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Medidas Preventivas para

Evitar Manifestações Patológicas no


Concreto pela Reação Álcali-Agregado
Engº Flávio André da Cunha Munhoz
Supervisor dos Laboratórios de Cimento e Argamassa da ABCP
Consumo de concreto

O concreto é o segundo produto


mais consumido pela humanidade

40.000 kg/habitante/ano 4400 kg/habitante/ano


Consumo de concreto

Consumo mundial em 2013


Cimento 4 bilhões de toneladas
Concreto 32 bilhões de toneladas

Consumo brasileiro em 2013


Cimento 70 milhões de toneladas
Concreto 560 milhões de toneladas

233 milhões de m3 de concreto

80.000 prédios 46.600.000


20 andares caminhões
400m2 betoneiras de 5 m3
Reação álcali-agregado

Estradas Corredores urbanos Pontes / Viadutos Saneamento Casas populares Favelas

Edifícios Hospitais Shoppings / Hotéis Escolas Creches Estádios

Praças Ferrovias Portos Aeroportos Barragens Presídios


Centros de Lazer
Estrutura da Apresentação

• Histórico
• Efeitos deletérios no concreto
• Ocorrência
• Conceitos ➔ o que é RAA
• O guia da ABNT para prevenção da RAA
▪ Análise de risco
▪ Classificação da ação preventiva
▪ Avaliação da reatividade de agregados
▪ Medidas de minimização da expansão de agregados reativos
Histórico

• Descritas por Stanton (1940) na Califórnia ➔ expansão e fissura em pavimentos de


concreto
• No Brasil os primeiros estudos são da década de 60, época da construção da
Barragem de Jupiá
• 1985 foi divulgado o primeiro caso de RAA: UHE Apolônio Sales de Oliveira
(Moxotó)
• Na década de 90 constatou-se a ocorrência em mais de 20 obras hidráulicas
• 2005 constatou-se a ocorrência em blocos de fundação em edifícios urbanos
Efeitos Deletérios no Concreto ➔ Expansão

• Fissuração
• Desplacamento
• Perda de estanqueidade
• Perda de aderência da argamassa junto à superfície dos agregados
• Movimentação ou abertura de juntas
• Movimentação/desalinhamento das superfícies livres
• Travamento ou deslocamento de equipamentos e peças móveis (por exemplo:
comportas, turbinas, eixos, pistões, etc.).
Efeitos Deletérios no Concreto

• Danos desde moderados a severos requerendo:


▪ monitoramento periódico
▪ manutenção das estruturas
▪ comprometimento das propriedades mecânicas do concreto
▪ substituição dos elementos afetados
Ocorrência

• Grande número de obras de construção civil afetadas pela reação álcali-agregado


▪ Principalmente hidráulicas

• Há registros também em:


▪ Obras de arte
▪ Pavimento (sem registro no Brasil)
▪ Fundações
▪ Dormentes
Ocorrência

Barragem com RAA – gel exsudado através das fissuras com perda da estanqueidade
Ocorrência

Ponte Paulo Guerra, Recife


Ocorrência

Bloco de fundação com padrão de fissuração típico de RAA


Ocorrência
Ocorrência

Pavimento fissurado devido a RAA


Conceituação

• Reação química entre os hidróxidos alcalinos


(K+, Na+, OH¯) dissolvidos na solução dos poros do concreto e fases minerais
reativas presentes em certos tipos de agregados

• Usualmente os álcalis são provenientes do cimento, mas podem também ser


oriundos dos demais componentes do concreto ou do ambiente onde se encontra
a estrutura de concreto.
Conceituação

• A reação requer a atuação conjunta


Agregado
Reativo

RAA

Álcalis Umidade
Conceituação

• Prevenção a partir da eliminação de um dos fatores, com o emprego de:

▪ Isolamento da umidade
▪ Agregados inertes
▪ Cimentos com baixos teores de álcalis
▪ Emprego de materiais mitigadores da RAA
Umidade - Parâmetro difícil de ser controlado

ÁGUA

• Facilidade de mover através dos poros do concreto


• Excelente solvente
• Desempenha duas funções na RAA
▪ Transportar o íon hidroxila
▪ É absorvida em grande quantidade pelo produto da RAA ➔ gel alcalino, que expande gerando
a pressão hidráulica na pasta de cimento
Umidade

tempo
Time
Expansion atno
Expansão t t

20 30 40 50 60 70 80 90 100
Umidade
Relative Relativa (%)
Humidity %

Efeito da umidade relativa na expansão do concreto devido à reação álcali-agregado (Poole, 1992).
Umidade

• Umidade varia em função das condições ambientais

• Dimensões da estrutura
▪ Maciça ➔ umidade interna menos sensível as condições ambientais e pode desenvolver RAA
mesmo com umidade ambiente baixa.

