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Teoria Geral do Contrato

Prof. Dr Thomaz Jefferson Carvalho

E-mail: thomaz.carvalho@unicesumar.edu.br
1
Pesquisa de Pós-doutorado da
Profª Drª Andrea Lago

2
MONITORIA DE DIREITO
EMPRESARIAL

Toda quarta e quinta


Das 18h00 às 19h00
Sala 27 – Bloco 8

3
DIREITO EMPRESARIAL

• Noções Gerais – Contratos

Contrato é um negócio jurídico celebrado entre


duas ou mais pessoas, em virtude do qual são
exigíveis obrigações ou prestações.

Instrumento é o documento comprobatório do


contrato.

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DIREITO EMPRESARIAL

• NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
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DIREITO EMPRESARIAL

• Elementos Constitutivos dos Contratos:


Requisitos de validade

Ordem geral

Ordem especial

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REQUISITOS DE VALIDADE

• CAPACIDADE (art. 104, inciso I, CC)

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I - celebrado por pessoa absolutamente
incapaz;

Art. 171. Além dos casos expressamente


declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
7
REQUISITOS DE VALIDADE
• OBJETO (art. 104, inciso II, CC)

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


II - for ilícito, impossível ou indeterminável o
seu objeto;

• FORMA (art. 104, inciso III, CC)


Art. 107. A validade da declaração de vontade
não dependerá de forma especial, senão quando a
lei expressamente a exigir.
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REQUISITOS DE VALIDADE
• CONSENTIMENTO RECÍPROCO

Expressa

Manifestação
de vontade Tácita

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REQUISITOS DE VALIDADE
• CONSENTIMENTO RECÍPROCO

Art. 171. Além dos casos expressamente


declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:
[...]
II - por vício resultante de erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores.
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REFERÊNCIA

ULHOA, Fábio Coelho. Curso de direito


comercial. Vol. 1. Saraiva

BERTOLDI, Marcelo et. al. Curso avançado


de direito comercial. RT.
Código Civil.

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Contratos Mercantis

• O que muda para os chamados


Contratos Mercantis ??

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- O que é princípio ?

- Há diferença de princípio, regra e


norma?

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- O que é regra ?

- Nos termos de Canotilho “as regras são normas que


prescrevem imperativamente uma exigência (impõe,
permitem ou proíbem) que é ou não é cumprida”

- Dworkin (tudo ou nada)

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- Princípio da Autonomia da vontade

- Princípio do Consensualismo

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
- Princípio da Obrigatoriedade dos contratos
ou (Princípio da Força obrigatória dos
contratos)

 (pacta sunt servanda)

- Princípio da Relatividade dos contratos

 (res inter alios acta, aliis neque nocet neque


potest).

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- Princípio da Boa-fé

Art. 422 do CC:


“os contratantes são obrigados
a guardar, assim na conclusão
do contrato, como em sua
execução, os princípios de
probidade e boa-fé”.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- Funções do princípio da boa fé objetiva

 Função Interpretativa dos Contratos:

 Art. 113. Os negócios jurídicos devem


ser interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração.

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

 Função Restritiva do Exercício Abusivo de


Direitos:

 Art. 187. Também comete ato ilícito o


titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.

 Função criadora de deveres anexos a prestação


principal, nas fases pré-negocial, negocial e pós-
negocial: 19
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

- Princípio da presunção da Boa-fé


Art. 422 do CC: “os contratantes são
obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé”.

- Princípio da possibilidade de revisão ou


revisibilidade

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
- Princípio da Supremacia da Ordem Pública

 Autonomia é relativa

- Princípio da função social dos contratos

 Art. 421. A liberdade de contratar


será exercida em razão e nos limites
da função social do contrato.

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CLASSIFICAÇÃO DOS
CONTRATOS
• Quanto aos efeitos

a) Contratos unilaterais

b) Contratos bilaterais (ou sinalagmáticos)

c) Contratos gratuitos (ou benéficos)

d) Contratos onerosos

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CLASSIFICAÇÃO DOS
CONTRATOS
• Quanto à formação

a) Contratos paritários
b) Contratos de adesão
• Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem
que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo. 

c) Contratos-tipo (ou contrato de massa)

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CLASSIFICAÇÃO DOS
CONTRATOS
• Quanto à forma
a) Contratos solenes (formais)

b) Contratos não solenes

• Quanto ao objeto
a)Contratos em preliminares (pactum de contrahendo)

b)Contratos definitivos

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CLASSIFICAÇÃO DOS
CONTRATOS
• Quanto ao tempo
a) Contratos instantâneos

b) Contratos de trato sucessivo

• Quanto a pessoa

a) Contratos pessoais

b) Contratos impessoais

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CONTRATOS MERCANTIS

- Civil
- Mercantis
•Espécies de contratos - Trabalhista
- Administrativos

•Regimes Jurídicos dos contratos Mercantis

– Código Civil
– Código de Defesa do Consumidor
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CONTRATO MERCANTIL

• Cláusula predispostas

 Contrato-tipo

 Contrato de adesão

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CARACTERÍSTICAS PARTICULARES
DOS CONTRATOS MERCANTIS

• Dinamismo

• Informalidade

• Uniformização

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REFERÊNCIAS
BERTOLDI, Marcelo et. al. Curso avançado
de direito comercial. RT.

