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CENTRO DE ESTUDOS ESPIRITUALISTA UMBANDISTA ANJOS NA TERRA

PAI BENEDITO DAS ALMAS

CURSO DE FORMAÇÃO MEDIÚNICA DE UMBANDA

SUMÁRIO
MÓDULO V ...................................................................................................................... 2
Linhas de trabalho, arquétipos e elementos ................................................................ 2
1. Guia chefe, mentor e guia de frente ....................................................................... 2
2. Elementais. ............................................................................................................ 3
3. Como surgiram as linhas de trabalho ..................................................................... 3
4. Caboclos................................................................................................................ 4
5. Pretos-Velhos ........................................................................................................ 5
6. Crianças ................................................................................................................ 6
7. Boiadeiros .............................................................................................................. 7
8. Malandros .............................................................................................................. 7
9. Baianos.................................................................................................................. 9
10. Marinheiros ...................................................................................................... 11
11. Ciganos ............................................................................................................ 12
12. Exus de lei ou de trabalho, Pombagira de lei ou de trabalho ............................ 13
Pombagira (de lei ou de trabalho) ........................................................................... 13
Exu (de lei ou de trabalho) ...................................................................................... 14
MÓDULO VI ................................................................................................................... 15
Ritos na gira de umbanda, ........................................................................................... 15
1. Passe na Umbanda (benzimentos, estalar de dedos, abertura e fechamento de
portais, criação de campos de proteção etc) ............................................................... 15
2. Pontos cantados e toques.................................................................................... 18
3. Batizado, Casamento, Ato fúnebre ...................................................................... 20
4. Magia de Umbanda.............................................................................................. 23
5. Sacerdócio de Umbanda– vertical e horizontal. ................................................... 26

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MÓDULO V

Linhas de trabalho, arquétipos e elementos


1. Guia chefe, mentor e guia de frente

Entidades de Luz - As entidades de Luz são todas aquelas que possuem amplo
conhecimento e sabedoria aplicando seus dons e talentos de acordo com Leis Divinas a
fim de orientar e amparar encarnados e desencarnados.
Mentores - Os mentores são aqueles que foram designados a orientar seus pupilos,
geralmente atuam na transição do ser desencarnado quando este deixa o astral inferior e
passa a integrar o astral mediado.
Logo, costumam acompanhar seus orientandos durante sua estada no astral
mediano, ajudando na preparação de sua nova jornada encarnatória, seguindo ao seu
lado durante a execução do projeto Reencarnacionista.
Guia (Chefe, de frente ou de cabeça) - Guias são aqueles que se comprometem
pela “guarda” de seu pupilo, seja no astral ou na jornada encarnatória, por vezes, muito
comum, o guia costuma ser também o mentor. Quando não, atuam em conjunto e
harmonia junto ao seu pupilo a fim de garantir o sucesso no projeto Reencarnacionista.
Como Guias e Mentores podemos ter espíritos que em jornadas encarnatórias
atuaram como doutores, índios, sacerdotes, escravos, africanos, entre outros, mas que
são Espíritos de grande conhecimento e elevada moral e ética.
Guardiões - Os Guardiões atuam como verdadeiros soldados da Lei Divina, criando
campos de proteção a fim de que se faça cumprir a Lei Maior. Atuam diretamente com
os Seres de Luz, com os Guias e Mentores, garantindo a integridade física, psíquica e
espiritual de seus protegidos. São aqueles que conhecemos como Exus.
Os Guardiões, assim como os Guias e Mentores só interferem na jornada de
encarnados e desencarnados se forem chamados, se por estes forem solicitados ou por
alguém que se lhes rogue auxílio, uma vez que cumprem a Lei Divina e nela está contida
a máxima de que o livre arbítrio de todos os seres deve ser respeito.
Entidades/Seres errantes - As entidades errantes são aquelas que não
encontraram o verdadeiro sentido de sua existência, por vezes não reconhecem a
condição de desencarnados, passando a perambular por entre encarnados como se
ainda fizessem parte do mundo físico. Costumam estar apegados aos vícios, costumes e
desejos aos quais foi ligado enquanto encarnado. Alguns mantem-se ligados aos
próprios despojos físicos, podendo levar muito tempo até recobrar a consciência de que
são seres livre de massa corpórea.

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Obsessores - Obsessores são aquele que se ligam a outros seres a fim de lhes
sugar energias (vampiros), sugerir ideias que lhes favoreça algum proveito, causar
intrigas, causar moléstia física, psíquica e/ou espiritual, saciar seus vícios e desejos.

2. Elementais.

Os Elementais são Entidades Espirituais, relacionadas com os elementos da


natureza, onde realizam desempenhos muito importantes, essenciais mesmo, à
totalidade da vida natural, pois que, através das ditas Entidades, nos são oferecidos:
ervas, flores, frutos, oxigênio, água e tudo o mais que o ser encarnado denomina de
Forças da Natureza.
Os Elementais são constituídos de LUZ - ou um tênue material auto-luminoso e sua
forma é na apresentação, semelhante à humana. As variações de consciência evolutiva
e deveres cumpridos, produzem mudanças na coloração da luminosidade e até interfere
na própria forma.
Como p. ex. as "sereias" que são seres elementais que nunca encarnaram e atuam
no trabalho de gira de umbanda para promover uma limpeza de fluídos mais difíceis de
serem removidos pelos guias.
São regidas por Yemanjá, Oxum, Oxumaré e Nanã.

3. Como surgiram as linhas de trabalho

Sabemos que a Umbanda foi fundada por um caboclo, o Senhor Caboclo das Sete
Encruzilhadas, gerando, naturalmente a primeira linha de trabalho, qual seja, o arquétipo
de caboclos.
Em seguida Pai Antônio, Preto-Velho que incorporou em Pai Zélio de Morais, trouxe
o arquétipo dos sábios anciãos.
Na década de 1950 e 60 foi muito atuante na Umbanda a linha do Oriente, e dentro
desta linha encontramos espíritos de Hindus, Chineses, Japoneses, Persas, Marroquinos
e até Maias, Astecas e outros. Com o tempo, esta linha foi se tornando menos presente
nos terreiros. Muitas entidades desta linha formaram Linhas de Caboclos, como a Linha
dos Caboclos do Fogo formada em sua maioria por antigos Magos Persas.
Com o tempo foram aparecendo outras Linhas que ficaram conhecidas como Linhas
Auxiliares, assim foi com a Linha dos Baianos, Marinheiros e Boiadeiros, ainda muito
atuantes nos terreiros. Não podemos deixar de citar a Linha dos Ciganos que surgiu a
partir da década de 70, e em muitas casas se manifesta dentro da Linha do Oriente, já
que é um povo que tem ali sua origem.

