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O ACORDO DE PARIS SOBRE O COMBATE AO AQUECIMENTO

GLOBAL APÓS A ORDEM EXECUTIVA DE INDEPENDÊNCIA


ENERGÉTICA DE WASHINGTON

Luísa Santos Silva1, Millena Moura da Costa1, Sarah Fernanda Guimarães¹.


Flávio Marcelo Rodrigues Bruno2.
1Graduandas em Direito (UFOB); 2Docente do Curso de Bacharelado em Direito (UFOB).

Linha de Pesquisa: Direito Internacional


Introdução Resultados
A decisão de Washington abalou as
A China ocupa o primeiro lugar entre os maiores emissores de
estruturas de um movimento global em
gases de efeito estufa na atmosfera, sendo seguida por Estados
prol da defesa do meio ambiente, da
Unidos, União Europeia e pelo Brasil. Estas nações representam
cooperação pelo clima, das alterações
os maiores emissores de gases nocivos ao meio ambiente,
climáticas e da diminuição dos impactos
refletindo mais de dois terços do total global de emissões.
ambientais causados pela emissão de
Mesmo diante deste cenário, em junho de 2017, o governo
gases de efeito estufa na atmosfera.
norte-americano anunciou a sua retirada do Acordo de Paris
Um retrocesso nas políticas multilaterais de preservação do
ratificado pelas 196 nações. O governo americano alegou que os
planeta. Os discursos contrários as demandas e as iniciativas
objetivos do documento seriam desvantajosos para as políticas
ambientais que envolvem a diminuição das mudanças climáticas
de crescimento econômico, contrários aos interesses dos
tomaram corpo com o anúncio de uma nova política energética
trabalhadores e injustos com a economia dos Estados Unidos.
americana, bem como um modelo de política estratégica em
relação ao clima que prevê a assinatura da Ordem Executiva de
Problema de Pesquisa Independência Energética pelo chefe de Estado norte-
americano. E tudo isso, ocorreu de fato em junho de 2017.

O presidente dos Estados Unidos anunciou, em Os cientistas da Climate Interactive


junho de 2017, a retirada de seu país, o segundo maior poluidor realizaram uma simulação digital sobre o
do mundo, do Acordo de Paris sobre o combate as mudanças que ocorreria se todos os 194 países do
climáticas, firmado em 2015 por 196 países com o intuito de mundo que assinaram o Acordo de Paris
reduzir o aquecimento global. A decisão tem, num dos lemas do chegassem aos objetivos previstos pelo
chefe de Estado norte americano, uma clara sinalização: documento sobre a redução das emissões de
“America First”, e deve provocar um terremoto político em todo CO 2 até 2030, e considerando que somente os Estados Unidos
o mundo e prejudicar de forma intensa o combate às mudanças não estariam entre estes países. O resultado foi no sentido de
climáticas. que seriam despejados na atmosfera terrestre mais de 3 bilhões
de toneladas de dióxido de carbono a mais a cada ano, com um
A saída de Washington, assim, pode reduzir drasticamente a aumento das temperaturas até o final do Século que ainda não
eficácia do acordo. É inegável que a questão climática é uma pode ser calculado com margem razoável de certeza.
das mais complexas da atual sociedade, envolvendo múltiplas
dimensões, como a científica, a econômica, a social, a política, a
moral e a ética. É um sério problema global de escalas Conclusão
regionais. E mesmo que cessem as emissões de gases de efeito
estufa na atmosfera, o aquecimento global e as mudanças Conclui-se, portanto, que diante disso, na contramão global, a
climáticas continuarão a afetar as gerações futuras. Desta decisão do governo norte-americano jogou uma cortina de
forma, a humanidade está “comprometida” com algum nível de fumaça sobre as questões climática, mas não consegue
mudança climática. cimentar o caminho que já fora construído em prol da
preservação do meio ambiente, da promoção de inciativas de
Objetivos da Pesquisa combate ao aquecimento global. No máximo, o império
americano se retrai e ruma a passos largos para o isolacionismo
O presente trabalho tem por objetivo revisitar o Acordo de Paris na ordem mundial. Talvez esse venha a ser o maior efeito da
sobre o combate ao aquecimento global após a Ordem Ordem Executiva de Independência Energética de Washington.
Executiva de Independência Energética de Washington, além de
compreender a dimensão da desregulamentação climática Referências
norte-americana.
ALLISSON, N. L. et al. TCD. The Copenhagen Diagnosis, 2009:
Metodologia da Pesquisa Updating the world on the Latest Climate Science. The University of
New South Wales Climate Change Research Centr:, Sydney, 2009.
ALVES, José Eustáquio Diniz. Concentração de CO2 na atmosfera
As técnicas utilizadas no decorrer da pesquisa consiste no chega a 410 ppm. In EcoDebate. 24 de abril de 2017.
estudo bibliográfico, documental e a análise de caso, com BATISTA, Henrique Gomes. Donald Trump retira EUA do Acordo
eventualidade de afirmação das bases teóricas a partir da de Paris sobre o clima. O Globo. 01 de junho de 2017.
FOUCAULT. Alain. O Clima: história e devir do meio ambiente
verificação da legislação internacional pertinente, sua previsão
terrestre. Lisboa: Instituto Piaget, 2015.
no ordenamento jurídico interno e do direito comparado.

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