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WEBSTER
K. WEBSTER
Disponibilização: Eva
Tradução: Rezinha
Leitura: Eva
Formatação: Keira
Abril/2021
K. WEBSTER
Lauren fará qualquer coisa além de encarar a realidade.
Ela a persegue até o pronto-socorro com mais frequência do que ela pode contar.
O Dr. Venable está determinado a encontrar respostas para a visitante mais frequente do
hospital.
Ele descobrirá a dor dela porque não quer nada além de curar a jovem atrevida.
Noites longas.
Necessidades febris.
Eles passam mais tempo do que é ético em sua busca por respostas.
O amor pode não ser uma cura, mas eles irão testá-lo de qualquer maneira.
K. WEBSTER
Certo.
“Dezoito.”
“Lauren Englewood.”
“Lauren?” Pergunto.
“Sim.”
“É desconfortável?”
“Mais uma vez, Lauren, você não está bem. Você não
estaria em triagem se estivesse.”
“Senhorita Englewood?”
“Lauren!”
Bateu?
Neil assente.
Ambulância?
“Você voltou.” Ele diz. Sua profunda voz grave passa por
minhas terminações nervosas, me fazendo contorcer.
“Está bem.”
“Daniel.”
“Ok, Dr. Dan.” Digo. “Por que você parece tão infeliz por
minha cabeça estar bem?”
“Ótimo.” Minto.
Ela ri, o som doce e sexy ao mesmo tempo. “Você está com
ciúmes!”
“Mentirosa.”
Fodido inferno.
É a verdade, no entanto.
K. WEBSTER
Não quero que essa mulher bonita e atrevida esteja
machucada ou doente. E toda vez que a vejo, não posso deixar
de ter a sensação de que algo realmente está errado. Algo que
ela não me permite investigar.
Pobre garota.
“Você é um idiota.”
“Orgulhosamente.”
Puta merda.
“Lauren?”
“Lauren.”
Mas ela não se afasta do meu toque. Sua pele está mais
pálida do que quando a vi pela última vez. Sobrancelhas
ligeiramente curvadas. Isso me faz pensar se ela está com dor.
“Estou b...”
“Sangue?”
Olho para ele. Esta noite ele não está de uniforme. Ele
está vestindo um jaleco branco sobre calças, uma camisa
branca e uma gravata verde. Puxa vida, ele parece gostoso.
“O que?”
“Você me ouviu.”
Querida.
Menta.
Delicioso.
Amigos.
Sim, certo.
“Deveríamos ligar para o seu pai.” Ele diz, sua voz firme
enquanto entra na sala.
K. WEBSTER
“Não.” Reclamo. “Ele está trabalhando.”
“Parar o que?”
“Ótimo.” Retruco.
Finalmente.
“Ela saiu.”
“Lauren saiu.”
Lauren.
“Você deve ter lidado com o acidente que estava por toda
a notícia, hum?”
“Domingo?”
Bem, porra.
“Estou brincando.”
K. WEBSTER
Ela não está.
Ela é linda.
E depois…
Ela se foi.
Não.
“Por que você está aqui, Dr. Dan? Para medir minha
temperatura retal?”
“Continue, perseguidor.”
“Ajudar pessoas.”
“Eu sei que posso, mas tente dizer isso para as mulheres
que namorei ao longo dos anos.”
“Lauren...”
“Humm?”
“Minha, hein?”
“Você é um idiota.”
“Alguma alergia?”
“Nenhuma.”
“E você?”
Fico na ponta dos pés para dar um beijo nos lábios dele
antes de voltar para a comida. Ele explora a cozinha, abrindo
armários e buscando pratos. Tudo isso parece tão confortável
e doméstico. A verdade é que Daniel é fácil de estar por perto.
Gosto da sua atenção e presença. Ele é engraçado, sexy e doce.
Estou nua.
“O que há de errado?”
“Nada.”
“Eu sei o que você precisa, minha linda menina.” Ele diz
roucamente enquanto abre o botão do jeans. “Me tire e me
sinta. Posso não te foder hoje à noite, mas ainda lhe darei algo
que você precisa. Ainda podemos jogar.”
E jovem.
Vulnerável e inocente.
“Casa.”
“Mas?”
“É uma surpresa.”
Ela é minha.
“Oh, Jesus.” Ele geme. “Eu te perdi. Você está louco por
essa mulher. Qual o nome dela mesmo? Eu a conheço?”
“Lauren.” Resmungo.
“Claro, idiota.”
“Professor da universidade?”
“Que olhares?”
Não digo a ele com quem. Algo me diz que ele pode não
gostar que eu esteja saindo com o Dr. Venable.
Linda.
“Compras.”
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“Uma garota sempre pode ir às compras.” Digo com uma
risada.
Atiro meu olhar para ele. Ele não está mais olhando para
as decorações, mas queimando seus olhos verdes em mim.
“Pelo quê?”
“Estava. Mas sei que isso pode ter sido chato para você.”
Ela faz uma careta para alguém que passa até que desvia
o olhar. “Eu andarei.”
Ele ri. “Somos nós. Que legal tê-lo aqui. Embora, eu fui
avisado. Vaughn me disse que você estaria aqui para jantar e
para guardar o melhor lugar para você.”
“Ele era.”
“Era?”
K. WEBSTER
“Sim.” Respondo com um suspiro. “O câncer o levou
cerca de dez anos atrás.”
“Sinto muito.”
“Sim.”
“Bom, hein?”
K. WEBSTER
“Absolutamente.” Sento e tomo meu vinho. “O que será
agora? Você quer ir a algum lugar depois disso?”
Por mais que meu pau nos convença de que é porque ela
quer foder, posso ver o cansaço nela. Isso me preocupa muito.
E não posso ter isso quando nem sequer lhe dei uma
chance de me amar.
K. WEBSTER
Puta merda.
“Mandão.” Resmungo.
Conforto.
“Tudo bem?”
“E depois o que?”
Seus dedos enfiam no meu cabelo e ela me puxa para ela. Nossas bocas
se encontram suavemente no começo, mas quando minha língua passa pela
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dela, ela solta um gemido. Ela passa as unhas pelo meu couro cabeludo, me
beijando com urgência.
Isso faz meu coração pular uma batida. Odeio que ela saiba o significado
da dor. Quero tirar tudo isso. No mínimo, posso dar ao seu corpo um amor bem
merecido. Eu a beijo profundamente enquanto agarro meu pau. Correndo a
ponta através de sua excitação, provoco sua abertura, avisando-a do que está
por vir. Seus calcanhares cavam na minha bunda, me incentivando a avançar.
A ponta do meu pau desliza entre seus lábios, pressionando contra sua
entrada apertada, exigindo uma entrada. Seu corpo está quente, enquanto
lentamente aperta o meu em torno da cabeça grande, em formato de cogumelo,
do meu pau. Ela respira fundo.
Avanço lentamente, por duas razões. Um, para não despedaça-la por
acidente. E dois, para não explodir minha carga em meio segundo.
“Louca.” Ela diz com uma risada ofegante. “Dói também, mas o bom tipo
de dor. Não acredito que você está dentro de mim.”
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“Acredite.” Beijo sua boca e depois belisco ao longo de sua mandíbula
até o pescoço. Chupando sua pele, amo o jeito que sua buceta se aperta ao meu
redor. Minha respiração está quente contra sua pele quando digo: “Agora farei
amor com você.”