FORGIONI, Paula. Teoria Geral dos


Contratos Empresariais. Sao Paulo: RT,
2010.

ULHOA, Fábio Coelho. Curso de direito


comercial. Vol. 3. Saraiva
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COMPRA E VENDA MERCANTIL
Prof. Dr. Thomaz Jefferson Carvalho

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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Orlando Gomes conceitua:

“Compra e venda é o contrato pelo qual uma


das partes se obriga a transferir a
propriedade de uma coisa à outra, recebendo
em contraprestação determinada soma em
dinheiro ou valor fiduciário equivalente”

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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Código Civil/2002:

“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um


dos contratantes se obriga a transferir o
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro.”

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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Características:

– Sinalagmático

– Oneroso

– Consensual

– Translativo de propriedade

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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Elementos caracterizadores essenciais:

– Consentimento

– Preço
• Pago em dinheiro (art. 481 do CC)

– Coisa

Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita,


desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Obrigações do vendedor

– Entregar a coisa

– Responsabilidade por vícios

– Responsabilidade por evicção

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COMPRA E VENDA MERCANTIL

• Obrigações do comprador

– Pagar o preço

– Receber a coisa

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TRESPASSE
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Estabelecimento Empresarial
 Código Civil 2002

Estabelecimento é o complexo de bens organizado, para o


exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. (art. 1.142 CC)

 Bens Corpóreos móveis e imóveis + Bens Incorpóreos


 Corpóreos: Sede da Empresa, terrenos, depósitos, maquinário
utilizado para produção de seus produtos, matéria prima, etc.
 Incorpóreos: Marca, nome empresarial, patente, ponto
comercial, etc.

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Estabelecimento Empresarial

• Conceito

- Oscar Barreto Filho:

“O estabelecimento comercial é um
complexo de bens, materiais e imateriais
que constituem o instrumento utilizado
pelo comerciante para a exploração de
determinada atividade mercantil”
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• materiais: são o maquinário da indústria, as
estantes da livraria, as mesas e as cadeiras do
restaurante, etc.;

• imateriais: são a marca do produto ou a designação


do estabelecimento difundida pela clientela;

40
• Não há empresário sem estabelecimento
empresarial

– Ainda que rudimentar todo empresário precisará


ter um conjunto de bens para o exercício de suas
atividades empresariais.

41
• Conjunto de bens destinados a atividade
empresarial – Estabelecimento

42
• Fundo de empresa

• Fábio Ulhoa Coelho "sobrevalor, agregado aos


bens do estabelecimento empresarial em razão da
sua racional organização pelo empresário"

43
• Aviamento

44
Alienação do Estabelecimento
O Trespasse

 Trespasse:
 Alienação do Estabelecimento.
 Implica a transferência do conjunto de bens organizados pelo
alienante ao adquirente, de modo que possa prosseguir com a
exploração da atividade empresarial.

 Contrato para que produza seus efeitos perante


terceiros, deverá ser averbado na Junta
Comercial, junto ao registro de empresas, bem
como, publicado na imprensa oficial. (art. 1.144
CC)

45
Alienação do estabelecimento O
Trespasse

• Cessão daquela universalidade de bens


que ganha o nome de trespasse;

• O trespasse é a operação pela qual um


empresário vende ao outro o seu
estabelecimento empresarial, ficando
responsável pela condução dos negócios
a partir de então;

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• o estabelecimento visto como garantia dos seus
credores

• observâncias: primeiramente, o contrato de


alienação deve ser celebrado por escrito para
que possa ser arquivado na Junta Comercial e
publicado ela imprensa oficial (CC, art. 1.144).
Sem isso, a alienação não produzirá efeitos
perante terceiros;

47
Alienação do estabelecimento

48
• anuência dos credores: em segundo, notificar seus
credores. A anuência pode ser escrita ou tácita,
decorrida esta última modalidade do silêncio do
credor 30 dias da notificação da alienação que o
devedor (alienante) lhe deve endereçar (CC, art.
1.145);

• dispensa da notificação ou anuência: no caso de


restarem, em seus patrimônios, bens suficientes
para solvência do passivo;

49
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem
bens suficientes para solver o seu
passivo, a eficácia da alienação do
estabelecimento depende do pagamento
de todos os credores, ou do
consentimento destes, de modo expresso
ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação. (CC)

50
51
• sem a observância de tais cautelas:

o empresário poderá ter sua falência


decretada, com fundamento no art. 94, III, c,
da LF, e, vindo a falir, a alienação será
considerada ineficaz, perante a massa falida,
nos termos do art. 129, VI, da LF, podendo o
estabelecimento ser reivindicado das mãos
de seu adquirente;

52
•   Art. 94. Será decretada a falência do
devedor que: [...]