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Algumas Linhas de Trabalho ainda vêm surgindo e só o tempo nos mostrará se irão
permanecer na Seara Umbandista, como a linha dos Malandros mais presente no Rio de
Janeiro, que traduz a boa malandragem do morro personificada por Zé Pelintra. O
mesmo Zé Pelintra que é mestre do Catimbó e da Mesa de Jurema no Nordeste, e que
na Umbanda também se manifesta na linha de Exus e Baianos, quando não vem como
Linha dos Mestres da Jurema, também se ouve falar em Linha dos Portugueses, Linha
dos Caiçaras, Linha dos Mineiros, Linha dos Mendigos etc.
Na Linha dos Baianos ou dos Boiadeiros vemos presentes os Cangaceiros como
Lampião, Maria Bonita, Corisco, Zé da Faca e outros. Em algumas casas a linha de
Cangaceiros vem como uma linha independente.

4. Caboclos

Saudação: Okê Caboclo!


Nosso Guia na linha de Oxóssi é o Caboclo Pena Verde.
Na linha de Ogum é o Caboclo Sete Encruzilhadas.
De Xangô o Caboclo Sete Montanhas.
Caboclos e caboclas são um grau manifestador de um mistério. Regidos pelo Orixá
que representa, são doutrinadores e verdadeiros pais e mães, que acolhem seus filhos e
orienta-os, direcionando-os sempre a evolução.
A Umbanda recebe na Gira dos Caboclos espíritos de índios que foram pajés,
caciques, caçadores, e possuíam uma fé inabalável em Tupã, Deus Supremo.
Os Caboclos trouxeram para a Umbanda toda a magia dos Pajés, a defumação
pelos charutos e cachimbos, e o poder milagroso das ervas.
Na hora de nosso desespero, em meio a diversos problemas do cotidiano atual, o
que poderia ser melhor do que se deparar com um espírito de um Caboclo sábio, que
com suas ervas e a fumaça dos seus fumos promovem nossa limpeza física e espiritual,
com seus sábios conselhos nos orientam e nos trazem um acalento pra alma
favorecendo a cura do espírito e consequente do corpo físico.
É bom sempre lembrar que, quando falamos Caboclo, se entenda Caboclo ou
Cabocla, pois lá estão também estas guerreiras, caçadoras, as nossas Juremas e
Jupiaras, índias com todos os méritos até agora descritos.
Nas giras destes maravilhosos espíritos se destacam as danças tribais que
desenvolvem, a plástica dos passes e cumprimentos, e o alto valor que dão a natureza,
hoje destruída por nós "civilizados".
Talvez por ser este o encontro do homem atual, civilizado, que destruiu suas matas

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e natureza, com os antigos guardiões destas mesmas riquezas, a gira de Caboclos seja
uma das que mais traduz o verdadeiro sentido da nossa Umbanda Sagrada.
• Ponto de força: Matas e bosques + indicação do mistério do guia.
• Ervas: as mesmas do orixá + as indicadas pelo Guia.
• Guia (colar) seguindo o orixá que o rege + indicação particular do
Guia. Em geral com sementes, penas, elementos da natureza em
geral e contas de cristal.
• Pembas na cor do Orixá que o rege + alguma solicitada pelo guia.
• Saudação: Okê Caboclo!
• OFERENDA: As oferendas para os Caboclos e as Caboclas, no geral,
são iguais às dos Orixás, no particular, são acrescentados elementos
indicados por eles.

5. Pretos-Velhos

Os Pretos e Pretas Velhas, na Umbanda, são entidades elevadas que se


apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia
Divina, da manipulação de ervas. São mestres dos elementos da natureza, os quais
utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.
Nem todo Preto-Velho é preto ou velho. Manifestam-se sob a aparência de negros
escravos em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão,
desta forma refletindo a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança.
Sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e
ensinamentos são profundos. Apresentam-se na Umbanda sentados em seus
banquinhos atendendo seus “fios e fias” com uma linguagem simples porém sábias.
A Linha de Pretos velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força do
Orixá Obaluaiê que é o Orixá sustentador da evolução, da transmutação e transformação
dos seres. E também da orixá Nanã Buroquê que tem como campo preferencial de
atuação o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se.
Mas os Pretos Velhos também se apresentam dentro da linha de outros Orixás.
• Ponto de força: Cemitérios e outros pontos indicados pelo mistério do Guia.
• Ervas: As de preferência particular do Guia
• Guia (colar): em geral com sementes de lagrima de nossa Senhora com
opção de contas em porcelanas branca e preta, conforme indicação do Guia.
• Pembas: em geral branca, salvo solicitação do Guia.

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• Saudação! Adorei as Almas!


• OFERENDA:
o velas brancas, cruzadas (branco/preto)
o fitas brancas;
o frutas de todas as espécies;
o bebidas (café, vinho doce, água de coco, vinho branco licoroso);
o flores (crisântemos brancos, margaridas, lírios brancos);
o comidas (doce de coco, doce de abóbora, coco fatiado, quindim).

6. Crianças

Essa linha é regida por Pai Oxumarê e possuem esse poder de renovação e incrível
capacidade de alegrar todos ao redor, o Amor é a própria energia manipulada pelas
crianças.
No decorrer das consultas vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o
consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada
de energia do corpo humano. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e
da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e
conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa.
Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu
trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários
conhecimentos, sendo que a maioria deles nunca esteve encarnado.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem
específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente
respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos.
• Saudação: Salve as crianças!
• Ponto de força: bosques, praias, lagos etc.
• Guia (colar) contas em porcelana rosa e azul, ou pela orientação do Erê.
• Saudação: salve as Crianças!
• OFERENDA
o Velas branca, cor-de-rosa e azul claro;
o flores (todas);
o frutas (uva, pêssego, pêra, goiaba, maçã, morango, cerejas, ameixa);
o bebidas (refrigerantes, água de coco, suco de frutas).

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7. Boiadeiros

Saudação: Jetruá Boiadeiros!


Os boiadeiros são espíritos hiperativos, valorosos, descontraídos, diretos, mas de
poucas palavras e sisudos, que atuam como refreadores do baixo astral. São aguerridos,
demandadores e rigorosos com os espíritos trevosos. São os peões boiadeiros
habilidosos, valentes e de muita força física. Chegam bradando ê, boi! Ou Jetruá! Seus
campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo ou as campinas (Oiá). O laço e o
chicote são suas armas espirituais, mistérios usados como refreadores das investidas
dos seres do baixo astral. Com seus laços, os boiadeiros criam verdadeiras espirais,
laçando eguns e quiumbas paralisados em seus negativos e perturbadores dos
encarnados.
Esses espíritos foram mamelucos, cafusos e mulatos, sofreram preconceitos como
os “sem raça”, sem definição de sua origem. Representam a própria miscigenação do
povo brasileiro, a coragem, a liberdade, a determinação e o convívio harmonioso com os
animais e com a natureza.
Seu arquétipo é a figura do mítico peão sertanejo, do tocador de gado. Usam seus
conhecimentos ocultos, para auxiliarem as pessoas nos momentos mais difíceis de suas
“travessias” pela evolução na matéria. O arquétipo é forte, impositivo, vigoroso, valente e
destemido. São espíritos que em suas últimas encarnações, praticamente viveram sobre
o lombo dos cavalos. Eram vaqueiros, domadores de cavalos, soldados de cavalaria etc.
• Ponto de força: campos
• Guia (colar) couro trançado
• Saudação: Chetrua Boiadeiro! Chetru Marumba Chetru!
• OFERENDA
o velas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom;
o pembas branca, vermelha, amarela, azul-escura, marrom;
o frutas (todas);
o bebidas (vinho seco, aguardente, batidas, conhaque, licores);
o flores (do campo, palmas, cravos).

