Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com o aquecimento do planeta a acelerar, os impactos das alterações climáticas sucedem-se, com secas, tempestades ou
inundações © EPA/DANIEL IRUNGU
"A necessidade (deste documento) nunca foi tão grande, porque a situação nunca foi tão
grave", afirmou Hoesung Lee, durante uma teleconferência que abriu um período de
discussão, à porta fechada, que vai decorrer durante duas semanas.
Antes de uma terceira publicação, esperada para abril, sobre as soluções para reduzir as
emissões de gases com efeito de estufa, esta segunda, cuja discussão começou hoje,
trata dos impactos do aquecimento e da adaptação.
"Cerca de 4,5 mil milhões de pessoas sofreram
uma catástrofe associada a um acontecimento
meteorológico nos últimos 20 anos"
Espera-se que decline as consequências sobre todos os continentes e em todos os seus
aspetos, como saúde, segurança alimentar, escassez de água, deslocação de
populações ou destruição de ecossistemas.
E "sabemos (...) que o crescimento dos impactos climáticos supera de longe os nossos
esforços de adaptação", insistiu a diretora da agência da ONU para o Ambiente, Inger
Andersen, considerando que o novo relatório do IPCC é "capital para ajudar os
decisores mundiais a desenharem respostas aos impactos climáticos".
"Insuficiente para afastar a catástrofe climática que continua a bater à porta", declarou
então o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Espero que este relatório seja um bom pontapé de saída" para a COP27, que vai
decorrer no Egito, no final do ano, disse à AFP o enviado dos EUA para os
assuntos do clima, John Kerry.
Relatório vai ajudar a "elaborar
políticas e a tomar decisões"
Em 28 de fevereiro vai ser apresentado este novo documento do IPCC, depois dos
195 Estados membros analisarem, linha a linha, o “resumo para decisores", um
condensado politicamente sensível dos milhares de páginas do relatório científico,
preparado por 270 cientistas.
Mas "há limites à adaptação", sublinhou à AFP o climatologista Laurent Bopp, um dos
coautores, evocando o risco de migrações importantes de populações.
"Em algumas zonas, se as temperaturas ultrapassarem níveis já muito elevados, a
vida humana deixa de ser possível. Se em algumas zonas costeiras, o nível do mar
subir mais de um metro, a proteção com diques deixa de ser possível", exemplificou.