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SUMÁRIO
MÓDULO V ...................................................................................................................... 2
Linhas de trabalho, arquétipos e elementos ................................................................ 2
1. Guia chefe, mentor e guia de frente ....................................................................... 2
2. Elementais. ............................................................................................................ 3
3. Como surgiram as linhas de trabalho ..................................................................... 3
4. Caboclos................................................................................................................ 4
5. Pretos-Velhos ........................................................................................................ 5
6. Crianças ................................................................................................................ 6
7. Boiadeiros .............................................................................................................. 7
8. Malandros .............................................................................................................. 7
9. Baianos.................................................................................................................. 9
10. Marinheiros ...................................................................................................... 11
11. Ciganos ............................................................................................................ 12
12. Exus de lei ou de trabalho, Pombagira de lei ou de trabalho ............................ 13
Pombagira (de lei ou de trabalho) ........................................................................... 13
Exu (de lei ou de trabalho) ...................................................................................... 14
MÓDULO VI ................................................................................................................... 15
Ritos na gira de umbanda, ........................................................................................... 15
1. Passe na Umbanda (benzimentos, estalar de dedos, abertura e fechamento de
portais, criação de campos de proteção etc) ............................................................... 15
2. Pontos cantados e toques.................................................................................... 18
3. Batizado, Casamento, Ato fúnebre ...................................................................... 20
4. Magia de Umbanda.............................................................................................. 23
5. Sacerdócio de Umbanda– vertical e horizontal. ................................................... 26
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MÓDULO V
Entidades de Luz - As entidades de Luz são todas aquelas que possuem amplo
conhecimento e sabedoria aplicando seus dons e talentos de acordo com Leis Divinas a
fim de orientar e amparar encarnados e desencarnados.
Mentores - Os mentores são aqueles que foram designados a orientar seus pupilos,
geralmente atuam na transição do ser desencarnado quando este deixa o astral inferior e
passa a integrar o astral mediado.
Logo, costumam acompanhar seus orientandos durante sua estada no astral
mediano, ajudando na preparação de sua nova jornada encarnatória, seguindo ao seu
lado durante a execução do projeto Reencarnacionista.
Guia (Chefe, de frente ou de cabeça) - Guias são aqueles que se comprometem
pela “guarda” de seu pupilo, seja no astral ou na jornada encarnatória, por vezes, muito
comum, o guia costuma ser também o mentor. Quando não, atuam em conjunto e
harmonia junto ao seu pupilo a fim de garantir o sucesso no projeto Reencarnacionista.
Como Guias e Mentores podemos ter espíritos que em jornadas encarnatórias
atuaram como doutores, índios, sacerdotes, escravos, africanos, entre outros, mas que
são Espíritos de grande conhecimento e elevada moral e ética.
Guardiões - Os Guardiões atuam como verdadeiros soldados da Lei Divina, criando
campos de proteção a fim de que se faça cumprir a Lei Maior. Atuam diretamente com
os Seres de Luz, com os Guias e Mentores, garantindo a integridade física, psíquica e
espiritual de seus protegidos. São aqueles que conhecemos como Exus.
Os Guardiões, assim como os Guias e Mentores só interferem na jornada de
encarnados e desencarnados se forem chamados, se por estes forem solicitados ou por
alguém que se lhes rogue auxílio, uma vez que cumprem a Lei Divina e nela está contida
a máxima de que o livre arbítrio de todos os seres deve ser respeito.
Entidades/Seres errantes - As entidades errantes são aquelas que não
encontraram o verdadeiro sentido de sua existência, por vezes não reconhecem a
condição de desencarnados, passando a perambular por entre encarnados como se
ainda fizessem parte do mundo físico. Costumam estar apegados aos vícios, costumes e
desejos aos quais foi ligado enquanto encarnado. Alguns mantem-se ligados aos
próprios despojos físicos, podendo levar muito tempo até recobrar a consciência de que
são seres livre de massa corpórea.
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Obsessores - Obsessores são aquele que se ligam a outros seres a fim de lhes
sugar energias (vampiros), sugerir ideias que lhes favoreça algum proveito, causar
intrigas, causar moléstia física, psíquica e/ou espiritual, saciar seus vícios e desejos.