8. Malandros

Os “malandros” do astral são comumente confundidos com os marginais do além.


Os Zés da Umbanda são espíritos comuns a cada um de nós, Humanos por
natureza, com defeitos e virtudes que na bondade do Criador podem interagir conosco,
companheiros encarnados afim de na troca de experiências agregar luz e evolução na

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história de cada um.


Zé Pelintras, Zé Pelintra do Catimbó, Zé Navalha, Zé da Faca, Zé malandro e tantos
“Zés” formam esta corrente ou linha de trabalho que chamamos de Linha dos Malandros.
Já bem antes da Umbanda estavam lá comandando o Catimbó, muitos ainda estão,
diria que esta é sua origem, mas como afirmar a origem daquele que não é original, pois
é, são o retrato da miscigenação racial e cultural que impera em todos os cantos do
Brasil.
São aclamados como Doutores, curadores, mestres, conselheiros, defensores das
mulheres e dos pobres.
A linha de ação e trabalho do Sr. Zé Pelintra é uma falange de espíritos de muita
luz, da qual fazem parte todos aqueles que tem afinidades e ligações com a forma de
atuação do Sr. Zé Pelintra, com seus conhecimentos e malandragens, com seu jogo de
cintura e boa conversa.
Os falangeiros de Zé Pelintra são homens e mulheres que passaram ao plano
espiritual e que possuem algum conhecimento e capacidade de atuar como guias e
orientadores de seus irmãos encarnados enquanto trilham a sua própria evolução.
Atuam na orientação, proteção, amparo, auxiliam na saúde, no trabalho, no convívio com
amigos e familiares.
A sua falange é composta de espíritos que atuam com amor em benefício dos seus
irmãos e com a sua “malandragem”, o seu jogo de cintura e a sua boa conversa, vão
encontrando, auxiliando e recolhendo muitos espíritos que se encontram caídos pelo
caminho da evolução humana. Com todo o seu conhecimento tem muita facilidade para
transitar pela esquerda, nos polos negativos onde atuam os Exus e Pombagiras. São
guias que emanam muita luz, amor, respeito, carinho, integridade, cumprindo suas
funções mesmo que tenham que recolher obsessores, quiumbas e todo o tipo de mal
feitores espirituais à força. Chegam nas casas de trabalho Umbandistas com seu samba
ou capoeira no pé, chapéu de panamá de lado, normalmente usam roupas brancas com
detalhes em vermelho ou preto e se apresentam com toda a ginga de um malandro.
Nessa linha de trabalho, assim como nas outras, há manifestações femininas da
malandragem, como a Senhora Maria Navalha, por exemplo.
• Ponto de força: determinado pela entidade.
• Guia (colar) búzios, contas de cristal, contas de porcelana.
• Saudação: SALVE A MALANDRAGEM!
• OFERENDA
o velas branca e vermelha;

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o pembas branca;
o flores (cravos vermelhos);
o frutas (várias);
o bebidas (aguardente);

9. Baianos

Saudação: É da Bahia Meu Pai!


A Linha dos Baianos já existe há algum tempo na Umbanda, as duas primeiras
linhas que se apresentaram na Umbanda foram as linhas de Caboclo e Preto Velho,
seguidas de Criança e Exu, tão marcantes que muitos até hoje trabalham apenas com
estas linhas em suas casas.
Os Baianos são alegres, descontraídos e muito bons doutrinadores, também são
muito atuantes na quebra de demandas sendo inclusive muito conhecida a chamada
“virada de Baianos”, que acontece quando os Baianos “viram” na Esquerda. O que quer
dizer que neste momento dão uma atenção especial aos trabalhos de Esquerda fazendo
nesta “virada” uma quebra das energias negativas que chegam pela “esquerda” do
médium e da tenda onde trabalha.
Atuam sob a irradiação de Iansã, embora existam Baianos de todos os Orixás.
Usam velas amarelas, chegam saudando a Bahia, são muito devotos de Nosso Senhor
do Bonfim, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora dos Navegantes e Padre Cícero.
Aceitam oferendas na natureza ao lado de um coqueiro ou outro local especificado,
gostam de batida de coco, água de coco e comidas típicas da Bahia.
Os baianos são trabalhadores da Umbanda, pertencem à chamada Linha das
Almas, a mesma dos Pretos Velhos. É uma linha que traz uma mensagem de conforto,
por estar mais próxima do nosso tempo. São os Espíritos responsáveis pela “esperteza”
do homem em sua jornada terrena. No desenvolvimento de suas giras, os baianos
trazem como mensagem a forma e o saber lidar com as adversidades de nosso dia-a-
dia, com a alegria, a flexibilidade, a magia e a brincadeira sadia.
O Povo Baiano vem trazer sua energia positiva, portanto sua gira é sempre muito
animada. São Entidades que têm muito a nos ensinar, sempre com uma resposta
certeira e rápida para nossas questões. Com seus cocos, azeite de dendês realizam
trabalhos em prol da evolução espiritual de todos. Por terem vivido em épocas mais
recentes, são Espíritos mais próximos de nós. Estamos sempre aprendendo com os
Baianos, com a sua força de viver frente aos problemas e situações cotidianas e o
amparo ao próximo, transformando a tristeza em alegria e esperança.

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Durante as giras sempre dão demonstrações de intensa alegria, apresentando


fortes traços regionais, usando chapéus de couro ou palha, lembrando os Cangaceiros,
possuem características de pacientes, e todos gostam de ouvir seus conselhos.
Costumam ser também carinhosos, e passam sempre segurança.
É comum presenciarmos estas magníficas entidades desviarem assuntos
relacionados a trabalho, dinheiro, ou qualquer outro problema para perguntar sobre as
coisas do coração. Impressiona como normalmente estes problemas existiam e era o
que realmente estava atrapalhando. Sanado estes problemas de relacionamento, os
demais acabam como que por mágica.
Os trabalhos com a corrente dos Baianos, nos traz muita paz e alegria, nos
passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.
Oferendas
Comidas: Coco, cocada, farofa e frutas.
Bebidas: Água de coco, cachaça, batida de coco etc.
Fumam: Cigarro de palha, fumo de rolo etc.
Trabalham: Desmanchando trabalhos de magia negra, dando passes etc,. São
portadores de fortes orações e rezas. Alguns trabalham benzendo.
Cor: Amarela
Apresentação: Usam chapéu de palha ou de couro, girando e dançando com passos
próprios.
Nomes De Alguns Baianos: Severino, Zé Do Coco, Sete Ponteiros, Zé Baiano, Zé
Do Berimbau, Maria Do Alto Do Morro, Zé Do Trilho Verde, Maria Bonita, Gentilero,
Maria Do Balaio, Maria Baiana, Maria Dos Remédios, Zé Do Prado, Chiquinho
Cangaceiro, Zé Pelintra etc.
• Ponto de força: beira mar
• Guia (colar) coquinhos (podendo ter contas cristal ou porcelana)
• Saudação: É da Bahia!
• OFERENDA
o pembas branca e amarela;
o frutas (coco, caqui, abacaxi, uva pêra, laranja, manga, mamão);
o bebidas (batida de coco, de amendoim, pinga misturada com água de
coco);
o flores (flor do campo, cravo, palmas).

