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RESUMO DE PRM (P2) 2
FL Sara
No caso do navio estes sistemas de ondas são Logo, quando em águas rasas, a mesma resistência
gerados na proa e na popa. de ondas de águas profundas ocorrerá em uma
velocidade mais baixa
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RESUMO DE PRM (P2)
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ÁGUAS CONFINADAS
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A zona de sucção tende a atrair qualquer coisa mantê-lo no rumo (considerando um canal de
que flutua para os bordos e alhetas do navio, e atrai seção simétrica).
popa e alheta em direção ao banco ou lateral de um 2 - Por outro lado, a necessidade de se aplicar
canal. uma grande quantidade de leme para manter o rumo
mostra claramente que a distribuição da pressão é
EFEITOS DO CANAL NA VELOCIDADE DO NAVIO desigual. Isto pode ocorrer devido à configuração do
fundo, ou simplesmente porque o navio se aproximou
Para manter o nível de água no canal, surge
muito de um banco. a pressão a partir deste banco
uma corrente oposta que flui rapidamente, passando
contra a bochecha, combinada com a atração de
pelos bordos do navio.
meio-navio e popa do navio para o banco, vai jogar
Esta corrente é mais forte perto do navio e
a proa para fora da margem mais próxima.
próximo da superfície, e mais fraca na parte inferior
O navio pode colidir de popa no banco, ou
do canal e próximo dos seus lados.
ser levado violentamente em direção à margem
Combinado com o efeito de águas rasas, este
oposta.
fluxo contrário retarda o progresso do navio, ou seja,
diminui sua velocidade.
EXECUTANDO UMA CURVA ONDE HÁ POUCA
CORRENTE
Para evitar danos aos canais e às embarcações
atracadas ou fundeadas, um limite de velocidade é
imposto em canais e em rios. 1) À medida que o navio se aproxima de uma
curva em um canal ou rio, haverá uma
Se a Folga Abaixo da Quilha é pequena, a
tendência de se ter a proa forçada pela
velocidade do navio deve ser mantida bem baixa,
margem externa para o centro do canal (bow
atentando-se para o efeito formador de ondas.
cushion). Ao executar essa curva, pode
Um aumento das ondas na proa e popa indica
acontecer de que o uso do leme seja
que o navio está indo rápido demais.
desnecessário.
Em suma, um navio, quando em um canal, tem uma
velocidade crítica, acima da qual seu governo torna-
se cada vez mais errático por causa dos efeitos de
águas rasas. Esta “velocidade crítica do canal” é uma
interação do navio com o canal, e não pode ser
excedida com segurança.
3) Se o navio se aproxima da curva demasiado do canal do que nas margens. Nas curvas, a
perto da margem interna, existe o perigo de corrente corre normalmente mais forte e mais
que ele faça uma guinada incontrolável para profunda ao longo da margem exterior da
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Um navio atracado avançará/recuará (“surge”)
consideravelmente nas ondas de um navio de
passagem, e as espias não serão capazes de segurá-
la firme. O navio atracado deve, portanto, estar livre
para se movimentar conforme o outro passa, e suas
Nesta etapa estudaremos o uso da reserva de
espias devem, portanto, estar corretamente
velocidade e da técnica de palhetadas no leme para
afrouxadas.
negociar uma curva em um canal.
O navio de passagem deve se aproximar pelo
centro do canal em marcha lenta, e deve se esforçar
Como a redução de velocidade nos ajuda no controle
para manter o centro do canal quando passa por
em águas confinadas?
outro navio (heads on heads/roda a roda), mesmo
que implique passar próximo do atracado. Mesmo
que o rumo do navio que passa parece muito perto Curva de giro – diâmetros, avanços e afastamentos
do navio atracado, os navios vão de fato girar as proas serão inalterados. Entretanto, teremos mais tempo
para longe um do outro. para reagir aos efeitos, possibilitando aplicar a reserva
de velocidade (potência do motor) a fim de aumentar
a efetividade do leme.
Exemplo de um navio que não seguiu pelo centro do
canal, sofrendo bow cushion foi lançado em direção
ao navio atracado. Interações – Todos os efeitos de interação, seja com
banco ou outro navio, serão diminuídos, incluindo o
squat.