2. Elementais.
Sabemos que a Umbanda foi fundada por um caboclo, o Senhor Caboclo das Sete
Encruzilhadas, gerando, naturalmente a primeira linha de trabalho, qual seja, o arquétipo
de caboclos.
Em seguida Pai Antônio, Preto-Velho que incorporou em Pai Zélio de Morais, trouxe
o arquétipo dos sábios anciãos.
Na década de 1950 e 60 foi muito atuante na Umbanda a linha do Oriente, e dentro
desta linha encontramos espíritos de Hindus, Chineses, Japoneses, Persas, Marroquinos
e até Maias, Astecas e outros. Com o tempo, esta linha foi se tornando menos presente
nos terreiros. Muitas entidades desta linha formaram Linhas de Caboclos, como a Linha
dos Caboclos do Fogo formada em sua maioria por antigos Magos Persas.
Com o tempo foram aparecendo outras Linhas que ficaram conhecidas como Linhas
Auxiliares, assim foi com a Linha dos Baianos, Marinheiros e Boiadeiros, ainda muito
atuantes nos terreiros. Não podemos deixar de citar a Linha dos Ciganos que surgiu a
partir da década de 70, e em muitas casas se manifesta dentro da Linha do Oriente, já
que é um povo que tem ali sua origem.
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Algumas Linhas de Trabalho ainda vêm surgindo e só o tempo nos mostrará se irão
permanecer na Seara Umbandista, como a linha dos Malandros mais presente no Rio de
Janeiro, que traduz a boa malandragem do morro personificada por Zé Pelintra. O
mesmo Zé Pelintra que é mestre do Catimbó e da Mesa de Jurema no Nordeste, e que
na Umbanda também se manifesta na linha de Exus e Baianos, quando não vem como
Linha dos Mestres da Jurema, também se ouve falar em Linha dos Portugueses, Linha
dos Caiçaras, Linha dos Mineiros, Linha dos Mendigos etc.
Na Linha dos Baianos ou dos Boiadeiros vemos presentes os Cangaceiros como
Lampião, Maria Bonita, Corisco, Zé da Faca e outros. Em algumas casas a linha de
Cangaceiros vem como uma linha independente.
4. Caboclos
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e natureza, com os antigos guardiões destas mesmas riquezas, a gira de Caboclos seja
uma das que mais traduz o verdadeiro sentido da nossa Umbanda Sagrada.
• Ponto de força: Matas e bosques + indicação do mistério do guia.
• Ervas: as mesmas do orixá + as indicadas pelo Guia.
• Guia (colar) seguindo o orixá que o rege + indicação particular do
Guia. Em geral com sementes, penas, elementos da natureza em
geral e contas de cristal.
• Pembas na cor do Orixá que o rege + alguma solicitada pelo guia.
• Saudação: Okê Caboclo!
• OFERENDA: As oferendas para os Caboclos e as Caboclas, no geral,
são iguais às dos Orixás, no particular, são acrescentados elementos
indicados por eles.
5. Pretos-Velhos
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6. Crianças
Essa linha é regida por Pai Oxumarê e possuem esse poder de renovação e incrível
capacidade de alegrar todos ao redor, o Amor é a própria energia manipulada pelas
crianças.
No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o
consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada
de energia do corpo humano. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e
da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e
conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa.
Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu
trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários
conhecimentos, sendo que a maioria deles nunca esteve encarnado.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem
específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente
respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos.
• Saudação: Salve as crianças!
• Ponto de força: bosques, praias, lagos etc.
• Guia (colar) contas em porcelana rosa e azul, ou pela orientação do Erê.
• Saudação: salve as Crianças!
• OFERENDA
o Velas branca, cor-de-rosa e azul claro;
o flores (todas);
o frutas (uva, pêssego, pêra, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa);
o bebidas (refrigerantes, água de coco, suco de frutas).
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7. Boiadeiros
8. Malandros
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o pembas branca;
o flores (cravos vermelhos);
o frutas (várias);
o bebidas (aguardente);
9. Baianos
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10. Marinheiros
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11. Ciganos
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São espíritos desencarnados que vivem e atuam no astral inferior, nos campos mais
densos do umbral e do orbe terrestre. São representes da Lei Divina, trabalham para
manter a ordem e evitar o caos na Terra, bem como atuam diretamente com os
encarnados a fim de proporcionar vitalidade, equilíbrio e estimulo.