Seu corpo começa a tremer como fez quando eu a possuí com a língua.
Dirijo nela com força, apertando meus quadris de tal maneira que castigo seu
clitóris um pouco com o movimento. Isso faz o truque, porque ela grita meu nome
um segundo antes de detonar.
Porra.
“Jesus, Lauren.” Gemo. “Você está tentando dar a este velho um ataque
cardíaco?”
Ela ri e agarra meu cabelo, então sou forçado a olhar para ela. “Não
morra em mim, vovô. Eu gostaria de tentar isso de novo uma ou duas vezes.”
K. WEBSTER
Levantando uma sobrancelha, sorrio para ela. “Apenas uma ou duas?
Eu sou velho, mas não tão velho.”
Nós dois sabemos que essa é a única vez que ela conseguiria hoje à
noite, mas é divertido provocar. A verdade é que não sei se ela vai conseguir ir
ao banheiro. Eu a pego em meus braços e a carrego de volta para a banheira.
“Sim, anjo?”
Porra.
“Claro.” Ele acalma. “Um especialista confirmará, mas nós dois sabemos
o que estamos vendo, Daniel.”
“Eu não tenho o histórico dela, apenas o que Lauren me disse. Algo
semelhante, se não a mesma coisa.” Fecho os olhos e belisco a ponta do nariz.
“A mãe dela morreu.”
Ele agarra meu ombro. “Escute, cara. Seja o que for, ela receberá os
melhores cuidados. Nós garantiremos isso.”
Levanto meu olhar para o dele, odiando a emoção que queima nos meus
olhos. “Não quero perdê-la. Eu acabei de encontrá-la.”
Ele me puxa para um abraço. “Não vá de zero a cem. Ela vai odiar se
você já estiver planejando o funeral dela. Então largue essa merda aqui, porque
ela vai precisar do seu cérebro médico e força. Juntos, vocês dois podem passar
por isso.”
“Como foi?”
“Estou com medo.” Ela murmura. “Eu deveria ligar para meu irmão ou
meu pai, mas ainda não quero. Não até eu saber com o que estou lidando.”
Passo meus dedos pelos cabelos dela. “Não saberemos até que o
radiologista ofereça sua opinião de especialista, mas posso oferecer o que vi e
determinei.”
“Vinte ou mais?” Ela diz, seu tom estridente. “Eu não os quero. Como os
fazemos ir embora?”
Meu coração se parte por ela. “Vamos esperar até que ele entre. Ele vai
explicar melhor.”
Ela agarra minha mandíbula, puxando meu rosto para encontrar o dela.
“Não quero a explicação dele. Quero a sua.”
“Eu peguei isso da minha mãe.” Ela diz com tristeza. “Certo? Eu poderia
dar isso aos meus filhos um dia?”
Ela solta um suspiro duro. “Dr. Dan aqui estava justamente me dando
uma prévia do que você vai me dizer. Eu vou morrer como mamãe?”
“Seu corpo está doente agora, mas ainda está em um estado controlável.
Se você seguir o que seu especialista exige, terá uma qualidade de vida mais
alta do que se você não se tratar. Você não pode se descuidar.”
Meu telefone vibra, mas não posso olhar para ele. Estou cansada e me
sinto vazia por dentro. É assim quando Daniel vai trabalhar. Não tenho nada ou
ninguém para ocupar meu tempo. Meus pensamentos me consomem.
Papai está em casa há dois dias, mas não posso contar a ele o que há
de errado comigo. Ele está fora jantando com Landon. Quero dizer a ele, mas
não posso partir seu coração novamente. Ele ficou tão arrasado quando mamãe
morreu.
Eu deveria ir.
“Fale comigo, menininha.” Meu pai pede. “Me diga o que está errado.”
Tremo nos braços deles. “Sinto muito, papai.” Soluço. “Sinto muito.”
Ele tensiona, mas depois beija minha cabeça. “Como você sabe disso?”
Landon aperta minha mão. “É por isso que você está doente há meses
e meses?”
“Você conhece?”
“Bem, eu sei dele. Temos amigos em comum. Lauren, ele tem a minha
idade.” Papai resmunga. “Que diabos?”
Minha coluna se endireita e eu prendo meu pai com um olhar firme. “Não
comece. Agora não. Ele é gentil e atencioso. Não é um monstro tentando seduzir
sua garotinha. Tenho dezoito anos e posso tomar minhas próprias decisões
sobre quem eu namoro.”
Ele abre a boca para falar quando alguém bate na porta da frente.
Oh droga.
“Ótima.” Minto. “Daniel, conheça meu pai, Teddy. Papai, este é meu
namorado.”
“Você percebe que Lauren tem dezoito anos.” Papai morde, brusco como
o inferno. “E você tem o que? Quarenta?”
“Quarenta e cinco.”
Landon cruza os braços sobre o peito e faz uma careta para nós,
parecendo malditamente com papai. Mostro minha língua para ele. Ele sorri e
relaxa.
“Você não acha que é velho demais para ela?” Papai exige.
Daniel aperta minha mão. “Eu entendo o que parece para um estranho,
lhe darei isso. Mas Lauren e eu temos uma conexão intensa. Não estou
amarrando-a ou forçando-a a fazer qualquer coisa. Não quero nada além da
felicidade dela e cuidar dela.”
“Eu posso cuidar dela.” Papai resmunga. “Eu posso fazer minha filha
feliz.”
“Papai...”
“Onde você esteve esse ano inteiro?” Daniel exige, sua voz gelada.
“Não estou insultando você, Teddy.” Daniel diz. “Só estou falando a
verdade. Nós nos conhecemos no hospital e continuamos nos encontrando. Eu
cuidei dela porque ela estava sozinha. Então, apenas evoluiu. Não sei ao certo
quando aconteceu, mas aconteceu. Eu faria qualquer coisa para mantê-la
saudável e feliz.”
“Lauren.” Papai diz, com dor na voz. “Eu não sabia. Se eu soubesse, já
teria voltado a trabalhar na cidade. Posso dizer ao escritório que não posso mais
viajar. As coisas vão mudar. Estarei aqui para você, menina. Eu sinto muito.”
Os ombros do pai relaxam e ele lança um olhar para Landon. Esses dois
costumam conversar em silêncio, compartilhando o mesmo cérebro. Landon se
aproxima e bagunça meu cabelo.
“Eu estou bem se Laur tem um papaizinho.” Ele encolhe os ombros. “Vou
ver minha garota. Vejo vocês mais tarde.”
“Eu não sou o pai dela.” Daniel esclarece, me fazendo bufar de tanto rir.
Não posso deixar de rir, o que faz os dois sorrirem. Se mamãe estivesse
aqui, ela piscaria para mim. Compartilharíamos nossa própria conversa
silenciosa, que diria que sabemos exatamente como colocar os homens em
nosso mundo de joelhos. Deus, sinto falta dela.
Felicidade.
“Sinto muito.” Digo a ele, bebendo um pouco de água gelada. “Eu estava
em um lugar escuro.”
