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2021 2021

1. Introdução tação de serviço • Contrato de empreitada • Contrato de depósito • Contrato de


mandato • Contrato de comissão • Contrato de agência e distribuição • Contrato
Publicando desde 2013, a Editora Conceito de Direito • Instrumentos de controle social • Direito e justiça
de corretagem • Contrato de transporte • Contrato de seguro • Contrato de cons-
• Acepções do Direito
D’Plácido, que é especializada em tituição de renda • Contrato de jogo e aposta • Contrato de fiança • Transação •
2. O dire ito civil n o siste ma Compromisso • Contrato de sociedade • Associações • Diferenças terminológicas
literatura jurídica, já conta com ju rídico Ro man o -Ge rmân ico
11. Fo ntes da s obrig a ções : con tratos
nomes reconhecidos no cenário Generalidades • Direito romano • Alta Idade Média (476 a 1100) • Baixa Idade Média n ão tipi f ica dos n o Códig o C iv il
(1100 a 1453) • Idade Moderna (1453 a 1789) • Idade Contemporânea (de 1789 a
jurídico profissional e acadêmico. nossos dias) • Direito Brasileiro
Contrato de parceria rural • Contrato de edição • Contrato de representa-

C É S A R
ção dramática • Contrato de franquia • Contrato de concessão mercantil •

CÉSAR FIUZA
Contratos fiduciários • Contrato de conta corrente • Contratos bancários •
Em 2015, a Editora D’Plácido 3. Le i de in tro du ção às n o rmas do dire ito brasile iro :
e ficácia, co n flito e in te rpre tação das le is
Contrato de capitalização • Contrato de joint venture • Contrato de arrenda-
mento mercantil ou leasing • Contrato de know-how • Contrato de engene-
foi laureada com o 1º lugar no
Prêmio Jabuti de Literatura,
Classificação das leis • Eficácia das leis • Interpretação das leis ering • Contrato de hedge • Contrato de faturização ou factoring • Contrato
de cartões de crédito • Contrato de shopping centers • Contrato de consórcio
F I U Z A
4. Pe sso as
na categoria Direito, com a obra Personalidade: generalidades e pessoas naturais • Nascituro • Capacidade • 12. Fo ntes da s obrig a ções : atos u n ilatera is

ED LÁ
Ausência • Nome da pessoa natural • Estado • Pessoas jurídicas • Fundações • Promessa de recompensa • Gestão de negócios • Pagamento indevido
“Direitos fundamentais das pessoas

CIVIL
DIREITO
Sujeitos de direitos sem personalidade • Registro civil • Domicílio e residência

DIREITO
13. Fo n tes da s obrig a ções : atos ilícitos
em situação de rua”, organizado 5. Dire ito s da pe rso n alidade Generalidades e definição • Elementos do ato ilícito • Responsabilidade
por Ada Pellegrini Grinover, Histórico • Natureza jurídica • Características • Classificação • Fontes por fato de outrem • Responsabilidade por fato de coisa • Teorias subjeti-

D
• Tratamento legal • Direitos da personalidade e pessoas jurídicas • va e objetiva da responsabilidade civil • Responsabilidade civil do estado
Gregório Assagra de Almeida, Direitos da personalidade no sistema brasileiro • Diferenças entre algumas espécies de ilícitos (civil, penal, administrati-
vo) • Abuso de direito • Enriquecimento ilícito
Miracy Gustin, Paulo César Vicente

CIVIL
6. Co isas e be n s
de Lima e Rodrigo Iennaco. Definição • Classificação • Patrimônio
14. Liquidação das obrigações: concurso de credores

IT CI
'P
Generalidades • Processo • Concordata civil • Saldo devedor da execução
7. Fato ju rídico, ato e n e gó cio ju rídico • Extinção das obrigações
O prêmio é o mais importante
Definições • O ocaso dos negócios jurídicos – Crise e superação • Atos jurí-
15. Dire ito da s cois a s : in trodu çã o. Proprieda de
da área e celebra a qualidade e dicos • Atos ilícitos • Situações e relações jurídicas • Responsabilidade civil
Introdução ao estudo do direito das coisas • Propriedade
ascendente importância da Editora 8. Te o ria ge ral do dire ito das o brigaçõ e s

O D
16. Direito da s cois a s : poss e
D’Plácido no mercado editorial Definição de obrigação • Essência das obrigações • Estrutura das obrigações
Definição • Natureza jurídica da posse • Objeto jurídico da posse • Clas-
• Ideia e posição do Direito das Obrigações perante o Direito Civil • Conte-
mineiro e brasileiro. údo da prestação obrigacional • Fontes das obrigações • Escorço histórico • sificação da posse • Aquisição ou constituição da posse • Composse •
Principiologia do Direito das Obrigações • Classificação das obrigações • Efeito Efeitos da posse • Proteção possessória • Função social da posse • Perda
ou cessação da posse
desejável das obrigações: pagamento • Transmissão das obrigações • Efeito
C É S A R

R O
indesejável das obrigações: inadimplemento • Execução coativa • Extinção
das obrigações 17. Direito das coisas: direitos reais sobre coisas alheias

9. Fo n te s das o brigaçõ e s: co n trato s –


Introdução • Direitos reais de uso e fruição • Direitos reais de aquisição
• Direitos reais de garantia F I U Z A
Te o ria Ge ral do Dire ito Co n tratu al
18. Obra in telectu a l

A
Noção de contrato • Definição de contrato • Evolução histórica • Funções dos
Natureza jurídica e definição • Tutela legal • Direitos do autor • Registro
contratos • Requisitos de existência, de validade e de eficácia dos contratos
das obras intelectuais • Obra intelectual na informática
Doutor em Direito pela UFMG. Ad-
• Causa, motivo e fim dos contratos • Princípios informadores • Intervenção 22a edição revista,
do Estado na economia contratual • Cláusulas abusivas e conduta abusiva • vogado no escritório César Fiuza &
Interpretação dos contratos • Formação dos contratos • Contrato preliminar 19. Dire ito de f a m ília Bruno Lewer Sociedade de Advo-
• Cláusula penal • Arras • Vícios redibitórios • Evicção • Estipulação em fa- Introdução • Principiologia do Direito de Família • Casamento • União atualizada e ampliada gados, Professor de Direito Civil na
vor de terceiro • Promessa de fato de terceiro • Classificação dos contratos • estável • Parentesco • Afinidade • Filiação • Poder familiar • Alienação
Cessão da posição contratual • Extinção dos contratos parental • Tutela • Curatela • Tomada de decisão apoiada • Guarda • UFMG, ocupa a cadeira 14 na Aca-
Conheça também a coleção Alimentos • Ações de família demia Mineira de Letras Jurídicas.
de cursos e manuais da Editora
10. Fo n te s das o brigaçõ e s: co n trato s a t u a liza d o com:
c u r s o
tipificado s n o Có digo Civil 20. Direito da s s u cess ões
D’Plácido. Contrato de compra e venda • Contrato de troca • Contrato estimatório • Contrato Introdução • Sucessão legítima • Sucessão testamentária • Liquidação • Lei n o 13.715/18 - Lei que amplia as hipóteses
de doação • Contrato de locação • Contrato de empréstimo • Contrato de pres- e partilha da herança de perda do poder familiar
São publicações de autores
renomados com um capricho na completo • Lei n o 13.777/18 - Lei sobre o regime jurídico
da multipropriedade
formatação, que ajuda na fluidez da
leitura e fixação do conteúdo. • Lei n o 13.874/19 - Lei da Liberdade Econômica

Você pode encontrá-los nas ISBN 978-65-5589-171-3


• Lei n o 13.966/19 - Lei da Franquia

principais livrarias e em nosso site:


2021
ED LÁ
DIREITO
D

CIVIL
IT CI
'P

O D
R O
A
22a edição revista,
atualizada e ampliada
A
R O
O D
IT CI
ED LÁ
'P
D
2021
CÉSAR FIUZA
ED LÁ
DIREITO
D

CIVIL
IT CI
'P

O D
R O
A
22a edição revista,
atualizada e ampliada

a t u a lizado co m :
• Lei n o 13.715/18 - Lei que amplia as hipóteses
de perda do poder familiar

• Lei n o 13.777/18 - Lei sobre o regime jurídico


da multipropriedade

• Lei n o 13.874/19 - Lei da Liberdade Econômica

• Lei n o 13.966/19 - Lei da Franquia


Belo Horizonte São Paulo
Av. Brasil, 1843, Av. Paulista, 2444,
Savassi, Belo Horizonte, MG 8º andar, cj 82
Tel.: 31 3261 2801 Bela Vista – São Paulo, SP
CEP 30140-007 CEP 01310-933
W W W. E D I TO R A D P L A C I D O. C O M . B R

Copyright © 2019, D’Plácido Editora.


ED LÁ
Copyright © 2019, César Fiuza.

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, por quaisquer meios,
sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.
D

Editor Chefe Plácido Arraes

Editor Tales Leon de Marco


IT CI
'P

Produtora Editorial Bárbara Rodrigues

Capa, projeto gráfico Letícia Robini

Diagramação Letícia Robini


Nathalia Torres
O D
R O
Catalogação na Publicação (CIP)
A
Fiuza, César
F565 Direito civil : curso completo / César Fiuza. - 22. ed. – Belo Horizonte, São Paulo : D’Plácido,
2021.
1504 p.

ISBN 978-65-5589-171-3

1. Direito. 2. Direito Civil. I. Título.

CDDir: 342.1

Bibliotecária responsável: Fernanda Gomes de Souza CRB-6/2472


Nota do autor
ED LÁ
D

Este livro nasceu de coletânea de notas de aulas, a partir da ideia de que,


talvez à exceção de alguns poucos, não haja no mercado manual de Direito
Civil em um só volume. Isso cria dois problemas, em princípio. O primeiro
deles é a falta de material didático adequado para programas regulares de
IT CI
'P

Direito Civil de curta duração, como, por exemplo, os que ocorrem em


cursos não estritamente jurídicos. O segundo é também a falta de material
de estudo adequado a quem deseje se reciclar em tempo breve, ao estudar
para um concurso, por exemplo. Em ambos os casos, o estudo dos grandes
O D
tratadistas é penoso e desnecessário, apesar de sempre recomendável.
Embora não tenha sido, inicialmente, concebido para os Cursos de
Graduação em Direito, o manual se transformou em fonte cada vez mais
consultada pelos bacharelandos, que dele se valem para se introduzir no estudo
R O
das instituições de Direito Civil, de forma didática e atualizada.
O livro contém todo o programa de Direito Civil em linhas muito
claras e rigorosamente atualizadas de acordo com a melhor doutrina, com a
A
mais moderna civilística, fincada na visão contemporânea do Direito Civil,
que parte da ideia de que o Direito Civil seja o reduto maior da liberdade
dos indivíduos, sem a qual não há falar em dignidade humana. A intenção
não foi, seguramente, a de esgotar os assuntos tratados, mas simplesmente a de
explaná-los, do modo mais claro e profundo possível, sempre com exemplos
práticos. Houve grande preocupação de, sempre que possível, aprofundar
temas controversos, como a definição de negócio jurídico e de contrato, de
propriedade e de família.
Realizou-se uma atualização de acordo com a legislação e a doutrina
mais recentes. O manual baseia-se, como dito, na visão do Direito Civil con-
temporâneo, entendido este como o Direito Civil que mantém sua autonomia,
muito embora, quando necessário, seja lido à luz dos princípios e valores da
Constituição. Esse é o tratamento que se dá, por exemplo, aos contratos, à pro-
priedade, à família estudados sob uma ótica humanizada, como instrumentos
de promoção da dignidade humana, o que não significa que o Direito Civil
tenha deixado de ser a sede das liberdades individuais, ou que se deva fazer
uma leitura leviana e apressada do princípio da dignidade, mesmo porque a
base da dignidade é a liberdade.
Começa-se com uma introdução ao estudo do Direito, adentra-se a
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, seguida da Parte Geral
do Código. Na Parte Especial, inicia-se pelo Direito das Obrigações, espinha
dorsal das relações jurídicas privadas, incluindo-se o Direito Contratual com
os contratos tipificados e não tipificados no Código Civil. Em seguida, abor-
da-se o Direito das Coisas, Família e Sucessões, seguindo-se a sistemática do
ED LÁ
Código de 2002 e da maioria dos Cursos de Graduação em Direito.
O Direito Civil é visto, aqui, não de forma dogmatizada, mas meditada.
Não se repetem, portanto, as mesmas fórmulas do século XIX, como muitos
D