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10. Marinheiros

Saudação: Salve a Marujada! Salve o Povo D’água!


Os Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá (Oxum, Oxumaré e povo d'água), e
trazem uma mensagem de esperança e muita força, nos dizendo que se pode lutar e
desbravar o desconhecido, do nosso interior ou do mundo que nos rodeia se tivermos fé
e confiança.
São espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros, pescadores, povos
ribeirinhos, piratas e todos aqueles que de alguma forma se identificam com o mar.
Com suas gargalhadas, abraços e apertos de mão, são sorridentes e animados, não
tem tempo ruim para esta falange. Os Marinheiros são homens e mulheres que
navegaram e se relacionaram com o mar.
Com palavras macias e diretas eles vão bem fundo na alma dos consulentes e em
seus problemas. Em seus trabalhos são sinceros e ligeiramente românticos,
sentimentais e muito amigos. Gostam de ajudar àqueles e àquelas que estão com
problemas amorosos ou em procura de alguém, de um "porto seguro". A gira de
marinheiro, em muito, parece uma grande festa, pela sua alegria e descontração, mas
também, existe um grande compromisso e responsabilidade no trabalho que é feito.
Seu trabalho é realizado em descarrego, consultas, passes e em outros trabalhos
que possam envolver demandas.
São muito brincalhões e normalmente usam a ingestão de bebida alcoólica e fumo
durante os trabalhos.
A descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos
os fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços, cortam
ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou ainda,
próximo aos seus freqüentadores.
Bebem de tudo, pois na hora de beber nada recusam, fumam também de tudo:
cigarros de palha, cigarros, cigarrilhas e até cachimbo.
Também se pede a eles que nos protejam nas viagens pelo mar e que nada de mal
nos ocorra. Como qualquer outra entidade de umbanda dão conselhos.
• Ponto de força: beira mar
• Guia (colar) búzios, contas de cristal, contas de porcelana.
• Saudação: salve o Povo d’água! Salve a Marujada!
• OFERENDA
o velas branca e azul claro;

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o pembas branca e azul claro;


o flores (cravos brancos, palmas brancas);
o frutas (várias);
o bebidas (rum, aguardente);

11. Ciganos

Na Umbanda, a presença de Ciganos tem sido cada vez mais constante e, em


muitos Terreiros, eles próprios já pedem para que seus médiuns trabalhem com a roupa
branca e tenham apenas os seus elementos magísticos, como lenços, baralhos,
espelhos, adagas, anéis e outros. Em suas festas, podem ser utilizados pela curimba
violinos, a cítaras, a violas, pandeiros e outros instrumentos característicos.
A saudação a eles é: Salve os Ciganos! Optchá!
Na Linha dos Ciganos encontramos espíritos que tiveram encarnações como
ciganos e também espíritos que foram atraídos para essa linha por afinidade com sua
magia. É por isso que eles não têm obrigatoriamente que falar espanhol ou romanês, ler
cartas ou fazer advinhações. Há os espíritos ciganos que fazem isso porque já o faziam
quando encarnados, mas muitos outros não.
O “povo” cigano tem suas cerimônias próprias e tem seus rituais coletivos
adaptados à Umbanda e suas sessões são muito apreciadas e muito concorridas, pois
seus trabalhos estão voltados para as necessidades mais terrenas dos consulentes.
É uma linha espiritual em franca expansão e temos até linhas de esquerda
“ciganas”, tais como a do Senhor Exu Cigano e da Senhora Pombagira Cigana, muito
procurados pelos consulentes quando se manifestam nas sessões de trabalhos
espirituais. É uma linha espiritual especial, cujas entidades trabalham na irradiação dos
diversos Orixás, mas louvam sua padroeira, Santa Sara Kali. Seus trabalhos também
podem ser sustentados por Pai Ogum – Orixá do ar, ordenador dos caminhos – e por Pai
Xangô e Mãe Egunitá/Oroiná – o fogo purificador – pois os ciganos sempre estão ao
redor de suas fogueiras e costumam ser muito justos.
Na Umbanda, atuam como Guias espirituais de maneira extremamente respeitosa e
sempre procuram mostrar o caráter fraterno do povo cigano, seu respeito com o alimento
e a capacidade de repartir o pão. Aceitam o ritual umbandista, como meio evolucionista,
e retribuem com suas ricas orientações e com a alegria de seus cantos e de suas
danças.
• Ponto de força: capos
• Guia (colar) contas de cristal, contas de porcelana ou determinado pelo guia.

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• Saudação: Optcha! Salve o Povo Cigano!


• OFERENDA
a. velas coloridas
b. pembas branca;
c. flores (todas);
d. frutas (várias);
e. bebidas (suco de frutas, vinho e espumante);

12. Exus de lei ou de trabalho, Pombagira de lei ou de trabalho

São espíritos desencarnados que vivem e atuam no astral inferior, nos campos mais
densos do umbral e do orbe terrestre. São representes da Lei Divina, trabalham para
manter a ordem e evitar o caos na Terra, bem como atuam diretamente com os
encarnados a fim de proporcionar vitalidade, equilíbrio e estimulo.
Essas entidades não são, necessariamente, ex-prostitutas ou ex-marginais, mas
apenas seres como qualquer um de nós que buscar se alinhar com a Lei do Amor, com a
Lei Maior, rumo a evolução individual estas entidades trabalham auxiliando seus irmãos
encarnados e desencarnados a encontrarem o verdadeiro sentido de “existir”.
São nossos amigos e protetores.

Pombagira (de lei ou de trabalho)


• Ponto de força: Cemitério, encruzilhada, beira-mar ou a ponto escolhido pela
entidade.
• Guia (colar) contas vermelhas ou definidas pela entidade.
• Saudação: Laroiê Pombagira! Pombagira Mojubá!
• OFERENDA
o velas vermelhas;
o pembas vermelhas;
o flores (rosas vermelhas);
o frutas (maçãs, morangos, uvas rosadas, caqui);
o bebidas (champanhe de maçã, de uva, de sidra, licores, vinho
tinto etc).
o cigarrilhas
o farofa com pimenta vermelha e dendê.