“Quer falar sobre isso?” Ele pergunta enquanto praticamente inala sua
comida. Sei que hoje foi um longo turno e isso me faz pensar quanto tempo ele
ficou sem comer. Sua dedicação ao seu trabalho é admirável. São médicos como
ele que ajudam pessoas como eu. Eles se importam e querem soluções. Querem
melhorar e curar. Eles dão esperança.
“Aqui não é o Instagram.” Ele diz, rabugento. “Você não pode apenas
mostrar às pessoas tudo de bom e esperar que elas retratem com precisão sua
vida.”
“Não, concordo. Não estou mais me escondendo. Mas também não vou
cair no poço do desespero. Mamãe gostaria que eu pegasse minha vida pelos
chifres e montasse com tudo o que tenho.”
Meu coração bate no peito e minha pele esquenta. Daniel é bom para
mim. Ele me ajuda a esquecer todos os erros, porque ele é tão certo.
Seus olhos verdes ardem quentes. “Você não vai me montar na varanda
do seu pai.”
Dou-lhe um beicinho falso, batendo nos meus cílios. “Acho que terei que
me contentar em chupar seu pau.”
“Não.” Ele resmunga. “Eu amo isso. Um pouco demais, de fato. Terei
que andar pela sua casa com um maldito tesão.”
“É justo desde que eu sou... como você chama isso? Está certo. Eu sou
um lanche.”
“Você parece nervosa.” Digo enquanto guio Lauren para minha casa.
Ela faz uma careta. “Estou oficialmente conhecendo sua filha pela
primeira vez como sua namorada. E se ela chutar minha bunda?”
Às vezes, é tão difícil ser seu namorado quando anseio por ser seu
médico. Eu só quero, preciso, que ela fique bem. O Dr. Benton disse que, muitas
vezes, as pessoas com ADPKD acabam precisando de um transplante. É
assustador como o inferno, porque isso me faz pensar em perdê-la, o que é
inimaginável. Depois que ele soltou a bomba, eu a levei para casa e a segurei
enquanto ela chorava.
Essa é uma coisa linda de Lauren... ela pode se sentir derrotada, mas
nunca desiste.
K. WEBSTER
Lauren é uma lutadora.
“Que delicia.” Lauren diz quando entramos na minha cozinha, onde Enzo
já está trabalhando duro em cima do fogão. Enzo, um assistente social italiano e
marido da minha filha, mexe algo em uma panela.
“Receita de frango com parmesão da minha mãe.” Ele diz por cima do
ombro. “Foi modificado um pouco.” Espaguete em vez de macarrão comum, sem
adição de sal e molho sem açúcar. Discutimos o que ele iria cozinhar antes dela
vir para que eu pudesse garantir que ela iria comer.
“Jenna e Cora saíram para ver se havia algum tomate cereja crescendo
nas videiras para a salada.” Ele coloca uma tampa na panela e depois caminha
até Lauren. “Enzo. Prazer em conhecê-la.”
“Vovô, vovô!”
Cora abraça minha perna e me abaixo para acariciar seus cabelos. Sou
tecnicamente o guardião dela, no papel, mas Jenna é a mãe dela onde importa.
Pego minha neta e beijo seu rosto adorável.
Ela estende um dos punhos, com suco vermelho escorrendo pelo pulso.
“Mato, vovô!”
A postura rígida de Lauren relaxa. Acho que ela esperava guerra, como
na primeira vez que conheci sua família. Mas minha família é descontraída.
“Cheira incrível.” Lauren diz. “Se for tão bom quanto cheira, tirarei uma
foto e postarei sobre isso no meu blog.”
“Parece divertido.” Jenna diz, sorrindo. “Eu vou ter que dar uma olhada.”
“Eu não tenho ideia do que você está falando”, Lauren diz, piscando seus
grandes olhos castanhos de uma maneira inocente.
Jenna ri, o que faz Cora rir. A pequena e fofa Cora nunca sabe do que
está rindo... ela adora fazer isso.
“Pelo menos sabemos que essas duas vão se dar bem.” Enzo diz,
bagunçando o cabelo de Jenna e bagunçando tudo. “Elas são ambas pirralhas.”
“Não que eu não queira tê-los, porque eu quero, mas porque seria
irresponsável da minha parte.” Os olhos dela lacrimejam. “Eu tenho lido sobre o
ADPKD e meu tipo é definitivamente hereditário. Se houver uma chance de eu
passar adiante, não quero correr o risco.”
Meu coração aperta. Odeio que Lauren nunca tenha uma vida normal.
Que ela nunca será capaz de fazer as coisas que qualquer outra mulher da idade
dela pode fazer por medo de afetar sua saúde ou a de outra pessoa. Ela nem
consegue comer espaguete comum, pelo amor de Deus. Em vez de acalmá-la e
dar-lhe falsas esperanças, estendo a mão e aperto sua coxa.
Seus traços relaxam e ela sorri. “Obrigada por ser exatamente o homem
que preciso.”
Enzo volta para a sala de mídia e pega Cora. Ele pisca para mim antes
de desaparecer.
Eu a abraço, puxando seu cabelo para que ela seja forçada a olhar para
cima. Um sorriso sereno brinca em seus lábios. Inclinando-me para a frente, eu
a beijo suavemente. Quando me afasto, rapidamente a assalto. Ela está
cansada. Sentindo-se mal. Está escrito em todo o rosto, olheiras sob os olhos,
pele pálida, ombros caídos.
Ela aguenta e nem luta comigo quando a levo direto para a cama. Para
que ela possa dormir. Não foder. São dias como esses que me assustam.
K. WEBSTER
Esfrego minhas mãos com sabão e depois as lavo antes de secá-las em
uma toalha de papel. Estou cansado como o inferno. Graças a Deus está quase
na hora de partir.
“Você está saindo, Dr. Venable?” Lin pergunta enquanto rabisca algo em
uma prancheta.
“Tenho que terminar de escrever algo para o Dr. Morris, mas depois vou
embora. Estarei no meu escritório, se você precisar de mim.”
Ela acena para mim enquanto passo pelo corredor. Depois que empurro
a porta do meu pequeno escritório, congelo ao ver Lauren lá. Ela está de costas
para mim enquanto olha para uma pintura na parede. Aprecio sua forma delicada
e feminina. Em apenas um vestido amarelo simples e salto alto branco, ela é
deslumbrante. Ao perceber minha presença, ela vira a cabeça, seus olhos
castanhos correndo em minha direção.
Incomodada.
Chateada.
Brava.
Eu vejo tudo brilhar em seu rosto antes que ela esconda, dando-me o
seu sorriso mais sedutor. Com confiança, ela se aproxima de mim e agarra cada
lado do meu estetoscópio pendurado no pescoço.
“Lauren...”
Seguro seu pulso e puxo sua mão da minha boca. “Cinco minutos. É
como se você nem me conhecesse. Vou precisar de pelo menos sete minutos.”
Meu pau está duro e ameaçando rasgar minhas roupas. Pego minhas
chaves e as jogo para ela. “Minha carteira está naquele armário. Pegue um
preservativo para nós.”
Levanto seu vestido e gemo ao descobrir que ela não está usando
calcinha. Deixando o vestido cair sobre minha cabeça, me escondendo, procuro
sua buceta que cheira deliciosa com sua excitação. Ela solta um pequeno
gemido quando provoco sua fenda com a ponta do meu dedo, deleitando-me
com a evidência molhada que encontro lá. Vai e volta. Vai e volta. Eu a esfrego,
lenta e habilmente, até que ela esteja tremendo. E nem sequer toquei seu clitóris
ainda.