manuais que se dizem modernos. Não se trata de um código comentado,


mas de um manual reflexivo de Direito Civil, em sua concepção mais mo-
derna e inovadora, dentro de uma visão contemporânea, que exige o Estado
Democrático de Direito. Não se buscam, atabalhoada e precipitadamente,
IT CI
'P

fundamentos constitucionais para os diversos institutos do Direito Civil,


perdendo de vista a ótica do próprio Direito Civil, bem como da liberdade
do indivíduo, da liberdade de contratar, de empreender, de ter, enfim, de ser.
A autonomia privada foi uma conquista histórica, da qual simplesmente não
O D
podemos abdicar, permitindo que o Estado, em nome de uma dignidade,
muitas vezes levianamente invocada, intervenha de modo ditatorial, violento
e arbitrário na esfera privada, que só ao indivíduo pertence.
É óbvio que o livro contém pontos falhos, afinal o autor é humano, e
R O
o Direito Civil infinito. Roga-se, assim, aos leitores que não poupem críticas
construtivas, remetendo-as ao Editor, para que se possa sempre melhorar a
cada nova edição.
A
Belo Horizonte, janeiro de 2021.

O Autor
Sumário

1. Introdução 17 1.4. Classificação das leis segundo sua natureza 101


1. Conceito de Direito 17 1.5. Classificação das leis segundo seu conteúdo102
1.1. Definição etimológica de Direito 20 1.6. Classificação das leis segundo
1.2. Definição semântica de Direito 20 a intensidade da sanção 102
2. Instrumentos de controle social 22 2. Eficácia das leis 104
2.1. Direito e religião 22 2.1. Início de vigência das leis 104
2.2. Direito e moral 23 2.2. Conflito de leis no tempo 107
2.3. Direito e regras de trato social 25 2.3. Conflito de leis no espaço 108
ED LÁ
3. Direito e justiça 26 3. Interpretação das leis 110
3.1. Critérios formais 28 3.1. Introdução 110
3.2. Critérios materiais 29 3.2. Interpretação no direito civil 113
3.2.1. Introdução 113
D

4. Acepções do Direito 31
4.1. Direito objetivo e subjetivo 31 3.2.2. Crise das instituições 113
4.1.1. Estrutura dos direitos subjetivos 34 3.2.3. Crise da sistematização 117
4.1.2. Função dos direitos subjetivos 34 3.2.4. Crise da interpretação: da Escola
IT CI
da Exegese às teorias da argumentação 120
'P

4.1.3. Classificação dos direitos subjetivos 36


3.2.5. A funcionalização do Direito Civil 138
4.2. Direito natural e direito positivo 38
3.2.6. A constitucionalização do direito civil 139
4.3. Divisões do direito positivo 39
3.2.7. A liberdade econômica 146
4.4. Unidade do direito privado 43
4. Pessoas 149
O D
2. O Direito Civil no Sistema
Jurídico Romano-Germânico 47 1. Personalidade: generalidades e pessoas naturais 150
1. Generalidades 47 2. Nascituro 152
2. Direito romano 56 3. Capacidade 157
2.1. Introdução 56 3.1. Interdição 170
R O
2.2. Realeza (753 a.C. a 510 a.C.) 56 3.2. Emancipação 174
2.3. República (510 a.C. a 27 a.C.) 63 3.3. Crítica à crítica da teoria das incapacidades 175
2.4. Alto Império (27 a.C. a 284 d.C.) 75 4. Ausência 176
2.5. Baixo Império (284 d.C. a 565 d.C.) 79 5. Nome da pessoa natural 180
A
2.6. Período bizantino (565 a 1453) 83 6. Estado 183
3. Alta Idade Média (476 a 1100) 83 7. Pessoas jurídicas 185
4. Baixa Idade Média (1100 a 1453) 87 7.1. Histórico 185
5. Idade Moderna (1453 a 1789) 89 7.2. Definição 187
6. Idade Contemporânea (de 1789 a nossos dias)91 7.3. Natureza jurídica 188
7. Direito Brasileiro 93 7.4. Características 190
7.5. Classificação 191
3. Lei de introdução às normas 7.6. Registro das pessoas jurídicas 198
do direito brasileiro: eficácia,
conflito e interpretação das leis 99 7.7. Nome das pessoas jurídicas 198
1. Classificação das leis 99 7.8. Teoria da desconsideração
da personalidade jurídica 199
1.1. Classificação das leis segundo a hierarquia 99
7.9. Função social das pessoas jurídicas 206
1.2. Classificação das leis segundo
sua extensão territorial 100 8. Fundações 206
1.3. Classificação das leis segundo 8.1. Definição 206
sua força obrigatória 101 8.2. Criação 207
8.3. Observações 207 3.6. Forma dos atos jurídicos 292
9. Sujeitos de direitos sem personalidade 208 3.7. Causa e motivo dos atos jurídicos 294
9.1. Casos de fácil solução ou de aparente aplica- 3.8. Prova dos fatos/atos jurídicos 295
ção da teoria dos sujeitos não personificados 210 3.9. Defeitos dos atos jurídicos 313
9.2. Casos de aplicação efetiva da teoria 3.10. Invalidade dos atos jurídicos
dos sujeitos não personificados 212 (Plano da validade) 339
9.3. A família 213 3.11. Crítica à teoria clássica das nulidades 354
10. Registro civil 214 3.12. Atos jurídicos ineficazes (Plano da eficácia)359
11. Domicílio e residência 215 3.13. Atos jurídicos inexistentes
(Plano da existência) 360
5. Direitos da personalidade 219 3.14. Conservação dos atos jurídicos 361
1. Histórico 219
ED LÁ
3.15. Interpretação e integração
2. Natureza jurídica 221 dos atos jurídicos 363
3. Características 223 3.16. Atos jurídicos e representação 365
4. Classificação 224 4. Atos ilícitos 369
5. Fontes
D

225 4.1. Atos ilícitos em sentido estrito


6. Tratamento legal 226 (a cláusula geral do art. 186) 369
7. Direitos da personalidade e pessoas jurídicas 231 4.2. Abuso de direito 372
8. Direitos da personalidade no sistema brasileiro 232 4.3. Enriquecimento ilícito 381
IT CI
'P

5. Situações e relações jurídicas 388


6. Coisas e bens 235 5.1. Definição 388
1. Definição 235
5.2. Espécies 390
2. Classificação 236
5.3. Nascimento e extinção das relações
2.1. Primeira Classe – Bens jurídicas – prescrição e decadência 391
considerados em si mesmos
O D
236
5.4. Função social das relações jurídicas 413
2.2. Segunda Classe – Bens
reciprocamente considerados 246 6. Responsabilidade civil 414
2.3. Terceira Classe – Bens considerados 6.1. Introdução 414
em relação às pessoas 250 6.2. Definição 414
R O
2.4. Quarta Classe – Bens considerados 6.3. Classificação 415
em relação a sua comerciabilidade 252 6.3.1. Responsabilidade por atos ou fatos lícitos 415
3. Patrimônio 256 6.3.2. Responsabilidade por atos ilícitos 415
7. Fato jurídico, ato e negócio jurídico 259 6.3.3. Responsabilidade contratual 416
A
1. Definições 259 6.3.4. Responsabilidade extracontratual 416
1.1. Fato jurídico 259 6.3.5. Responsabilidade com dano e
1.2. Ato jurídico 261 sem dano, com culpa e sem culpa 418
1.3. Ato jurídico em sentido estrito 261 6.3.6. Responsabilidade por fato
próprio e por fato de outrem 419
1.4. Negócio jurídico 262
6.3.7. Responsabilidade por fato de coisa 420
1.5. Ato-fato jurídico 263
6.4. O destino da responsabilidade por atos ilícitos420
1.6. Ato ilícito 264
2. O ocaso dos negócios jurídicos – 8. Teoria geral do direito das obrigações423
Crise e superação 266 1. Definição de obrigação 423
3. Atos jurídicos 270 2. Essência das obrigações 426
3.1. Planos dos atos jurídicos 270 3. Estrutura das obrigações 432
3.2. Principiologia dos atos jurídicos 274 4. Ideia e posição do Direito das
3.3. Classificação dos atos jurídicos 278 Obrigações perante o Direito Civil 433
3.4. Elementos dos atos jurídicos 282 5. Conteúdo da prestação obrigacional 434
3.5. Condição, termo e encargo 283 6. Fontes das obrigações 436
7. Escorço histórico 439 12.2. Inadimplemento propriamente
8. Principiologia do Direito das Obrigações 443 dito ou definitivo 536
8.1. Principiologia clássica do Direito das Obrigações 444 13. Execução coativa 540
8.1.1. Princípio da autonomia da vontade 445 14. Extinção das obrigações 541
8.1.2. Princípio da justiça das relações obrigacionais 447 14.1. Pagamento 541
14.2. Inadimplemento 541
8.1.3. Princípio do neminem laedere 447
14.3. Inviabilidade do objeto 541
8.1.4. Princípio res perit domino 447
14.4. Decurso do prazo 542
8.2. Nova principiologia do Direito obrigacional 448
14.5. Implemento da condição resolutiva 542
8.2.1. Princípio da dignidade humana 449
14.6. Incapacidade superveniente 542
8.2.2. Princípio da função social 450
14.7. Morte 542
ED LÁ
8.2.3. Princípio da autonomia privada 452
14.8. Vontade do(s) agente(s): distrato e renúncia 542
8.2.4. Princípio da boa-fé 453
14.9. Invalidade 543
8.2.5. Princípio da justiça nas relações creditícias 457
8.2.6. Princípio do enriquecimento sem causa 458 9. Fontes das obrigações: Contratos –
D

8.2.7. Princípio da reparação integral 459 Teoria Geral do Direito Contratual 553
8.2.8. Princípio da aparência 459 1. Noção de contrato 553
8.2.9. Princípio da eticidade 459 2. Definição de contrato 554
8.2.10. Princípio da operabilidade 459 3. Evolução histórica 556
IT CI
'P

