDRÓXIDO DE


SÓDIO

Relatório apresentado ao Instituto Federal


Fluminense, campus Cabo Frio, como atividade
avaliativa na componente curricular de Química
Analítica Experimental.

Prof.ª Dr.ª: Karen Melo

CABO FRIO, RJ
2023
OBJETIVOS

 Preparar a solução de ácido clorídrico (HCl) a 0,1000 mol.L -1 e tabelar os valores obtidos
através da titulação potenciométrica.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As titulações estão entre os procedimentos analíticos mais exatos. Em uma titulação, o analito
reage com um reagente padronizado (o titulante) em uma reação de estequiometria conhecida.
Geralmente, a quantidade de titulante é variada até que a equivalência química seja alcançada, como
indicado pela mudança de cor de um indicador químico ou pela mudança na resposta de um
instrumento. A quantidade do reagente padronizado necessária para atingir a equivalência química
pode ser relacionada com a quantidade de analito presente. Portanto, a titulação é um tipo de
comparação química.
Por exemplo, na titulação do ácido forte HCl com a base forte NaOH, uma solução
padronizada de NaOH é usada para determinar a quantidade de HCl existente. A reação é
HCl + NaOH  NaCl + H2O
A solução padronizada de NaOH é adicionada de uma bureta até que um indicador como a
fenolftaleína mude de cor. Nesse ponto, chamado ponto final, o número de mols de NaOH adicionado
é aproximadamente igual ao número de mols de HCl inicialmente presente. O procedimento de
titulação é bastante geral e pode ser empregado para uma variedade de determinações.
As soluções padrão utilizadas nas titulações de neutralização são ácidos ou bases fortes porque
essas substâncias reagem de forma mais completa com o analito do que as suas correlatas mais fracas,
portanto, fornecem pontos finais mais nítidos. As soluções padrão de ácidos são preparadas por
diluição de ácido clorídrico, perclórico ou sulfúrico concentrados. As soluções padrão de bases são
geralmente preparadas a partir dos hidróxidos sólidos de sódio, de potássio e, ocasionalmente, de
bário.
Muitas substâncias, que ocorrem naturalmente ou são sintéticas, exibem cores que dependem
do pH da solução na qual estão dissolvidas. Algumas dessas substâncias, que têm sido utilizadas por
séculos para indicar a acidez ou alcalinidade da água, ainda são empregadas em titulações ácido/base.
O ponto em que isto ocorre é o ponto de equivalência, ponto estequiométrico ou ponto final teórico. A
solução resultante contém o sal correspondente. Se o ácido e a base forem eletrólitos fortes, a solução
será neutra no ponto de equivalência e terá pH igual a 7. Se o ácido ou a base forem um eletrólito
fraco, o sal será hidrolisado até certo ponto e no ponto de equivalência a solução será ligeiramente
básica ou ligeiramente ácida. O pH exato da solução no ponto de equivalência pode ser prontamente
calculado a partir da constante de ionização do ácido fraco (ou da base fraca) e da concentração da
solução. Na prática, o ponto final correto caracteriza-se por um valor definido da concentração de íons
hidrogênio na solução, valor este que depende da natureza do ácido, da natureza da base e da
concentração da solução.
Um grande número de substâncias, chamadas indicadores de neutralização ou indicadores
ácido-base, mudam de cor de acordo com a concentração de íons hidrogênio na solução. A
característica principal destes indicadores é que a mudança da cor observada em meio ácido para a cor
observada em meio básico não ocorre abruptamente, mas dentro de um pequeno intervalo de pH
(normalmente cerca de duas unidades de pH), denominado intervalo de mudança de cor (faixa de
viragem) do indicador. A posição da faixa de viragem na escala de pH é diferente para cada indicador.
É possível selecionar para a maior parte das titulações ácido-base um indicador que muda de cor em
um pH próximo ao do ponto de equivalência.
O uso de um padrão primário em titulação é crucial por diversas razões que garantem a
precisão, confiabilidade e eficiência do processo analítico. Um padrão primário é um reagente que
possui características especiais e que é utilizado como referência numa análise volumétrica. Os
seguintes requisitos devem ser preenchidos por um reagente padrão primário:
1. Idealmente, o reagente deve ser de elevada pureza, ou seja, o percentual de impurezas deve
estar situado entre 0,01 a 0,02%;
2. Se a pureza do padrão primário não for absoluta, o reagente deve ser facilmente purificado e
as impurezas devem ser inertes e facilmente identificáveis;
3. Deve ser de fácil obtenção, dessecação, pesagem e conservação;
4. A estabilidade, quando exposto ao ar e quando submetido ao processo de dessecação, é uma
importante propriedade que deve ser apresentada por um padrão primário;
5. Não deve ser higroscópico e nem eflorescente, ou seja, não deve perder água de
cristalização quando exposto ao ar;
6. Com relação à solubilidade, o padrão primário deve ser bastante solúvel para que a massa
pesada seja dissolvida;
7. A fim de que os erros de pesagem sejam os menores possíveis, o padrão primário deve ter
uma massa molar relativamente elevada.