De maneira geral, um navio atracado tende a ser aumentarmos a eficiência do leme, usando
“atraído” pelo navio em trânsito no canal, desde o por pouco tempo uma demanda forte na
Pode ser usado quando o piloto não consegue Também pode se usar o ferro em uma situação não-
realizar a curva pelos meios tradicionais; seja porque emergencial, por exemplo: Em um canal, se na ocasião
o espaço disponível é incompatível com a curva de de suspender o ferro o navio não estiver aproado à
giro do navio, ou se as interações (corrente, maré) direção da derrota, e, se a evolução for difícil por
impedem a manobra, e o uso de reserva de causa da corrente, vento forte, ou pouco espaço para
velocidade com palhetadas (kicks ahead) se mostrou girar, o melhor é girar com o auxílio do ferro antes de
insuficiente. arrancá-lo; isto é chamado de “fazer cabeço sobre
Em caso de emergência, o ferro do lado para o qual o ferro”.
o navio guina pode ser arriado, com pouca amarra
(pouco mais de uma vez a profundidade), para girar
Manobra de fazer cabeço sobre o ferro:
a popa mantendo a proa em posição.
Recolhe-se o excesso de amarra, deixando-a a pique
Normalmente se usa o ferro do lado para o qual se
de estai, quando terá um filame aproximado de uma
pretenda guinar.
vez e meia a profundidade local.
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Se o navio tiver dois hélices a manobra é
facilitada, e se procura girar sobre a quilha, aguentado
pelo ferro. Pouco antes de aproar ao rumo desejado,
param-se as máquinas e suspende-se o ferro.
dificuldades quando chegar a hora de quebrar a petroleiro, a interação se deve aos efeitos do
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6) Um navio passando próximo a um banco de 12) Em um canal simétrico convém governar no
areia deve compensar a guinada resultante da centro. Caso seja assimétrico, deve-se buscar
interação posicionando o leme para o mesmo a posição onde se use menos leme para
bordo da margem do banco, e até mesmo dar manter o rumo
mais força na máquina. 13) Executando uma curva onde há pouca
7) Uma redução de velocidade é a manobra mais corrente, busque a margem externa da curva.
eficaz para reduzir a maioria dos efeitos 14) Executando uma curva onde há corrente forte,
negativos encontrados na navegação em seja a favor ou contra, busque o meio do
águas confinadas. canal na curva.
8) Em águas confinadas a água deslocada por 15) O vento pode ajudar ou atrapalhar. A pior
um navio que se move para vante é restrita situação seria com o navio levemente
de movimentos nas proximidades das carregado, rio abaixo e a favor do vento,
margens, causando crescimento em executando uma curva acentuada para
amplitude das ondas, obrigando a navegar boreste.
em baixa velocidade. 16) Ultrapassando um navio atracado, busque o
9) O efeito de bow cushion e bank suction faz a centro do canal, e use velocidade baixa.
popa se aproximar da margem do banco e a 17) Se seu navio está atracado, as espias devem
proa girar se afastando. ser convenientemente solecadas.
10) Em dadas situações, é possível fazer uma 18) Vantagens do uso de baixa velocidade:
curva sem carregar o leme, ou até mesmo a. não diminui a curva de giro, mas a
carregando o leme para o bordo oposto ao manobra fica mais lenta e mais
da curva. Não importa quanto e para onde controlável
carregamos o leme, e sim qual o resultado em b. todas as interações são diminuídas
termos de ROT. c. permaneço com reserva de potência
11) São consideradas águas confinadas para manobrar (palhetadas adiante –
hidrovias/canais com pequena FAQ e com kicks ahead)
restrições laterais 19) Manobra de “fazer cabeço sobre o ferro” –
a. Os efeitos de águas rasas e formador soltar o ferro do bordo que se pretende
de ondas são intensificados guinar
b. A velocidade é menor para uma 20) Mantenha a razão de guinada em valores
mesma demanda de máquinas, em compatíveis com a necessidade de quebrar a
comparação com mar aberto guinada
c. Ao ser atingida a velocidade crítica, a
velocidade cai bruscamente e as
Manuseio dos aparelhos de governo disponíveis na
ondas ultrapassam o navio, tornando-
embarcação
o ingovernável
d. Acontece o mesmo efeito se houver
redução brusca no regime de • Deve-se navegar de forma que o
máquinas. máximo de leme fique disponível
assim como a área de manobra. Dessa
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RESUMO DE PRM (P2)
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forma uma guinada pode ser
rapidamente corrigida utilizando-se
todo o leme.
• Quando uma embarcação é
direccionalmente instável, o indicador
da razão de guinada (ROT) é essencial.
• Conhecendo com precisão a razão de
guinada (ROT), pode-se controlar a
taxa num valor mínimo seguro e
manter-se o navio sob controle
• Um indicador de ROT normalmente
fornece a informação em décimo de
graus por segundo, embora graus por
minuto sejam utilizados
ocasionalmente. A grandeza medida
pelo ROT é a razão de movimento da
proa do navio, para BE ou BB.