Essas entidades não são, necessariamente, ex-prostitutas ou ex-marginais, mas
apenas seres como qualquer um de nós que buscar se alinhar com a Lei do Amor, com a
Lei Maior, rumo a evolução individual estas entidades trabalham auxiliando seus irmãos
encarnados e desencarnados a encontrarem o verdadeiro sentido de “existir”.
São nossos amigos e protetores.
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MÓDULO VI
A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a
ideia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem
base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as
pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que
vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a
indiana ou em tradições indígenas e xamânicas. Estudiosos do passado e do presente
se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”.
Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a
descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os
homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O
pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens.
Pode-se dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de
pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios
sonoros. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos
desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua
boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes.
No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que
foram se desenvolvendo com o tempo.
O “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como:
Passe de Limpeza e da cura. A realização destes passes é feita por qualquer
pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações no
entanto é necessário certa sensibilidade ou “Don mediúnico”. A maioria dos métodos é
explicada por uma corrente de
energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre
“operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns
conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os
centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a
importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.
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Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se
evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é
usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se
concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater
palmas.
com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a
vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.
Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível
de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a
baixa auto-estima, as reocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar
atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as
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Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para
descarrego, para despedida etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua
finalidade para o bom andamento do trabalho.
Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se
batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o
terreiro. São feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia
chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada
sobre o atabaque.
O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do
atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o
atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as
O ogan chefe é quem, geralmente, dá os primeiros toques nos pontos para conduzir
os trabalhos.
Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia
chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o
atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado.
Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao
ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.
Geralmente, cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e
facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que
acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as
orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica
atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro
ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.
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o ritual, mas, o sacerdote é aquele que deve realizar o ritual, nenhuma religião criou o
ritual do casamento, ele é algo ancestral. É sim um ritual então tem uma simbologia,
força, poder.
Ele pode ser num modelo de uma Gira em que todos estão de branco, vestidos com
a roupa de Terreiro, com atabaque, com defumação, com hino da Umbanda, cantando
para abrir a Gira, o sacerdote recebendo os noivos e realizando ali o casamento.
O casamento, mesmo num Templo de Umbanda, pode ser num dia especialmente
dedicado a isso, o qual estará o sacerdote, os noivos e a família dos noivos, podendo ou
não ter alguns médiuns como convidados, depende de qual é a relação que existe dentro
do Terreiro entre os médiuns.
O casamento pode ser feito no Templo, pode ser feito no salão, mas é importante
construir um altar nesse salão,ter uma imagem de Cristo, o altar pode ser a mesa, tem
que ter no mínimo uma vela para o pai Oxalá, é bacana que tenha uma vela para Oxum,
uma vela para Oxumaré, representando o amor no seu aspecto universal e cósmico, o
amor que ampara o amor que corrige.
O ato fúnebre é para ajudar também, ajudar a esclarecer quem fica e quem vai. O
ato fúnebre Umbandista deve ser feito para aqueles que são Umbandistas, não tem
sentido de fazer um ato fúnebre Umbandista pra alguém que não é Umbandista.
No momento do desencarne qual é a sequência a ser feita?
É feito o velório, no velório é feito um ritual, feita a despedida do corpo, fechamento
do caixão e aí duas opções: ou vai enterrar ou vai cremar.
Se for cremar só existe a parte ritualística do velório, ao cremar aquele corpo ele foi
totalmente purificado, se for enterrar tenha uma ritualística do velório e uma ritualística
do momento em que o caixão desce na cova.
No velório, a primeira coisa a ser feita é a purificação do corpo, essa purificação é
feita com incenso, pode ser feita com incenso de vareta de boa qualidade ou com um
turíbulo, no turíbulo você escolhe as ervas desse incenso com água consagrada, com
pemba, óleo e essências aromáticas, você vai incensar ou defumar o corpo, pode se
cantar uma defumação ou não, vai incensar esse corpo, a ideia é limpar e purificar o
corpo pra facilitar o desligamento do espírito com o corpo.