4. Funções dos contratos 578


8.2.11. Princípio da socialidade 459
5. Requisitos de existência, de validade
9. Classificação das obrigações 460 e de eficácia dos contratos 580
9.1. Quanto às fontes: contratuais e extracontratuais 460 5.1. Requisitos subjetivos 580
9.2. Quanto à estrutura 460 5.2. Requisitos objetivos 583
O D
9.3. Quanto ao objetivo visado: de 5.3. Requisitos formais 584
resultado, de meios e de garantia 485
6. Causa, motivo e fim dos contratos 586
9.4. Obrigações reciprocamente
7. Princípios informadores 587
consideradas: principais e acessórias 486
7.1. Principiologia clássica do direito contratual 588
9.5. Quanto ao pagamento 486
R O
7.1.1. Princípio da autonomia da vontade 589
10. Efeito desejável das obrigações: pagamento 498
7.1.1.1. Princípio da obrigatoriedade contratual 589
10.1. Definição 498
7.1.1.2. Princípio do consensualismo 590
10.2. Natureza jurídica 499
7.1.1.3. Princípio da liberdade de contratar 591
A
10.3. Condições de validade do pagamento 500
7.1.1.4. Princípio da liberdade contratual 591
10.4. Regramento dogmático 501
7.1.1.5. Princípio da relatividade contratual 591
10.5. Pagamentos especiais 512
7.1.1.6. Princípio da imutabilidade
10.6. Pagamento indevido 520 ou da intangibilidade 592
11. Transmissão das obrigações 523 7.1.1.7. Princípio da irretratabilidade 592
11.1. Cessão de crédito 524 7.1.2. Princípio do neminem laedere 592
11.2. Assunção de dívida 527 7.1.3. Princípio da justiça contratual 592
11.3. Endosso e tradição manual do título 530 7.2. Nova principiologia do direito contratual 593
12. Efeito indesejável das 7.2.1. Introdução 593
obrigações: inadimplemento 531 7.2.2. Nova principiologia 595
12.1. Inadimplemento remediável: mora 531 8. Intervenção do Estado na economia contratual 610
12.1.1. Mora do devedor 532 8.1. Introdução 610
12.1.2. Mora do credor 534 8.2. Fundamentos da intervenção do Estado 610
12.1.3. Purga da mora 535 8.3. Esferas de intervenção 611
12.1.4. Cessação da mora 535 8.4. Revisão dos contratos 612
9. Cláusulas abusivas e conduta abusiva 632 4.5. Elementos 721
11.1. Negociações preliminares 644 4.6. Requisitos subjetivos 722
11.2. Proposta 647 4.7. Requisitos objetivos 725
11.3. Aceitação 649 4.8. Requisitos formais 725
19.1. Quanto à tipificação legal 672 4.9. Classificação 725
19.2. Quanto às características ontológicas 673 4.10. Promessa de doação 728
19.3. Quanto à denominação 673 4.11. Efeitos 729
19.4. Quanto à forma 673 4.12. Invalidade da doação 730
19.5. Quanto à reciprocidade das prestações 674 4.13. Revogação da doação 731
19.6. Quanto às obrigações das partes 675 5. Contrato de locação 733
19.7. Quanto à previsibilidade das prestações 677 5.1. Locação de coisas 735
ED LÁ
19.8. Quanto ao momento da execução 679 6. Contrato de empréstimo 755
19.9. Quanto à amplitude do vínculo 679 6.1. Comodato 755
6.2. Mútuo 759
10. Fontes das obrigações: 7. Contrato de prestação de serviço 764
D

Contratos tipificados no Código Civil 703 7.1. Definição 765


1. Contrato de compra e venda 703
7.2. Partes 766
1.1. Definição 703
7.3. Caracteres jurídicos 767
1.2. Partes 703
IT CI
'P

7.4. Requisitos subjetivos 768


1.3. Efeitos 703
7.5. Requisitos objetivos 768
1.4. Caracteres jurídicos 705
7.6. Requisitos formais 768
1.5. Elementos 706
7.7. Elementos 768
1.6. Requisitos subjetivos 707
7.8. Preço 768
O D
1.7. Requisitos objetivos 709
7.9. Prazo 769
1.8. Requisitos formais 710
7.10. Obrigações do prestador 769
1.9. Obrigações do vendedor 710
7.11. Obrigações do tomador 770
1.10. Obrigações do comprador 710
7.12. Extinção do contrato 770
R O
1.11. Cláusulas especiais 711
8. Contrato de empreitada 772
2. Contrato de troca 716 8.1. Definição 772
2.1. Definição 716 8.2. Partes 772
2.2. Observações gerais 716 8.3. Elementos essenciais 772
A
3. Contrato estimatório 717 8.4. Preço 773
3.1. Definição 717 8.5. Caracteres jurídicos 773
3.2. Partes 717 8.6. Diferenças entre empreitada
3.3. Caracteres jurídicos 717 e prestação de serviço 775
3.4. Requisitos subjetivos 718 8.7. Requisitos subjetivos 776
3.5. Requisitos objetivos 718 8.8. Requisitos objetivos 776
3.6. Requisitos formais 718 8.9. Requisitos formais 776
3.7. Prazo 718 8.10. Obrigações do empreiteiro 777
3.8. Obrigações do consignatário 719 8.11. Obrigações do empreitante 778
3.9. Obrigações do consignante 719 8.12. Riscos 778
4. Contrato de doação 719 8.13. Extinção do contrato 779
4.1. Definição 719 9. Contrato de depósito 779
4.2. Partes 719 9.1. Definição 779
4.3. Natureza jurídica 720 9.2. Partes 779
4.4. Caracteres jurídicos 720 9.3. Caracteres jurídicos 780
9.4. Requisitos subjetivos 781 14.2. Partes 822
9.5. Requisitos objetivos 781 14.3. Objeto 822
9.6. Requisitos formais 781 14.4. Caracteres jurídicos 822
9.7. Prazo 781 14.5. Requisitos de validade 823
9.8. Espécies 782 14.6. Espécies 824
9.9. Depósito de mercadorias em armazéns-gerais 783 14.7. Transporte de pessoas 824
9.10. Obrigações do depositante 784 14.8. Transporte de coisas 826
9.11. Obrigações do depositário 785 15. Contrato de seguro 829
9.12. Riscos 790 15.1. Definição 829
9.13. Extinção do contrato 790 15.2. Caracteres jurídicos 829
9.14. Depósito necessário 15.3. Requisitos subjetivos
ED LÁ
792 830
10. Contrato de mandato 795 15.4. Requisitos objetivos 831
10.1. Generalidades 795 15.5. Requisitos formais 832
10.2. Definição 797 15.6. Obrigações do segurado 833
D

10.3. Partes 797 15.7. Obrigações do segurador 834


10.4. Caracteres jurídicos 797 15.8. Acumulação de seguros ou seguro cumulativo 835
10.5. Requisitos subjetivos 798 15.9. Espécies de seguro 836
10.6. Requisitos objetivos 799 16. Contrato de constituição de renda 836
IT CI
'P

10.7. Requisitos formais 799 16.1. Definição 836


10.8. Aceitação 801 16.2. Partes 837
10.9. Classificação 802 16.3. Caracteres jurídicos 837
11.1. Definição 812 16.4. Sujeitos 838
11.2. Partes 16.5. Prestações
O D
812 838
11.3. Caracteres jurídicos 812 16.6. Extinção do contrato 839
11.4. Requisitos de validade 813 17. Contrato de jogo e aposta 840
11.5. Obrigações das partes 813 17.1. Definições 840
12. Contrato de agência e distribuição 814 17.2. Espécies 840
R O
12.1. Definição 814 17.3. Efeitos civis do jogo tolerado e proibido 841
12.2. Partes 815 18. Contrato de fiança 842
12.3. Caracteres jurídicos 815 18.1. Definição 842
A
12.4. Requisitos de validade 816 18.2. Caracteres jurídicos 842
12.5. Obrigações do agente 817 18.3. Requisitos subjetivos 843
12.6. Obrigações do preponente 817 18.4. Requisitos objetivos 843
12.7. Extinção do contrato 817 18.5. Requisitos formais 844
13. Contrato de corretagem 818 18.6. Regras especiais 844
13.1. Definição 818 18.7. Efeitos 844
13.2. Partes 818 18.8. Extinção da fiança 846
13.3. Espécies 818 18.9. Diferenças entre fiança e aval 846
13.4. Caracteres jurídicos 818 19. Transação 847
13.5. Requisitos de validade 819 19.1. Definição 847
13.6. Obrigações do corretor 820 19.2. Características 847
13.7. Obrigações do comitente 820 19.3. Natureza jurídica 847
13.8. Extinção do contrato 821 19.4. Requisitos 848
14. Contrato de transporte 822 19.5. Efeitos 848
14.1. Definição 822 20. Compromisso 849
20.1. Definição 849 3. Contrato de representação dramática 891
20.2. Espécies 849 3.1. Definição 891
20.3. Requisitos de validade 849 3.2. Partes 892
21. Contrato de sociedade 850 3.3. Tutela legal 892
21.1. Definição 850 3.4. Caracteres jurídicos 892
21.2. Natureza jurídica 851 3.5. Requisitos subjetivos 893
21.3. Diferenças entre sociedade 3.6. Requisitos objetivos 893
e condomínio (comunhão) 852
3.7. Requisitos formais 893
21.4. Elementos do contrato de sociedade 852
3.8. Obrigações do autor 893
21.5. Requisitos de validade contratual 853
3.9. Obrigações do empresário 893
21.6. Conteúdo do contrato social 854
3.10. Regra especial
ED LÁ
893
21.7. Classificação 855
3.11. Extinção 893
21.8. Sócios 860
4. Contrato de franquia 894
21.9. Gerência 864
4.1. Definição 894
22. Associações 877
D

4.2. Partes 894


22.1. Definição 877
4.3. Caracteres jurídicos 894
22.2. Natureza jurídica 877
4.4. Formação e extinção do contrato 895
22.3. Diferenças entre associação,
sociedade e condomínio 878 5. Contrato de concessão mercantil 895
IT CI
'P

22.4. Objeto 879 5.1. Definição 895


22.5. Nome 879 5.2. Partes 896
22.6. Constituição 879 5.3. Caracteres jurídicos 896
22.7. Direitos e deveres dos associados 880 5.4. Requisitos de validade 896
5.5. Prazo
O D
22.8. Administração 881 897
22.9. Extinção 882 5.6. Direitos e deveres do concedente 897
23. Diferenças terminológicas 883 5.7. Direitos e deveres do concessionário 898
5.8. Extinção do contrato 898
11. Fontes das obrigações: Contratos 6. Contratos fiduciários 898
R O
não tipificados no Código Civil 885
1. Contrato de parceria rural 885 6.1. Introdução 898
1.1. Definição 885 6.2. Contratos fiduciários em espécie 899
1.2. Caracteres jurídicos 885 6.2.1. Contratos fiduciários de garantia 901
A
1.3. Pontos comuns com outros contratos 886 6.2.2. Contratos fiduciários de administração 904
1.4. Partes 886 7. Contrato de conta corrente 909
1.5. Espécies 887 7.1. Definição 909
2. Contrato de edição 888 7.2. Partes 909
2.1. Definição 888 7.3. Caracteres jurídicos 909
2.2. Tutela legal 889 7.4. Requisitos de validade 910
2.3. Partes 889 7.5. Efeitos da conta corrente 910
2.4. Caracteres jurídicos 889 7.6. Extinção 911
2.5. Outras características 890 8. Contratos bancários 911
2.6. Requisitos subjetivos 890 8.1. Generalidades 911
2.7. Requisitos objetivos 890 8.2. Operações passivas 911
2.8. Requisitos formais 890 8.3. Operações ativas 913
2.9. Obrigações do autor 890 8.4. Outras operações bancárias 915
2.10. Obrigações do editor 890 9. Contrato de capitalização 917
2.11. Extinção 891 9.1. Definição 917
9.2. Partes 918 18.3. Requisitos de validade 937
9.3. Tutela legal 918 18.4. Efeitos 938
9.4. Natureza jurídica 918 18.5. Outras espécies de consórcio 941
9.5. Relações com outros contratos 918
9.6. Caracteres jurídicos 919 12. Fontes das obrigações:
9.7. Sociedades de capitalização 919 Atos unilaterais 943
1. Promessa de recompensa 945
9.8. Título de capitalização 920
10. Contrato de joint venture 920 2. Gestão de negócios 947
11. Contrato de arrendamento 2.1. Definição 947
mercantil ou leasing 920 2.2. Partes 947
11.1. Definição 920 2.3. Natureza jurídica 948
ED LÁ
11.2. Partes 921 2.4. Elementos 950
11.3. Tutela legal 921 2.5. Obrigações do gestor 951
11.4. Caracteres jurídicos 921 2.6. Obrigações do dono do negócio 952
11.5. Requisitos de validade 922 2.7. Aprovação 952
D