Puxando para debaixo do vestido, deslizo meu dedo dela e depois lanço
um sorriso inocente para ela. “Divertindo-se aí em cima?”
E eu a amo.
Quero que ela me diga o que há de errado, mas ela não diz. Ela beija
meu pescoço, suas lágrimas me encharcando, enquanto trabalha seus quadris.
Para cima e para baixo. Para cima e para baixo. É isso que ela quer, precisa, e
eu darei a ela. Mesmo que me mate tê-la assim.
K. WEBSTER
Pressionando meus lábios em seus cabelos, sussurro as palavras que
provavelmente são inadequadas e muito cedo, mas palavras que ela precisa
ouvir, no entanto. “Eu te amo anjo.”
“Eu também te amo.” Ela respira contra o meu pescoço. Quente e sem
desculpas.
Irei dizê-las quantas vezes for possível, porque o tempo parece limitado
e finito.
Foda-se o tempo.
K. WEBSTER
“Vá pescar.” Digo a Taylor, um garotinho loiro com grandes olhos verdes.
Ele aperta um botão no iPad e grita. Olho para o meu iPad, gemendo ao
ver que ele apenas “conseguiu o que queria”.
Ele está na próxima estação. Podemos nos olhar, mas não estamos
perto o suficiente para tocar. Se estivéssemos, eu daria um grande abraço nele.
Eu amo esse garoto. Por ter onze anos e necessitar de diálise, ele é um soldado.
Sempre estamos agendados nos mesmos horários e nos mesmos dias. Ele é
meu amiguinho.
“Tudo bem, você é o melhor.” Admito. “Quer jogar outra rodada ou o seu
famoso YouTuber é mais emocionante do que eu?”
Mamãe ficaria tão orgulhosa. Sei que papai está. E Daniel está
empolgado por eu ter feito um plano, em vez de me afundar em desespero. Isso
me dá algo para focar, para não me concentrar nas partes ruins da minha vida.
K. WEBSTER
Mesmo quando estou tendo meu pior dia, percebo que sempre pode ser
pior. Como Taylor, por exemplo. Ele não tem pais. Estava morando com sua tia
quando sua mãe morreu, mas então sua tia decidiu afogar seu estresse em um
frasco de comprimidos. Foi dormir e nunca acordou. Ele perdeu as pessoas que
amava para a morte e agora vive em um lar adotivo.
Quando vou para casa todas as noites, meu pai está lá. Não há mais
viagens durante a noite ou fim de semana. Ele foi fiel à sua palavra, ficando na
cidade para trabalhar. E apesar de Landon sair com Callie, eles estão em casa
o tempo todo visitando e comendo a comida do pai porque são pobres. Eu tenho
um pai e um irmão que se importam comigo. Taylor não tem ninguém.
Essa é uma das razões pelas quais quero ser terapeuta. Quero saber
como as pessoas lidam com essa merda em suas vidas e ser capaz de ajudá-
las a lidar melhor com isso. Pessoas como Taylor precisam expressar seus
sentimentos. Atrás de seus grandes olhos verdes está o desgosto que ele
esconde com sorrisos tolos. Ele é como eu, e talvez seja por isso que reconheço
isso tão facilmente.
“Está tão quieto aqui.” Uma voz profunda explode, aquecendo até meu
âmago. “Você aborreceu Taylor a ponto dele estar ignorando você agora?”
“Então é assim que estamos chamando.” Ele diz a Taylor, piscando com
exagero. Como se ele realmente precisasse fugir de mim.
“Você não pode me cortejar com doces.” Minto. Ele totalmente pode e
faz isso o tempo todo.
Meu peito dói e me sinto vazia. Somos tão perfeitos quanto podemos ser
sem que meu corpo em deterioração atrapalhe as coisas. Eu gostaria que nossas
vidas fossem mais fáceis para nós. Quando sinto olhos em mim, pego Taylor nos
observando.
Saudade.
Tristeza.
Vazio.
“Você se lembra de quando eu disse que não quero ter filhos?” Digo
contra seu peito, passando as pontas dos dedos ao longo dos sulcos.
“Sim.”
Ele ri. “Você é boba quando está estressada. Por que não me diz o que
está incomodando você?”
Solto um suspiro pesado. “Eu quis dizer fisicamente. Mas ainda quero
ser mãe um dia, sabia?” Inclino minha cabeça para olhar para ele.
“Você sabe que eu te darei o que te fizer feliz.” Ele diz, seus olhos verdes
queimando com intensidade. “Qualquer coisa.”
“Qualquer coisa?”
“Qualquer coisa.”
“Eu quero o seu pau então.” Não é uma mentira, não é a coisa em que
realmente estava pensando. Eu quero uma família. Ele. Um futuro.
Oh Deus.
Oh Deus.
Ou Landon.
Preciso de alguém.
“Shhh, menina.” Ele murmura, a palma da mão indo para a minha testa.
“Irei levá-la ao hospital. Quer que eu ligue para Daniel também ou ele está lá?”
Eu não sei.
Desculpe, papai.
“Por quê?”
K. WEBSTER
“Achei que você gostaria de passear em grande estilo.” Wendell oferece.
Ele está gritando ordens e parece muito alto. As luzes e sons e tudo. Eu
só quero que tudo vá embora.
E então vai.
Poof.
K. WEBSTER
“Beba isso.” Morris diz, jogando uma garrafa de água para mim.
“Você acha que está tudo bem?” Pergunto, dando uma olhada no meu
amigo.
“Tudo bem, então pelo menos sente-se. Você está causando um buraco
neste lindo linóleo. O hospital o mantém desde os anos 60. Essa merda é
insubstituível.”
Caminho até ela, meu coração batendo a cada passo. “Sim.” Minha voz
é rouca. Morris está ao meu lado para apoio moral.
Minha.
Alcanço e limpo uma lágrima com o polegar antes de beijar sua testa.
“Nós poderíamos conversar sobre o terrível roupão que minha mãe trouxe para
você usar.”
Bufo. “Talvez eu deva dizer à mamãe isso, já que ela tem a mesma cor
de olho que eu.”
“Amanhã você quer sair de casa e ir para a livraria?” Sugiro. Sei que ela
está cansada e sofrendo, mas é algo que ela pode fazer. Ficar sozinha dentro
de casa enquanto trabalho não é bom para ela. Ela precisa de ar fresco.
Seus dedos enfiam no meu cabelo enquanto ela me puxa para mais
perto. “Eu realmente gosto disso.”
Eu sempre a escolho.
E outra.
Fico feliz pelo dia de folga para não fazer nada com ela. Fora da casa.
Ela precisa de uma pausa do remédio, sua doença, vida.
Distraidamente, ela pega sua garrafa de água, mas está muito absorvida
em seu livro para perceber que não está nem perto dela. Inclino-me para a frente,
desaperto a tampa e a entrego a ela. Ela bebe e depois devolve.
Ainda aqui.
Minha lutadora.
Lauren Englewood.