A purificação é a limpeza do corpo para limpa-lo de todos os resquícios, inclusive de
firmezas, de cruzamentos que foram feitos nesse corpo, ele é incensado. Depois é
aspergida a água como um borrifador, você pode fazer isso com flores ou ervas também,
molhar as flores e aspergir água com as flores ou com a mão, água consagrada. Você
diz que com essa água você está limpando e purificando aquele corpo com água
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consagrada para que o ajude a seguir o seu caminho limpando-o, livrando de antigas
feituras e consagrações.
Depois com a pemba ou com o pó de pemba faz-se o sinal da cruz, na coroa, na
testa, no laríngeo e nas mãos, dizendo que com essa pemba, você está desimantando e
descruzando, desfazendo as feituras e obrigações que foram feitas para esse corpo e
desobrigando esse espírito de qualquer relação de submissão, de obrigatoriedade com
relação a qualquer outro encarnado para que ele possa seguir o seu caminho.
Depois com o óleo, você vai também ao mesmo lugar onde fez a pemba – ou a
pemba primeiro ou o óleo primeiro – ou o óleo ou com óleo ou com banha de ori, você
vai também à coroa, na testa, no laríngeo, nas mãos, dizer que está ali descruzando,
desfazendo as feituras, desimantando o que foi colocado, desconsagrando, livrando-o de
qualquer obrigação ritualística com qualquer outro encarnado, livrando de qualquer peso
ou laço que o seu espírito tenha com relação ao que tenha vivido junto desse corpo.
E depois as essências aromáticas pedindo que o seu espírito esteja onde estiver, ou
seja, se o espírito estiver ali ou se estiver em outro lugar, onde ele estiver que ele receba
os aromas, o perfume, o poder, o axé, a força, o mistério desse incenso, dessa água,
dessa pemba que representam a magia da religião, desse óleo consagrado, dessas
essências.
Assim você está purificando o corpo e pedindo que isso alcance o espírito onde ele
estiver.
O próximo passo é o que a gente chama de encomenda do espírito.
Encomenda do espírito é: primeiro nós purificamos o corpo, agora nós vamos ajudar
o espírito a seguir o seu caminho, sua trajetória, ajudar para se desligar da matéria e
seguir uma caminhada espiritual, é apresentação, algumas palavras também para os
presentes, o sacerdote é quem faz isso, o sacerdote ou um Umbandista que está ali de
coração.
Nesse momento, o sacerdote ou quem está oficiando o ato fúnebre que não precisa
ser obrigatoriamente um sacerdote, pode ser um médium de Umbanda que naquele
momento pelo seu amor ou pela sua relação com o desencarnado oi com a família
deste, pronuncia algumas palavras para os presentes sobre a morte, sobre o
desencarne, sobre a pessoa querida que termina uma etapa da sua evolução que vai
seguir um caminho espiritual e que vai voltar a reencarnar outra vez que é a história de
todos nós.
Falar é importante, ninguém fala sobre a morte, esse é o momento de falar, de
contar algo, de dar um sentido, dizer que a morte tem sentido para a vida.
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4. Magia de Umbanda
O que é?
Tipos de magia:
Na gira de Umbanda a chegada de uma Entidade de Luz, estando incorporada em
um médium, a Entidade faz com que ela seja reconhecida, e para isso usa-se o Ponto
Riscado, que a grosso modo é a identificação da Entidade de Luz para seus
consulentes. Para assim ser demonstrado que quem está ali é realmente uma Entidade
de Luz e não um Espirito sem luz tentando enganar o consulente e o próprio médium.
Esses Pontos Riscados são constituídos de riscos e símbolos gráficos, e as
Entidades de Luz se servem deles para tal identificação e para abrir e fechar portais
magísticos criados pelos guias.
Eles normalmente são traçados ou riscados em tábuas ou no próprio chão. Essas
ditas tábuas podem ser de madeira ou até mesmo em mármore, e são feitos com uma
espécie de giz, que na Umbanda se da o nome de Pemba.
Essas pembas podem ser de várias cores, e a Entidade usa a cor determinante a
linha que trabalha e ao Orixá que a rege.