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se


fizer parte de plano de recuperação judicial: [...]
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não,
sem o consentimento de todos os credores e sem
ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

53
  Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou
não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-
financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar
credores:

    VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem


o consentimento expresso ou o pagamento de todos os
credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao
devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se,
no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores,
após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo
oficial do registro de títulos e documentos;

54
• Conclusões

• Solvente  Dispensa-se a obrigatoriedade de


notificação dos credores.

• Insolvente  É obrigatória a notificação e causa


nulidade – e cuidado falência a vista ...
55
• responsabilidade do adquirente: o passivo
regularmente escriturado do alienante, ou
seja, os débitos existentes à época do
negócio, provenientes de dívidas assumidas
pelo alienante até aquele momento,
transfere-se ao adquirente (comprador do
estabelecimento);

56
• solidariedade entre o alienante e o adquirente:
nesta hipótese, por força do art. 1.146 do CC, a
responsabilidade pelo pagamento desse
passivo é solidária entre o vendedor e
comprador, continuando o alienante
responsável por esse passivo pelo prazo de 1
(um) ano contado a partir da publicação da
comunicação do trespasse; em se tratando de
débitos vencidos, ou da data dos respectivos
vencimentos, em se tratando de dívidas a
vencer;

57
• a cláusula de não transferência do passivo é
ineficaz: exatamente porque irá contrariar texto
de lei (art. 1.146) e, por isso, não liberará o
adquirente que poderá ser demandado pelo
credor, cabendo-lhe, então o direito de regresso
contra o vendedor;

58
• credor trabalhista do alienante:

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa


não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
  Art. 448-A.  Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores
prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações
trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados
trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único.  A empresa sucedida responderá solidariamente com a
sucessora quando ficar comprovada fraude na
transferência.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho
subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.

59
• credor tributário: nos termos do art. 133 do CTN,
o comprador tem responsabilidade:

– subsidiária ou

– integral pelas obrigações fiscais do vendedor

60
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do


comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
comércio, indústria ou profissão.

61
• quando o adquirente não é considerado
sucessor: sempre que a aquisição do
estabelecimento se der mediante lance dado em
leilão judicial promovido em processo de
RecJud ou Fal. (LF, arts. 60, parágrafo único, e
141, II). Neste caso, o comprador não responde
pelas obrigações do vendedor, inclusive fiscais
e trabalhistas;

62
• cláusula de não-restabelecimento: é implícita em
qualquer contrato de alienação de
estabelecimento. O alienante não poderá, nos 5
anos subsequentes à transferência, restabelecer-
se em idêntico ramo, salvo se devidamente
autorizado em contrato. No silêncio do contrato,
surge a obrigação legal (CC, art. 1.147) da não
concorrência;

• arrendamento ou usufruto do estabelecimento: a


não concorrência deverá ser respeitada durante
todo o prazo do contrato. Estes contratos só
produzirão efeitos perante terceiros depois de
averbados na Junta e publicados na imprensa
oficial.

63
• Jornada III STJ 234: Quando do trespasse do
estabelecimento empresarial, o contrato de
locação do respectivo ponto não se transmite
automaticamente ao adquirente.

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Arrendamento mercantil (Leasing)
Prof. Dr. Thomaz Jefferson Carvalho

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Arrendamento mercantil - Leasing

1. CONCEITO

•Art. 1º [...] Lei. 6.099/74

Parágrafo único - Considera-se arrendamento mercantil, para


os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa
jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou
jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o
arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo
especificações da arrendatária e para uso próprio desta.

66
Arrendamento mercantil - Leasing

1. CONCEITO

•Arnoldo Wald

“contrato misto, pelo qual um financiador (pessoa


jurídica) adquire e aluga a outra pessoa (física ou
jurídica) um bem ou bens, móveis ou imóveis, para uso
próprio desta, a prazo longo ou médio, facultando ao
locatário a aquisição do bem ou bens pelo preço
residual.”

67
Arrendamento mercantil - Leasing

1. CONCEITO

•Locação de coisa  Remuneração pelo uso do


bem

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Arrendamento mercantil - Leasing

Ministro Humberto Gomes de Barros – STJ

Negócio Típico, nominado e autônomo.

Parcela da doutrina (Fran Martins, Arnoldo Wald,


Rizzardo)

Atípico, inominado.

69
Arrendamento mercantil - Leasing

2. NATUREZA JURÍDICA

•Doutrinariamente – Híbrido ou atípico

•Jurisprudencialmente

– STJ Atípico
– 4ª turma - contrato típico

70
Arrendamento mercantil - Leasing

3. SUJEITOS

•Arrendador ou arrendante
– Pessoa jurídica empresária

•Arrendatário

•Fornecedor

71
Arrendamento mercantil - Leasing

4. CARACTERÍSTICAS

•Empresarialidade

– Sociedade empresarial – SA

– Equiparação a instituição financeira

– Controle do Banco Central do Brasil

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Arrendamento mercantil - Leasing

4. CARACTERÍSTICAS

•Formalidade

– Contrato é formal
• Bilateral
• Oneroso
• Comutativo

73
Arrendamento mercantil - Leasing

Art 5º Os contratos de arrendamento mercantil conterão as


seguintes disposições:

a) prazo do contrato;

b) valor de cada contraprestação por períodos determinados, não


superiores a um semestre;

c) opção de compra ou renovação de contrato, como faculdade do


arrendatário;

d) preço para opção de compra ou critério para sua fixação, quando


for estipulada esta cláusula.

