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RELATÓRIO SOBRE A ACIDENTE ENTRE OS NAVIOS

NGOL LUENA E LUEJI

Luanda, 30 de Maio de 2011


No dia 9 de Maio de 2011, pelas 11h 04 registou-se um acidente no Lobito-Benguela, entre
os navios Ngol Luena e Lueji. O acidente ocorreu quando o navio Ngol Luena fazia manobras
de aproximação para a efectivação de uma operação de STS com o navio Lueji.
Para efectivação com segurança desta operação, o navio Ngol Luena tinha a bordo o piloto
de barra bem como um rebocador e uma lancha de apoio.
Segundo o comandante do navio Ngol Luena, o acidente ocorreu devido a mudança brusca
das correntes marítimas, o que originou a criação de ondas e agitação do mar.
Como resultado, a parte de popa a estibordo do navio Lueji movimentou-se em direcção ao
navio Ngol Luena, embatendo contra o costado deste, a bombordo entre as balizas # 22 e
23, causando uma amolgadura de 70 cm de comprimento, 71 cm de largura e 9,5 cm de
profundidade na zona do tanque de lastro # 3 de bombordo, assim como a amolgadura do
corrimão de protecção do convés principal numa extensão de aproximadamente 2 metros de
comprimento.
No sentido de evitar ou diminuir o impacto entre os dois navios , o piloto de barra ordenou
“velocidade muito devagar avante” e posteriormente “ devagar avante” tendo o navio
alcançado uma velocidade média de 0.6-0.7 nós. O comandante do navio cancelou a ordem
do piloto de barra e ordenou “ Paragem da máquina” posteriormente “ Muito devagar a Ré” e
“ Toda a força a Ré” par minimizar o contacto entre os navios.
Em virtude do navio Lueji encontrar-se permanentemente ancorado sem Máquina principal
“em atenção” e com “máquina parada” nenhuma acção foi tomada pelo navio para evitar o
acidente. Nenhum dano foi reportado pelo navio.
Como resultado deste acidente, no dia 23 de Maio deslocaram-se ao Lobito o Capitão Ivor
Coutinho e o Superintendente Euler Miguel para investigação das causas do acidente.
Ambos comandantes foram consultados sobre as causas do acidente. Como resultado do
inquérito conclui-se que as causas principais do acidente foram:

1- Ambos comandantes ignoraram as condições atmosféricas e do mar que se faziam


sentir no local
2- A existência de somente um rebocador para auxílio da manobra
3- O piloto de barra informou que estava com pressa para a conclusão da operação
4- Falta de comunicação entre os navios durante a operação de aproximação
5- A manobra de aproximação realizada pelo navio Ngol Luena não foi feita de acordo as
recomendações e linhas mestras da OCIMFque regem as operações de STS entre
navios ancorados
6- Os comandantes de ambos navios não realizaram diligências nem usaram a sua
autoridade para cancelar a operação em tempo.

Desta ocorrência tiraram-se as seguintes lições, que estudadas e implementadas evitarão a


recorrência de acidentes do género:

1- Melhoria da comunicação entre os navios e seguimento estrito das listas de controlo


das operações de STS
2- Garantir que o piloto de barra e os comandantes dos navios estejam de acordo em
realizar a operação em segurança, tendo sempre em conta as condições do tempo e
do mar, o número de rebocadores envolvidos na operação e proximidade de outros
navios na zona
3- Os comandantes devem ter conhecimento da autoridade plena que gozam para
cancelar toda a operação que se julgue insegura

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