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Exu (de lei ou de trabalho)


• Ponto de força: encruzilhada e cemitérios
• Ervas: arruda, folha de mamona, casca de alho, cravo-da-índia, rosas
vermelhas, folha de cana-se-açucar, folha de bananeira.
• Pedra cristal: Turmalina negra, vassoura de bruxa
• Guia (colar) contas em cristal vermelho e preto.
• Pembas pretas, vermelhas e brancas.
• Saudação: Laroiê Exu! Exu Mojubá!
• OFERENDA
o velas preta e vermelha;
o pembas preta e vermelha;
o flores (cravo vermelho);
o frutas (manga, mamão, limão);
o bebidas (aguardente de cana de açúcar, whisky, conhaque,)
o Charutos
o comidas (farofa com farinha de milho granulada, alho, pimenta
vermelha e azeite dendê).

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MÓDULO VI

Ritos na gira de umbanda,


1. Passe na Umbanda (benzimentos, estalar de dedos, abertura e
fechamento de portais, criação de campos de proteção etc)

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a
ideia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem
base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as
pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que
vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a
indiana ou em tradições indígenas e xamânicas. Estudiosos do passado e do presente
se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”.
Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a
descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os
homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O
pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens.
Pode-se dizer, sem receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de
pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios
sonoros. O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos
desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua
boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes.
No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que
foram se desenvolvendo com o tempo.
O “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como:
Passe de Limpeza e da cura. A realização destes passes é feita por qualquer
pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações no
entanto é necessário certa sensibilidade ou “Don mediúnico”. A maioria dos métodos é
explicada por uma corrente de
energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre
“operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns
conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os
centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a
importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.

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“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito


diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.”
O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um
“Passe Espiritual”, aplicado por um espírito com métodos de aplicação do Passe
Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na
Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente,
dentro dos variados recursos que cada espírito guia, entidade/mentor, possui. Sem
esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um
encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como
consequência de sua postura mental. Pois muitos merecem mas não estão abertos
emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece,
por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras
desfocadas de um objetivo espiritual.
“Para que os passes magnéticos produzam melhor efeito, é necessário que,
previamente, o operador estabeleça laços fluídicos de simpatia, solidariedade e
confiança entre si e o doente; qualquer sentimento de antipatia, temor ou desconfiança
de qualquer deles, impedirá o fluxo natural e espontâneo dos fluidos entre ambos.”
O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a
aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os
recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até
inusitadas.
“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de
Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos
materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos
negativos alojados nesses campos eletromagnéticos.
Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras,
eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias
minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com
energias etéricas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos
eletromagnéticos.
A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o
merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a
técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito.
Embora há um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas
entidades, em especial

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os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe


Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e
simbologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos
complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos
Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduísmo ou mesmo Fórmulas
Cabalísticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de
Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas,
água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a pemba (giz utilizado
para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza.
Nos métodos se observam rezas,
orações, preces, evocações, invocações, determinações e formulas mágico-
religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.
Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no
qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma
positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de
consciência desejado.
Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição
de mãos, segurar velas direcionadas aos chacras ou traçando movimentos no ar,
colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em
circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos
com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que
nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem
característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já
foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem
na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chacras ou vórtices de
energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo
médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração
astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando.
Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja
associado, por meio do pensamento ou movimentos.
Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de
descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro
espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será
irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmotempo em que transmite esta
energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos.

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Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os


circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro
quente. Este ultimo merecendo ainda um estudo à parte. No entanto pode-se associar
procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja a relação entre
estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se
sequências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3, 3x3, 4x3 ou ainda estalos
que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos
associados a ideias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita
“magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim sequências de estalos
“desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e
espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para
outras realidades.
Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, eis
aí, a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples
por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles
realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar
este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a
presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e
materiais.
Estudamos para ver o quanto somos ainda aprendizes nesta senda, em que
Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e
Pomba Gira são nossos Mestres.

2. Pontos cantados e toques

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de freqüências, para que se
evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é
usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se
concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e bater
palmas.
com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a
vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.
Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível
de freqüência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a
baixa auto-estima, as reocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar
atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as

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informações que estão sendo passadas.


Com a freqüência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais
facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de
acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.
Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo
atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com
que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado,
diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo
cardíaco.
O Som dos atabaques também propicia o transe mediúnico.
Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica
muito melhor, pois todos estão focados num mesmo objetivo.
No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração
equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas freqüências começam a se
igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.
Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos
dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.
Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si,
para que seja mais fácil ainda.
Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos
guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa
atrapalhar o médium.
Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos
pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser
mudadas, pois toda a “mironga” feita pelo guia está nas disposições das palavras.
Quando feita por nós as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem
arranjadas.
Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando
cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as “mirongas” que estão escondidas nos
pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada
ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente,
para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os
sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.
Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos
obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

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Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para
descarrego, para despedida etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua
finalidade para o bom andamento do trabalho.
Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se
batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o
terreiro. São feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia
chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada
sobre o atabaque.
O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do
atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o
atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as
O ogan chefe é quem, geralmente, dá os primeiros toques nos pontos para conduzir
os trabalhos.
Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia
chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o
atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado.
Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao
ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.
Geralmente, cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e
facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que
acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as
orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica
atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro
ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

3. Batizado, Casamento, Ato fúnebre

O Batismo O filho de fé deve manifestar a vontade de ser batizado. A Umbanda


não exige o batismo ou a conversão.
O batismo pode ser feito na cachoeira, no mar ou no próprio terreiro. Se for
realizado no terreiro, entretanto, é necessário que haja água pura.
Os elementos também podem variar de casa pra casa, mas em geral são: água,
erva macerada, uma toalha branca, pemba branca, velas, etc.
Casamento na Umbanda quem realiza o casamento costuma ser o sacerdote que
tem investidura, outorga pra realizar o ritual do casamento na Umbanda. Em alguns
Terreiros de Umbanda um Caboclo, um Preto Velho, às vezes outra entidade que realiza