• Manter concreto seco reduz o potencial de expansão do gel


▪ Na prática apenas para estruturas que não estão em contato direto com água ➔ interior das
edificações
Álcali

• Sódio (Na2O)
• Potássio (K2O)
• Equivalente alcalino em sódio
▪ EqNa2O = %Na2O + 0,658 %K2O

• “Limite seguro” Máximo de 1,8 ou 3,0kg/m3


▪ depende do grau de reatividade do agregado
▪ das condições de exposição da estrutura
▪ da vida útil.
• Parâmetro um pouco mais fácil de ser controlado mas pode haver álcalis de outras
fontes além do cimento
Agregado Reativo

Agregados que contenham formas de sílica capazes de reagir quimicamente com o


íon hidroxila e os álcalis presentes na solução dos poros
• Sílica reativa ➔ amorfa, criptocristalina, estrutura atômica desordenada
• Calcedônia, opala, tridimita, cristobalita, vidro vulcânico
• Tipo com reatividade mais rápida

• Sílica reativa ➔ quartzo e feldspato tensionados por processos tectônicos e


minerais da classe dos filossilicatos presentes em ardósias, filitos, xistos, gnaisses,
granulitos e quartzitos
• Tipo com reatividade mais lenta
Reação Química

Sílica amorfa, criptocristalina,


microcristalina, quartzo e
feldspato deformados

Kurtis, K. Kurtis, K.
Estrutura ordenada e Estrutura desordenada e
bem cristalizada mal cristalizada
Mecanismos da Reação Química

1. Agregado reativo em contato com


a solução dos poros

Kurtis, K.
Mecanismos da Reação Química

2. A superfície do agregado é atacada H2O + Si-O-Si Si-OH…OH-Si


pelo OH¯

Kurtis, K.
Mecanismos da Reação Química

3. Grupos de silanol (Si-OH) são Si-OH + OH¯ SiO¯ + H2O


rompidos pelos íons OH¯
formando íons SiO¯, sobre a
superfície do agregado

Kurtis, K.
Mecanismos da Reação Química

4. Os íons SiO¯ liberados são atraídos


Si-OH + Na+ + OH¯ Si-O-Na + H2O
pelos cátions alcalinos da solução
dos poros, formando álcali-sílica
gel em torno do agregado

Kurtis, K.
Mecanismos da Reação Química

5. O gel alcalino, ao absorver água,


expande, exercendo pressão
osmótica sobre a pasta ou
agregado

Kurtis, K.
Formação e expansão do gel

• O efeito é de fissuração quando a


pressão interna devida à expansão
exceder a resistência à tração do
concreto.

Kurtis, K.
Expansão do gel

ABCP

Detalhe de agregado graúdo no qual se observa a Aspecto do concreto no qual se observa a deposição
formação de borda de reação de gel (seta) no contorno do agregado graúdo
Formação e expansão do gel

Bloco de fundação de edifícios residenciais da cidade de Recife/PE com fissuras devido à RAA
Formação e expansão do gel

As fissurações aumentam a permeabilidade



Permite que mais água entre no concreto

Acelera a reação álcali-agregado

Torna o concreto mais vulnerável a outras manifestações patológicas

Compromete a durabilidade da estrutura!
Prevenção

• Comparando-se os fatores umidade, álcalis e agregado reativo

Agregado Mais fácil controle


Reativo

RAA
Álcalis Umidade
Prevenção

• A interrupção do fenômeno e a recuperação da estrutura afetada é difícil e cara.


• A prevenção é a melhor opção
• NBR 15577 ➔ Guia para avaliação da reatividade potencial e medidas preventivas
para uso de agregados em concreto
Norma da ABNT - 7 partes

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 1: Guia para


NBR 15577-1 avaliação da reatividade potencial e medidas preventivas
para uso de agregados em concreto
Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 2: Coleta,
NBR 15577-2 preparação e periodicidade de ensaios de amostras de
agregados para concreto
Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 3: Análise
NBR 15577-3 petrográfica para verificação da potencialidade reativa de
agregados em presença de álcalis do concreto
Norma da ABNT - 7 partes

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 4:


NBR 15577-4 Determinação da expansão em barras de argamassa pelo
método acelerado
Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 5:
NBR 15577-5 Determinação da mitigação da expansão em barras de
argamassa pelo método acelerado

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 6:


NBR 15577-6
Determinação da expansão em prismas de concreto

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 7:


NBR 15577-7 Determinação da expansão em prismas de concreto pelo
método acelerado
Proposta do Guia: Análise de Risco

• Objetivo da análise de risco


▪ Determinar o grau de risco de ocorrência de RAA em função das condições de exposição e tipo
de estrutura no qual o agregado será empregado, visando evitar o comprometimento de seu
desempenho durante a vida útil.
Proposta do Guia: Etapas

• Classificar as estruturas (Classes A, B, C, D)


• Determinar o grau de reatividade do agregado (R0, R1, R2 ou R3)
• Determinar o risco em função do grau de reatividade do agregado e as dimensões
e condições de exposição das estruturas (Desprezível, mínimo, moderado, alto ou
muito alto)
• Estabelecer a intensidade da ação preventiva em função da classe de estrutura
(MP0, MP1, MP2, MP3 ou MP4)
Classificação das estruturas

Classificação
Consequências da RAS Exemplos
da Estrutura
Consequências pequenas ou insignificantes Estruturas temporárias (menor que 5 anos de vida
útil), elementos não expostos a umidade, elementos
Classe A do ponto de vista econômico, ambiental e não estruturais no interior de edifícios, canteiros de
de segurança. obras.
Consequências moderadas do ponto de
vista econômico, ambiental e de segurança Calçadas, calhas, telhas, muros, etc.
Classe B apenas se ocorrer deterioração
generalizada.
Pavimentos de concreto, elementos de fundação,
Consequências significativas do ponto de tubos, postes, alvenarias de vedação, tubulões,
Classe C vista econômico, ambiental e de segurança barreiras de segurança, elementos pré-fabricados
mesmo se ocorrer pequena deterioração. com altos custos de reposição, estradas de baixo
volume de tráfego, dormentes, etc.
Grandes pontes, estádios, hidrelétricas, estruturas
Consequências sérias e de gravidade do de obras de arte, barragens, instalações nucleares,
Classe D ponto de vista econômico, ambiental e de torres eólicas, instalações de tratamento de água,
segurança mesmo se ocorrer pequena instalações de tratamento de resíduos, túneis,
deterioração. elementos estruturais de difícil inspeção ou reparo.
Grau de reatividade do agregado

Classificação da reatividade potencial Expansão das barras de Expansão dos prismas de


do agregado argamassa aos 30 dias (%) concreto aos 365 dias (%)

Potencialmente inócuo grau R0 Menor que 0,19% Menor que 0,04%

Potencialmente reativo grau R1 Entre 0,19 e 0,40% Entre 0,04 e 0,12%

Potencialmente reativo grau R2 Entre 0,41 e 0,60% Entre 0,13 e 0,24%

Potencialmente reativo grau R3 Maior que 0,60% Maior que 0,24%


Ensaios

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 2: Coleta,


NBR 15577-2 preparação e periodicidade de ensaios de amostras de
agregados para concreto

Periodicidade de realização dos ensaios


• Para controle de produção de agregados graúdos ou miúdos originados da mesma
jazida, a cada seis meses, no mínimo, devem ser realizados ensaios de verificação
da potencialidade reativa de acordo com a ABNT NBR 15577-1:2018, Seção 5 e
Figura 2.

• Independente do roteiro previsto pelo fluxograma (ABNT NBR 15577-1:2018,


Figura 2), o ensaio de prisma de concreto, conforme a ABNT NBR 15577-6, deve ser
realizado no mínimo a cada 12 meses.
Ensaios

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 3: Análise


NBR 15577-3 petrográfica para verificação da potencialidade reativa de
agregados em presença de álcalis do concreto

• Observação por microscopia e detecção de fases reativas


• Principais fases reativas: opala, calcedônia, vidro vulcânico, silex, quartzo com
extinção ondulante, silicatos com granulação fina, tridimita, cristobalita, calcários
dolomíticos argilosos.

• Ensaio de avaliação potencial


Ensaios

Análise Petrográfica
• agregado potencialmente reativo
• agregado potencialmente inócuo QD

QM

Cristais de quartzo deformado (QD) e microcristalino


(QM) conferem caráter reativo ao agregado
Fase criptocristalina de calcedônia
Ensaios

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 4:


NBR 15577-4 Determinação da expansão em barras de argamassa pelo
método acelerado

Avaliação do grau de reatividade dos agregados


• Cimento Padrão:
▪ Área específica: (4900 ± 200)cm2/g
▪ Na2Oeq: (0,90 ± 0,10)%
▪ Expansão em autoclave: < 0,20%
• Agregado
▪ Granulometria de agregado miúdo ➔ 0,15 a 4,8mm
• Barras de argamassa
▪ Dosagem: 1:2,25 (cimento:agregado)
▪ Relação a/c fixa igual a 0,47
▪ Cura em solução aquosa de NaOH 1N a (80 ± 2)°C durante 28 dias
Ensaios
Avaliação do Grau de Reatividade dos Agregados