74
Arrendamento mercantil - Leasing

4. CARACTERÍSTICAS

•Mandato
– Arrendador X Arrendatário

Representação

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Arrendamento mercantil - Leasing

4. CARACTERÍSTICAS

•Locação

•Financiamento

•Temporariedade

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Arrendamento mercantil - Leasing

4. CARACTERÍSTICAS

•Compromisso unilateral de venda

77
Arrendamento mercantil - Leasing

5. MORA, INADIMPLEMENTO DO ARRENDATÁRIO E


AÇÃO CABÍVEL

•Súmula 369 STJ – Necessidade de notificação

SÚMULA 369 -
No contrato de arrendamento mercantil
(leasing), ainda que haja cláusula resolutiva
expressa, é necessária a notificação prévia do
arrendatário para constituí-lo em mora.
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CONTRATO DE SEGURO
Prof. Dr Thomaz Jefferson Carvalho

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CONTRATO DE SEGURO

1. NOÇOES GERAIS

• 1850 – Cód. Comercial – Seguro de danos


• 1855 – Seguro de vida
• 1916 – CC – seguros privados
• 1939 – Cria-se o Instituto do Resseguro do
Brasil (Sociedade de economia mista / MF)
• 1966 – Cria o CNSP
• E em 1979 - SUSEP – Autarquia

80
CONTRATO DE SEGURO

2. NATUREZA JURÍDICA

•Contrato de adesão – prestação de serviço

3. PROTEÇÃO JURÍDICA

•Art. 757 – 802 do Código Civil

81
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

• Trata-se de um contratos complexo quanto à incidência de


leis.

a) Código Civil.

b) Código de Defesa do Consumidor.

c) Lei n. 9.656/1998. Incide para o seguro-saúde.

d) Constituição Federal. Ex. Tutela da saúde no seguro-saúde


(art. 6º).

e) Regulamentação administrativa.

Por isso o diálogo entre as fontes é mais do que necessário no


que interessa a tal contrato. A jurisprudência tem feito tal
diálogo com frequência. 82
82
CONTRATO DE SEGURO

4. INTERVENIENTES

•Trinômio

Risco / Prêmio / Indenização eventual.

83
CONTRATO DE SEGURO

5. COMPROVAÇÃO - INSTRUMENTALIZAÇÃO

•Apólice

•Bilhete

•Proposta

•Prêmio

84
CONTRATO DE SEGURO

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador


se obriga, mediante o pagamento do prêmio,
a garantir interesse legítimo do segurado,
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no


contrato de seguro, como segurador,
entidade para tal fim legalmente autorizada.

85
CONTRATO DE SEGURO

Art. 46 do CDC: “Os contratos que regulam relações de consumo não


obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de
seu sentido e alcance”.

“STJ. Contrato de seguro. Não recebimento das condições gerais de


seguro que contém cláusulas limitativas de cobertura. Código de
Defesa do Consumidor. 1. Afirmando o Acórdão recorrido que a
empresa autora não recebeu as condições gerais de seguro, que
contém cláusulas limitativas da cobertura, não pode a seguradora
escusar-se do pagamento, presente a disciplina do CDC, que não foi
atacada no Recurso Especial. REsp 268.642/SP, Rel. Min. Carlos
Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 30.05.2001, DJ
20.08.2001, p. 462”.

86
CONTRATO DE SEGURO. Classificação

 Imediatismo na prestação obrigacional avençada (Seguradora):


garantia do interesse

 Oneroso

 Comutatividade: sinalágma > prestação e contraprestação


recíprocas

 Riscos predeterminados - a álea está centrada no risco apenas.

 Empresarialidade requerida pelo ordenamento - § único do art.


757. Reflexos

87
CONTRATO DE SEGURO
Contrato comutativo ou aleatório? Polêmica. Divisão
entre os civilistas e os “antigos” comercialistas. MHD –
Contrato aleatório por excelência. Fábio Ulhoa Coelho –
Contrato comutativo.
Contrato informal. Art. 758 do CC se refere somente à
prova (apólice ou bilhete de seguro). Não é o caso de
requisito de validade.
Contrato de consumo e de adesão. Sendo de adesão vide
o Enunciado 370 CJF/STJ, aprovado na IV Jornada de
Direito Civil: “nos contratos de seguro por adesão, os riscos
predeterminados indicados no art. 757, parte final, devem
ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759
e 799 do Código Civil e 1.º, inc. III, da Constituição Federal”.