11.6. Modalidades 922 2.8. Casos afins 952


12. Contrato de know-how 923 2.9. Gestão imprópria 953
12.1. Definição 923 3. Pagamento indevido 953
IT CI
12.2. Partes 923
'P

12.3. Caracteres jurídicos 923 13. Fontes das obrigações: Atos ilícitos 963
12.4. Natureza jurídica 924 1. Generalidades e definição 963
12.5. Requisitos de validade 924 2. Elementos do ato ilícito 967
12.6. Obrigações das partes 925 2.1. Análise dos elementos do ato ilícito civil 968
O D
12.7. Extinção do contrato 925 2.2. Ação indenizatória 985
13. Contrato de engeneering 925 3. Responsabilidade por fato de outrem 988
14. Contrato de hedge 926 4. Responsabilidade por fato de coisa 990
15. Contrato de faturização ou factoring 928 5. Teorias subjetiva e objetiva
R O
15.1. Definição 928 da responsabilidade civil 990
15.2. Caracteres jurídicos 929 6. Responsabilidade civil do estado 997
15.3. Requisitos de validade 930 6.1. Definição 997
15.4. Extinção do contrato 930 6.2. Evolução histórica 997
A
16. Contrato de cartões de crédito 931 6.3. Fundamento doutrinário 998
16.1. Definição 931 6.4. Consequências 998
16.2. Caracteres jurídicos 931 6.5. Disposições legais: art. 37, § 6.º, da CF 998
16.3. Requisitos de validade 932 7. Diferenças entre algumas espécies
16.4. Espécies de cartão de crédito 933 de ilícitos (civil, penal, administrativo) 1000
16.5. Obrigações das partes 933 8. Abuso de direito 1002
16.6. Extinção do contrato 934 9. Enriquecimento ilícito 1012
17. Contrato de shopping centers 934
17.1. Definição 934 14. Liquidação das obrigações:
17.2. Partes 935 Concurso de credores 1021
1. Generalidades 1021
17.3. Características do contrato
de shopping center 935 2. Processo 1021
18. Contrato de consórcio 935 3. Concordata civil 1024
18.1. Definição 935 4. Saldo devedor da execução 1024
18.2. Tutela legal 937 5. Extinção das obrigações 1024
15. Direito das coisas: 8.2. Fundamento da proteção possessória 1194
Introdução. Propriedade 1025 8.3. Atentados contra a posse 1196
1. Introdução ao estudo do direito das coisas 1025 8.4. Objeto dos atentados 1196
2. Propriedade 1032 8.5. Instrumentos de proteção possessória 1196
2.1. Definição 1032 9. Função social da posse 1208
2.2. História, sociologia e política da propriedade 1035 10.1. Perda ou cessação da posse das coisas 1208
2.3. Fundamento da propriedade 1037 10.2. Perda ou cessação da posse dos direitos 1211
2.4. Elementos da propriedade 1039
2.5. Atributos da propriedade 1043 17. Direito das coisas: direitos
2.6. Função social da propriedade 1044 reais sobre coisas alheias 1213
1. Introdução 1213
2.7. Classificação 1048
ED LÁ
2. Direitos reais de uso e fruição 1213
2.8. Extensão da propriedade 1051
2.1. Direito real de enfiteuse 1214
2.9. Restrições à propriedade 1051
2.2. Direito real de servidão 1218
2.10. Proteção específica da propriedade 1053
2.3. Usufruto 1223
2.11. Domínio público 1054
D

2.4. Uso, habitação e direitos reais sociais 1228


2.12. Aquisição ou constituição da propriedade 1059
2.5. Direito real de superfície 1232
2.13. Propriedade imóvel 1061
2.6. Direito real de laje 1240
2.14. Propriedade móvel 1103
2.7. Direito real de uso do locatário 1252
IT CI
'P

2.15. Condomínio 1112


2.16. Multipropriedade 1129 3. Direitos reais de aquisição 1253
2.17. Incorporações 1137 3.1. Promessa irretratável de
compra e venda de imóvel 1253
2.18. Propriedade resolúvel 1137
3.2. Retrovenda 1254
2.19. Propriedade fiduciária 1141
O D
3.3. Direito de remancipação
2.19.1. Propriedade fiduciária do devedor fiduciante 1254
com escopo de administração 1141
3.4. Direito de preferência do locatário, do
2.19.2. Propriedade fiduciária condômino, do superficiário, do enfiteuta,
com escopo de garantia 1145 do ocupante de imóvel da União, do
vendedor na reserva de domínio 1255
R O
2.20. Perda ou cessação da
propriedade móvel e imóvel 1157 4. Direitos reais de garantia 1256
4.1. Teoria geral dos direitos reais de garantia 1256
16. Direito das coisas: posse 1165
4.2. Direitos reais de garantia em espécie 1260
1. Definição 1165
A
2. Natureza jurídica da posse 1174 18. Obra intelectual 1279
3. Objeto jurídico da posse 1177 1. Natureza jurídica e definição 1279
4. Classificação da posse 1178 2. Tutela legal 1281
4.1. Posse direta e indireta 1178 3. Direitos do autor 1281
4.2. Posse justa e injusta 1179 3.1. Direitos patrimoniais do autor 1281
4.3. Posse de boa-fé e de má-fé 1181 3.2. Direitos morais do autor 1282
4.4. Posse com justo título 3.3. Duração dos direitos patrimoniais do autor 1282
e posse com título justo 1182
3.4. Limitações aos direitos autorais 1283
4.5. Posse ad interdicta 1182
3.5. Cessão dos direitos de autor 1284
4.6. Posse ad usucapionem 1182
3.6. Violação dos direitos de autor 1285
5. Aquisição ou constituição da posse 1183
4. Registro das obras intelectuais 1285
6. Composse 1188
5. Obra intelectual na informática 1285
7. Efeitos da posse 1190
8. Proteção possessória 1194 19. Direito de família 1289
8.1. Observações preliminares 1194 1. Introdução 1289
2. Principiologia do Direito de Família 1294 7.11. Adoção 1362
2.1. Nota preliminar 1294 8. Poder familiar 1367
2.2. Princípio da dignidade humana 1294 8.1. Definição 1367
2.3. Princípio da função social da família 1295 8.2. Consequências do poder
2.4. Princípio do pluralismo 1295 familiar quanto à pessoa dos filhos 1367
2.5. Princípio da solidariedade 1296 8.3. Consequências do poder
familiar quanto aos bens dos filhos 1370
2.6. Princípio da proteção especial 1296
8.4. Cessação do poder familiar 1370
2.7. Princípio da igualdade 1297
8.5. Suspensão do poder familiar 1370
2.8. Princípio da dissolubilidade do vínculo 1300
8.6. Perda do poder familiar 1370
2.9. Princípio da afetividade 1300
9. Alienação parental 1371
2.10. Princípio da monogamia 1301
ED LÁ
10. Tutela 1373
3. Casamento 1302
10.1. Definição 1373
3.1. Definição 1302
10.2. Nomeação do tutor 1373
3.2. Natureza jurídica 1305
10.3. Espécies de tutela 1374
D

3.3. Caracteres jurídicos 1306


10.4. Incapacidade para o exercício da tutela 1374
3.4. Finalidades 1306
10.5. Pessoas que podem se escusar da tutela 1375
3.5. Casamento civil e religioso 1307
10.6. Exercício da tutela 1376
3.6. Habilitação para o casamento 1307
IT CI
10.7. Cessação da tutela 1377
'P

3.7. Impedimentos matrimoniais 1309


10.8. Prestação de contas 1377
3.8. Celebração do casamento 1315
11. Curatela 1377
3.9. Prova do casamento 1317
3.10. Efeitos do casamento 1318 11.1. Definição 1377
3.11. Regimes de bens 1321 11.2. Nomeação do curador 1378
O D
3.12. Extinção do casamento 1328 11.3. Prestação de contas 1379
3.13. Casamento inexistente 1336 12. Tomada de decisão apoiada 1379
3.14. Casamento irregular 1337 13. Guarda 1381
3.15. Casamento putativo 1337 13.1. Definição 1381
R O
4. União estável 1338 13.2. Titularidade da guarda 1382
5. Parentesco 1344 13.3. Efeitos da guarda 1386
5.1. Espécies de parentesco 1344 14. Alimentos 1387
5.2. Graus de parentesco 1347 14.1. Definição 1387
A
6. Afinidade 1349 14.2. Sujeito ativo e passivo de alimentos 1387
7. Filiação 1351 14.3. Prestação de alimentos 1389
7.1. Presunção de paternidade 1356 15. Ações de família 1392
7.2. Prova da maternidade 1357 20. Direito das sucessões 1395
7.3. Prova pela posse do estado de filho 1357 1. Introdução 1395
7.4. Contestação da paternidade 1358 1.1. Definições 1395
7.5. Impugnação ou desconhecimento 1.2. Objeto da sucessão 1398
da paternidade 1358
1.3. Histórico e fundamentos 1399
7.6. Contestação de maternidade 1358
1.4. Abertura da sucessão 1400
7.7. Ação de vindicação de estado
ou de filiação legítima 1359 1.5. Capacidade para suceder 1402
7.8. Ação de investigação de 1.6. Transmissão ou devolução da herança 1403
paternidade ou de maternidade 1359 2. Sucessão legítima 1409
7.9. Reconhecimento da paternidade 1359 2.1. Definição e generalidades 1409
7.10. Formas de procriação 1360 2.2. Ordem de vocação hereditária 1412
2.3. Exclusão de herdeiro indigno 1420
3. Sucessão testamentária 1423
3.1. Definição 1423
3.2. Generalidades sobre os testamentos 1424
3.3. Formas de testamento 1428
3.4. Codicilos 1432
3.5. Disposições testamentárias 1433
3.6. Herdeiros necessários e herança legítima 1440
3.7. Substituições 1442
3.8. Deserdação 1446
3.9. Legados 1447
ED LÁ
3.10. Execução dos testamentos 1450
3.11. Inexecução dos testamentos 1454
4. Liquidação e partilha da herança 1461
4.1. Inventário 1461
D

4.2. Partilha 1469


4.3. Holding familiar 1470

Referências 1473
IT CI
'P

O D
R O
A
CAPÍTULO I

Introdução
ED LÁ
D

1 . C o n c e i t o d e D i re i t o
A primeira ideia que devemos trabalhar é a de adaptação, adaptação
do homem a si próprio e ao meio em que vive. O ser humano, a fim de
IT CI
'P

realizar seus ideais, tem que se adaptar à natureza. Cria seu mundo cultural
e a ele se submete.1
Nesse afã de se adaptar, utiliza-se o homem de dois processos distintos. Se-
gundo estes processos, haverá dois tipos de adaptação humana, a interna e a externa.
O D
Adaptação interna é a orgânica, que se processa por meio dos órgãos do
corpo, sem a intervenção do elemento vontade.
Adaptação externa consiste em tudo aquilo que o homem constrói, comple-
mentando a natureza, em consequência de seu esforço, perspicácia e imaginação.
R O
Mas onde entra o Direito?
Para responder essa pergunta, carece analisar a relação humana com a
sociedade em seu duplo aspecto de adaptação: de um lado, o Direito ajuda
A
o homem a se adaptar às condições do meio; de outro lado, é o homem que
deve adaptar-se ao Direito, preestabelecido segundo suas próprias aspirações.
A vida em sociedade só é possível com organização, daí a necessidade
do Direito. A sociedade cria o Direito para formular as bases da justiça e se-
gurança. Mas o Direito não gera o bem-estar social sozinho. Seus valores não
são inventados pelo legislador, sendo, ao contrário, expressão da vontade social.
Se o Direito é fator de adaptação social, surgido da necessidade de or-
dem, justiça e segurança, caso a natureza humana atingisse nível supremo de
perfeição, sem dúvida alguma o Direito tenderia a desaparecer.
Em poucas palavras, o Direito não corresponde às necessidades indi-
viduais de cada pessoa. Corresponde sim a uma carência da coletividade de
paz, ordem e bem comum.

