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Mestra em História pelo Programa de Pós- Graduação em História – PPGHIST/
UEMA e professora da Educação Básica da rede pública estadual e municipal de
ensino.
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No término da pesquisa será confeccionado um material didático, um catálogo afro,
como material de aplicabilidade objetivando discutir junto à comunidade escolar as
questões relacionadas ao universo da estética dos cabelos crespos, visando o
fortalecimento da identidade negra e o combate ao racismo que afeta negros e brancos
na escola. O material contemplará a história de vida de jovens negras, estudantes do
Centro de Ensino Oscar Galvão, que usam seus cabelos crespos como símbolos de
resistência e do empoderamento contra a discriminação racial e contra os padrões de
beleza instituídos pela sociedade. Ainda, será apreciado no produto de aplicabilidade,
sugestões de leituras, músicas, sites e uma oficina de penteados afro como forma de
redefinir as relações entre escola e corporeidade negra.
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Cabelo de Bombril, cabelo duro, cabelo pixaim, são alguns dos estereótipos
sofridos por várias meninas negras. Nesse sentido, as formas de categorização;
cabelo duro, de Bombril, entre outros, forjam uma imagem depreciativa do
negro e dos seus próprios elementos fenotípicos. Isso representa uma violência
do discurso hegemônico brasileiro “eurocentralizado” contra a representação
do corpo negro, bem como, das múltiplas formas de construção estética da
cultura negra. A respeito da discriminação em relação ao cabelo crespo,
sobretudo na escola, uma das colaboradoras da pesquisa ressaltou:
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O cocó é uma espécie de coque preso na parte superior da cabeça muito conhecido
entre as mulheres que querem fazer um penteado mais simples ou elaborado.
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Penteado muito utilizado pelas crianças, prático e fácil de fazer amarrado os dois
rabos de cavalo ou tranças.
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Entrevista concedida por uma aluna no dia 20 de setembro de 2017. Pedreiras-Ma.
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A agenda antirracista suscitou muitas mobilizações e ações políticas, entre as quais
destaca-se a I Conferência Mundial contra a discriminação racial organizada em Durban,
África do Sul, reunindo entre os dias 31 de agosto e 8 de setembro de 2001, 173 países,
ONGs. A Conferência de Durban é considerada como marco internacional nas
discussões acerca do racismo. A luta pelas conquistas civis da população negra nos
Estados Unidos; a Frente Negra Brasileira, fundada em 1931; o Teatro Experimental
do Negro – TEM, fundado por Abdias do Nascimento em 1944; o Movimento Negro
Unificado – MNU e suas ramificações no Brasil; a Lei 10.639/2003 e 11645/08 na
esfera educacional, são exemplos dessa luta contra o racismo.
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Segundo Frigotto, esse projeto tem “um sentido autoritário que se afirmar na
criminalização das concepções de conhecimento histórico e de formação humana que
interessam à classe trabalhadora e em posicionamento de intolerância e ódio com os
movimentos sociais em particular o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Mas também, o ódio aos movimentos de mulheres, de negros e de lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transgêneros”. (FRIGOTTO, 2017, p. 18).
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suas identidades étnicas através de seu corpo e de seus cabelos, mesmo que
estas experiências sejam acompanhadas por tensões e conflitos. Logo, se de
um lado, a escola favorece a construção de estereótipos, estigmas e preconceito
racial, do outro, é fundamental na superação de práticas racistas.
Diante dessa realidade, é necessário e emergencial que a instituição
escolar desenvolva atividades pedagógicas que valorize a história e a cultura
africana e afro-brasileira, a corporeidade e a estética negra de forma positivada,
pois somente através dessas ações que a instituição escolar poderá oferecer aos
estudantes negros a melhor compreensão acerca da sua realidade sócio-
histórica e cultural, para reavaliarem práticas e valores desconstruindo padrões
tradicionais e opressores de homens e mulheres negras e brancas. Nesse sentido
a instituição escolar com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais, tem a obrigação de atender as
demandas dos estudantes negros (as) visando combater qualquer tipo de
discriminação racial no espaço escolar. No entanto, para atender todas as
necessidades do alunato é fundamental a ação conjunta de todos que compõem
a comunidade escolar.
Como bem frisou (GOMES, 2005), é essencial que a discussão teórica
e conceitual acerca das questões raciais presentes na educação, estejam
acompanhadas da adesão de práticas concretas, pois como ela destacou,
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Visando o fortalecimento das identidades negras, foi realizado no dia 07 de dezembro
de 2017 no Centro de Ensino Oscar Galvão , uma oficina intitulada a “estética dos
cabelos crespos” junto ao corpo discente. A oficina foi resultado do trabalho de
intervenção didático-pedagógico realizada durante a pesquisa de campo.
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Entrevista concedida no dia 28 de setembro de 2017, Pedreiras-Ma.
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Entrevista concedida no dia 20 de setembro de 2017,Pedreiras-Ma.
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Entrevista concedida no dia 06 de outubro de 2017, Pedreiras-Ma.
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Entrevista concedida no dia 03 de agosto de 2017, Pedreiras-Ma.
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Entrevista concedida no dia 26 de outubro de 2017. Pedreiras-Ma.
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Referências