88
CONTRATO DE SEGURO

• Seguro Vida - Suicídio – art. 798 CC/2002


• “Também observa o Min. Relator que há certa confusão entre a
premeditação ao suicídio por ocasião da contratação com premeditação
ao próprio ato. Uma coisa é a contratação causada pela premeditação ao
suicídio e outra, diferente, é a preparação do ato suicida; assim, o que
permite a exclusão de cobertura é a primeira hipótese, o que não se
verifica no caso dos autos; visto que não há prova alguma da
premeditação da segurada em matar-se, caberia então à seguradora
comprová-la. Após essas considerações, entre outras, conclui o Min.
Relator que, salvo comprovação da premeditação, no período de
carência (dois anos), não há que se eximir o segurador do pagamento do
seguro de vida. Diante do exposto, a Turma prosseguindo o julgamento,
por maioria, deu provimento ao recurso. REsp 1.077.342-MG, Rel. Min.
Massami Uyeda, julgado em 22/6/2010”.

89
CONTRATO DE SEGURO
• Dessa forma, o fato de o suicídio ter ocorrido no período de carência
previsto pelo CC/2002, por si só, não acarreta a exclusão do dever de
indenizar, já que o disposto no art. 798, caput, do referido código não
afastou a necessidade da comprovação inequívoca da premeditação do
suicídio.

• Posição recente STJ – Não necessita de comprovação de premeditação


se for nos primeiros 2 anos - art. 798 CC. Exigência superada com o novo
Código Civil . REsp 1334005

90
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS


E MORAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES. DEFERIMENTO DE
CHAMAMENTO AO PROCESSO DA SEGURADORA CONTRATADA PELO
HOSPITAL. INDEFERIMENTO DE PEDIDO DA SEGURADORA DE
DENUNCIAÇÃO À LIDE AO IRB E DE INTEGRAÇÃO DAS
COSSEGURADORAS NA RELAÇÃO PROCESSUAL. RESSEGURO. IRB.
VEDAÇÃO DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE. NORMA DO ARTIGO 101, INCISO II,
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DECISÃO MANTIDA.
COSSEGURO. COSSEGURO EXPRESSAMENTE PREVISTO NA APÓLICE
CELEBRADA ENTRE O HOSPITAL E A SEGURADORA LÍDER.
INEXISTÊNCIA DE SOLIDARIEDADE ENTRE AS COSSEGURADORAS.
IMPOSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DO TOTAL DE EVENTUAL DÍVIDA EM
FACE DA SEGURADORA LÍDER. Proteção dos interesses do consumidor no
deferimento da intervenção das cosseguradoras na lide, em face da ampliação
das possibilidades de sucesso em eventual futura execução. Inteligência da
norma do artigo 101, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor. Reforma da
decisão para deferir o chamamento ao processo das cosseguradoras. Dá-se
parcial provimento ao recurso”. (TJSP; AI 647.821.4/0; Ac. 3962905; São Paulo;
Quinta Câmara de Direito Privado; Relª Desª Christine Santini; Julg. 29/07/2009;
DJESP 21/08/2009).

A denunciação da lide prejudica o consumidor, nos termos do art.9188 do CDC?


91
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.
A QUESTÃO DO GOLPE DO SEGURO... “Art. 762. Nulo será o contrato para
garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado, do beneficiário, ou de
representante de um ou de outro”.

Pode-se presumir a má-fé do segurado consumidor em um sistema que prestigia a


boa-fé objetiva ? Vejamos julgado do TJ/RJ:

“SEGURO DE AUTOMÓVEL. VEÍCULO ROUBADO. ALEGAÇÃO INFUNDADA DE


FRAUDE. GOLPE DO SEGURO. PELA SEGURADORA. RECUSA DO
PAGAMENTO. INDENIZAÇÃO. LEI Nº 8078/90. APLICAÇÃO. A
responsabilidade do segurador é objetiva fundada no risco contratual e, em
razão das peculiaridades do contrato de seguro, o fato do segurado só pode ser
invocado como excludente da responsabilidade do segurador, quando se tratar
de dolo ou má fé. O segurado só perde o direito à indenização se
efetivamente houver agido com fraude, devidamente comprovada. No
caso, o Autor foi vítima de assalto a mão armada e temeroso só compareceu à
Delegacia Policial seis dias após a ocorrência. Tal fato, por si só, não dá ensejo
a perda do direito à indenização. Provada a ocorrência do sinistro, não pode o
segurador eximir-se dos riscos assumidos no contrato mediante alegações que
não provam eficazmente a ocorrência de fraude ou algum ato ilícito capaz de
ilidir o pagamento do prêmio, por descumprimento contratual” (TJRJ; AC
2005.001.44242; Segunda Câmara Cível; Relª Desª Elisabete Filizzola; Julg.
18/01/2006)

92
92
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

2º PROBLEMA. O ART. 763 DO CÓDIGO CIVIL E A TEORIA DO ADIMPLEMENTO


SUBSTANCIAL (“SUBSTANTIAL PERFORMANCE”).

Enunciado n. 371 CJF/STJ: “A mora do segurado, sendo de escassa importância, não


autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva”.