1
NADER. Introdução ao estudo do direito. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1992. p. 17 et seq.

17
Para o indivíduo e para a sociedade, o Direito não constitui fim em si
mesmo, mas apenas meio para tornar possível a convivência e o progresso social.
Nesse sentido, o Direito deve estar sempre se refazendo, de acordo com
a mobilidade social, pois só assim será instrumento eficaz na garantia do
equilíbrio e da harmonia social.
Mas é por intermédio de normas jurídicas que o Direito promove seus
objetivos. Normas são modelos de comportamento que fixam limites à atuação
humana, impondo determinadas condutas e sanções àqueles que as violarem.
É lógico que o Direito não pode e não deve absorver todos os atos e
manifestações humanos. Seu escopo é apenas o de zelar e promover a segu-
ED LÁ
rança e justiça nas relações sociais. Assim, não visa ao aperfeiçoamento do
homem, de que bem se incumbe a Moral.Tampouco pretende ligar o homem
a Deus. Esta é tarefa da Religião. E, por fim, não se preocupa em incentivar
D

o cavalheirismo e as boas maneiras, disto cuidando a Etiqueta.


O homem é ser social. Na concepção aristotélica, o homem, considerado
fora da sociedade, seria ou um bruto ou um Deus.2 Santo Tomás de Aquino,
partindo disto, elaborou três hipóteses para a vida fora da sociedade. Na pri-
IT CI
'P

meira, teríamos o indivíduo que, por má sorte – mala fortuna –, se veria alijado
do ambiente social. A literatura bem representa o caso com Robinson Crusoé.
Na segunda hipótese, a própria natureza afastaria o homem da sociedade. São
os casos de alienação mental – corruptio naturae. Enfim, na terceira hipótese se
O D
colocariam aqueles dotados de grande espiritualidade, como certos religiosos,
que vivem felizes, em completo isolamento. Trata-se da excellentia naturae.3
A conclusão é que, fora da sociedade, não há condições de vida para o ho-
mem. Estudá-lo apartadamente seria como estudar a física sem as leis da gravidade.
R O
Estudo que só ajudaria a provar a impossibilidade da vida fora da sociedade.
Examinando o fenômeno social, vemos que as pessoas e os grupos
interagem, a todo momento, na busca de seus objetivos. E esta interação
A
é percebida de três formas: enquanto cooperação, enquanto competição e
enquanto conflito.
Na cooperação, as pessoas buscam o mesmo objetivo, conjugando seus
esforços. A interação se manifesta direta e positivamente.
Em relação à interação social por cooperação, de grande importância foi
a tese de Duguit, chamada solidarismo social. Baseou-se na famosa divisão de
Durkheim das formas de solidariedade social: mecânica e orgânica.4 Resolveu
2
ARISTÓTELES. Nicomachean ethics. Great Books of the Western World. Chicago: University
of Chicago, 1952. p. 446 (1253a).
3
Excelência, elevação de espírito. AQUINATIS, St. Thoma. Summa theologiae. 3. ed. Matriti:
Biblioteca de Autores Cristianos. MCMLXI, 1, q. 96 a. 4 (p. 686-687).
4
TIRYAKIAN, Edward. Émile Durkheim. In: Bottomore; Nisbet. História da análise sociológica.
Rio de Janeiro: Zahar, 1980. p. 252 et seq. DURKHEIM, Émile. Divisão do trabalho social.
Os pensadores. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1985. Cap. II e III.

18
ele denominar a solidariedade mecânica de solidariedade por semelhança e a
orgânica de solidariedade por divisão do trabalho. A solidariedade por semelhança
se caracteriza pelo fato de todos os indivíduos de um grupo social conjuga-
rem seus esforços em um mesmo trabalho. Na solidariedade por divisão do
trabalho, a atividade global é dividida em tarefas. Se formos construir uma
casa, podemos nos reunir em grupo e todos fazermos o mesmo trabalho. Mas
também podemos dividir o processo de construção em tarefas, incumbindo
cada pessoa de uma delas.
Para Duguit, o Direito se revelaria como o agente capaz de garantir
a solidariedade social, sendo a lei legítima apenas quando a promovesse.5 A
ED LÁ
segunda forma de interação é a competição.
Nela, haverá disputa, em que uns procurarão excluir os outros. A inte-
ração é indireta e, quase sempre, positiva. Aqui, o Direito entra disciplinando
a competição, estabelecendo limites necessários ao equilíbrio e à justiça.
D

Finalmente, a terceira forma de interação é o conflito. Haverá impasse


que não se resolveu pelo diálogo, e as pessoas recorrem à agressão, ou buscam
a mediação da Justiça. Os conflitos são imanentes à sociedade. Dizia Heráclito
IT CI
'P

que “se ajusta apenas o que se opõe; a discórdia é a lei de todo porvir”.6 Em
relação ao conflito, o Direito opera por dois lados: primeiramente, prevenindo;
de outro lado, solucionando.
Mas que é direito? Qual o significado dessa palavra tão corriqueira?
O D
Como poderíamos definir o termo direito, enquanto objeto de nossos estudos?
De início, deve ficar claro que a palavra direito é polissêmica, ou seja, tem
várias acepções. Daí decorre que direito tem várias definições, dependendo
da acepção sob análise. Seria errôneo dar apenas uma definição para direito.
R O
Devem ser dadas tantas definições quantos forem os sentidos do vocábulo.
Para definirmos o objeto de estudo direito, devemos, antes, entender a
diferença entre ideia, conceito e definição.
Ideia é a representação mental de determinado objeto.
A
Conceito é a expressão mental do objeto, sem nenhuma tentativa de explicá-lo,
de distingui-lo de outros objetos. A tarefa de explicar e distinguir é da definição.
Definição é, pois, a explicação do conceito. Procura-se indicar o gênero
próximo, ou seja, com que o objeto se parece, e a diferença específica, isto é,
em que o objeto se distingue de seus similares em gênero.
Assim, ao vermos uma cadeira, fazemos dela uma ideia, formulamos um
conceito – isto é uma cadeira – e elaboramos uma definição – é peça de mobília
(gênero próximo), composta de pés e parte rasa, em que se senta (diferença específica).
As definições podem ser nominais ou reais, também chamadas de lógicas.
5
DUGUIT, Léon. Traité de droit constitutionnel. 3. ed. Paris: Anciènne Librairie Fontemoing,
1927. t. I, p. 86 et seq.
6
HERÁCLITO. Fragmentos. Pré-socráticos. Os pensadores. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1985.
p. 80.

19
Chamam-se nominais por se preocuparem com o significado da palavra em
função do nome dado ao objeto.As nominais serão etimológicas ou semânticas.

1.1. Definição etimológica de Direito


A palavra direito vem do latim directum, que significa aquilo que é reto.
Directum, por sua vez, vem do particípio passado do verbo dirigere que significa
dirigir, alinhar.
O termo direito foi introduzido, com esse sentido, já na Idade Média,
aproximadamente no século IV. A palavra usada pelos romanos era ius. Quanto
a esta, os filólogos não se entendem. Para alguns, ius vem de iussum, particípio
ED LÁ
passado do verbo iubere, que quer dizer mandar, ordenar. O radical, para eles,
seria sânscrito, Yu (vínculo). Para outros, ius estaria ligado a iustum, aquilo
que é justo, tendo seu radical no védico Yos, significando aquilo que é bom.
D

As várias línguas ocidentais usam o mesmo radical – aquilo que é reto,


correto – para identificar o termo direito. Em francês, droit; em alemão, Re-
cht; em espanhol, derecho; em italiano, diritto; em russo, pravo (право), também
IT CI
significando o que é correto; em inglês, right, apesar de mais usado o termo
'P

law, do latim lex – lei.

1.2. Definição semântica de Direito


O D
A semântica procura definir direito por seus vários sentidos. Assim, pri-
meiramente, a palavra significa aquilo que é reto; em segundo lugar, aquilo
que é conforme as leis; em terceiro lugar, conjunto de leis; em quarto, a
ciência que estuda as leis; em quinto, a faculdade, o poder de cada indivíduo
R O
de exigir o que é seu.
Vistas as definições nominais, passemos às definições reais.
As definições reais ou lógicas fixam a essência do objeto, fornecendo suas
características básicas, procurando seu gênero próximo e sua diferença específica.
A
Definindo direito desta forma, teríamos um milhão de definições con-
forme o autor. Examinemos alguns.
Para Caio Mário, “é o princípio de tudo o que é bom e justo para a
adequação do homem à vida social”.7
Radbruch define direito como “o conjunto das normas gerais e positivas,
que regulam a vida social”.8
Segundo Paulo Nader, “é um conjunto de normas de conduta social,
imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo
os critérios de Justiça”.9

7
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense,
1996. vol. 1, p. 5.
8
RADBRUCH, Gustavo. Filosofia do direito. 3. ed. Coimbra: Coimbra, 1953. p. 99-112.
9
NADER. Op. cit., p. 17 et seq.

20
Na definição de Paulo Nader, de Radbruch e de Caio Mário, temos
o gênero próximo: princípio de tudo o que é bom e justo e conjunto de normas, o
que aproxima o Direito da Moral, da Religião e da Etiqueta. Mas apenas na
definição de Paulo Nader e de Radbruch temos a diferença específica: imposto
coercitivamente pelo Estado – normas positivas, o que diferencia o Direito da Mo-
ral, da Religião e das normas de trato social, também denominadas Etiqueta.
Todas essas definições apenas denotam um dos sentidos da palavra
direito, ou seja, direito enquanto norma, princípio.
Há, entretanto, outras definições reais que ficaram famosas, ao
longo da história.
ED LÁ
Para Celso, jurisconsulto romano do século I d.C., “O direito é a arte
do bom e do justo”.10
Na opinião de Dante, poeta e pensador italiano do século XIII, “O
D

direito é a proporção real e pessoal de um homem em relação a outro, que,


se observada, mantém a sociedade em ordem; se corrompida, corrompe-a”.11
Segundo Hugo Grócio, jurisconsulto holandês do século XVII,“o direito
é o conjunto de normas ditadas pela razão e sugeridas pelo appetitus societatis”.12
IT CI
'P

Nas palavras de Kant, filósofo alemão do século XVIII, “direito é o


conjunto das condições, segundo as quais o arbítrio de cada um pode coe-
xistir com o arbítrio dos outros, de acordo com uma lei geral de liberdade”.13
Na concepção de Rudolf von Jhering, jurista alemão do século XIX,
O D
“direito é a soma das condições de existência social, no seu amplo sentido,
assegurada pelo Estado através da coação”.14
Concluindo, temos que a palavra direito pode ser usada em várias
acepções. Ao dizermos que “o Direito é nossa disciplina favorita”, usamos
R O
a palavra no sentido de ciência do Direito. Quando falamos que o Direito
não foi bem aplicado, empregamos o termo no sentido de norma. Ao nos
reportarmos a certa pessoa como indivíduo direito, queremos dizer ser ela
A
justa, correta. Às vezes, nos referimos ao Direito de certo país – Direito
Brasileiro, Francês etc. Neste sentido, utilizamos a palavra enquanto orde-
namento jurídico, ordem jurídica ou sistema jurídico. Quando falamos que
o credor tem o direito de receber, referimo-nos à faculdade inerente a ele,
credor, de exigir o pagamento.