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o ritual, mas, o sacerdote é aquele que deve realizar o ritual, nenhuma religião criou o
ritual do casamento, ele é algo ancestral. É sim um ritual então tem uma simbologia,
força, poder.
Ele pode ser num modelo de uma Gira em que todos estão de branco, vestidos com
a roupa de Terreiro, com atabaque, com defumação, com hino da Umbanda, cantando
para abrir a Gira, o sacerdote recebendo os noivos e realizando ali o casamento.
O casamento, mesmo num Templo de Umbanda, pode ser num dia especialmente
dedicado a isso, o qual estará o sacerdote, os noivos e a família dos noivos, podendo ou
não ter alguns médiuns como convidados, depende de qual é a relação que existe dentro
do Terreiro entre os médiuns.
O casamento pode ser feito no Templo, pode ser feito no salão, mas é importante
construir um altar nesse salão,ter uma imagem de Cristo, o altar pode ser a mesa, tem
que ter no mínimo uma vela para o pai Oxalá, é bacana que tenha uma vela para Oxum,
uma vela para Oxumaré, representando o amor no seu aspecto universal e cósmico, o
amor que ampara o amor que corrige.
O ato fúnebre é para ajudar também, ajudar a esclarecer quem fica e quem vai. O
ato fúnebre Umbandista deve ser feito para aqueles que são Umbandistas, não tem
sentido de fazer um ato fúnebre Umbandista pra alguém que não é Umbandista.
No momento do desencarne qual é a sequência a ser feita?
É feito o velório, no velório é feito um ritual, feita a despedida do corpo, fechamento
do caixão e aí duas opções: ou vai enterrar ou vai cremar.
Se for cremar só existe a parte ritualística do velório, ao cremar aquele corpo ele foi
totalmente purificado, se for enterrar tenha uma ritualística do velório e uma ritualística
do momento em que o caixão desce na cova.
No velório, a primeira coisa a ser feita é a purificação do corpo, essa purificação é
feita com incenso, pode ser feita com incenso de vareta de boa qualidade ou com um
turíbulo, no turíbulo você escolhe as ervas desse incenso com água consagrada, com
pemba, óleo e essências aromáticas, você vai incensar ou defumar o corpo, pode se
cantar uma defumação ou não, vai incensar esse corpo, a ideia é limpar e purificar o
corpo pra facilitar o desligamento do espírito com o corpo.
A purificação é a limpeza do corpo para limpa-lo de todos os resquícios, inclusive de
firmezas, de cruzamentos que foram feitos nesse corpo, ele é incensado. Depois é
aspergida a água como um borrifador, você pode fazer isso com flores ou ervas também,
molhar as flores e aspergir água com as flores ou com a mão, água consagrada. Você
diz que com essa água você está limpando e purificando aquele corpo com água

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consagrada para que o ajude a seguir o seu caminho limpando-o, livrando de antigas
feituras e consagrações.
Depois com a pemba ou com o pó de pemba faz-se o sinal da cruz, na coroa, na
testa, no laríngeo e nas mãos, dizendo que com essa pemba, você está desimantando e
descruzando, desfazendo as feituras e obrigações que foram feitas para esse corpo e
desobrigando esse espírito de qualquer relação de submissão, de obrigatoriedade com
relação a qualquer outro encarnado para que ele possa seguir o seu caminho.
Depois com o óleo, você vai também ao mesmo lugar onde fez a pemba – ou a
pemba primeiro ou o óleo primeiro – ou o óleo ou com óleo ou com banha de ori, você
vai também à coroa, na testa, no laríngeo, nas mãos, dizer que está ali descruzando,
desfazendo as feituras, desimantando o que foi colocado, desconsagrando, livrando-o de
qualquer obrigação ritualística com qualquer outro encarnado, livrando de qualquer peso
ou laço que o seu espírito tenha com relação ao que tenha vivido junto desse corpo.
E depois as essências aromáticas pedindo que o seu espírito esteja onde estiver, ou
seja, se o espírito estiver ali ou se estiver em outro lugar, onde ele estiver que ele receba
os aromas, o perfume, o poder, o axé, a força, o mistério desse incenso, dessa água,
dessa pemba que representam a magia da religião, desse óleo consagrado, dessas
essências.
Assim você está purificando o corpo e pedindo que isso alcance o espírito onde ele
estiver.
O próximo passo é o que a gente chama de encomenda do espírito.
Encomenda do espírito é: primeiro nós purificamos o corpo, agora nós vamos ajudar
o espírito a seguir o seu caminho, sua trajetória, ajudar para se desligar da matéria e
seguir uma caminhada espiritual, é apresentação, algumas palavras também para os
presentes, o sacerdote é quem faz isso, o sacerdote ou um Umbandista que está ali de
coração.
Nesse momento, o sacerdote ou quem está oficiando o ato fúnebre que não precisa
ser obrigatoriamente um sacerdote, pode ser um médium de Umbanda que naquele
momento pelo seu amor ou pela sua relação com o desencarnado oi com a família
deste, pronuncia algumas palavras para os presentes sobre a morte, sobre o
desencarne, sobre a pessoa querida que termina uma etapa da sua evolução que vai
seguir um caminho espiritual e que vai voltar a reencarnar outra vez que é a história de
todos nós.
Falar é importante, ninguém fala sobre a morte, esse é o momento de falar, de
contar algo, de dar um sentido, dizer que a morte tem sentido para a vida.

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4. Magia de Umbanda

O que é?
Tipos de magia:
Na gira de Umbanda a chegada de uma Entidade de Luz, estando incorporada em
um médium, a Entidade faz com que ela seja reconhecida, e para isso usa-se o Ponto
Riscado, que a grosso modo é a identificação da Entidade de Luz para seus
consulentes. Para assim ser demonstrado que quem está ali é realmente uma Entidade
de Luz e não um Espirito sem luz tentando enganar o consulente e o próprio médium.
Esses Pontos Riscados são constituídos de riscos e símbolos gráficos, e as
Entidades de Luz se servem deles para tal identificação e para abrir e fechar portais
magísticos criados pelos guias.
Eles normalmente são traçados ou riscados em tábuas ou no próprio chão. Essas
ditas tábuas podem ser de madeira ou até mesmo em mármore, e são feitos com uma
espécie de giz, que na Umbanda se da o nome de Pemba.
Essas pembas podem ser de várias cores, e a Entidade usa a cor determinante a
linha que trabalha e ao Orixá que a rege.
Essas Entidades se utilizam de símbolos como: Sóis, Estrelas, Luas, Flechas,
Arcos, Lanças, Triângulos, Folhas, Raios, Ondas, Cruzes entre outros.
Pode não parecer, mas os Pontos Riscados são os instrumentos dos mais
poderosos dentro da Umbanda, pois uma vez sem ele, nada se poderia ser feito com
segurança, uma vez que é com a Pemba que se tem o poder de fechar, trancar e abrir
os terreiros conforme seja a exigência determinada do trabalho que será praticado.
É também através do Ponto Riscado que uma determinada Entidade de Luz
demonstra a sua graduação hierárquica, na qual também mostra toda a Falange de
trabalhadores, que a suas ordens trabalham em prol a caridade e auxilio num trabalho
que foi determinado ou pedido por alguém que necessita de uma ajuda espiritual.
Os Pontos Riscados nos demonstram, se a Entidade é um Preto Velho, um
Caboclo, um Exú ou qual for a Entidade presente, essa demonstração nos é dada
através da grafia, dos símbolos utilizados, e ainda ´por esse meio poderemos identificar
qual seria o Caboclo, ou o Preto Velho ou qualquer Entidade de Luz manifestada no
médium. Os Pontos Riscados são extensos códigos registrados, firmados e sediados
no plano espiritual, e cada um deles tem sua função específica.
Normalmente somente os dirigentes, realmente preparados, ou a Entidade firmada
que sabem identificar com certeza e segurança, qual a Entidade de Luz riscou o ponto,
da mesma forma em dizer com segurança qual Falangeiro de Orixá está na incorporação

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no momento a trabalho da caridade.