0,90
Basalto
NBR 15577-4
0,80

0,70
Variação dimensional (%)
0,60

0,50
Milonito granítico

0,40

0,30
Agregado potencialmente reativo
0,20
Limite da NBR 15577-1
Agregado potencialmente inócuo
0,10

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade de cura em solução agressiva (dias)
Ensaios

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 6:


NBR 15577-6
Determinação da expansão em prismas de concreto

Avaliação do grau de reatividade dos agregados


• Cimento Padrão:
▪ Área específica: (4900 ± 200)cm2/g
▪ Na2Oeq: (0,90 ± 0,10)%
▪ Expansão em autoclave: < 0,20%
• Agregado
▪ Granulometria de agregado graúdo ➔ 4,8 a 19,0mm
• Prismas de concreto (75 x 75 x 285)mm
▪ Dosagem: 420kg/m3
▪ Relação a/c fixa igual a 0,45
▪ Cura a (38 ± 2)°C durante um ano
Análise de Risco

Fatores para estabelecer o risco de ocorrência da RAA

• Condições de exposição da estrutura ou do elemento de concreto ao ambiente


▪ Ambiente seco ou úmido

• Dimensões da estrutura ou do elemento de concreto


▪ Estrutura maciça ou não

• Estruturas temporárias:
▪ Período máximo de vida útil de projeto de 5 anos
Análise de Risco

• Elemento maciço:
▪ é aquele cuja menor dimensão da seção transversal é maior ou igual a 1m

• Ambiente seco:
▪ corresponde à ausência permanente de umidade em contato com o concreto da estrutura.
▪ elementos estruturais enterrados são considerados úmidos.
▪ elementos estruturais revestidos não enterrados são considerados protegidos da umidade.
Grau de Risco

Dimensões e condições de Classe de reatividade do agregado


exposição dos elementos
estruturais de concreto R0 R1 R2 R3

Não maciço em ambiente seco Desprezível Desprezível Mínimo Moderado

Maciço em ambiente seco Desprezível Mínimo Moderado Alto

Todas as estruturas geralmente


externas expostas a umidade do Desprezível Moderado Alto Muito alto
ar, enterradas e imersas
Todas as estruturas em contato
com álcalis em condições de Desprezível Alto Muito alto Muito alto
serviço
Intensidade da Ação Preventiva

Classe de estrutura
Risco de
ocorrência
Classe A Classe B Classe C Classe D

Desprezível MP 0 MP 0 MP 0 MP 0

Mínimo MP 0 MP 0 MP 1 MP 2

Moderado MP 0 MP 1 MP 2 MP 3

Alto MP 0 MP 3 MP 4 MP 4

Muito alto MP 0 MP 4 MP 4 MP 4
Medidas de Mitigação

Medidas de mitigação

Limitar o teor de álcalis Utilizar materiais


no concreto inibidores

CP II E Sílica ativa

CP II Z Metacaulim

CP III
Materiais
CP IV Pozolânicos
Medidas de Mitigação

Intensidade da Opção 1 Opção 2 Opção 3


medida preventiva
MP 0 Nenhuma ação é necessária
Usar uma das medidas
Limitar o teor de álcalis do
Utilizar cimentos Portland do tipos mitigadoras previstas na ação
MP 1 concreto a valores menores que
CP II-E , CP II-Z, CP III, ou CP IV preventiva de grau de
2,4 kg/m3 de Na2O equivalente.
intensidade 2.
Usar uma das medidas
Usar cimento CP III, com no
Utilizar cimento CP IV com no mitigadoras previstas na ação
MP 2 mínimo 60 % de escória
mínimo 30 % de pozolana preventiva de grau de
granulada de alto forno
intensidade 3.
Utilizar materiais inibidores Utilizar materiais inibidores Usar uma das medidas
comprovando a mitigação da comprovando a mitigação da mitigadoras previstas na ação
MP 3
reatividade potencial pelo ensaio reatividade potencial pelo ensaio preventiva de grau de
acelerado de prismas de concreto a 2 anos. intensidade 4.
Utilizar materiais inibidores Utilizar materiais inibidores
comprovando a mitigação da comprovando a mitigação da
MP 4 Trocar o agregado
reatividade potencial pelo ensaio reatividade potencial pelo ensaio
acelerado de prismas de concreto a 2 anos.
Materiais Inibidores da RAA