K. WEBSTER
É então que a imagino como outra coisa. Minha. Lauren Venable. O
pensamento faz meu coração galopar no peito. Tento visualizá-la em um vestido
branco andando pelo corredor na frente de centenas de pessoas. Mas isso não
parece certo. Em vez disso, penso na cabana no lago que às vezes alugo do
meu amigo Dane. Mesmo quando está nevando, o lago é lindo.
Rapidamente, puxo meu casaco e luvas antes de sair para fora no frio
escaldante. Para onde vou, não precisarei de carro. Ando um quarteirão até a
joalheria mais próxima. Uma vez lá dentro, a mulher no balcão, que parece ter a
idade da minha mãe, se alegra em me ver.
“Um que diz que eu vou te amar para sempre, não importa quanto tempo
isso possa demorar.”
“Sim.”
“Que tipo de orçamento temos?” Ela pergunta enquanto me leva até uma
caixa de vidro.
A neve está ficando mais pesada e o vento sopra forte, mas fico
atordoado quando a olho pela janela. Seu sorriso é amplo e brilhante quando ela
fala com uma criança com menos de cinco ou seis anos. A criança usa um
capacete de plástico branco e parece tímida, mas também está sorrindo. Não é
diferente de como ela ilumina o rosto de Taylor no hospital ou mesmo o de Cora.
Lauren pode amar o pôr do sol, mas ela é o nascer do sol, elevando-se
acima de todos e dando a eles algo para admirar. Ela os aquece com seus
sorrisos e reflete a esperança.
Anna sorri. “Apenas pegando um livro para Ollie. Ele acabou de se juntar
a nós.”
“Obrigada, Dr. Venable.” Ollie diz, acenando com os dois pirulitos para
mim.
Eles saem da loja e eu encontro Lauren ainda em sua cadeira. Ela não
está mais absorvida em um livro, mas sua atenção está totalmente em mim. Amo
tanto o olhar no rosto dela que mal posso esperar mais um momento para tornar
isso perfeito ou inesquecível. Simplesmente sigo até ela e me ajoelho na frente
dela. O sorriso dela é sereno quando pego sua mão.
“Lauren.” Murmuro, admirando seu rosto bonito que não pode ser
escondido por fadiga, depressão e doença. “Eu te amo.”
“Tanto que eu quero que você seja minha esposa. A vida é preciosa
demais para deixar momentos passarem por nós. Quer se casar comigo e
aproveitar todos os momentos comigo?”
“Você sequer tem um anel?” Ela desafia, seus olhos castanhos brilhando
de lágrimas, mas dançando com malícia.
“Cerveja de raiz.” Ela canta. “Você com certeza sabe o caminho para o
coração de uma garota.”
“Para ser claro, você só ganha o pirulito se você dizer sim.” Provoco.
Pego a mão dela e deslizo-o no dedo anelar. Fica um pouco solto, mas
a senhora me garantiu que poderíamos redimensioná-lo, se necessário.
“Eu já sou.”
“Bem, eu quero o pirulito.” Ela diz. “Sim, Dr. Dan. Irei me casar com seu
belo bumbum de avô porque te amo mais do que você jamais saberá.”
Ele ri. “Esse é novo. Vou ter que lembrar de usar essa com Vera.”
“Vera ainda está sendo boa para você?” Pergunto, não mais divertida.
Quando vi uma contusão no braço dele na semana passada, quase perdi a
cabeça na sala de diálise.
“Ela é boa.” Ele diz, uma carranca se formando. “Eles são sempre bons.”
Sua resposta cava para mim. Não é justo. Ele não apenas tem doença
renal, mas também foi forçado a entrar no sistema. Tenho uma rede amorosa e
solidária de pessoas. Ele não tem ninguém.
As lágrimas caem mais forte desta vez, nada a ver com a dor que estou
sentindo.
Enquanto ele franze a testa para a tela para focar, eu o encaro. Ser
adotado fora do sistema já é difícil o suficiente para uma criança mais velha, mas
e quanto a problemas médicos? Parece que é ainda mais impossível.
“Eu sei que Enzo não é seu assistente social, mas ele tem coragem. Só
se você quiser vir, é claro.” Digo, sorrindo para ele.
“Estou feliz por você se casar com o Dr. Dum-Dum.” Ele diz, olhando de
volta para o jogo. “Ele sempre tem pirulitos e é legal.”
“Sim, eu amo o Dr. Dum-Dum.” Sorrio porque Daniel vai amar seu novo
apelido. Ele sempre distribui Pirulitos Dum-Dum. A alegria afugenta a dor dentro
do meu corpo, mesmo que apenas momentaneamente.
Meus olhos deslizam sobre Taylor mais uma vez. A dor dentro de mim
vive no meu peito desta vez. Vir aqui três dias por semana durante meses e
meses me permitiu conhecer o garoto quieto, mas peculiar. Um desejo queima
dentro de mim, diferente de tudo que já senti.
Ela pertence à sua família, mas sei que machucou Daniel vê-la partir.
Meu coração palpita no peito. Claro que ele seria capaz de me ler como
ninguém.
K. WEBSTER
Eu: Quero dizer, eu seria a favorita, é claro. Ele te chama de Dr.
Dum-Dum...
Daniel: Sim.
Papai.
“Eu sou seu pai, lembra? Eu sei quando você mente, garotinha.”
“Não.” Digo com veemência. “Hoje ele vai ser meu marido. Prefiro não
andar pelo corredor com ele no modo médico.”
Os lábios do papai se juntam, mas ele não discute. Em vez disso, ele
abre uma porta do armário embaixo da pia e pega um pano. Depois de molhá-lo
com água fria e torcer, ele se ajoelha novamente ao meu lado. Ele é gentil
enquanto limpa o vômito dos meus lábios. Mamãe sempre foi quem lidava com
vômito quando éramos crianças. Sempre. Mas agora que ela se foi, papai
avançou em todos os aspectos.
“Eu te amo, papai.” Deixo escapar, lágrimas mais uma vez enchendo
meus olhos.
“Eu também te amo.” Ele me assegura. “Sei que hoje é difícil para você
por perder sua mãe, mas você sabe que ela está olhando para você. Ela ficaria
tão orgulhosa, Lauren. Sei que eu estou.”
No chão, fraca, enjoada e com dor, sinto tudo menos que sou forte.
Papai olha para mim com convicção em seus olhos. Da mesma maneira
que Daniel olha para mim. Eles veem alguém muito mais forte do que quem eu
vejo no espelho todos os dias.
“Alguns dias sinto que é muito difícil.” Admito, minha voz embargada.
“E alguns dias são. Hoje sendo um deles. Mas você tem que ser mais
forte e mais forte. Você vai deixar que esta doença te domine no dia do seu
casamento?”
Papai encolhe os ombros. “Poderia ser uma justiça poética por ele entrar
e levar minha filha. Apenas dizendo.”
Bufo. “Papai!”
“Você é um idiota.”
“Muito mesmo.”
Assim que papai me passa para Daniel, meu coração acalma e o mundo
parece parar ao meu redor. O pôr do sol é o nosso pano de fundo e não poderia
ser mais perfeito.
“Você parece muito bonita quando está prestes a ser minha.” Daniel diz,
inclinando-se para roçar os lábios na concha da minha orelha.
Meu coração derrete. “Espero que você goste de dor, porque uma vez
que você começa, não pode parar.”