Através do Ponto Riscado se pode dizer e confirmar a identificação da Falange da
Entidade, também seus poderes e suas atividades.
Cada linha e traço tem seu significado e muita importância no Ponto Riscado pela
Entidade, portanto não se pode ser riscado por alguém não preparado, sem
conhecimento devido, ou por alguém que não seja a Entidade de Luz atuante. Caso não
for dessa forma, o que será feito não passará de apenas riscos e rabiscos, sem a menor
importância para as regras da Religião de Umbanda, a segurança de suas Giras, e a
demonstração de suas Entidades.
Pembas são uma espécie de giz, elas são confeccionadas com calcário, ela tem
uma forma cônica arredondada e diversas cores.
A Pemba é dita dentro da Umbanda que é um elemento puro, e por essa pureza é
um dos poucos elementos que pode tocar na cabeça do médium, sendo ela utilizada
para as lavagens de cabeça, assim como também em banhos de descarrego entre
outras coisas.
Abaixo vejamos alguns exemplos de Pontos ou Representações dos Orixás na
Umbanda. - OXALÁ: Tudo que representa a presença de Luz. (Sol, por exemplo). -
OGUM: A espada, a lança, a bandeira usada pelos cavaleiros, vários instrumentos de
combate. - XANGÔ: O machado. - OXUM: A lua, o coração, etc. - IANSÃ: A taça e o raio.
- Ibeijada: Carrinhos, pirulitos, brinquedos em geral, bonecos e palhaços, etc. -
IEMANJÁ: A estrela, a âncora, as ondas, etc. - OXOSSI: A flecha e o arco. - NANÃ: um
feixe de ramos de folha de palmeira ou lua minguante . - OBALUAIÊ/Omulú: O cruzeiro
das almas. Também temos outros significados dos Pontos Riscados, assim como
descrevo abaixo: - Um Ponto: o Ser Supremo, a origem. - Uma Linha Reta: o Mundo
Material. - Duas Linhas Retas: o Princípio de tudo , o Masculino e o Feminino. - Uma
Linha Curva: a Polaridade. - Dois Traços Curvos: as duas polaridades - positiva e
negativa. - Um Triângulo de Lados Iguais: a Força Divina - Pai, Filho e Espírito Santo -
Santíssima Trindade. - Dois Triângulos (Hexagrama): Estrela de seis pontas - todas as
Forças do Espaço. - Um Quadrado: os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar). - Um
Pentagrama: a Estrela de Davi e o Signo de Salomão - a Linha do Oriente, Oxalá, a Luz
de Deus. - Três estrelas: também podem representar os Velhos e as Almas. - Círculo: o
Universo, a Perfeição. - Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si: o Plano Divino, o
Quaternário Espiritual. - Círculos Menores e Semicírculos: as fases da lua (símbolo de
Iemanjá), forças de luz, inclui Iansã. - Círculo com Estrias Externas: o sol (símbolo de
Oxalá). - Espiral - para fora: indica chamamento de força, retirando demanda ou

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irradiação de Boiadeiro. Seta Reta ou Curva e Bodoque: - irradiação de Oxossi


(caboclo). - Balança, Machado ou Nuvem: símbolos de Xangô e do Oriente. - Raio
(condições atmosféricas): símbolo de Iansã. - Espada Curva reta ou inclinada: símbolo
de Ogum. Também é símbolo de Ogum a Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha . -
Flor ou Coração: símbolos de Oxum. - Coração com uma Cruz no Interior: símbolo de
Nanã. Também é símbolo de Nanã os Traços Pequenos na Vertical (chuva). - Folhas ou
Plantas: símbolos de Oxossi ou Pretos velhos. - Tridentes: símbolos para Exú e Pombo
Gira. Se utilizam garfos curvos para a Calunga, e garfos retos para a Rua, (Pode haver
ou não caveira). Também se utiliza para diferenciar entre o masculino do feminino da
seguinte forma, tridentes curvos para determinação do feminino e retos para o
masculino. - Arco-íris: símbolo de Oxumaré. - Estrela Branca (Oriente): Luz dos espíritos.
- Estrela Guia (com cauda): símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente). - Um
Oito Deitado: símbolo do Infinito. - Cordão com Nó ou um Pano: símbolo das crianças. -
Conchas do Mar: símbolo das crianças na irradiação de Iemanjá, Oxum e Nanã. - Águas
Embaixo do Ponto: símbolo de Iemanjá (mar). - Pequenos Traços de água: símbolo de
Oxum. - Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas: símbolo de força, e descarregos.
- Rosa dos Ventos: chamada de força ou descarrego. - Palmeiras ou Coqueiros: força
dos Velhos ou Baianos. - Traço com Três Semicírculos nas Pontas: descarrego e força
a necessitados Traço com uma entrada e duas saídas (como uma letra Y): Símbolo de
Preto Velho, provavelmente um mentor da coroa de um médium, demonstrando que
caminhos tem opções para a evolução. Esses exemplos não devem ser levados a uma
determinação de que tenhamos o entendimento concreto em relação as identificações,
avisos, falangeiros, linha ou trabalho de uma determinada Entidade de Luz, isso deve ser
feito apenas por pessoas preparadas, no caso um Pai de Santo, ou pelas próprias
Entidades de Luz. Esses exemplos dados acima foi um pequeno estudo, e nesse caso
só serve apenas para ilustrar nosso texto, não sendo assim determinante para que
ninguém que não seja qualificado e preparado fique tentando decifrar os "códigos" dos
Pontos Riscados de nossas queridas Entidades de Luz.
A melhor coisa a se fazer quando estamos curiosos sobre um determinado traço ou
símbolo de um Ponto Riscado, não é tentar adivinhações, e sim indagar com a Entidade
em questão o significado de que ela está querendo nos demonstrar.
Só gostaria de deixar bem frisado para finalizar que é através do ponto riscado que
os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral.
Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, com toda
a certeza que se um médium não estiver realmente bem incorporado ele não saberá

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riscar o ponto que identificaria com segurança a origem, o nome, a linha e tudo mais
relacionado a Entidade que esse médium estava disposto a demonstrar a seus
consulentes.
Portanto a honestidade é essencial num trabalho de caridade dentro da Religião de
Umbanda, na demonstração dos Pontos Riscados, para que assim as pessoas que
estão em busca de ajuda não sofram nas mãos de espíritos sem luz, que possam estar
tentando se passar por uma Entidade de Luz.
Magia do ponteiro - Os antigos magistas já usavam a espada como elemento de
grande importância em seus trabalhos de magia. Na verdade a ponta do aço é usada
para explodir campos negativos de forças. Quando fincado, ele firma a magia, ou seja,
firma o ponto.

