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(Organizador)
COMUNIDADE E
SOCIEDADE
Leituras sobre problemas conceituais,
metodológicos e de aplicação
DETERMINAÇÃO GERAL
DOS CONCEITOS PRINCIPAIS
TEORIA DA COMUNIDADE
DIGNIDADE E ENCARGO -
A DESIGUALDADE E SEUS LIMITES
TEORIA E SOCIEDADE
9 Comunidade
110 — Comunidade e sociedade
nal, que flutua no ar tal como saiu das cabeças de seus suportes
conscientes, que estendem as mãos por cima de todas distâncias,
fronteiras e idéias, desejosos de troca, e que consideram essa per-
feição especulativa como o único país, a única cidade, onde todos
cavaleiros de indústria e aventureiros merchant adventurers
têm um real interesse comum. Assim, a generalidade social é
representada, como a ficção do dinheiro o é pelo metal ou pelo
papel, por toda terra ou por um território delimitado de qual-
quer maneira; pois, nessa compreensão, é preciso fazer abstração
de todas as relações primitivas e naturais dos homens uns com
relação aos outros. A possibilidade de uma relação social supõe
apenas uma pluralidade de pessoas, capazes de produzir e, em
conseqüência, de prometer. A sociedade como coletividade, sobre
a qual deve estender-se um sistema convencional de regras, é,
segundo sua idéia, ilimitada: ela ultrapassa continuamente suas
fronteiras reais ou fortuitas. E como cada pessoa procura nela sua
vantagem própria e aprova as outras somente na medida e pelo
tempo em que estas desejam a mesma vantagem que ela própria,
a relação de todos para com todos, antes e fora da convenção,
e também antes e fora de cada contrato particular, pode ser
compreendida como uma hostilidade em potência ou como uma
guerra latente, excetuando-se os acordos das vontades, como
também os pactos e os tratados de paz. E nisso reside a única
concepção adequada de todas as realidades do tráfico e do comér-
cio, onde todos os direitos e obrigações podem se relacionar a puras
determinações de bens e de valores e sobre a qual, em conseqüên-
cia, deve repousar qualquer teoria do puro direito privado ou
(compreendido no sentido social) do direito natural, mesmo que a
teoria ignore esse direito natural. Compradores e vendedores, em
seus diversos aspectos, situam-se sempre uns com relação aos
outros de tal maneira que cada um deseja e tenta dar o menos
possível de seu próprio bem, e obter o mais possível o bem do
outro. E os verdadeiros comerciantes e negociantes percorrem
diversos caminhos e, durante esse percurso, cada um procura ul-
trapassar o outro e, se possível, classificar-se em primeiro lugar:
procuram obter a colocação de sua mercadoria e a maior quau-
Distinções e contrastes conceituais básicos — 115