A exatidão dos resultados é dependente das propriedades apresentadas por esse reagente.
Infelizmente, a disponibilidade de substâncias que preenchem os requisitos necessários a um padrão
primário não é muito grande, destacando-se como reagentes de referência: biftalato de potássio,
carbonato de sódio, ácido benzoico, cloreto de sódio, oxalato de sódio, ácido oxálico, trióxido de
arsênio, iodato de potássio, dicromato de potássio, entre outros.
Um padrão secundário é um composto que pode ser usado nas padronizações e cujo teor de
substância ativa foi determinado por comparação contra um padrão primário. Em outras palavras, uma
solução padrão secundária é aquela em que a concentração do soluto dissolvido não foi determinada
por pesagem do composto dissolvido, mas pela titulação de um volume da solução com um volume
conhecido de uma solução padrão primária.
PARTE EXPERIMENTAL

Materiais e reagentes

• Hidróxido de Sódio (NaOH);


• Ácido Clorídrico 32% m/m (HCl);
• Béquer 100 mL;
• Aparelho pHmetro;
• Chapa de aquecimento.

Procedimento Experimental

A) Preparo de 250 mL de solução de ácido clorídrico 0,1000 mol/L-1

1. Realizou-se a calibragem do aparelho pHmetro com auxílio de dois padrões;


2. Após calibragem, transferiu-se 25 mL da solução de HCl 0,1 mol -1 para um Becker de 100
mL, adicionando 25 mL de água destilada. Posicionando-o posteriormente sob a placa
agitadora;
3. Montou-se o sistema de pHmetro, mergulhando o eletrodo de vidro ao Becker da solução;
4. Com a solução sob agitação e devidamente posicionada ao sistema, realizou-se o cálculo
volumétrico prévio necessário como base para a inicialização da titulação;
5. Iniciou-se a titulação a partir da adição de 1,00 mL da solução de NaOH até 26 mL. Tabelou-
se os resultados observados.
6. O procedimento prosseguiu com incrementos de 0,20 mL, até ocorrer a mudança brusca de pH
e retornar para a adição de 1,00 mL. Anotando-se os valores para a realização da curva de
titulação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Cálculo para a massa de NaOH:


C = 0,1000 mol/L 1 mol ___ 40,00 g
MM = 40,00 g/mol 0,1000 mol ___ X
V = 1000 mL X = 4 g de NaOH

Massa de NaOH pesada:


2. Resultados obtidos para a padronização do NaOH:

1ª Titulação 2ª Titulação 3ª Titulação Média

Massa (g) 0,0502 0,0525 0,0529 0,05186

V (mL) 10,2 10,5 10,7 10,46

2 NaOH(aq) + H2C2O4(s) → Na2C2O4(aq) + 2 H2O(l)


90 g H2C2O4 _____ 1 mol
0,05186 g _____ X
X = 0,0005762 mol H2C2O4
1 mol de H2C2O4 _____ 2 mols de NaOH
C = (0,0005762 . 2) / 0,01046 L
C = 0,110172084 mol/L de NaOH
A estequiometria da reação de neutralização revela que cada mol de ácido oxálico reage com
dois mols de hidróxido de sódio para formar um mol de oxalato de sódio e dois mols de água. Com
esses dados é possível calcular a concentração final da solução de NaOH preparada em laboratório. O
ácido oxálico é um excelente padrão primário porque cumpre todos os requisitos descrito no
referencial teórico, dessa forma a quantidade de matéria contida numa determinada massa não sofre
muita variação com a temperatura ou quantidade de impurezas. Assim é possível estabelecer uma
relação direta com o NaOH e através da quantidade de solução titulada é possível encontrar a
quantidade de matéria de base forte contida em 1 litro de solução. Essa relação nos dá a concentração
precisa da solução preparada em laboratório.