Enunciado n. 361 CJF/STJ: “Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial


decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função
social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art.
475”.

Contrato de seguro como um contrato cativo de longa duração (Cláudia Lima


Marques). Um verdadeiro “casamento contratual”.

A grande dificuldade é saber qual o percentual adimplido para fazer aplicar a teoria....

93
93
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

BOA-FÉ OBETIVA NO CONTRATO DE SEGURO. HÁ NORMA ESPECÍFICA:

“Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na


execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do
objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes.” – BOA-FÉ
NAS FASES PRÉ-CONTRATUAL, CONTRATUAL E PÓS-CONTRATUAL
(Enunciados 25 e 170 CJF/STJ).

“Direito do consumidor. Contrato de seguro de vida inserido em contrato de plano de


saúde. Falecimento da segurada. Recebimento da quantia acordada. Operadora
do plano de saúde. Legitimidade passiva para a causa. Princípio da boa-fé
objetiva. Quebra de confiança. Os princípios da boa-fé e da confiança protegem
as expectativas do consumidor a respeito do contrato de consumo. A operadora
de plano de saúde, não obstante figurar como estipulante no contrato de seguro
de vida inserido no contrato de plano de saúde, responde pelo pagamento da
quantia acordada para a hipótese de falecimento do segurado se criou, no
segurado e nos beneficiários do seguro, a legítima expectativa de ela,
operadora, ser responsável por esse pagamento” (STJ, RESP 590.336/SC, Min.
94p. 175).
Rel. Fátima Nancy, j. 07.12.2004, 3.ª Turma, DJ 21.02.2005,
94
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

“Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco


objeto do contrato”.

Enunciado 374 CJF/STJ, da IV Jornada de Direito Civil: “no contrato de seguro, o juiz
deve proceder com eqüidade, atentando às circunstâncias reais, e não a
probabilidades infundadas, quanto à agravação dos riscos”.

A QUESTÃO DE BEBER E DIRIGIR E O CONTRATO DE SEGURO:

“CIVIL. SEGURO DE VIDA. EMBRIAGUEZ. A cláusula do contrato de seguro de vida


que exclui da cobertura do sinistro o condutor de veículo automotor em estado de
embriaguez não é abusiva; que o risco, nesse caso, é agravado resulta do senso
comum, retratado no dito ‘se beber não dirija, se dirigir não beba’. Recurso
especial não conhecido” (STJ, REsp 973.725/SP, Rel. Ministro ARI
PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/08/2008, DJe 15/09/2008)

95
95
CONTRATO DE SEGURO

• Embriaguez de segurada morta em queda não


exime seguradora da indenização - [in
Consultor Jurídico, de 18/01/2010] 

• A simples relação entre a embriaguez da vítima e a


queda fatal sofrida por ela não é, por si só, suficiente para
excluir a responsabilidade da seguradora do pagamento
da indenização prevista no contrato de seguro de vida. A
posição foi assumida pela Quarta Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e obriga a Chubb do Brasil
Companhia de Seguros ao pagamento de R$ 510 mil à
filha da vítima do acidente.

96
CONTRATO DE SEGURO

• Para o relator, ministro João Otávio de Noronha, a


recusa da seguradora em pagar o seguro exige a
comprovação de que houve voluntário e consciente
agravamento do risco por parte do segurado. O ministro
ressaltou que poderia ser reconhecida a perda da
cobertura somente nos casos em que este agravamento
fosse condição determinante para a ocorrência do
acidente. Ou seja, para livrar-se da obrigação, a
seguradora deve provar que a embriaguez causou,
efetivamente, o acidente.

97
CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

Porém, em sentido contrário:

“AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE COBRANÇA. CONTRATO DE SEGURO DE


VEÍCULO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. EMBRIAGUEZ COMPROVADA.
REEXAME DE PROVA. DESCABIMENTO. SÚMULA STJ/7. I - É firme a
jurisprudência desta Corte no sentido de que a embriaguez do segurado, por si
só, não enseja a exclusão da responsabilidade da seguradora prevista no
contrato, ficando condicionada a perda da cobertura à efetiva constatação de que
o agravamento de risco foi condição determinante para a ocorrência do sinistro.
Precedentes. II - Analisando o conjunto probatório dos autos, concluiu o Tribunal
de origem que o agravamento do risco decorrente do estado etílico do condutor
do veículo, influiu, decisivamente, na ocorrência do acidente, não podendo a
questão ser revista em âmbito de Recurso Especial, ante o óbice da Súmula 7
desta Corte . III. A agravante não trouxe qualquer argumento capaz de modificar a
conclusão alvitrada, a qual se mantém por seus próprios fundamentos. Agravo
improvido” (STJ, AgRg no Ag 1084509/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 28/04/2009, DJe 13/05/2009)

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CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.
O SEGURO E O DEVER DE MITIGAR O PREJUÍZO (ENUNCIADO 169 CJF/STJ) –
“DUTY TO MITIGATE THE LOSS”.
“Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo
incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de
perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. § 1o O segurador,
desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de
sua decisão de resolver o contrato. § 2o A resolução só será eficaz trinta dias
após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio”.

“Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não
acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for
considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do
contrato”.

“Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro
ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-
lhe as conseqüências. Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite
fixado no contrato, as despesas de salvamento conseqüente ao sinistro”.
99
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CONTRATO DE SEGURO. VISÃO DO SEGURADO.

“Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o
segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro
o prêmio estipulado”.
Trata-se de uma pena contra o segurador.

“Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa
cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez” – CLÁUSULA DE
RECONDUNÇÃO TÁCITA. CLÁUSULA EM SENTIDO CONTRÁRIO SERÁ TIDA
COMO NULA, POR FRAUDE À LEI IMPERATIVA.

“Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco


assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa”.
Súmula 188 do STF: “O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo
que efetivamente causou, até o limite previsto no contrato de seguro.
Cuidado: Aplicando a função social do contrato, a jurisprudência do STJ tem admitido
que a vítima de acidente de trânsito ingresse diretamente com ação contra a
seguradora do culpado!
100
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D a Prescrição
• Segundo a Súmula 101 do Superior Tribunal de Justiça, "a ação
de indenização do segurado em grupo contra a seguradora
prescreve em um ano". Também prescreve em um ano a ação do
segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou
perda de carga transportada por navio, de acordo com a Súmula
151 do STF.
• Prescreve em um ano "a pretensão do segurado contra o
segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
• a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil,
da data em que é citado para responder à ação de indenização
proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este
indeniza, com a anuência do segurador;
• b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da
pretensão", conforme estipulação do art. 206, § 1º, II do CC.

101
REFERÊNCIA

BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira.


Curso avançado de direito comercial. RT, São Paulo.

FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de direito comercial.


Atlas.

102
Franchising –
Proteção jurídica da franquia
empresarial
Prof. Dr. Thomaz Jefferson Carvalho

E-mail: thomaz.carvalho@unicesumar.br
103
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
1. NOÇÃO

•Alguns estudos destacam – pré-história


(Inglaterra medieval)

•Nos anos 50 – Criação das redes

104
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
1. NOÇÃO
Lei 13.966/2019

• Art. 1º  Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um
franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros
objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou
distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao
direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio
ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo
empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante
o período de treinamento.

105
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
NATUREZA JURÍDICA

Contrato

 Contrato atípico (Fábio Ulhoa)

 Contrato misto ou Contrato híbrido

106
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
2. OBJETIVO FINAL

É otimizar a comercialização de determinados


produtos ou serviços.

3. PARTES

Franqueador (franchisor)
Franqueado (franchisee)

107
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
4. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR

•Art.  2º Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao


interessado Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de
forma objetiva e acessível, contendo obrigatoriamente:
•I - histórico resumido do negócio franqueado;
•II - qualificação completa do franqueador e das empresas a que esteja ligado,
identificando-as com os respectivos números de inscrição no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
•III - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora, relativos
aos 2 (dois) últimos exercícios;
•IV - indicação das ações judiciais relativas à franquia que questionem o
sistema ou que possam comprometer a operação da franquia no País, nas
quais sejam parte o franqueador, as empresas controladoras, o subfranqueador
e os titulares de marcas e demais direitos de propriedade intelectual;

108
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
4. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR
•V - descrição detalhada da franquia e descrição geral
do negócio e das atividades que serão
desempenhadas pelo franqueado;
•VI - perfil do franqueado ideal no que se refere a
experiência anterior, escolaridade e outras
características que deve ter, obrigatória ou
preferencialmente;
•VII - requisitos quanto ao envolvimento direto do
franqueado na operação e na administração do
negócio;

109
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
4. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR
•VIII - especificações quanto ao:
•a) total estimado do investimento inicial
necessário à aquisição, à implantação e à entrada
em operação da franquia;
•b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de
franquia;
•c) valor estimado das instalações, dos
equipamentos e do estoque inicial e suas
condições de pagamento;

110
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
4. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR
•IX - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem
pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados,
detalhando as respectivas bases de cálculo e o que elas remuneram ou o fim a
que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:
•a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca, de outros objetos de
propriedade intelectual do franqueador ou sobre os quais este detém direitos
ou, ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador ao franqueado;
•b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;
•c) taxa de publicidade ou semelhante;
•d) seguro mínimo;
•X - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados ou
subfranqueadores da rede e, também, dos que se desligaram nos últimos 24
(vinte quatro) meses, com os respectivos nomes, endereços e telefones;
•...

111
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial

•Art. 2º [...]

•§ 1º  A Circular de Oferta de Franquia deverá ser entregue ao candidato a


franqueado, no mínimo, 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-
contrato de franquia ou, ainda, do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo
franqueado ao franqueador ou a empresa ou a pessoa ligada a este, salvo no
caso de licitação ou pré-qualificação promovida por órgão ou entidade pública,
caso em que a Circular de Oferta de Franquia será divulgada logo no início do
processo de seleção.
•§ 2º  Na hipótese de não cumprimento do disposto no § 1º, o franqueado
poderá arguir anulabilidade ou nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução
de todas e quaisquer quantias já pagas ao franqueador, ou a terceiros por
este indicados, a título de filiação ou de royalties, corrigidas monetariamente.

