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MARKUSEN, Ann R. Região e Regionalismo: um enfoque marxista.

Espaço e
Sociedade, n. 2, São Paulo.

Ann Roel Markuzen é diretora do Centro de Economia Industrial e Regional da


Universidade de Minnesota, E.U.A. Em seu extenso currículo constam a autoria de 12
livros, 66 artigos, e 62 capítulos de livros, versando sobre economia regional e urbana,
economia da tecnologia, indústria militar, desarmamento e temas correlatos, além de 43
orientações de teses de PhD. Reconhecida e respeitada internacionalmente, a Profa. Ann
Markusen recebeu 11 prêmios e condecorações pela sua contribuição acadêmica. Nos
últimos anos, a Profa. Ann Markusen vem trabalhado na análise da relação entre cultura
e desenvolvimento (atividades e comunidades artísticas e culturais), com enfoque no
papel dessas atividades no desenvolvimento regional e das cidades.

Inicialmente, a autora introduz que na teoria marxista, os conceitos de região e


regionalismo têm assumido uma posição controvertida no desenvolvimento do
capitalismo, elucidando os usos e abusos como categoria regional. Além disso,
questiona as relações sociais implícitas às referências do regional, evidenciando que a
noção de região não pode ser dada a mesma categoria de classificação como classe,
sexo, cor e etc, ao contrário pode ser trabalhada de forma abstrata quanto a
regionalismo. Para os marxistas, o significado de região encontra-se nas lutas que se dão
nela, ou seja, se as regiões não forem a base ou área de conflito como causador de um
estudo para o descobrimento das origens e dos motivos desses embates, o seu estudo
seria irrelevante e talvez não existisse. Dessa forma, colocam a região como uma
relação social ou subordinada a esta. Para a autora, região como categoria teórica é
fundamentalmente não marxista e que as regiões não podem ser comparadas
abstratamente sem ambuiguidade com qualquer conjunto de relações sociais. Para ela,
deve-se evitar o uso da palavra “região” e substituir para o uso, somente, da palavra
“regional”, isto subordina o espacial ao social. Conforme a autora, talvez, seria mais útil
utilizar o conceito de regionalismo, isto é, a adoção de uma reivindicação territorial por
um grupo social. Regionalismo é um fenômeno social, sobre o qual se pode fazer
algumas considerações teóricas e dotá-lo de um significado abstrato, pois o mesmo
focaliza mais diretamente os conflitos territoriais sociais, que regional. Embora que o
regionalismo seja nitidamente um termo intangível e empírico, pode também referir-se à
dinâmica social objetiva, que causa diferenças territoriais em formações sociais. O
marxismo define regionalismo como uma experiência humana alienada a um ideal
(modo de produção) e restringe a observação, somente, a uma esfera. Desse modo, os
marxistas veem regiões como fenômenos experimentais sujeitos a análise concreta,
histórica e caso a caso e rejeitam o entender implícito das regiões em suas observâncias
como atores econômicos e espaciais em que um espaço é explorado por outro. Diante do
exposto, a autora conclui dizendo que este trabalho esteve por quase completamente
preocupado com definições, e que sua função na literatura especializada é demonstrar
que a área em que os acadêmicos marxistas operam não está completamente claro e que
a procura de uma boa e evidente análise regional.

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