Nós sabíamos que isso iria acontecer. Saber e aceitar são duas coisas
diferentes, no entanto. Estou entorpecido quando o médico discute o fato de que
Lauren agora deve entrar em uma lista de espera para transplante. Todos os
fatores de risco envolvidos em um transplante de rim e tudo o que leva a isso.
Enquanto estou quebrando por dentro, Lauren continua rígida e forte. Minha
esposa pesquisou tudo o que há para saber sobre sua doença. Ela está lidando
com isso como uma campeã.
“O-O que?” Grito, precisando que ele repita o que ele disse.
“Doadores em potencial.”
“Você pode fazer o teste, Dr. Venable, mas não tenha muitas
esperanças. Muitas coisas, como você sabe, precisarão ser uma combinação
perfeita. E desistir de um órgão é um grande negócio.”
“Meu Deus. Sente-se.” Lauren resmunga. “Não brigue com meu médico
ou eu vou te mandar para o corredor.”
K. WEBSTER
Eu não sento. Tudo o que posso fazer é andar no chão em frente à mesa,
a ansiedade arranhando meu interior.
Porque ela?
Por que não meu vizinho imbecil ou aquele cara que costumava me dar
merda na faculdade ou algum criminoso aleatório ou foda-se?
Já faz quase uma semana desde que o médico iniciou o processo para
colocá-la em uma lista de transplantes. Ela está lidando com as coisas muito
melhor do que eu. Estou irritado e chateado que o corpo dela esteja literalmente
morrendo e não há nada que eu possa fazer sobre isso.
Nada muda.
Despejo trêmulo outra dose de uísque. Não importa. Posso beber tudo
o que eu quero, porque meus órgãos são inúteis para ela. Um simples exame de
sangue provou que eu não sou uma combinação. Fiquei furioso no hospital
K. WEBSTER
quando recebi essa notícia. Acabei tendo que sair mais cedo. Estou chateado
desde então.
“Não.” Resmungo.
Eu não discuto.
“Daniel, você terminou.” Ela diz, desta vez com mais firmeza. “Você teve
uma semana para fazer... isso. Sua semana acabou.”
A raiva que está queimando através de mim ferve. Ela está certa. Eu
tenho estado de mau humor, mas para que fim? Nada está resolvido.
“Quando você vai deixar seu pai e irmão saberem?” Pergunto, minha voz
rouca de emoção.
“Querido, pare.” Ela sussurra. “Eu não quero essa pressão sobre eles.
Em qualquer um.”
“Não, não estou mais dando a esta doença poder sobre todos os meus
pensamentos e ações. Estou na lista de transplantes e se alguém quiser fazer o
teste para ver se é compatível, que assim seja, mas não pressionarei ninguém.
É um grande negócio.”
“Você me ama?” Ela pergunta, sabendo muito bem que possui o meu
coração e alma.
K. WEBSTER
“Você sabe que eu amo.”
“Lauren...”
“Que você vai parar de ficar obcecado com isso. Que você vai parar de
ficar com raiva. Que você seguirá em frente e me ajudará a viver a vida ao
máximo. Daniel, ainda há coisas que quero da vida. E ter que me preocupar com
você enquanto bebe até ficar doente todas as noites e com raiva está
consumindo muito do nosso tempo, tempo que poderíamos gastar em algo
agradável.” Ela passa as palmas das mãos no meu peito. “Vamos fazer um
churrasco. Convidar todo mundo. Obter infláveis para as crianças brincarem.
Quero apenas estar cercada pela família e me divertir. Podemos fazer isso?”
“Agora estamos conversando.” Ela diz com uma voz provocadora. “Antes
de planejar um churrasco matador, eu esperava que você me levasse para o
andar de cima e fizesse amor comigo.”
Ela ri enquanto a carrego pela casa. Seus dedos correm pelo meu
cabelo, acariciando-me. Eu a amo tanto que dói às vezes. Quando chegamos ao
nosso quarto, não perco tempo despindo-a e deitando-a na cama. Enquanto tiro
minhas próprias roupas, mantenho meu olhar fixo em sua forma perfeita. Perfeita
para mim.
Mas ela também é engraçada, feroz e linda. Mesmo no pior dos casos,
ela é a melhor coisa que já vi.
Por mais que eu queira enterrar meu rosto entre suas coxas e arrastar
nosso ato de fazer amor por horas, eu sei melhor. Hoje não é essa noite.
“Quer uma massagem nas costas?” Ofereço enquanto acaricio meu pau,
olhando para ela.
“Oh, não, amigo. Você não está bancando o bom médico agora. Não
depois daquele colapso na cozinha. Vista-se e coloque esse pau dentro de mim.”
“Estou bem.” Ela diz, lendo minha mente. “Eu apenas preciso de você.”
Ela ri. “Eu quase acho que amo mais sua boca suja.”
K. WEBSTER
Levantando, coloco espaço entre nós para que possamos olhar para a
maneira como meu pau grosso empurra entre os lábios de sua buceta,
esfregando contra seu traseiro.
“Olha como somos sexy.” Digo a ela. “Você e eu. Quente como o
inferno.”
Minhas palavras têm outro gemido escapando dela. Então, ela me avisa
que está prestes a gozar. Aperto meu pau e deslizo entre os lábios de sua
buceta, entrando em seu corpo apertado. Lentamente. É melhor quando dou
tempo para ela se ajustar ao meu tamanho. Além disso, se ela está sofrendo, a
última coisa que eu quero fazer é deixar essa merda pior.
Sua mão desliza entre nós enquanto ela se aproxima do limite. Ela está
molhada e sua excitação cobre meu pau, facilitando a entrada nela. Quando
posso dizer que ela está ficando cansada e fraca, pego sua mão na minha e
forço seu corpo a ceder ao orgasmo que deseja desesperadamente. Ela grita
meu nome, sua buceta se apertando ao meu redor, e eu enlouqueço. Gemo,
moendo minha libertação nela até que eu esteja exausto e saciado. Deslizando
para fora de seu corpo, caio ao lado dela e enterro meu nariz em seus cabelos.
“Farei melhor amanhã.” Juro. “Eu prometo. Não há mais uísque. Você
está certa. Você precisa de mim e essa merda não resolve nada.”
“Quem?”
“A imprensa.”
K. WEBSTER
Arqueio uma sobrancelha. Espertinha do caralho.
“Você está certa.” Tiro uma mecha de cabelo loiro do rosto dela. “Sua
vez.”
Seus olhos castanhos brilham com maldade. “Você tem o melhor pau
em toda a terra.”
Ele dá um tapinha nas minhas costas. “Estou fazendo o que posso por
vocês. Não se preocupe. Essas coisas têm uma maneira de resolver-se.”
Eles jogam até Taylor vencer a partida e está chegando a hora do jantar.
Daniel senta em uma poltrona e Taylor escolhe se sentar do meu outro lado.
Dou-lhe um abraço lateral.
Ele olha para mim, um grande sorriso no rosto. “Melhor do que ouvir Vera
gritar com as pessoas que reportam as notícias.”
Taylor franze a testa, fazendo meu coração despencar. “Eu não quero.”
Lágrimas caem bem nos meus olhos, mas forço um sorriso. “Está bem.”
K. WEBSTER
“Eu só...” Taylor olha para as mãos. “Eu simplesmente não gostaria de
sair. Acho que vai doer muito.”