112
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
5. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO

•Comercializar exclusivamente produtos franqueados

•Adquirir a matéria-prima indicada pelo franqueador

•Utilizar os equipamentos constantes do projeto de instalação

•Cobrar os preços fixados pelo franqueador

•Pagar pela utilização da franquia

•Formar e preparar pessoal conforme os padrões do franqueador

113
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
6. CONTRATO DE FRANQUIA
•Escrito
– Art. 7º  Os contratos de franquia obedecerão às seguintes condições:
– I - os que produzirem efeitos exclusivamente no território nacional serão escritos em língua
portuguesa e regidos pela legislação brasileira;
– II - os contratos de franquia internacional serão escritos originalmente em língua portuguesa ou
terão tradução certificada para a língua portuguesa custeada pelo franqueador, e os contratantes
poderão optar, no contrato, pelo foro de um de seus países de domicílio.
– § 1º  As partes poderão eleger juízo arbitral para solução de controvérsias relacionadas ao
contrato de franquia.
– § 2º  Para os fins desta Lei, entende-se como contrato internacional de franquia aquele que, pelos
atos concernentes à sua conclusão ou execução, à situação das partes quanto a nacionalidade
ou domicílio, ou à localização de seu objeto, tem liames com mais de um sistema jurídico.
– § 3º  Caso expresso o foro de opção no contrato internacional de franquia, as partes deverão
constituir e manter representante legal ou procurador devidamente qualificado e domiciliado no
país do foro definido, com poderes para representá-las administrativa e judicialmente, inclusive
para receber citações.
– Art. 8º A aplicação desta Lei observará o disposto na legislação de propriedade intelectual vigente
no País.

114
Franchising - Proteção jurídica da
franquia empresarial
7. CARACTERÍSTICAS

•Independência do franqueado

•Onerosidade

•Formalidade

– Circular de oferta de franquia


– Manual de operação de franquia

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CONTRATO DE FACTORING
Prof. Dr. Thomaz Jefferson Carvalho

E-mail: thomaz.carvalho@unicesumar.edu.br
116
CONTRATO DE FACTORING

1. CONCEITO E NOÇOES GERAIS


Origem
• Antiga Grécia e Roma (como forma de troca de
mercadorias – baseado na fidúcia)
• Fenícios – 1.200aC. Península ibérica – Factorias

• No Brasil com a criação da ANFAC -


ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS SOCIEDADES
DE FOMENTO MERCANTIL – FACTORING 1982

117
CONTRATO DE FACTORING

1. CONCEITO E NOÇOES GERAIS

FRAN MARTINS:
“aquele em que um comerciante cede a outro os créditos,
na totalidade ou em parte,de suas vendas a terceiros,
mediante o pagamento de uma remuneração”.

ARNALDO RIZZARDO
“um comerciante ou industrial denominado ‘faturizado’,
cede a outro, que é o faturizador ou ‘factor’, no todo ou
em parte, créditos originados de vendas mercantis”

118
CONTRATO DE FACTORING

1. CONCEITO E NOÇOES GERAIS

MARCELO BERTOLDI:
“é o contrato pelo qual um empresário (faturizado) cede a
outro (factor ou faturizador) parte ou a totalidade de
créditos oriundos de sua atividade empresarial
(industrial, comercial ou de prestação de serviços),
mediante pagamento de determinada taxa ou
comissão, sem que aquele tenha responsabilidade
pela solvência dos terceiros devedores.”

119
CONTRATO DE FACTORING

1. CONCEITO E NOÇOES GERAIS

Lei do Imposto de Renda das PJ

Lei 9.249/95 – Art. 15§ 1º :

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,
seleção de riscos, administração de contas a pagar e a
receber, compra de direitos creditórios resultantes de
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços
(factoring).

120
CONTRATO DE FACTORING

2. SUJEITOS DO CONTRATO DE FACTORING

•FATURIZADO X FATURIZADOR (FACTOR)


(cede crédito) (assume o crédito)
(recebe pelo crédito) (paga pelo crédito)

121
CONTRATO DE FACTORING

3. CLASSIFICAÇÃO DA FACTORING

•CONSENSUAL

•INFORMAL (projeto de lei 13/2007)

•BILATERAL

•ONEROSO

•EMPRESARIALIDADE

122
CONTRATO DE FACTORING

4. NATUREZA JURÍDICA

•Típica

•Atípica

5. DISTINÇÃO DE FACTORING E AGIOTAGEM

123
REFERÊNCIA

BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. Curso


avançado de direito comercial. RT, São Paulo.

SOARES, Fábio Costa. Caderno de Estudo da EMERJ. Aspectos


do Contrato de Factoring na Jurisprudência do STJ. Disponível
em:
http://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/
paginas/series/9/fomentomercantil_81.pdf

http://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/
paginas/series/9/fomentomercantil_145.pdf
]

124

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