10
CELSUS. Digestum. Lib. I, Tit. I, 1. Tradução livre do original: “ius est ars boni et aequi”.
11
ALIGHIERI, Dante. De monarchia. Madrid: Instituto de Estudios Políticos, 1947. p. 119.
Tradução livre do original:“ius est realis ac personalis hominis ad hominem proportio, quae servata
societatem servat, corrupta corrumpit”.
12
GROCIO, Hugo. Del derecho de la guerra y de la paz. Madrid: Reus, 1925. p. 44 et seq.
Tradução livre: “Apetite de viver em sociedade”.
13
KANT, Immanuel. The science of right. Great Books of the Western World. Chicago: University
of Chicago, 1952. p. 397.
14
JHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1992. p. 3-4.

21
CAPÍTULO II

O Direito Civil no Sistema


Jurídico Romano-Germânico
ED LÁ
D

1. Generalidades
O Direito Brasileiro é filho de grande família jurídica com ramificações
IT CI
'P

em todo o mundo. Trata-se da família romano-germânica. Nos dizeres de


René David “os direitos da família romano-germânica são os continuadores
do direito romano, cuja evolução concluíram”.1
Existem três grandes famílias ou sistemas do Direito contemporâneo:
O D
a Common Law, na Grã-Bretanha e colônias ou ex-colônias; o sistema so-
viético, em fase de transmutação nos antigos países socialistas, e o sistema
romano-germânico.
Mas por que a denominação “Direito Romano-Germânico”, uma vez
R O
que se trata de continuador do Direito Romano?
Ora, a resposta é bem simples. Como veremos, quando Roma caiu nas
mãos dos bárbaros de origem germânica, estes absorveram grande parte do
A
Direito Romano, misturando a ele, porém, os seus próprios costumes jurídicos.
Posteriormente, já na Baixa Idade Média, redescobriu-se o Direito Romano,
que foi fonte importantíssima na criação do Estado Nacional absolutista. Daí
se falar em Sistema Jurídico Romano-Germânico, fruto da fusão do Direito
Romano, em doses preponderantes, é lógico, com o Direito dos conquistadores
bárbaros. Dessa fusão se originou o Direito Português e seu filho, o brasileiro.
Hoje em dia, o Direito Romano-Germânico se espalhou para lá das
fronteiras do antigo império conquistado. Além de ser o Direito de toda a
Europa continental, conquistou a América Latina, parte da África, países do
Oriente Próximo, o Japão e a Indonésia.
1
Tradução do trecho de René David:
“Les droits de la famille romano-germanique sont les continuateurs du droit romain, dont ils ont par-
fait l’évolution.” (DAVID, René. Les grands systèmes du droit contemporains. 2. ed. Paris: Dalloz,
1966. p. 29 et seq.)

47
Vejamos algumas das características mais importantes dessa grande família.
A característica principal, além das fontes históricas, é a preponderância
do Direito escrito, que tende a provocar confusão entre Direito e Lei.
Outra característica importante é a técnica de codificação adotada nos
séculos XVIII e XIX por todos os países romano-germânicos. No Brasil, po-
demos citar vários exemplos: o Código Civil, tratando das relações privadas;
o Código Penal, cuidando dos delitos e das penas; o Código do Consumidor,
estruturando as relações de consumo, e assim por diante.
Terceira característica desses direitos são suas fontes. Fontes do Direito
são mananciais em que buscamos normas jurídicas. São poços dos quais jor-
ED LÁ
ram normas de conduta.
As fontes se dividem em fontes materiais e fontes formais. Aquelas con-
sistem no fundamento das normas, podendo ser, assim, históricas, sociológicas,
D

psicológicas, políticas etc. Qual seria o fundamento, ou seja, a fonte da norma


constitucional que consagra o direito de propriedade? Podemos apontar vários
fundamentos (fontes). Dependendo do ângulo de análise, a fonte poderia ser
econômica, e diríamos que o fundamento da propriedade, por este prisma,
IT CI
'P

seria a escassez; de um ponto de vista biológico, o fundamento (a fonte) da


norma seria a luta pela sobrevivência; a fonte política seria a luta pelo poder,
facilitada pela riqueza; e assim por diante.Vê-se, pois, que as fontes materiais
são várias, dependendo do ponto de vista.
O D
As fontes formais, por sua vez, são também várias e dizem respeito à
materialização da norma, a sua positivação, quando passa a integrar um sistema
normativo, denominado ordenamento jurídico. A norma jurídica se mate-
rializa, passando a vigorar, de várias maneiras, seja através da lei escrita, seja
R O
através dos costumes, da jurisprudência, da doutrina etc. A mais importante,
em nosso sistema (de forte base romano-germânica), é a lei escrita. Daí di-
zermos ser a lei a fonte principal, imediata do Direito, e as demais, costumes,
A
jurisprudência, doutrina e outras, fontes subsidiárias, mediatas. Essas fontes
mediatas são também fontes importantes porque acabam por retroalimentar
o sistema jurídico positivo, ampliando ou restringindo seu alcance.
Fica uma pergunta no ar: seria possível solucionar um problema jurídico
baseando-se apenas em fontes materais e/ou formais mediatas? Seria possível,
por exemplo, o juiz decidir um litígio baseado tão somente em fontes ma-
teriais e/ou formais mediatas, sem se importar com os fundamentos legais?
A meu ver, no sistema jurídico brasileiro, dados os limites da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro e da própria Constituição, a
resposta só pode ser negativa. Toda solução de questões jurídicas, mormente
as judiciais, devem ter embasamento legal, ainda que se possam enriquecer,
fazendo referência às fontes materiais e/ou formais mediatas, principalmen-
te a jurisprudência e a doutrina. No mais, segundo a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, toda decisão, seja judicial ou administrativa

48
deverá analisar os efeitos jurídicos práticos, numa clara perspectiva de análise
econômica do Direito.
As normas se dividem em princípios e regras. A definição do que seja
princípio é complicada, importando a adoção dessa ou daquela teoria. Mais
complicado ainda é estabelecer sua natureza. Sem adentrar o debate em torno
do tema, podemos dizer de forma bem simples que princípios podem ser
entendidos como postulados que fundamentam, como mandados de otimiza-
ção, como razões primeiras, servindo de alicerce para todo o sistema jurídico,
ou para parte dele. Podem ser definidos, de maneira bem simplificada, como
normas gerais e fundantes. Gerais, porque se aplicam a vários problemas
ED LÁ
concretos; fundantes, porque deles se pode extrair subprincípios e regras. Por
exemplo, o princípio da autonomia privada é um dos sustentáculos do Direito
Contratual. Consiste este princípio na liberdade de as pessoas regularem, atra-
D

vés de contratos, seus interesses, respeitados os limites legais. É princípio de


proteção do cidadão contra a interferência abusiva e arbitrária do Estado. Os
contratos são um fenômeno da autonomia privada, em que é dado às partes se
imporem elas mesmas normas de conduta, na medida do possível sem limites
IT CI
'P

impostos pelo Estado, que não a boa-fé, a função social, os bons costumes
(boas práticas) e o interesse público. A todo instante se invoca esse princípio
para dirimir dúvidas e solucionar conflitos em matéria contratual. Dele se
pode extrair vários subprincípios, como o da obrigatoriedade contratual. Ora,
O D
se duas pessoas, no exercício de sua autonomia, celebram um contrato dentro
dos limites legais, estarão obrigadas a cumpri-lo. Do princípio da autonomia
privada e de seus subprincípios pode extrair-se também várias regras, como
por exemplo, a de que é válida a transmissão da vontade via e-mail. Se as partes
R O
contratantes, no exercício de sua autonomia, escolheram a via eletrônica para
se comunicarem, e sendo esta via hábil a fazer com que a vontade de um dos
contratantes chegue ao conhecimento do outro, é válida a via.
A
As regras, por seu turno, não são gerais e fundantes como os princípios.
Dizem respeito a problemas específicos, como a regra que trata da forma
especial pela qual se deve celebrar o contrato de compra e venda de imóveis,
como a que fixa os dizeres que deve pronunciar o celebrante, para declarar
os noivos casados etc.
Havendo contradição, ou seja, antinomia entre princípios e regras, de-
vem prevalecer os princípios, segundo a melhor doutrina. Havendo, porém,
antinomia entre dois princípios, deve prevalecer aquele que melhor solucione
o caso concreto, de modo a que seja feita a justiça.
Vejamos dois exemplos. Se um contrato de locação estabelecer que as
benfeitorias, por mais necessárias, só serão indenizadas, caso o locador as autorize,
o que deverá prevalecer, se o locatário implementar as ditas benfeitorias, mesmo
sem autorização do locador, a regra contratual ou o princípio do enriquecimento
sem causa? Evidentemente, prevalece o princípio do enriquecimento sem causa.

49
Partamos do mesmo exemplo, para analisarmos o choque de dois prin-
cípios. No caso acima, não se poderia dizer que a regra inserida no contrato
(as benfeitorias necessárias teriam que ser aprovadas pelo locador para ser
indenizadas) integra a autonomia privada? Por outros termos, a validade dessa
cláusula não poderia ser defendida com base nos princípios da autonomia
privada e da liberdade contratual? Haveria, assim, um conflito de princípios:
de um lado, o princípio da autonomia privada (e o da liberdade contratual,
dele decorrente); do outro lado, o princípio do enriquecimento sem causa.
Qual dos dois deverá prevalecer? No problema dado, entende-se que deva
prevalecer o princípio do enriquecimento sem causa. Não por ser hierarqui-
ED LÁ
camente superior aos demais, mas porque, diante do problema concreto, não
seria de bom alvitre se permitir que, com base no princípio da autonomia
privada, uma parte contratante pudesse se locupletar da outra. A autonomia
D

privada e a liberdade contratual não podem servir de soclo ao enriquecimento


ilegítimo de uma parte em detrimento da outra.
Partindo, assim, da ideia de norma jurídica (princípios e regras), e sem
entrar em maiores controvérsias, poderíamos destacar como fontes normativas
IT CI
'P

formais do Sistema Romano-Germânico a lei escrita, os costumes, a juris-


prudência, a doutrina, a dogmática, os valores constitucionais e os princípios
gerais do Direito.2
Leis, no sentido aqui e usualmente empregado, são normas escritas. É nas
O D
leis que, em primeiro lugar, buscamos solução para problemas que surgem em
nosso dia a dia. São as leis que trazem solução para conflitos e traçam vários dos
caminhos a serem percorridos pela sociedade. São elas, pois, fonte de Direito.
Os costumes são usos e práticas tão habituais e constantes que se tor-
R O
nam normas observadas por todos. Quando uma questão importante não
se encontre solucionada em lei, a sociedade procura resposta nos costumes.
Várias práticas comerciais já viraram costumes, adquirindo até mesmo força
A
obrigatória em determinada praça. Costumes, portanto, também são fontes
de Direito, desde que segundo a Lei (secundum legem) ou além da Lei (praeter
legem). Secundum legem é o costume que decorre da Lei, como o prazo esti-
pulado no § 2.º do art. 445 do CC, que dispõe que, tratando-se de venda de
animais, os prazos para reclamar por defeito de origem serão os estabelecidos
pelos costumes locais. Por conseguinte, se A compra um touro reprodutor
de B e verifica que se cuide de animal estéril, terá quanto tempo para recla-
mar? De acordo com a regra do § 2.º do art. 445 do CC, o prazo será aquele
estabelecido em lei especial, ou na falta dela, pelos costumes locais, sendo o
próprio Código Civil aplicado em terceiro lugar.
2
Mais sobre o tema, ver GALUPPO, Marcelo. Os princípios jurídicos no estado democrá-
tico de direito: ensaio sobre o modo de sua aplicação. Revista de Informação Legislativa. n.
143. Brasília: Senado Federal, jul.-set. 1999. Do mesmo autor, Igualdade e diferença. Belo
Horizonte: Mandamentos, 2002.