Uma lágrima corre pela minha bochecha. “Você acha que uma criança
saudável quer uma mãe doente?”
Ele faz uma careta. “Qualquer criança teria sorte em ter você como mãe.”
Eu o abraço. “Queremos que você seja nosso, Taylor. Vamos fazer isso
acontecer contanto que você queira isso.”
“Então você tem a gente para passar por isso.” Daniel diz. E então ele
pisca. “Eu posso ser o Dr. Dum-Dum, mas sei uma coisa ou duas sobre como
ajudar pacientes doentes.”
“Então o que você diz?” Insisto, sorrindo para ele. “Quer ficar doente
junto comigo e fazer esse velho nos servir?”
“Sim.” Taylor concorda. “Quero morar com vocês. Mesmo que eu tenha
que mudar meu sobrenome para Bunda de Macarrão.”
“Você acha que eles estão vindo?” Pergunto, mordendo meu lábio
inferior.
Forço uma risada. A verdade é que eu não sei. Papai e Landon estavam
tão estoicos quando contei a eles sobre eu ser adicionada à lista de transplantes.
Calmos e quase sem emoção. Em defesa deles, joguei isso como uma bomba e
depois tive que ir para a aula. Faz uma semana desde que eu disse a eles e
muita coisa aconteceu. Minha vida foi um turbilhão de preparar nossa casa para
Taylor.
Oficialmente.
Estou emocionada.
E nervosa.
Não sei nada sobre ser mãe. Tudo o que posso fazer é tentar ser metade
da mãe que minha mãe foi e sinto que vou me sair bem. Além disso, ninguém
fica com Taylor como eu. Nós nos conectamos em um nível que ninguém mais
faz. Ele é meu amigo de diálise.
Dou uma sacudida e me viro bem a tempo de ver meu pai correndo para
mim. Ele quase me aborda com um abraço. Seu aperto é apertado quando ele
me levanta do chão.
“Fiz uma combinação de cinquenta por cento.” Landon diz. “Mas papai
ainda venceu.”
Pisco em confusão.
Estou congelada.
Atordoada.
“Não diga uma palavra, querida.” Papai diz, me puxando de volta para o
peito. “O coordenador de transplante disse que não estamos livres, mas estamos
com um começo infernal.”
“Eu estava perto.” Ele diz, sua voz rouca. “Você sabe que eu te daria
minha bola esquerda, se eu precisasse.” Claro, ele brinca, mas ele está chorando
também.
Olho por cima do ombro de Landon e vejo Daniel abraçando papai. Não
é um genro que abraça simplesmente o sogro. Não, ele o abraça como se fosse
seu herói também.
Esperança é perigosa.
Eu vou ganhar
“Vá pescar, ganhei meu desejo.” Taylor grita ao meu lado na sala de
espera. “Eu ganhei de novo.”
“Ele está certo.” Minha mãe diz enquanto se senta do meu outro lado.
“Nossa garota é uma lutadora.”
Isso ela é.
Levanto meu olhar e pego Landon do outro lado da sala. Ele está pálido
com olheiras. Callie e seu pai, August, estão sentados ao lado dele em apoio. As
duas pessoas que Landon mais ama estão naquela sala de operações. Quero
puxá-lo em meus braços e agradecer por deixar seu pai entrar lá com ela, mas
não quero envergonhá-lo. Além disso, ele tem sua rede de apoio e eu tenho um
garotinho que precisa que eu seja forte.
K. WEBSTER
O tempo passa muito devagar, mas felizmente eu tenho o Gold Fish no
iPad para me divertir. Taylor chicoteia minha bunda a cada rodada, para seu
deleite. Quando estou prestes a escalar as paredes com ansiedade, o Dr. Davis,
o cirurgião, caminha pelo corredor. Jogo o iPad no colo da mamãe e corro até
ele. Landon está me seguindo.
Ao remover o problema do rim, isso pode significar que ela ficará sem
dor um dia.
Como se minha bunda estivesse pegando fogo, corro pelo corredor até
a UTI, parando no meu escritório para pegar um jaleco. Uma enfermeira me
deixa entrar na unidade de terapia intensiva cirúrgica e eu vou até a recepção
onde uma enfermeira chefe conhecida, chamada Mae, está escrevendo algo em
uma prancheta.
“Obrigado, Mae.”
Corro para a cortina dois. Lauren está sendo vigiada por um enfermeiro.
Ela ainda está fora, enquanto sai do anestésico. Pego a mão dela e beijo sua
testa.
“Sim.”
Deixo minha esposa para verificar o pai dela. Ele está lúcido, mas seus
olhos estão selvagens. Correndo para ele, seguro sua mão.
“Ela está bem, Teddy. Lauren está ao lado. A cirurgia foi um sucesso
para vocês dois. Eles tiraram o rim doente também.”
Ele sorri e fecha os olhos. Lágrimas vazam pelos cantos dos olhos.
“Minha filha está bem.” Ele coça o braço, franzindo a testa. “Eu coço. Por que
sinto coceira?” Seus olhos desfocados encontram os meus novamente, confusão
nadando neles.
“Você pode estar tendo uma reação à morfina.” Digo, espiando minha
cabeça pela cortina. “Mae, você pode vir aqui?”
Mae vai até a cama dele e checa seu prontuário. “Ursinho de pelúcia
Teddy, vamos mudar você para um remédio para dor diferente. Ok, querido?”
“Ele está esperando lá fora. Ele vem vê-lo em breve. Estou mandando
uma mensagem para ele agora para que saiba que você está bem. Algo que
você quer que eu diga a ele?”
Ele assente, mas não diz nada, com os olhos baixando. Rapidamente
envio uma mensagem para Landon para que ele saiba que seu pai o ama. Tenho
certeza que se ele tivesse ficado acordado por tempo suficiente, ele teria me dito
isso. Quando Mae vem dar alguns remédios a ele, saio para ver Lauren
novamente.
Sento-me com ela pelo que parece muito tempo, minha ansiedade alta,
até ouvi-la.
Um gemido.
K. WEBSTER
Um choro suave.
Mae se aproxima e verifica seus sinais vitais. Não consigo tirar os olhos
do rosto da minha esposa. Ela conseguiu passar. Ambos conseguiram.
“Vou pegar mais alguns remédios para dor, querida.” Mae promete.
“Deixe este bom médico cuidar de você.”
Ele sorri apesar da dor que sente. “Qualquer coisa para você, garotinha.”
“Ele é realmente bom nesse jogo.” Ela fecha os olhos e sorri. “Landon?”
“Jenna?”
“Cora está doente, então eles a mantêm em casa. A última coisa que
precisamos é você ou Teddy pegando alguma coisa.”
Ela adormece e eu fico olhando para ela. Tão bonita. Viva. Minha.
“Mae é má.” Ele brinca quando me aproximo. “Como está sua garota?”
“Ele tirou.”
“Não sou cirurgião, mas teria feito o mesmo.” Ele diz de acordo. “Como
vai, Barbie?”
“Então é uma coisa boa que eu esteja aqui em vez de Landon.” Teddy
responde com uma risada que o faz recuar de dor. “Eu nunca ouviria o fim disso.”
“Aiii, pobre papai. Perder para uma garota.” Seus olhos brilham com
triunfo quando ela lentamente chega ao final do corredor para mim.