3. Cálculo para o volume de HCl:

Ci = 32,00 % m/m 36 , 46 g 0,1000 mol


x x 0 ,5 L=1,823 g
1 mol 1L
MM = 36,46 g/mol
100 g
d = 1,16 g/mL 1,823 gx =5,696875 g
32 g
Cf = 0,1000 mol/L 1mL
x 5,696875 g=4,9110991379 mLHCl
V = 500 mL 1, 16 g

Volume de HCl concentrado a ser pipetado: 4,9 mL


Para encontrar a concentração final da solução de ácido clorídrico preparada em
laboratório é preciso utilizar uma solução básica de concentração conhecida e através da
estequiometria da reação estabelecer uma série de relações entre quantidades de matéria dos
produtos utilizados. Observando a estequiometria dessa reação de neutralização vê-se que há
uma relação direta e simples, ou seja, cada um mol de hidróxido de sódio reage com um mol
de ácido clorídrico. Assim é possível calcular a quantidade de matéria contida na alíquota de
25 mL de ácido titulada contida no Erlenmeyer. É importante notar que para encontrar o
volume necessário para preparar a solução ácida.

4. Resultados obtidos para a padronização do HCl:

1ª Titulação 2ª Titulação 3ª Titulação Média

V (mL) 30,8 30,9 31,1 30,93

NaOH(aq) + HCl(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)


0,110172084 mol
CNaOH: x 30 , 93 mL=0,003407622558 molNaOH
1000 mL
1 mol de NaOH _____ 1 mol de HCl
0,003407622558 mol _____ 0,025 L HCl
Y _____ 1 L
Y = 0,136304902 mol/L HCl
CONCLUSÕES

Em conclusão, o experimento foi bem-sucedido na produção e padronização do


hidróxido de sódio (NaOH) e do ácido clorídrico (HCl). A produção do NaOH a partir de
matérias primas foram realizadas com sucesso, resultando em concentrações próximas à
teórica esperada. Da mesma forma, a produção do HCl e sua padronização foram conduzidas
de forma eficaz, fornecendo uma solução de ácido clorídrico com concentrações
significativas.
Os resultados obtidos demonstram a eficácia do processo experimental empregado,
evidenciando a habilidade de produzir e padronizar tais soluções com precisão satisfatória
para aplicações químicas diversas. No entanto, algumas fontes de erro, como variações na
temperatura ambiente e pequenas imprecisões na medição de volumes, podem ter
influenciado ligeiramente os resultados.
Em suma, o experimento contribuiu para o entendimento prático da produção e
padronização de soluções de NaOH e do HCl, destacando sua importância em aplicações
químicas e fornecendo uma base sólida para investigações futuras nesta área.
REFERÊNCIAS

BACCAN, N.; [et. al.]. Química Analítica Elementar. São Paulo: Edgar Blücher; Campinas:
Universidade Estadual de Campinas, 1979.

VASCONCELOS, N. M. S. de; Fundamentos de Química Analítica Quantitativa. Universidade


Estadual do Ceará – Universidade Aberta do Brasil. EdUECE. 2ª Ed. Fortaleza, Ceará. 2019.

VOGEL, A. I. Análise Química Quantitativa. Tradução da 6ª ed. norte-americana. Rio de Janeiro:


LTC, 2017.

TERRA, J. ROSSI, V. A. Sobre o desenvolvimento da análise volumétrica e algumas aplicações


atuais. Universidade Estadual de Campinas, 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/SyjM9MjmLdW8pJW43VXKpnK/#. Acessado em: 24/02/2024.

SKOOG, D. A.; [et. al.]. Fundamentos de Química Analítica. Tradução da 8ª ed. norte-americana.
São Paulo: Cengage Learning. 2008.

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