50
O costume praeter legem é aquele que supre uma lacuna da Lei. Se não
houver norma legal, aplicam-se os costumes locais. Logicamente, o costume
não pode ser contra a Lei (contra legem), sob pena de não ser exigível. É o caso
do costume de se aceitarem cheques pré-datados, que só será respeitado se o
credor assim o desejar, uma vez que a Lei do Cheque garante seu pagamento
sempre à vista, ainda que a data seja posterior a sua apresentação. O costume
é, pois, contra legem e será respeitado se o credor (pessoa que receba o cheque
pré-datado) assim o quiser.
Jurisprudência é o universo de decisões da magistratura, ou seja, dos
juízes e tribunais. É fonte de Direito na medida em que, muitas vezes, cria
ED LÁ
soluções não encontradas na lei, nos costumes, na doutrina ou em qualquer
que seja a fonte.
Doutrina é opinião de doutos, chamados juristas. É fonte de Direito
D

porque propõe soluções, inova, interpreta e preenche lacunas.


A jurisprudência e a doutrina são fontes do Direito, porque considera-
mos o sistema jurídico como sistema aberto, dinâmico, que admite milhares
de formas de interpretação, conforme exigirem as circunstâncias do caso
IT CI
'P

concreto. Neste sentido, doutrina e jurisprudência realimentam o sistema


com nova visão sobre antigas normas. O sistema, assim, estará em constante
movimento, como, de resto, a sociedade que visa regular.
Próxima da doutrina, a bem da verdade, quase que com ela se confun-
O D
dindo, está a dogmática. Consiste esta no conjunto de conceitos estabelecidos
por anos, séculos mesmo, de construção doutrinária e jurisprudencial. Como
exemplo, o conceito de contrato, de negócio jurídico, de prescrição e deca-
dência etc. Às vezes, é a dogmática que informará o intérprete.Vejamos um
R O
exemplo: o Código Civil não dispõe expressamente que as benfeitorias sejam
bens acessórios (art. 96), nem se preocupa em definir o que seja benfeitoria.
Sabemos o que são e que têm natureza de bens acessórios por assim afirmar
A
a dogmática, com base na própria natureza das benfeitorias e na lógica do
sistema. O Código de 1916 não diferenciava os prazos do art. 178, entre
prescricionais e decadenciais. Como sabíamos, então, distingui-los uns dos
outros? A dogmática nos fornecia a resposta, com base no conceito firmado
de prescrição e de decadência. Dogmas são, assim, conceitos elaborados com
base no ordenamento e legitimados em virtude de sua capacidade de resolver
problemas práticos,3 como ficou demonstrado nos exemplos acima.
Valores constitucionais são aqueles consagrados na Constituição. A partir
deles, muitas normas podem ser formuladas, reformuladas, interpretadas e
reinterpretadas. Exemplo seria a dignidade humana, consagrada logo no art.
1º, III, da CF. Com base nesse valor, pode-se formular várias normas, como
o próprio princípio da função social da propriedade.

3
PERLINGIERI, Pietro. Perfis do direito civil. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1997. p. 60.

51
Por fim, os princípios gerais do Direito também são fontes jurígenas.
Deles, como vimos acima, podem ser extraídos outros princípios e regras.
Na atualidade, a importância dos princípios aumentou. São várias as razões,
dentre as quais destacamos duas, talvez as mais relevantes. A primeira é o pró-
prio Estado Democrático de Direito, sob cuja égide pretende viver o Brasil
contemporâneo. Segundo o paradigma do Estado Democrático de Direito,
todo o ordenamento se submete aos valores e princípios constitucionais,
mesmo que não claramente escritos, expressos, desde que se os possa extrair
da lógica e dos valores do sistema constitucional. Outra razão é a revolução
por que vem passando a hermenêutica, que destaca cada vez mais o trabalho
ED LÁ
do intérprete, que se deve basear cada vez mais nos princípios, a fim de obter
a justiça no caso concreto, mesmo porque, havendo contradição entre um
princípio e uma regra, prevalece aquele. Os princípios podem ser fontes por
D

serem mananciais de outros princípios e regras. Mas qual a fonte dos prin-
cípios primeiros, como o da autonomia privada? É uma das outras fontes do
Direito: a lei escrita, os costumes, os valores constitucionais, a jurisprudência
ou a doutrina.
IT CI
'P

A quem confunda valores e princípios. São conceitos distintos. De


acordo com Georg Henrik von Wright, os conceitos práticos dividem-se em
três grupos: i) os deontológicos: conceitos de dever, proibição, permissão e de
direito a algo (deôntico: dever ou dever-ser); ii) os axiológicos (teleológicos):
O D
conceitos ligados à valoração do que seja bom (os conceitos axiológicos são
utilizados quando algo seja classificado como bonito, corajoso, seguro, eco-
nômico, democrático, social, liberal ou compatível com o Estado de Direito);
e iii) os antropológicos: são conceitos de vontade, interesse, necessidade,
R O
decisão e ação.
Com base nessa classificação, Robert Alexy assevera que os princípios são
mandamentos de otimização (impõem um dever-ser) e, por isso, pertencem ao
A
âmbito deontológico; os valores, por sua vez, pertencem ao âmbito axiológico.4
A diferença entre princípios e valores se resume a um ponto: aquilo que,
na esfera dos valores, for, prima facie, o melhor; na esfera dos princípios, será,
prima facie, o devido; e aquilo que, na esfera dos valores, for definitivamente o
melhor; na esfera dos princípios, será definitivamente o devido.
Princípios e valores diferenciam-se, portanto, somente em virtude de sua
natureza deontológica, no primeiro caso, e axiológica no segundo.
Pode-se sustentar que os princípios constituem a expressão dos valores
fundamentais que informam o sistema jurídico, conferindo harmonia e uni-
dade às normas que o compõem. Os valores são dotados de menor norma-
tividade que os princípios e as regras, mas podem ser utilizados como fonte
de interpretação do sistema jurídico.

4
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 153.

52
Os valores superiores adotados em dada sociedade política, ditados pelos
reais fatores de poder, são a essência dos princípios consagrados constitucio-
nalmente, dotando estes últimos de legitimidade normativa, para que sejam
atingidos os fins almejados pela coletividade.
Os valores constitucionais apresentam conteúdo axiológico funda-
mentador da interpretação do ordenamento jurídico (“o que é melhor”),
enquanto os princípios são construídos em linguagem normativa (deôntica),
refletindo “o que é devido”, mas sem expressar a essência que torna a sua
aplicação necessária.
Por esse prisma, os valores constitucionais, que são a base axiológica
ED LÁ
dos princípios, apresentam uma tríplice função: i) são o fundamento do
ordenamento jurídico e informadores do sistema jurídico-político; ii) são
orientadores dos fins a serem perseguidos na execução de atos públicos e
D

particulares; e iii) constituem críticas de fatos ou condutas.5


Alguns juristas incluem dentre as fontes do Direito a analogia. Reputo
equivocada essa opinião. Ora, analogia é método, seja de interpretação, seja de
integração do Direito. Momentos há em que a lei não regulamenta determi-
IT CI
'P

nado instituto, como é o caso do contrato de fidúcia. Teremos, então, lacuna


na lei. Como resolver questão envolvendo fidúcia se não há lei regulando a
matéria? Usa-se processo analógico, aplicando-se normas que, por analogia,
possam enquadrar-se ao caso. Com base nisso, vários juristas dizem ser a ana-
O D
logia fonte de Direito. Na verdade, a fonte, no caso, não foi a analogia, mas
sim a própria Lei, que se integrou ao fato concreto por processo analógico.
Mais sobre o tema das fontes, veremos ao tratar da interpretação do
Direito, no Capítulo III.
R O
Vimos, até agora, que o Direito Civil é ramo do Direito Privado, incluso
no Sistema Jurídico Romano-Germânico. Mas que é Direito Civil?
Ora, o termo Direito Civil foi-nos herdado do Direito de Roma. Os
romanos chamavam de Direito Civil – Ius Civile – todo o Direito que re-
A
gulava a sociedade romana, ou seja, a sociedade dos cidadãos romanos. Daí o
termo Direito Civil, isto é, Direito da Cidade de Roma, aplicado aos cidadãos
romanos. Os romanos tampouco faziam qualquer distinção entre os ramos
atuais do Direito. Para eles, eram desconhecidos os termos Direito Penal,
Constitucional, do Trabalho, Comercial etc.Tudo isso era chamado de Direito
Civil. Podemos concluir num paralelo que, para os romanos, Direito Civil
soava da mesma maneira que, para nós, soa Direito Brasileiro.
Com o tempo e a evolução das letras jurídicas, o Direito foi se especiali-
zando e sendo dividido em ramos. Foi então que o termo Direito Civil passou
a designar aquele ramo do Direito Privado que regula relações entre particulares.
5
COELHO, Emerson Ghirardelli. Princípios e valores constitucionais no estado democrático
de direito. Disponível em:[http://jus.com.br/artigos/32170/principios-e-valores-consti-
tucionais-no-estado-democratico-de-direito]. Acesso em: 07.06.2015.

53
Antes de prosseguirmos, é essencial que esclareçamos alguns pontos.
O primeiro deles é a diferença entre Direito Civil e Direito Processual
Civil, duas ciências totalmente distintas.
Direito Civil, como já vimos, é ramo do Direito Privado que regula rela-
ções jurídicas entre particulares. Já Direito Processual Civil é ramo do Direito
Público que regula o processo pelo qual se deduz judicialmente uma pretensão.
Assim, o Direito Civil estabelece que o credor tem direito de receber
o que lhe seja devido pelo devedor. Mas e se o devedor não pagar esponta-
neamente? Neste caso, o credor recorrerá ao Direito Processual Civil para se
inteirar do processo que deverá seguir, a fim de forçar o devedor a lhe pagar.
ED LÁ
O segundo ponto que devemos esclarecer é a diferença entre os adje-
tivos civil e cível.
Embora na prática quotidiana os dois termos possam se confundir, em
D

tese são diferentes. Civil diz respeito a cidadão. Dessa forma, Direito Civil
poderia ser traduzido como Direito do cidadão. Assim é em alemão, bürgerliches
Recht, e em russo, гражданское право.
Cível diz respeito a Direito Civil. Daí, vara cível, ou seja, vara especia-
IT CI
'P

lizada em Direito Civil.


