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Segundo Assumpção (2008), uma empresa pode implementar um sistema de gestão ambiental
por inúmeros motivos, como a definição e exigência de clientes, interesse em conquistar ou de
ampliar mercado e interesse em demonstrar bons resultados ambientais para população,
clientes, vizinhos, etc. Para Gibson (2005), algumas organizações implantaram um sistema de
gestão ambiental por exigência de seus maiores clientes, enquanto outras decidiram
implementar um SGA por causa dos resultados obtidos com a implantação da ISO 9000.
De acordo com Barbieri (2007), uma das razões da adopção de um SGA é a possibilidade de
se obter melhores resultados com menos recursos, em decorrência de acções planeadas e
coordenada.
Segundo Hillary (1999), citado por SILVA (2006) a motivação para a adopção de SGA nas
PMEs é fortemente influenciada pelos clientes quando comparada com a influência de outras
partes interessadas. No entanto, esta é superada pela influência da legislação e pelo papel das
autoridades competentes.
Darnall et al., (2000) citado por SILVA (2006) confirmam igualmente a importância dos
clientes para a adopção de SGA. De facto, o seu estudo permite verificar que a generalidade
das empresas refere que os factores que influenciam a decisão de adoptar um SGA são os
seguintes:
Satisfação dos requisitos do cliente;
Manutenção de vantagens competitivas;
Redução de custos;
Melhoria das relações com a comunidade.
Morrow e Rondinelli (2002) realizaram um trabalho onde pesquisaram estudos de caso que
apresentavam entrevistas com administradores acerca das motivações que os levaram a adotar
um SGA; a essa revisão adicionaram um estudo de caso realizado por eles, investigando as
mesmas motivações em indústrias alemãs de energia e gás. Os fatores apontados no estudo são
os mesmos apontados no restante da literatura, a saber:
Facilidade de lidar com as questões legais. Um dos requisitos para a certificação ISO
14001 de um SGA é o cumprimento de todos os requisitos legais, de forma que um
SGA bem estruturado facilita que a empresa esteja em conformidade nesta questão.
Convém ainda sublinhar que os resultados do estudo promovido por Darnall (2001) citado por
SILVA (2006) evidenciam que as empresas mãe têm um papel extremamente importante na
decisão de implementar um sistema de gestão ambiental baseado na ISO 14001. De facto,
verificou-se que esta decisão (imposta por mais de metade das empresas americanas nas suas
filiais, divisões ou subsidiárias) se devia a quatro motivos principais:
Na sua opinião, as empresas que impõem a adopção da ISO 14001 são mais influenciadas por
pressões regulamentares e de mercado e têm capacidades internas mais fortes do que aquelas
que meramente encorajam esta decisão. Além disso, concluiu que os incentivos em termos de
apoio governamental não são críticos para a decisão de impor ou encorajar a implementação
da ISO 14001. Isto acontece, provavelmente, porque as empresas que a adoptam possuem
capacidades internas bem desenvolvidas e não necessitam de apoio, por este motivo.
Por fim, Harrington e Knight (2001) relaciona uma série de questões que podem ajudar uma
empresa a decidir a implantar um sistema de gestão ambiental:
De acordo com ELLIOTT (2001), citado por SILVA (2006) o principal benefício da
certificação ISO 14001 é o de permitir criar uma cultura em que os colaboradores são
encorajados a procurar formas de minimizar os impactes ambientais. Um aspecto relevante
também acentuado é que este benefício só ocorrerá se o referencial ISO 14001 for usado como
parte integrante de uma estratégia ambiental corporativa mais ampla e coerente. Caso isto não
se verifique, e a certificação seja apenas utilizada para que se possam “dar a entender”
melhorias ambientais que na prática não se verificam, então não são expectáveis benefícios.
Os resultados do estudo de Harding et al., (2003) citado por SILVA (2006) indicam que as
empresas com certificação ISO 14001 apresentam práticas ambientais transversais a toda a
organização, revelando uma maior tendência para a integração e envolvimento de gestores e
restantes colaboradores. Por um lado, os gestores participam no desenvolvimento de práticas
ambientais específicas. Por outro lado, os colaboradores não executivos são considerados nos
processos de tomada de decisão.
Entre os benefícios obtidos pelas empresas como resultado de uma gestão proactiva da
sua relação com o ambiente, Darnall (2003) citado por SILVA (2006) inclui a melhoria da
eficiência operacional, o ganho de vantagens competitivas e a redução dos custos inerentes ao
cumprimento da legislação. O desenvolvimento do passo adicional de certificação dos
respectivos SGA permite também sinalizar junto do público, media, entidades reguladoras e
clientes a sua política e práticas ambientais.
No quadro seguinte encontram-se esquematizadas os principais benefícios associados à
implementação de um Sistema de Gestão Ambiental por parte de uma organização.
Em síntese, de acordo com MAIMON, (1999) citado por CAGNIN (2000), a norma ISO 14001
oferece, essencialmente, uma garantia de reconhecimento de adequação ambiental da empresa
pelos diferentes actores externos que interagem com a questão ambiental: mercado de produtos
e insumos, órgãos de fiscalização, agências de financiamento, imprensa especializada,
comunidade e movimento ambientalista.
A adesão de uma empresa à ISO 14001 vai proporcionar, além de uma maior inserção no
mercado internacional, vantagens organizacionais, redutoras de custos de operação,
minimizadoras de acidentes e obviamente competitivas. Por outro lado, a inserção da empresa
no mercado internacional está intimamente condicionada tanto às crescentes exigências dos
clientes quanto a sua performance ambiental, como à discriminação política e económica contra
os poluidores, sejam eles empresas, regiões ou países.
Para a sociedade, a adesão das empresas à ISO 14001 resulta na melhoria da qualidade de vida
decorrente da diminuição de impactos ambientais adversos e em uma redução do custo de controle
de fiscalização, uma vez que a adesão das empresas é voluntária.
As vantagens da ISO 14001 em termos organizacionais decorrem da mudança na gestão global da
empresa, pela incorporação de práticas de gestão na área ambiental, no planeamento estratégico,
no processo produtivo, na distribuição e disposição final do produto, que acabam se difundindo em
outros sectores.
A incorporação da ISO 14001 está ainda associada a uma redução de custos, pois a prevenção
da poluição estabelecida pela norma minimiza os poluentes e os desperdícios do processo de
produção, racionaliza a alocação dos recursos naturais e humanos, e conduz a empresa a uma
conquista da conformidade à legislação com um custo menor.