Essas Entidades se utilizam de símbolos como: Sóis, Estrelas, Luas, Flechas,
Arcos, Lanças, Triângulos, Folhas, Raios, Ondas, Cruzes entre outros.
Pode não parecer, mas os Pontos Riscados são os instrumentos dos mais
poderosos dentro da Umbanda, pois uma vez sem ele, nada se poderia ser feito com
segurança, uma vez que é com a Pemba que se tem o poder de fechar, trancar e abrir
os terreiros conforme seja a exigência determinada do trabalho que será praticado.
É também através do Ponto Riscado que uma determinada Entidade de Luz
demonstra a sua graduação hierárquica, na qual também mostra toda a Falange de
trabalhadores, que a suas ordens trabalham em prol a caridade e auxilio num trabalho
que foi determinado ou pedido por alguém que necessita de uma ajuda espiritual.
Os Pontos Riscados nos demonstram, se a Entidade é um Preto Velho, um
Caboclo, um Exú ou qual for a Entidade presente, essa demonstração nos é dada
através da grafia, dos símbolos utilizados, e ainda ´por esse meio poderemos identificar
qual seria o Caboclo, ou o Preto Velho ou qualquer Entidade de Luz manifestada no
médium. Os Pontos Riscados são extensos códigos registrados, firmados e sediados
no plano espiritual, e cada um deles tem sua função específica.
Normalmente somente os dirigentes, realmente preparados, ou a Entidade firmada
que sabem identificar com certeza e segurança, qual a Entidade de Luz riscou o ponto,
da mesma forma em dizer com segurança qual Falangeiro de Orixá está na incorporação
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riscar o ponto que identificaria com segurança a origem, o nome, a linha e tudo mais
relacionado a Entidade que esse médium estava disposto a demonstrar a seus
consulentes.
Portanto a honestidade é essencial num trabalho de caridade dentro da Religião de
Umbanda, na demonstração dos Pontos Riscados, para que assim as pessoas que
estão em busca de ajuda não sofram nas mãos de espíritos sem luz, que possam estar
tentando se passar por uma Entidade de Luz.
Magia do ponteiro - Os antigos magistas já usavam a espada como elemento de
grande importância em seus trabalhos de magia. Na verdade a ponta do aço é usada
para explodir campos negativos de forças. Quando fincado, ele firma a magia, ou seja,
firma o ponto.
Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Espiritual, Orientador (a), Ministro (a) ou Dirigente... São
variadas as formas de identificação do Sacerdote ou Sacerdotisa de Umbanda. Perante
o Estado é sacerdote o líder reconhecido oficialmente por uma comunidade, em atas e
estatutos, como o seu “ministro religioso”.
Todas as religiões instituídas têm o conhecimento da necessária e bem-vinda
instrução e formação sacerdotal, que nos seus primórdios era passada de “Mestre” para
“discípulo”. Já no mundo antigo foram criadas escolas de preparo sacerdotal coletivo,
onde seus mistérios são compartilhados pelo grupo.
Com a Umbanda não seria diferente, os médiuns se desenvolvem dentro do terreiro
em que frequentam, e se no futuro tiverem a missão do sacerdócio serão preparados
neste mesmo ambiente por aqueles guias que o acompanharam desde o início de sua
caminhada mediúnica.
Mas nem é tão tranquilo para médiuns umbandistas em geral e para os que têm a
missão específica de sacerdócio.
Muitos umbandistas têm a mediunidade aflorada do dia para a noite, alguns sem ter
participado de nenhuma corrente mediúnica e ainda assim incorporam Guias de
Umbanda que lhe pedem para tomar a frente de um trabalho espiritual, explicando que é
uma missão. Outros se desenvolveram em um templo, incorporam seus guias que
trabalham muito bem e em determinado momento também lhe esclarecem sobre sua
missão: tomar a frente de um trabalho que se fundamenta neles, os mentores.
Muitos começam dentro de casa, num quarto, sala, garagem ou quintal e na maioria
das vezes o trabalho cresce e junto também aumentam as dúvidas e os
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tem que ser um “meio” entre os dois planos da vida e tem que ser em si mesmo um
templo vivo!
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