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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

TESTE: 1 CADEIRA: MAR E GOVERNO ANO: 4°


Nome: Celestino Francisco Sitoe
Leia atentamente as questões que se seguem e responda com clareza.
Sobre o governo e manobra do navio responda
1. O comportamento do navio sob a acção conjunta do leme e da hélice obedece a outros
princípios gerais, cujo conhecimento é basilar para a manobra conscienciosa.
a) Fale do comportamento do navio e hélice a vante considerando o leme a meio e
um do bordo.
R: Neste caso a acção do leme tem a maior importância e pode-se dizer que os
efeitos do propulsor não têm ação sensível no governo do navio, exceto em certas
situações, que apreciaremos a seguir:
Leme a meio: partindo do repouso, com o leme a meio, ao dar o navio adiante,
a proa tende a guinar para BB, por causa da pressão lateral das pás. À medida que
aumenta a velocidade esta tendência desaparece gradualmente (devido à corrente
da esteira), e a meia velocidade pode-se admitir que o hélice não tem efeito
evolutivo algum. Contudo, parece que alguns navios adquirem, nas altas
velocidades, ligeira tendência para guinar para EB.
Leme para um bordo: suponhamos que se carrega (total ou parcialmente) o
leme para um dos bordos, estando o navio parado. Quando se der adiante, a
corrente de descarga (do hélice) incidirá sobre a porta do leme, com uma força bem
maior que a da pressão lateral das pás, e a proa guinará para o bordo em que foi
carregado o leme. Esta guinada se dá mais facilmente para BB do que para EB,
porque o efeito da pressão lateral se soma à ação da corrente de descarga sobre o
leme. À medida que o navio adquire seguimento, o efeito do leme devido ao
movimento do navio gradualmente se sobrepõe aos efeitos do propulsor e o
governo dependerá inteiramente da acção do leme.
b) Tendo um navio e hélice a ré, comente sobre o comportamento do mesmo
lembrando-se do leme e as correntes de descarga e sucção.
R: A acção do leme é muito menor na marcha a ré do que na mancha a vante.
Como a corrente da esteira passa a se formar na proa, ela não exerce qualquer
influência no governo. Fica, então, o navio submetido às seguintes ações: 1° ação
do leme, que tende a levar a popa para o bordo em que foi carregado; 2° a corrente
de sucção, que se soma ao efeito do leme, como se vê na figura; 3° a corrente de
descarga, que vai sempre incidir sobre a carena, na popa, a EB; e 4° a pressão
lateral das pás, que tende a levar a popa para BB, na marcha a ré.
Nota: Na marcha a ré, o efeito do leme depende muito da velocidade do navio,
podendo-se distinguir duas situações bem distintas: 1° a ação do leme é quase nula
quando o navio começa a dar atrás, partindo do repouso, ou nas velocidades
moderadas; e 2° a ação do leme só se faz sentir quando o navio tem muita
velocidade para ré.
c) Quais são as correntes que intervém com o navio a ré e hélice a vante?
R: São as correntes de descarga.
d) O que são correntes de descarga e de sucção e diga qual é a influência que tem
com o leme a meio?
R: Corrente de descarga é a água descarregada devido ao movimento rotativo do
hélice, e corrente de sucção é a água aspirada devido ao movimento rotativo do
hélice no movimento do navio. Tanto na marcha AV assim como AV, a corrente
de sucção não tem efeito no governo do navio com leme ao meio. Estando o
leme a meio, há dois efeitos opostos. As pás do hélice que estiverem no alto
movem-se de BB para EB (hélice de passo direito), lançando a água sobre a face
esquerda do leme; as pás embaixo movem-se em sentido contrário, jogando a
água sobre a face direita do leme. A corrente de descarga, na marcha a ré, é
dirigida contra a popa e, como ela participa do movimento rotatório do hélice, o
efeito das pás que estão no alto é fazer cair a popa para BB, e o das pás embaixo
é o contrário.
e) Efeito de carregamento. Em regra, as melhores qualidades de manobra verificam-
se com_o navio meio carregado_:
f) Fale do fator que alteram as condições de manobra dos navios;
R: São:
a. Efeito do leme;
b. Efeito dos propulsor;
c. Corrente de esteira;
d. Condicoes de mar e vento;
e. Calado, trim e banda;
f. Pouca profundidade;e
g. Pequena largura de um canal.
g) Fale da hélice quanto aos passos;
Em geral, giram de dentro para fora, isto é, o de EB é de passo direito que gira no
sentido horário e o de BB é de passo esquerdo no sentido ant-horário, e passo
variável que está relacionado com o avanço que permite alterar o segmento AV/AR
sem que o hélice mude o sentido da rotação, ou seja a rotação ee a mesma mas o que
muda é a direcção.
h) Que tipos de lemes conhece fale do mais comum.
 Leme Ordinário/Normal/ não-compensados ;
 Leme Semicompensado;
 Leme Compensado.
Os lemes não-compensados são de construção mais simples e ficam em equilíbrio estável na
posição a meio. Têm a propriedade de mudar a posição rapidamente uma vez accionados. São
os mais usados actualmente.

