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Lei de Declaração de Direitos de Liberdade

Econômica
(Lei nº 13.874/19)

Parte 2
• Inclusão do art. 49-A no Código Civil

“Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou
administradores.

Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação e
segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração
de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos.”

• Explicita a não confusão entre pessoa natural e jurídica: dispositivo inútil?

• Patrimônio da pessoa jurídica como instrumento de “alocação e segregação de riscos”;

• Finalidades da autonomia patrimonial:


➢Estimulação de empreendimentos
➢Geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Acréscimo de dois parágrafos explicitando como deve ser realizada a interpretação do negócio jurídico:
I – sentido que for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;

II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;

III – corresponder à boa-fé;

IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Acréscimo de dois parágrafos explicitando como deve ser realizada a interpretação do negócio jurídico:
I – sentido que for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;

III – corresponder à boa-fé;

IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Acréscimo de dois parágrafos explicitando como deve ser realizada a interpretação do negócio jurídico:
I – sentido que for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
III – corresponder à boa-fé;

IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Acréscimo de dois parágrafos explicitando como deve ser realizada a interpretação do negócio jurídico:
I – sentido que for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
III – corresponder à boa-fé;
(MERA REPETIÇÃO DO CAPUT)
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Acréscimo de dois parágrafos explicitando como deve ser realizada a interpretação do negócio jurídico:
I – sentido que for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
III – corresponder à boa-fé;
(MERA REPETIÇÃO DO CAPUT)
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e

V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das
demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes consideradas as informações
disponíveis no momento de sua celebração.
(CRITÉRIO JÁ CONHECIDO)
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Introdução da regra da INTERPRETATIO CONTRA PROFERENTEM ou CONTRA


STIPULATOREM

• Inspiração no sistema de common law e nos princípios UNIDROIT:

“Artigo 4.6 (regra contra proferentem):


Termos contratuais obscuros serão interpretados preferencialmente em desfavor da parte
que os tenha proposto”.

• Precedente: Canada Steamship Lines Ltd v The King [1952] AC 192


• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Limitações:
➢ Contratos comerciais entre partes sofisticadas;
➢ Contratos padronizados (de adesão); e
➢ Contratos em que já existe um desequilíbrio prévio.

• Justificativa: as partes devem ser livres para alocar riscos como bem
entenderem!
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

• Manifestação da Corte de Apelação da Inglaterra e Gales no caso Persimmon Homes v.


Over Arup [2017]:

➢ A regra contra proferentem agora tem um papel muito limitado em relação aos
contratos comerciais negociados entre as partes com igual poder de barganha;

➢ Na medida em que a regra contra proferentem permaneceu relevante por algum


tempo, agora é mais aplicável às cláusulas de indenização do que às cláusulas de
exclusão de responsabilidade;

➢ Não há necessidade de abominar cláusulas de exclusão de responsabilidade. É um


mecanismo sensato para alocar riscos.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil
Cláusula de indenização Cláusula de exclusão
Uma parte concorda em indenizar a outra Exclui a responsabilidade de uma das
pelos prejuízos sofridos em determinado partes pelos prejuízos sofridos em
evento determinado evento
“A deve indenizar B pelos danos sofridos” “A não se responsabiliza pelos danos
sofridos por B”

• Cláusula de não indenizar no Brasil? Não há consenso!


➢ Doutrina e jurisprudência:
✓ Quando não envolver direitos indisponíveis;
✓ Quando a indenização não for o objeto do negócio;
✓ Quando não afrontar a ordem pública e os bons costumes.
• Mudança na redação do art. 113 do Código Civil

“§2º: As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de


preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas
daquelas previstas em lei”.

• Embora privilegie a autonomia da vontade, não afasta a intervenção judicial


nos casos de abuso ou violação à ordem pública!
• Mudança na redação do art. 421 do Código Civil

“Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.

Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da


intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual”.

• Liberdade “contratual” (e não “de contratar”) limitada pela função social do contrato:
exclusão da expressão “em razão”, tão criticada pela doutrina

•Parágrafo único: prevalência da intervenção mínima (?) do Estado e revisão contratual


excepcional;
➢Já é excepcional em contratos civis e empresariais!
➢Qual o critério para a “revisão excepcional”?
• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a
presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;

II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.”


• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
• Presunção de paridade e simetria (redundância!) dos contratantes nos contratos civis e
empresariais;

• Simetria em todos os contratos empresariais?


•“Il terzo contratto” (Roberto Pardolesi)
•Exemplo: contrato de franquia?
•Por isso que a simetria é somente presumida (iuris tantum)!

• Afastamento da presunção por elementos concretos e regimes jurídicos em leis


especiais;
• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a
presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;

II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.”


• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a
presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
(REGRA SEMELHANTE A DO ART. 113, §2º!)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.”


• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a
presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
(REGRA SEMELHANTE A DO ART. 113, §2º!)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.”


• Inclusão do art. 421-A no Código Civil
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a
presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:

I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação


das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
(REGRA SEMELHANTE A DO ART. 113, §2º!)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e

III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.”


Prof. José Eduardo Figueiredo de Andrade Martins

Pós-Doutorando pelo IGC/CDH da Universidade de Coimbra.


Doutor e Mestre em Direito Civil pela Universidade de São Paulo.
Especialista em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Cursou "Law and Economics" na Universidade de Chicago.
Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Professor dos cursos de graduação e pós graduação em Direito da Pontifícia Universidade
Católica de Campinas.
Advogado.

Facebook: /joseedmartins Instagram: @je_famartins

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