O Direito Civil não vive isolado no mundo jurídico. Mantém íntimas
relações com outros ramos jurídicos, ora contribuindo, ora aceitando con-
tribuições. No Direito Constitucional busca, por exemplo, respaldo para a
O D
proteção dos interesses individuais, da propriedade privada, dos direitos da
personalidade etc. Confere a ele, a seu turno, o conceito de pessoa, de proprie-
dade e muitos outros. É no Direito Constitucional que deve ser baseada toda
a interpretação das leis privadas; nos princípios e valores constitucionalmente
R O
adotados. O principal, a dignidade da pessoa humana.
Com o Direito Penal, relaciona-se de perto. Aliás, as origens do Direito
Penal encontram-se no Direito Civil. Foi da teoria da responsabilidade por
A
atos ilícitos que os penalistas partiram a fim de criar o Direito Penal, hoje, sem
dúvida, ramo autônomo, com princípios próprios. Apesar disso, é do Direito
Civil que vem o conceito de pessoa, de bem, de esbulho etc.
O Direito Tributário é também filho do Direito Civil. Nada mais é que
o Direito das Obrigações adaptado à esfera pública dos tributos, em que, num
primeiro momento, o Estado figura como credor, e o contribuinte como de-
vedor. Aplicam-se a ele quase todos os institutos do Direito das Obrigações,
regidos, é lógico, por princípios de Direito Público.
Ainda na área do Direito Público, relacionam-se de perto Direito Civil
e Administrativo. É do Direito Civil que o Direito Administrativo extrai as
bases da teoria dos atos e contratos administrativos, por exemplo. Mas, como
é evidente, não obstante serem as bases idênticas, o Direito Administrativo
se orienta pelo interesse público, enquanto o Direito Civil segue orientação
diversa, calcada nos interesses privados.

54
Finalmente, os dois filhos mais importantes do Direito Civil são, talvez,
o Direito Empresarial e do Trabalho.
Com o Direito Empresarial forma conjunto harmônico. Este nada
mais é que releitura do Direito das Obrigações, adaptada à vida empresarial.
Cientificamente, todavia, não se sustenta a separação. Direito Civil e Empre-
sarial são faces da mesma moeda. São a mesma coisa. A tendência moderna
é no sentido de unificá-los, corporificando-os num só Código. Assim é, por
exemplo, no Brasil. O Código Civil de 2002 admitiu um novo livro, o do
Direito de Empresa (arts. 966 a 1.195), e revogou a primeira parte do Código
Comercial de 1850 e todas as disposições da legislação comercial que com
ED LÁ
ele (Código Civil) forem incompatíveis.
O Direito do Trabalho é fruto dos tempos modernos, da sociedade in-
dustrial. Até então, regiam as relações entre patrão e empregado as normas do
D

contrato de prestação de serviços, ainda em vigor no texto do Código Civil.


Mas essas normas, com o passar dos anos, foram tornando-se insuficientes
para regular as relações empregatícias, sendo necessária, pois, a criação de
leis especiais. Assim surgiu o Direito do Trabalho, que, hoje, consolidado por
IT CI
'P

pujante doutrina, ganhou autonomia científica e princípios próprios.


Vistas as relações do Direito Civil com alguns dos outros ramos do
Direito Positivo, tomemos o estudo de sua estrutura interna. De que cuida
o Direito Civil?
O D
Já dissemos que o Direito Civil cuida das relações entre os particulares,
pessoas de Direito Privado, sejam físicas ou jurídicas. É pouco, porém. Deve-
mos estudar mais alguns detalhes.
Seguindo, mais ou menos, as Instituições de Justiniano, de dezembro de
R O
533 d.C., tratava o Código Civil de 1916, em primeiro lugar, das pessoas e
dos bens, traçando-lhes o perfil, estruturando suas bases. Em seguida, cuidava
das relações e situações jurídicas em que podiam se envolver pessoas e bens.
A
Fazia-o de modo genérico, impondo limites, requisitos de validade, examinado
seus defeitos e os modos como se extinguem. A partir daí, o Código Civil
abordava as relações interindividuais. Primeiramente, as de família, no Direito
de Família. Em segundo lugar, as relações entre indivíduos, bens e sociedade,
no Direito das Coisas. Em terceiro lugar, abordava as relações creditícias, pa-
trimoniais, entre credor e devedor, no Direito das Obrigações. Finalmente,
em quarto e último lugar, cuidava da transmissão do patrimônio do morto a
seus sucessores, no Direito das Sucessões.
O Código Civil de 2002, seguindo a tradição germânica, mudou a ordem
das matérias na Parte Especial. Hoje, temos em primeiro lugar o Direito das
Obrigações; depois, o Direito de Empresa; em seguida, o Direito das Coisas;
o Direito de Família e, por último, o Direito das Sucessões. Aliás, esta era a
ordem adotada na maioria dos cursos de Direito, em nosso país, por ser vi-
sivelmente mais didática.

55
2021 2021
1. Introdução tação de serviço • Contrato de empreitada • Contrato de depósito • Contrato de
mandato • Contrato de comissão • Contrato de agência e distribuição • Contrato
Publicando desde 2013, a Editora Conceito de Direito • Instrumentos de controle social • Direito e justiça
de corretagem • Contrato de transporte • Contrato de seguro • Contrato de cons-
• Acepções do Direito
D’Plácido, que é especializada em tituição de renda • Contrato de jogo e aposta • Contrato de fiança • Transação •
2. O dire ito civil n o siste ma Compromisso • Contrato de sociedade • Associações • Diferenças terminológicas
literatura jurídica, já conta com ju rídico Ro man o -Ge rmân ico
11. Fo ntes da s obrig a ções : con tratos
nomes reconhecidos no cenário Generalidades • Direito romano • Alta Idade Média (476 a 1100) • Baixa Idade Média n ão tipi f ica dos n o Códig o C iv il
(1100 a 1453) • Idade Moderna (1453 a 1789) • Idade Contemporânea (de 1789 a
jurídico profissional e acadêmico. nossos dias) • Direito Brasileiro
Contrato de parceria rural • Contrato de edição • Contrato de representa-

C É S A R
ção dramática • Contrato de franquia • Contrato de concessão mercantil •

CÉSAR FIUZA
Contratos fiduciários • Contrato de conta corrente • Contratos bancários •
Em 2015, a Editora D’Plácido 3. Le i de in tro du ção às n o rmas do dire ito brasile iro :
e ficácia, co n flito e in te rpre tação das le is
Contrato de capitalização • Contrato de joint venture • Contrato de arrenda-
mento mercantil ou leasing • Contrato de know-how • Contrato de engene-
foi laureada com o 1º lugar no
Prêmio Jabuti de Literatura,
Classificação das leis • Eficácia das leis • Interpretação das leis ering • Contrato de hedge • Contrato de faturização ou factoring • Contrato
de cartões de crédito • Contrato de shopping centers • Contrato de consórcio
F I U Z A
4. Pe sso as
na categoria Direito, com a obra Personalidade: generalidades e pessoas naturais • Nascituro • Capacidade • 12. Fo ntes da s obrig a ções : atos u n ilatera is

ED LÁ
Ausência • Nome da pessoa natural • Estado • Pessoas jurídicas • Fundações • Promessa de recompensa • Gestão de negócios • Pagamento indevido
“Direitos fundamentais das pessoas

CIVIL
DIREITO
Sujeitos de direitos sem personalidade • Registro civil • Domicílio e residência

DIREITO
13. Fo n tes da s obrig a ções : atos ilícitos
em situação de rua”, organizado 5. Dire ito s da pe rso n alidade Generalidades e definição • Elementos do ato ilícito • Responsabilidade
por Ada Pellegrini Grinover, Histórico • Natureza jurídica • Características • Classificação • Fontes por fato de outrem • Responsabilidade por fato de coisa • Teorias subjeti-

Gregório Assagra de Almeida,


Miracy Gustin, Paulo César Vicente
D
• Tratamento legal • Direitos da personalidade e pessoas jurídicas •
Direitos da personalidade no sistema brasileiro
va e objetiva da responsabilidade civil • Responsabilidade civil do estado
• Diferenças entre algumas espécies de ilícitos (civil, penal, administrati-
vo) • Abuso de direito • Enriquecimento ilícito

CIVIL
6. Co isas e be n s
de Lima e Rodrigo Iennaco. 14. Liquidação das obrigações: concurso de credores

IT CI
Definição • Classificação • Patrimônio

O prêmio é o mais importante


da área e celebra a qualidade e
'P
7. Fato ju rídico, ato e n e gó cio ju rídico
Definições • O ocaso dos negócios jurídicos – Crise e superação • Atos jurí-
dicos • Atos ilícitos • Situações e relações jurídicas • Responsabilidade civil
Generalidades • Processo • Concordata civil • Saldo devedor da execução
• Extinção das obrigações

15. Dire ito da s cois a s : in trodu çã o. Proprieda de


Introdução ao estudo do direito das coisas • Propriedade
ascendente importância da Editora

O D
8. Te o ria ge ral do dire ito das o brigaçõ e s
16. Direito da s cois a s : poss e
D’Plácido no mercado editorial Definição de obrigação • Essência das obrigações • Estrutura das obrigações
Definição • Natureza jurídica da posse • Objeto jurídico da posse • Clas-
• Ideia e posição do Direito das Obrigações perante o Direito Civil • Conte-
mineiro e brasileiro. údo da prestação obrigacional • Fontes das obrigações • Escorço histórico • sificação da posse • Aquisição ou constituição da posse • Composse •
Principiologia do Direito das Obrigações • Classificação das obrigações • Efeito Efeitos da posse • Proteção possessória • Função social da posse • Perda
ou cessação da posse
desejável das obrigações: pagamento • Transmissão das obrigações • Efeito
C É S A R

R O
indesejável das obrigações: inadimplemento • Execução coativa • Extinção
das obrigações 17. Direito das coisas: direitos reais sobre coisas alheias

9. Fo n te s das o brigaçõ e s: co n trato s –


Introdução • Direitos reais de uso e fruição • Direitos reais de aquisição
• Direitos reais de garantia F I U Z A
Te o ria Ge ral do Dire ito Co n tratu al

A
18. Obra in telectu a l
Noção de contrato • Definição de contrato • Evolução histórica • Funções dos
Natureza jurídica e definição • Tutela legal • Direitos do autor • Registro
contratos • Requisitos de existência, de validade e de eficácia dos contratos
das obras intelectuais • Obra intelectual na informática
Doutor em Direito pela UFMG. Ad-
• Causa, motivo e fim dos contratos • Princípios informadores • Intervenção 22a edição revista,
do Estado na economia contratual • Cláusulas abusivas e conduta abusiva • vogado no escritório César Fiuza &
Interpretação dos contratos • Formação dos contratos • Contrato preliminar 19. Dire ito de f a m ília Bruno Lewer Sociedade de Advo-
• Cláusula penal • Arras • Vícios redibitórios • Evicção • Estipulação em fa- Introdução • Principiologia do Direito de Família • Casamento • União atualizada e ampliada gados, Professor de Direito Civil na
vor de terceiro • Promessa de fato de terceiro • Classificação dos contratos • estável • Parentesco • Afinidade • Filiação • Poder familiar • Alienação
Cessão da posição contratual • Extinção dos contratos parental • Tutela • Curatela • Tomada de decisão apoiada • Guarda • UFMG, ocupa a cadeira 14 na Aca-
Conheça também a coleção Alimentos • Ações de família demia Mineira de Letras Jurídicas.
de cursos e manuais da Editora
10. Fo n te s das o brigaçõ e s: co n trato s a t u a liza d o com:
c u r s o
tipificado s n o Có digo Civil 20. Direito da s s u cess ões
D’Plácido. Contrato de compra e venda • Contrato de troca • Contrato estimatório • Contrato Introdução • Sucessão legítima • Sucessão testamentária • Liquidação • Lei n o 13.715/18 - Lei que amplia as hipóteses
de doação • Contrato de locação • Contrato de empréstimo • Contrato de pres- e partilha da herança de perda do poder familiar
São publicações de autores
renomados com um capricho na completo • Lei n o 13.777/18 - Lei sobre o regime jurídico
da multipropriedade
formatação, que ajuda na fluidez da
leitura e fixação do conteúdo. • Lei n o 13.874/19 - Lei da Liberdade Econômica

Você pode encontrá-los nas ISBN 978-65-5589-171-3


• Lei n o 13.966/19 - Lei da Franquia

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