II

1. Como e feita a sinalização náutica em lagos ou rios navegáveis;


 Os sinais náuticos complementares previstos para os balizamentos lacustre e
fluvial, instalados nas margens dos rios, lagoas e lagos, recomendam ações a ser
empreendidas pelo navegante, fornecendo também outras informações de interesse para
onavegante,como:
►pontosnaturais;
►obstruções;
►distânciasemquilômetros; e
►proibições e facilidades encontradas, servindo ainda para disciplinar o tráfego das
embarcações. Os sinais náuticos complementares são representados por balizas, com
painéis de sinalização (Placa com forma, dimensão e cores definidas, complementada
ou não por simbologia gráfica, para utilização na sinalização náutica complementar, de
rios, lagos e lagoas ou construções sobre vias navegáveis.), exibindo uma ou mais
informações para o navegante, na forma de símbolos gráficos.
2. R: O sistema de balizamento é um componente essencial na navegação marítima,
caracterizado pelo uso de marcas e sinalizações que podem ser visualizadas tanto durante o
dia quanto à noite. Esse sistema tem raízes históricas profundas, remontando aos primórdios
da navegação marítima. Inicialmente, as marcas de navegação consistiam em pontos de
referência naturais, como montanhas ou formações rochosas distintas ao longo da costa, que
ajudavam os navegadores a se orientar. Com o tempo, esses pontos de referência foram
aprimorados com o uso de faróis, boias e outros dispositivos de sinalização.
A pertinência do sistema de balizamento para a navegação é multifacetada. Primeiramente, ele
fornece orientação e referências visuais para os marinheiros, permitindo que eles determinem
sua posição no mar e evitem obstáculos, como bancos de areia, recifes e águas rasas. Isso é
particularmente crítico à noite ou em condições climáticas adversas, quando a visibilidade é
reduzida. Além disso, o sistema de balizamento ajuda a definir rotas seguras de navegação,
identifica canais de entrada e saída de portos, e indica áreas de ancoragem.

Outra pertinência significativa do sistema de balizamento é a sua capacidade de comunicar


informações específicas sobre os perigos e características geográficas de uma determinada área.
As marcas de balizamento são codificadas em sistemas de cores, números, luzes e padrões
sonoros, proporcionando aos marinheiros informações precisas sobre a localização e a natureza
dos obstáculos, bem como as diretrizes para navegar com segurança em torno deles.

