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Sistemas
Estruturais
A espécie de pássaro conhecida como
João de Barro tem talentos naturais
na área de arquitetura e construção.
Sem ter feito nenhum curso e até mesmo sem
ter aprendido por observação, o João de Barro sabe
instintivamente como fazer seu ninho, que se difere
dos ninhos dos outros pássaros pela forma e pelo
material.
Assim como o ninho do pássaro, uma habitação
residencial deve prover segurança e durabilidade aos
moradores sob ação de impactos, vibrações, infiltrações
e outras situações decorrentes da utilização normal da
edificação, apresentar funcionalidade e acessibilidade,
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sem dificultar a sua manutenção e ainda oferecer con-
forto térmico, acústico e de iluminação.
O ninho do João de Barro é feito por um casal de
passarinhos, usando uma mistura de barro com palha
que eles carregam do chão para o local do ninho em
até centenas de viagens. O lugar escolhido é sempre
um galho, mureta ou outra superfície que seja mais
rígida.
Nossas casas são projetadas por profissionais,
executadas por construtores que utilizam materiais de
qualidade compatível com seu objetivo e disponíveis
em vários bairros em milhares de cidades do nosso
Brasil.
Guardada as devidas proporções, nos dois casos
a resistência do material deve ser alta, para resistir ao
tempo e às intempéries por muitos anos, humanos
ou pássaros, queremos desempenho em nossas ha-
bitações.
O ninho do João de Barro não impressiona ape-
nas pela simples capacidade de o pássaro projetar e
construir seu próprio abrigo coberto com um material
muito resistente e em locais firmes e estáveis. Ele tem
outras características que mostram uma inteligência
surpreendente. Veja algumas delas:
• A porta do ninho tem sempre o tamanho ade-
quado, ideal para a entrada confortável dos mo-
radores, mas sem exagero, para não permitir a
entrada de animais maiores do que eles.
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 • A posição da porta é também planejada com
cuidado, ficando na direção contrária à chuva
e ao vento.
• A parte interna é dividida em duas áreas, através
de uma extensão de uma das laterais da entrada
para o lado de dentro, criando um local mais
seguro, separado da entrada por essa divisão.
Essa área é reservada para a fêmea colocar os
ovos, que ficam assim mais protegidos ainda.
• A parte interna do ninho recebe decoração para
ficar mais confortável, com penas e palhas fa-
zendo a forragem.
O ninho demora cerca de duas semanas para
ficar pronto, e o casal de passarinhos o utiliza por
aproximadamente 1 ano, com várias crias. Após esse
período, o ninho fica disponível para outros pássaros.
Algumas vezes são feitos vários ninhos, uns sobre os
outros, criando uma espécie de edifício ao invés de
uma simples casa.
Uma aula de arquitetura, desempenho e de
desprendimento por parte do João de Barro. Outra
aula é a NBR 15575, que entrou em vigor estabele-
cendo padrões referentes à eficiência de edificações
para o Brasil.
Entretanto, mesmo com a norma em vigor, ain-
da existem várias dúvidas sobre sua interpretação e
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aplicação nos projetos e construções habitacionais.
Quando se fala em sistemas estruturais, a nor-
ma aborda o tema com bastante relevância para as
edificações, por que de fato a estrutura de um em-
preendimento é que garante a segurança ao usuário
durante sua determinada vida útil.
Um sistema estrutural faz parte do contexto da
obra o qual o usuário não vê, mas intuitivamente
sabe que se a estrutura da edificação não atender
as especificações de projeto sob as diversas condi-
ções de exposição, pode resultar em patologias e
comprometer a segurança, gerando instabilidade e
posteriormente deformações levando ao seu colap-
so. Quem nunca teve medo de um prédio cair por
causa da má execução de sua estrutura ou porque
o engenheiro responsável pelo projeto especificou
erroneamente em seus cálculos a ferragem?
Devido ao seu grau de importância para um
edifício, a ABNT disponibilizou uma parte da Norma
apenas para tratar sobre os requisitos de desempenho
dos Sistemas Estruturais, trazendo o assunto com bas-
tante relevância aos profissionais. Não dá mais para
projetar ou executar sem observar os critérios estabe-
lecidos pelas normas técnicas prescritivas, afinal elas
estão citadas na parte 2 da ABNT NBR 15575:2013.
Quais são os requisitos gerais para a
edificação habitacional no que tange
a segurança estrutural?
De acordo com a ABNT NBR 15575:2013 - Parte
2, a estrutura durante a sua vida útil de projeto, deve
atender aos seguintes requisitos gerais:
1. Não ruir ou perder a estabilidade de qual-
quer de suas partes;
A estrutura de uma obra deve ser projetada para
garantir a sua estabilidade, ou seja, ela deve ser mais
estática possível suportando todas as cargas perma-
nentes e acidentais as quais está sujeita, de maneira
a evitar a sua movimentação e ruína. Parece óbvio,
mas nem sempre é observado e cumprido pelos
profissionais de engenharia ou incorporadores, por
acharem que as normas subdimensionam a estrutura
e que assim irão gastar mais dinheiro com ferragem
sem ter a devida necessidade. Será que é mais caro
um processo ou uma estrutura bem dimensionada
de acordo com o estabelecido em norma?
2. Prover segurança aos usurários sob ação de
impactos, choques, vibrações e outras solici-
tações decorrentes da utilização normal da
edificação, previsíveis na época do projeto.
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 Podemos comparar a estrutura de uma edificação
a uma torre de cartas de baralho: as cartas possuem
peso próprio e cada vez que são colocadas uma em
cima da outra, as cartas inferiores vão suportando o
peso daquelas que estão em cima e de outras cargas
também, como o vento por exemplo. O objetivo é
que a torre fique estática, ou seja, tenha o mínimo
de movimento possível para garantir a sua estabili-
dade e não chegar à ruína. Entretanto, se uma carta
fica mal posicionada e não consegue aguentar as
cargas provenientes, seu deslocamento pode levar
ao colapso de toda a estrutura.
Para que isso seja evitado, é de grande impor-
tância que a estrutura seja projetada corretamente,
de acordo com as normas técnicas aplicáveis e vi-
gentes, e que leve em consideração todos os fatores
que podem levar à sua ruína e assim a estrutura seja
executada de acordo com o previsto garantindo a
estabilidade da construção durante a sua vida útil.
3. Não provocar sensação de insegurança aos
usuários pelas deformações de quaisquer
elementos da edificação, permitindo-se tal
requisito atendido caso as deformações se
mantenham dentro dos limites estabeleci-
dos pela Norma
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Quando vemos uma viga em seu centro com um
certo “abaulamento”, causa um certo desconforto.
Passa-se na mente diversos pensamentos como: será
que esta viga está caindo? A sensação de insegurança
começa a surgir junto com o receio e desconfiança
sobre a instabilidade daquele elemento estrutural.
Além do aspecto visual que chama bastante atenção,
as seguintes dúvidas podem ser geradas: Trata-se de
uma rachadura? Será que isso aconteceu por causa
de fissuras? Que deformação é esta?
De fato, estas deformações nos causam a sen-
sação de insegurança e nos deixam alarmados sobre
o que pode estar acontecendo com a estrutura. En-
tretanto, quando se faz um projeto estrutural, são
previstas algumas deformações nas estruturas. Por
exemplo, para uma estrutura de concreto armado, a
ABNT NBR 6118 “Projeto de estruturas de concreto
- Procedimento” estabelece os limites de deforma-
ção, devido as diversas cargas ao qual a estrutura foi
dimensionada a suportar.
Para tudo há um limite, e este deve ser asse-
gurado em projeto e durante a execução da obra,
para que o deslocamento natural de uma estrutura
não gere dúvidas aos usuários da edificação, como:
“esta estrutura está caindo, foi mal dimensionada
pelo engenheiro”.
4. Não repercutir em estados inaceitáveis de
fissura de vedação e acabamentos
Quem nunca se deparou com uma fissura ou
rachadura em uma parede e ficou com certo receio?
Ou já observou determinadas rachaduras externas
em um forro ou laje, que o levou a pensar que havia
um certo problema naquele local? Pois então! Ne-
nhum cliente gostaria de ver seu fino acabamento
apresentar fissuras.
Esta situação, geralmente ocasionada devido ao
deslocamento normal de uma estrutura que também
deve ser prevista em projeto, sendo necessário ser
observado que tipo de deslocamento a estrutura po-
derá sofrer devido as diversas condições de exposição,
evitando fissuras que comprometam as vedações e
acabamentos.
Desenvolver um projeto que atenda todas as
especificações normativas proporciona a segurança
estrutural dos demais sistemas de uma construção
habitável e principalmente dos seus usuários.
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 E-books AGQ Brasil sobre o tema:

01. PBQP-H 02. Requisitos Gerais 03. Sistemas Estruturais 04. Sistemas de Pisos

05. Sistemas de Vedação 06. Sistemas de Cobertura 07. Sistemas Hidrossanitários 08. Responsabilidades

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 E-books elaborados por: Ana Paula Campos, Evandro Vieira Ribeiro, Mateus Mendes
Revisão: Nayara F. Silva
Fontes de consulta:
• ABNT NBR 15575 Edificações habitacionais - Desempenho Partes 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
• ABNT NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento.
• Constantino Zara Filho - Associação Paulista de Apicultores
• FACCIO, H.B.; SILVA, A.N.; Artigo: as características de reação ao fogo dos materiais de acabamento e de revestimento diante da ABNT NBR 15.575:2013.
• Fernanda Dias Goi - Arquiteta
• Francisco José Zorzenon – Biólogo
• http://dicasdearquitetura.com.br/
• http://pbqp-h.cidades.gov.br/
• http://www.cimentoitambe.com.br
• http://www.mundoestranho.abril.com.br
• https://espaco-vital.jusbrasil.com.br
• https://www1.folha.uol.com.br
• NETO, Francisco Maia: Norma de Desempenho - Parte 6: Sistemas hidrossanitários. Estado de Minas, Belo Horizonte, 15 set. 2013.
• Paola Valduga Advocacia
• RORIZ, Maurício. Conforto e desempenho térmico de edificações. 2008. 63 f. Apostila.

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