“Seja legal com ele.” Digo a ela, coletando-a em meus braços. “Ele é um
homem velho.”
Faz dois dias desde a cirurgia. Eles já devem estar andando, e Teddy
sai em breve. E enquanto Lauren aparentemente está se saindo melhor, ela
requer um pouco mais de tempo de recuperação.
“Oi.” Ele diz, acenando com a mão. “Eu sou Derek. Tenho uma perna de
metal. Eu sou parte robô.”
Ele sorri para mim. Seus olhos estão ligeiramente cruzados, mas ele
parece ver muito bem.
“Aí está você.” Anna repreende, parecendo exausta. “Você não pode
fugir assim, Derek. Eu pensei que alguém te roubou!”
“Que tal você ficar aqui e eu vou dar uma olhada no Ollie, ok?” Alcanço
o bolso e tiro um Dum-Dum de cereja. “Você gosta de pirulitos?”
Uma vez na triagem, persigo Lin para ver se ela pode me ajudar a
encontrar Ollie. Depois de uma rápida atualização dela, espio o gráfico dele, ela
aponta para o quarto quatro e eu vou nessa direção. Ollie, sem o capacete
normal, está deitado na cama com lágrimas nos olhos.
“Quero voltar para a casa de Anna e colorir com meu melhor amigo
Derek. Estamos fazendo uma história em quadrinhos sobre um dinossauro e um
robô.” Ele sorri para mim. “Você pode me dar um pirulito para me fazer sentir
melhor e eu posso ir embora?”
Morris entra e pisca quando me vê. “A enfermeira Lin disse que poderia
separar um suco ou gelatina, mas não ambos.” Ele diz, colocando um suco no
colo de Ollie. Então, ele tira uma gelatina do bolso. “Nosso segredo, homenzinho.
Peguei os dois para você. Ela não sabe que você é parte dinossauro.”
Ollie está feliz, então eu o deixo com Morris e volto para Anna, que agora
está na sala de espera com Derek e três outras crianças. Sua paciência parece
estar se esgotando e duas crianças estão fazendo beicinho ao lado dela,
aparentemente de castigo.
“Ollie está indo muito bem. Comendo gelatina e fazendo amigos.” Digo
a Derek. Então, para Anna, digo: “Podemos conversar um segundo?”
Ela assente. “Se eu pegar vocês dois brigando de novo, ligarei para seu
assistente social. Você sabe que eu não tolero brigas.” Os dois meninos por volta
dos doze anos fazem uma careta para ela.
K. WEBSTER
Eu a afasto das crianças e dou a ela um resumo dos resultados dele. Ela
está apenas ouvindo pela metade e quando os meninos começam a brigar
novamente, ela está em movimento, pegando o telefone para ligar para a
assistente social.
Agachado na frente dele, franzo a testa. “Por que isso, Robô Derek?”
“Porque as outras crianças são más.” Derek explica. “Sei que você pensa
que porque tenho paralisia cerebral não posso correr.” Ele levanta o queixo. “Eu
posso correr muito rápido.”
“Anna não nos ama.” Derek responde, seus olhos se cruzando com mais
força quando as lágrimas se formam. “Vamos caçar.”
“Caçar?”
“Há pessoas por aí que vão te amar.” Eu lhe asseguro. “E você não terá
que procurá-los. Eles virão até você.”
K. WEBSTER
“Como você sabe disso?”
“Porque aconteceu comigo. Foi assim que encontrei minha filha e minha
esposa. E meu filho Taylor.”
“Sim.”
“Prometa que não vai fugir. Me prometa que vai deixá-los te encontrar.”
Seu rosto entristece, mas ele assente. “Espero que não demorem muito.
Estamos sozinhos.”
Um ano depois…
“Eu ouvi isso.” Digo com uma falsa ironia. “Você deveria estar estudando.
Todos vocês.”
Todos caem na gargalhada de uma vez e desta vez não posso ignorar.
Começo a rir também. Nesse ritmo, nunca faremos nosso dever de casa.
Cerveja de raiz.
É a minha fraqueza.
“Tudo bem.” Bufo. “Teremos barcos, mas quem disser ao papai tem que
lavar a louça por uma semana.”
E a mãe deles se sente incrível. Ela nunca vai deixá-los, não importa
qual seja sua saúde futura. Nunca.
Ainda estamos nos abraçando quando sinto olhos em mim. Meu olhar
encontra o de Daniel. Ele está me olhando com uma intensidade que sempre
transforma meu interior em mingau.
Ele diz isso o tempo todo, mas mais importante, ele me faz sentir isso.
“Mamãe, prove este aqui.” Derek diz, mancando até nós, jogando a
cerveja raiz por todo o chão.
“Cuidado para não escorregar.” Digo enquanto pego o copo dele. Depois
de um gole, concordo. “Oooh, isso é ótimo!”
Dr. Dum-Dum e Anjo da Cerveja Raiz têm mais amor para dar a outras
pequenas almas como Bunda de Macarrão e Robô Derek e Sr. Dinossauro.
Ela sabe melhor. Não vou descansar até ver que ela está bem. A
pequena coisa fez uma cirurgia cardíaca de emergência, pelo amor de Deus.
Preciso vê-la.
Mae solta um suspiro pesado. “Você me lembra minha neta. Ela tem um
coração de ouro e uma espinha de aço. Implacável como o inferno. É por isso
que você é meu favorito e se safa tanto quando se trata de mim. Continue, ela
está na cortina seis.”
Duvido que ela possa me ouvir, mas não quero que ela fique sozinha.
Agora não. Não depois de quase morrer hoje. Suas bochechas marrons ainda
estão riscadas de chorar quando a trouxeram pela primeira vez. Com apenas
dois anos, ela é tão frágil e pequena. Eu gostaria de poder chamar a mãe dela
aqui e forçá-la a abraçá-la.
Rasguei o arquivo dela no momento em que ela foi levada para a sala
de cirurgia. Nakayla Dawson mora com Anna. Outra criança adotiva. Quebrada
e abandonada. Perdida.
“Sim.” Digo, minha voz rouca de emoção. “O que o Dr. Davis disse?”
“Ele reparou o defeito do septo atrial sem cirurgia de coração aberto. Foi
capaz de consertar isso.” Ela diz, parando para acariciar os dedos na testa da
criança. “Ela deve ter uma recuperação completa, mas, como em qualquer
condição, precisará monitorá-la continuamente.”
Ainda estou encarando Nakayla muito tempo depois que Mae sai. Os
olhos da menina finalmente se abrem. Grandes, redondos, marrom pálido. Assim
que ela me vê, seus olhos se enchem de lágrimas. Seu lábio inferior balança.
“Vou te dizer uma coisa.” Digo quando uma enfermeira entra. “Eu vou
procurar o seu cobertorzinho.”
“Cobeto rosa.”
“Minha esposa gosta de rosa.” Digo a ela enquanto lhe entrego o pirulito.
“Ela é a única garota em uma casa cheia de meninos.”
“Dotor não tchauzinho.” Ela diz com firmeza, ao redor do polegar que
está chupando.
Ela sorri e começa a adormecer. Assim que seus olhos estão fechados,
pego meu telefone e envio uma mensagem para Lauren.
FIM