5. Sacerdócio de Umbanda– vertical e horizontal.

Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Espiritual, Orientador (a), Ministro (a) ou Dirigente... São
variadas as formas de identificação do Sacerdote ou Sacerdotisa de Umbanda. Perante
o Estado é sacerdote o líder reconhecido oficialmente por uma comunidade, em atas e
estatutos, como o seu “ministro religioso”.
Todas as religiões instituídas têm o conhecimento da necessária e bem-vinda
instrução e formação sacerdotal, que nos seus primórdios era passada de “Mestre” para
“discípulo”. Já no mundo antigo foram criadas escolas de preparo sacerdotal coletivo,
onde seus mistérios são compartilhados pelo grupo.
Com a Umbanda não seria diferente, os médiuns se desenvolvem dentro do terreiro
em que frequentam, e se no futuro tiverem a missão do sacerdócio serão preparados
neste mesmo ambiente por aqueles guias que o acompanharam desde o início de sua
caminhada mediúnica.
Mas nem é tão tranquilo para médiuns umbandistas em geral e para os que têm a
missão específica de sacerdócio.
Muitos umbandistas têm a mediunidade aflorada do dia para a noite, alguns sem ter
participado de nenhuma corrente mediúnica e ainda assim incorporam Guias de
Umbanda que lhe pedem para tomar a frente de um trabalho espiritual, explicando que é
uma missão. Outros se desenvolveram em um templo, incorporam seus guias que
trabalham muito bem e em determinado momento também lhe esclarecem sobre sua
missão: tomar a frente de um trabalho que se fundamenta neles, os mentores.
Muitos começam dentro de casa, num quarto, sala, garagem ou quintal e na maioria
das vezes o trabalho cresce e junto também aumentam as dúvidas e os

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questionamentos, internos e externos.


Afinal, não são poucos que se encontram nesta mesma condição: já possuem o
dom, têm missão e sentem que falta algo em sua jornada, algo que seja um
amadurecimento ou ainda a orientação prática/teórica que lhe dê segurança ou
simplesmente lhe responda algumas de suas dúvidas.
Pai Zélio de Moraes, O Pai da Umbanda, preparava seus médiuns para exercer o
sacerdócio e tomar à frente em Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas,
também ajudou e orientou centenas de médiuns Brasil afora para assumirem esta
missão.
A Umbanda forma seus sacerdotes no dia a dia e nas suas próprias práticas
religiosas e magísticas, distinguindo-se nesse aspecto das outras religiões, que antes de
tudo exigem certo tempo para só então oficializarem cultos.
Os quadros de sacerdotes de Umbanda Sagrada são formados exclusivamente por
pessoas que são médiuns de incorporação e que passaram por todo um aprendizado
ritualístico, religioso e magístico bastante prático, pois, desde o primeiro passo, que é
aceitar-se médium, até alcançar o grau de “Babalorixá” (Pai de santo) ou “Ialorixá”(Mãe
de Santo), vivenciaram todos os aspectos de sua religião.
Um Sacerdote Umbandista atua na incorporação; atua no desenvolvimento de
novos médiuns; atua em desobsessões; atua nos rituais magisticos; realiza oferendas;
atende consulentes e os auxilia na medida de suas faculdades mediúnicas e no
merecimento de cada um. Intervém junto aos orixás, junto à direita e junto à esquerda,
sempre em favor dos que o procuram. Além de assumir parte dos carmas alheios até
diluí-los. Acolhe espíritos sofredores, aos quais doutrina e encaminha às moradas
espirituais das faixas vibratórias luminosas.
Está em permanente choque com as hordas de espíritos rebelados contra a Lei
Maior.
Realiza curas espirituais onde a medicina tradicional tem dificuldades
Descarrega e cruza (benze) lares e casas comerciais etc.
Recebe fraternalmente todos os que o procuram, mesmo sabendo que muitos,
assim que ficarem bem, nunca mais o procurarão.
Enfim, o sacerdócio de Umbanda Sagrada é riquíssimo em experiências religiosas,
magísticas, ritualísticas e, principal e especialmente, humanas.
Por isso todo sacerdote de Umbanda se forma na prática e no dia a dia, abrindo
mão dos afazeres da vida “profana”, dos afazeres materiais pessoais, para servir à Lei
Maior, no Amor Crístico.

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O sacerdote Umbandista não é inferior aos sacerdotes de outras religiões, pois se


estes têm toda uma dialética e teoria de como é sua religião, o sacerdote de Umbanda
acumula um vasto conhecimento prático, objetivo e funcional, que dispensa a conversão
religiosa daqueles que o procuram e dos quais ele ajuda.
Seu conhecimento prático é fundamentado no seu dom mediúnico e nas suas
faculdades religiosas e magísticas, na filosofia de sua religião, pois como médium
assistido por seus guias espirituais, pode ajudar seus semelhantes na solução de seus
problemas de ordem material ou espiritual.
Tem sido assim neste primeiro século de existência da Umbanda, e esta formação
prática tem sido fundamental para sua manutenção e expansão.
Mas nós vemos Sacerdotes que, ao par dessa formação prática, também se
dedicam ao estudo teológico e procuram instruir teoricamente seus médiuns auxiliares,
formando todo um corpo mediúnico muito bem instruído sobre sua religião, seus rituais e
suas práticas.
Isto é positivo e deve ser estimulado, pois uma religião só se perpetua se criar todo
um quadro de sacerdotes muito bem instruídos, que possam disseminá-lo através do
ensino teológico e doutrinário.
Afinal, a religiosidade dos fiéis da Umbanda não deve fundamentar-se só nas suas
práticas magísticas ou espirituais.
Portanto, é dever de todo Dirigente um contínuo aprendizado e um contínuo
aperfeiçoamento em suas práticas e rituais, adaptando-os ao tempo em que vivemos e
ao quão devemos estar integrados, pois só assim acompanharemos a evolução da
humanidade.
O sacerdote de Umbanda tem seus preceitos, aos quais segue religiosamente, e
tem toda liberdade quanto à sua vida civil, dissociada de seu grau religioso, mas não de
sua religiosidade, pois onde estiver lá estará um templo vivo pronto para deixar fluir seu
dom e suas faculdades mediúnicas.
Ao sacerdote de Umbanda não é permitido uma conduta contrária aos seus valores
religiosos ou às leis vigentes que regulam a sociedade civil, pois ele não é um
privilegiado nesse aspecto.
Uma conduta civil ilibada e uma conduta religiosa irrepreensível são condições
fundamentais para um bom sacerdócio, pois ser sacerdote de Umbanda significa ser em
si o templo vivo onde seus orixás e guias se manifestam, e é a partir dele que atuam de
frente na vida de quem o consulta.
Sacerdotes, muitos podem ser. Mas para alguém ser sacerdote na Umbanda, antes

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tem que ser um “meio” entre os dois planos da vida e tem que ser em si mesmo um
templo vivo!

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