• De maneira geral, limitando-se a taxa
de guinada até 3/10 de grau por
segundo é possível quebrar a guinada
facilmente.
• Odômetro Doppler – equipamento
importante para determinação do O reboque pode ser feito por rebocadores,
movimento da embarcação avante e à construídos especificamente para este fim, ou por
ré, e seu movimento lateral na proa e qualquer outro navio em caso de emergência.
na popa.
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Rebocador portuário:
O cabo de reboque pode ser constituído por um cabo c) Não se deterioram se adequadamente tratados; e
de fibra ou de aço, ou pela combinação deles com d) São mais facilmente largados em caso de
um pedaço de amarra. Deve ser capaz de formar a emergência.
catenária, sozinho ou combinado com outros
Os cabos de reboque mais comuns são os de
elementos.
aço, de seis cordões com 37 fios em torno de uma
alma de fibra; não devem ser galvanizados.
Cabos de fibra (manilha ou náilon) – empregado em
reboques moderados, que não envolvam esforço
excessivo.
Vantagens
Desvantagens
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Amarra - devido a seu próprio peso, as amarras
apresentam uma curvatura que amortece os efeitos
de um esticão repentino (catenária).
Nos reboques a longa distância, pode-se dizer que sincronismo no jogo dos dois navios, fazendo com
o cabo deve ser o mais pesado e o mais comprido que cavalguem as ondas na mesma posição relativa
Grandes vantagens:
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A cabresteira é composta normalmente por cabos de
aço conectados a olhais nas colunas frontais ou proa,
unidos em uma placa triangular chamada monkey
face.
cabo, mantendo o comprimento inicial do reboque. amarra do rebocado, que, adicionalmente, permite
alteração do comprimento do dispositivo através da
máquina de suspender, quando necessário
DISPOSITIVOS DE REBOQUE
O reboque consiste basicamente na conexão do cabo Na vista de cima do desenho da esquerda, nota-se
de reboque a uma engrenagem de reboque que foi utilizada a amarra de BE passando pela buzina
(pendente) e desta à cabresteira da unidade rebocada. de proa para o reboque.
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COMPONENTES DO DISPOSITIVO DE REBOQUE
g) Cabo de controle de
passagem/recolhimento do cabo de
reboque – cabo de náilon de 3 polegadas,
com um chicote passado em um cabeço e o
outro ligado ao cabo de reboque por meio de
c) Fusível – o fio fusível é associado a cada
uma manilha (passada pelo cabo de reboque).
extremidade do cabo de reboque. Se rompe
Este dispositivo controla o pagamento e,
quando a elongação no cabo está se
principalmente, auxilia o recolhimento com
aproximando do limite de perda permanente
segurança do cabo de reboque
de tração (25% do comprimento inicial),
h) Manilha de Amarra – une o cabo de
servindo como um indicador, protegendo o
reboque à amarra. Possui um cavirão de
cabo de reboque.
seção oval e contrapino; também se admite o
uso de manilha de cavirão com porca. Não se
utiliza manilha de cavirão roscado, pois a
rosca poderá correr devido aos esforços
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elevados de tração, “soldando” o cavirão na
manilha, o que obrigaria o uso de
equipamento de corte para se desfazer o
dispositivo, complicando a faina.
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3) Comprimento do cabo de reboque – quanto
mais longo e pesado for o cabo, mais fácil
será o reboque, quando em mar aberto.
a. A catenária formada pelo cabo vai
fazer o efeito de mola que tende a
amortecer as lupadas. Nunca se deve
permitir que essa catenária diminua a
Reboque > 200 metros flecha, até aparecer o cabo na
superfície, sob pena de poder causar
a ruptura do cabo de reboque.
b. É ideal manter o cabo de reboque
com comprimento de um ou mais
comprimento da onda, para que os
dois navios subam e desçam ao
mesmo tempo na vaga.
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Mau tempo - ao se observar esforço excessivo baixa profundidade ou conduzirá o rebocado a um
sobre o cabo de reboque, correr com o tempo destino dentro de uma baía, por exemplo, deve ser
(será estudado adiante), a fim de evitar avarias no planejado o reboque por rebocadores portuários,
dispositivo. dependendo do trecho.