• Sílica ativa e metacaulim ➔ em combinação com qualquer tipo de cimento

▪ Os teores necessários de sílica ativa e metacaulim e sua eficácia para auxiliar na mitigação das
expansões decorrentes de reações deletérias devem ser estabelecidos pelo ensaio de barras
de argamassa, atendendo ao limite de 0,19 % aos 30 dias, ou pelo ensaio de prismas de
concreto, sendo menor do que 0,04% em 2 anos
Reação álcali-agregado

• Teor de álcalis (kg/m3


Teor de álcalis no cimento (% Na2Oe)
Na2Oe) fornecido pelo Consumo
cimento ao concreto de cimento 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
(kg/m3)
em função do consumo Álcalis fornecidos pelo cimento (kg/m3 Na2Oe)
de cimento (kg/m3) e 250 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50
do teor de álcalis do
cimento (%Na2Oe) 275 1,65 1,93 2,20 2,48 2,75
300 1,80 2,10 2,40 2,70 3,00
325 1,95 2,28 2,60 2,93 3,25
350 2,10 2,45 2,80 3,15 3,50
375 2,25 2,63 3,00 3,38 3,75
400 2,40 2,80 3,20 3,60 4,00
425 2,55 2,98 3,40 3,83 4,25
Materiais Inibidores da RAA

• Como comprovar que um cimento é inibidor da RAA?


▪ Através do ensaio pela NBR 15577-5
• Método mais adequado e rápido para verificar a mitigação da RAA

• A eficiência das adições ativas presentes nos cimentos varia de acordo com:
▪ a composição química e mineralógica das adições
▪ da proporção desse material no cimento, e
▪ do grau de reatividade do agregado.
Ensaios

Agregados - Reatividade álcali-agregado - Parte 5:


NBR 15577-5 Determinação da mitigação da expansão em barras de
argamassa pelo método acelerado

Avaliação da eficiência das ativas em mitigar a RAA


• Cimento da obra
• Agregado
▪ Granulometria de agregado miúdo ➔ 0,15 a 4,8mm
• Barras de argamassa (25 x 25x 285)mm
▪ Dosagem: 1:2,25 (cimento:agregado)
▪ Relação a/c fixa igual a 0,47
▪ Cura em solução aquosa de NaOH 1N a (80 ± 2)°C durante pelo menos 16 dias
Ensaios

• Valores de expansão < 0,19% aos 30 dias indicam que a combinação do cimento
com adições de escórias de alto-forno, cinza volante, metacaulim ou sílica ativa
com o agregado analisado apresenta características favoráveis ao emprego em
obras de construção civil com baixo risco de desenvolvimento da patologia
referente à reação álcali-agregado.

• Valores de expansão  0,19% aos 30 dias indicam que a combinação do cimento


com o agregado pode desenvolver expansão deletéria; a norma sugere que a
mesma combinação dos materiais deve ser testada no concreto (Parte 6), ou
aumentar os teores das adições e confirmar a minimização através de novos
ensaios
Avaliação da Eficiência das Ativas em Mitigar a RAA

0,90

NBR 15577-5 0%
0,80
Basalto + Cimento com Escória
15%
Variação dimensional (%) 0,70

0,60
30%
0,50

0,40

0,30 45%
Cimento não inibidor
0,20

Limite da NBR 15577-1 60%


0,10
Cimento inibidor

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade de cura em solução agressiva (dias)
Avaliação da Eficiência das Ativas em Mitigar a RAA
Avaliação da Eficiência das Ativas em Mitigar a RAA
Avaliação da Eficiência das Ativas em Mitigar a RAA
Conclusões

• Classificação das estruturas (A, B, C ou D)

• Determinar grau de reatividade do agregado (R0, R1, R2 ou R3)

▪ Caracterização dos agregado


• Análise petrográfica ➔ presença de fases reativas
• Ensaio acelerado das barras de argamassa
• Ensaio de longa duração em prisma de concreto
Conclusões

• Análise de risco
• Tipo de estrutura (maciça ou não maciça, temporária, corrente, especial)
• Condição de exposição (ambiente seco, úmido, submersa, contato com água, fonte externa de
álcalis, etc.)

• Intensidade da ação preventiva (MP0, MP1, MP2, MP3)

• Medidas mitigadoras
• limite o teor de álcalis
• use cimentos mitigadores da RAA
• use adições ativas normalizadas (sílica ativa ou metacaulim)

Na menor dúvida adote medidas mitigadora da RAA


Obrigado
flavio.munhoz@abcp.org.br

Cimento Portland

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