3. R: Em Moçambique, as marcas de navegação são essenciais para guiar as embarcações


ao longo da sua extensa costa e através dos seus rios. Moçambique possui uma rica
variedade de marcas, que podem ser categorizadas em várias classes de acordo com a
sua função e posição geográfica:

a. Faróis: Moçambique possui uma série de faróis costeiros estrategicamente localizados


ao longo da costa do Oceano Índico, fornecendo orientação crucial para a navegação
marítima. Alguns exemplos incluem o Farol de Ponta do Ouro, Farol da Ilha de
Moçambique e o Farol de Inhaca.
b. Boias: Boias flutuantes são usadas para marcar rotas de navegação, áreas de águas rasas,
recifes e outros perigos. Elas são comuns em áreas de entrada de portos e em canais
navegáveis, como a Baía de Maputo.
c. Marcas de Águas Rasas: Essas marcas alertam sobre áreas de águas rasas, bancos de
areia e recifes. São vitais para evitar encalhes e colisões. Algumas delas podem ser luzes
em estacas em áreas costeiras.
d. Sinalização em Rios: Além da costa, Moçambique possui rios navegáveis, como o Rio
Zambeze. Nessas vias fluviais, são usadas marcas e sinalizações específicas para indicar
canais navegáveis, áreas de ancoragem e perigos.
4. R: As marcas de navegação que indicam o canal navegável são cruciais para guiar as
embarcações com segurança através das rotas marítimas e fluviais. A caracterização
dessas marcas varia de acordo com o quadrante em que são colocadas em relação ao
canal. Em geral, as marcas de canal navegável são divididas em quatro quadrantes:
quadrante de bordo (lado esquerdo ao entrar no canal), quadrante de boreste (lado direito
ao entrar no canal), quadrante de estibordo (lado direito ao sair do canal) e quadrante de
popa (lado esquerdo ao sair do canal). Aqui estão as características das marcas de canal
navegável em cada quadrante:

1. Quadrante de Bordo (lado esquerdo ao entrar no canal):


o Cor: Vermelho.
o Forma: Forma cilíndrica, cônica ou esférica.
o Luz: Luz vermelha intermitente ou luz contínua.
o Número de Sirenes: Uma sirene sonora.
o Posição: Colocada à esquerda (bombordo) ao entrar no canal.
o Significado: Indica o lado seguro do canal por onde as embarcações devem passar
ao entrar.
2. Quadrante de Boreste (lado direito ao entrar no canal):
o Cor: Verde.
o Forma: Forma cilíndrica, cônica ou esférica.
o Luz: Luz verde intermitente ou luz contínua.
o Número de Sirenes: Duas sirenes sonoras.
o Posição: Colocada à direita (boreste) ao entrar no canal.
o Significado: Indica o lado seguro do canal por onde as embarcações devem passar
ao entrar.
3. Quadrante de Estibordo (lado direito ao sair do canal):
o Cor: Verde.
o Forma: Forma cilíndrica, cônica ou esférica.
o Luz: Luz verde intermitente ou luz contínua.
o Número de Sirenes: Três sirenes sonoras.
o Posição: Colocada à direita (estibordo) ao sair do canal.
o Significado: Indica o lado seguro do canal por onde as embarcações devem passar
ao sair.
4. Quadrante de Popa (lado esquerdo ao sair do canal):
o Cor: Vermelho.
o Forma: Forma cilíndrica, cônica ou esférica.
o Luz: Luz vermelha intermitente ou luz contínua.
o Número de Sirenes: Quatro sirenes sonoras.
o Posição: Colocada à esquerda (popa) ao sair do canal.
o Significado: Indica o lado seguro do canal por onde as embarcações devem passar
ao sair.

5. Como são geridos os perigos que não se encontram registados nos documentos oficiais de
um determinado estado não se esquece de os nomear
R: O gerenciamento de perigos não registrados nos documentos oficiais de um
determinado estado envolve a identificação e monitoramento de ameaças à segurança
marítima, tais como obstáculos subaquáticos não mapeados, destroços não registrados
e mudanças nas condições naturais. Alguns exemplos de perigos que podem não estar
registrados incluem novos bancos de areia, naufrágios recentes ou derivação de
correntes. Esses perigos devem ser nomeados e documentados para atualizar as
informações de navegação e garantir a segurança das embarcações que navegam na
região.

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