UNIDADE 9 – AMARRAÇÃO EM ALTO MAR Essa prática se tornou comum no século XIX, no
século XX reduziu-se a frequência e atualmente só é
transferência de carga entre navios de diferentes Neste caso, o transbordo ocorre normalmente dentro
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descarregam a partir do navio de carga maior para o do tipo Yokohama, para separar os dois navios e
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SÍNTESE
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Amarração:
Internal turret
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cisterna segue os mesmos procedimentos que a AMARRAÇÃO EM MONOBOIAS (SINGLE POINT
manutenção de qualquer outro tipo de embarcação MOORING)
de grande porte.
Mooring Master – profissional que orienta a devem ser utilizados para aproximar o navio da SPM.
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Solta o ferro de BB, depois o de BE, ficando estaiado
pelos dois ferros, podendo então conectar-se com
segurança às boias.
Procedimento
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RESUMO DE PRM (P2)
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Baltic Moor – utiliza uma espia da estação de popa,
passando-a por uma buzina de popa para que seja
presa ao ferro do bordo escolhido (ambos opostos ao
berço), e o ferro então é largado. Quando o navio se
aproxima do cais ele fica então portando pela amarra
e pela espia de popa. Essa técnica protege o navio de
colisões contra o cais em virtude de
vento/corrente/maré.
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“Quem vai ao mar, avia-se em terra” – Antigo ditado Parte 1 – avisos de mau tempo
português
ONDAS
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Velocidade de propagação (celeridade) – velocidade Tsunamis – série de ondas oceânicas produzidas por
com que uma crista, ou um cavado, se propagam no movimentos de grande escala ocorridos nos fundos
mar. marinhos (erupção vulcânica, maremotos etc.).
Próximo do epicentro, a primeira onda pode ser a
mais alta. As ondas sequentes são menores em
Vagas – ondas formadas pela ação local do vento que
amplitude, mas desenvolvem grande velocidade.
sopra em uma determinada área. As vagas têm cristas
íngremes, as alturas são algo irregulares e variáveis, e Características das ondas de tsunami:
áreas que continuam se propagando, sem relação alto-mar, mas aumentam com a diminuição
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Navios curtos têm menor período de oscilação
longitudinal e caturram mais que os navios mais
longos.
Período de oscilação natural – é o tempo que seria Período de oscilação grande (em comparação com o
despendido em uma oscilação caso o navio, em águas período aparente das ondas)
calmas, fosse levemente inclinado para um bordo e Mar de través – balanço fácil e confortável,
então liberado. Cada navio tem seu próprio período embora o convés possa ser varrido por vagas que
de oscilação. Esse período não depende da arrebentam contra o costado
amplitude do balanço, sendo inversamente
Mar de proa – enterrada ocasional da proa no
proporcional à altura metacêntrica (GM) e
mar, com a consequente exposição de hélices e lemes
diretamente proporcional ao momento de inércia.
tosamento e para evitar sincronismo. ondas diminui à medida que se aumenta a velocidade.
Normalmente, todo aumento de velocidade aproxima
RESUMO DE PRM (P2) 42
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o navio do sincronismo com a vaga, fazendo-o É desejável navegar a uma velocidade diferente da
caturrar violentamente; por isso, deve-se reduzir a velocidade de propagação das ondas, de modo que
velocidade, como norma geral; o navio tenha um pequeno, porém constante,
Se o navio estiver muito castigado com a proa perto movimento relativo com respeito às ondas,
da linha do vento, pode-se tentar manter o rumo com evitando-se, assim, o movimento instável.
o vento aberto de 30º a 45º pela bochecha e com a Alguns navios não podem dar a popa ao mar, devido
velocidade reduzida ao mínimo possível para manter às más condições de governo (muito leves, popa
o governo muito alta, etc.). Nessas condições, se for mantido um
Deve-se ter o máximo de cuidado para não rumo de modo a ter o vento de 30º a 45º pela alheta,
Efeitos adversos – força aplicada ao navio, fruto da Correndo com o tempo a velocidade deve ser
maior velocidade relativa da onda batendo no reduzida a um mínimo possível que permita manter
costado do navio. Essa força é diminuída mantendo- o governo;
se a menor velocidade que permita governar o navio As condições de compasso do navio, particularmente
com segurança o trim, influirão muito no comportamento do navio,
sendo preferível algum trim pela popa.
CORRER COM O TEMPO - navegar com o mar de Para melhorar as condições de governo em
popa, o mais lentamente possível. embarcações pequenas, pode-se largar uma âncora
Com o mar de popa, a redução de velocidade flutuante, amarrada ao chicote de uma espia, a
EMBARCAÇÕES MIÚDAS
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✓ Manter a estabilidade
✓ Preservar a estanqueidade
✓ Manter-se fora do cavado das ondas