Você está na página 1de 3

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE:

EQUOTERAPIA COMO UM RECURSO PEDAGÓGICO

PERANZONI, Vaneza Cauduro1; CUNHA, Aimê 2

Palavras- Chave: Crianças. Atenção. Reeducação. Reabilitação.

INTRODUÇÃO
O objetivo geral da presente pesquisa constitui em avaliar os benefícios da
Equoterapia como recurso pedagógico, para a superação de dificuldades de aprendizagem e
desenvolvimento de praticantes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, de
um programa Equoterápico Pré-Esportivo realizado no CEEASA/UNICRUZ. Assim surgiu-se
a questão problematizadora da pesquisa: A Equoterapia contribui para o processo ensino-
aprendizagem e reabilitação global dos praticantes com diagnóstico de TDAH?
O problema em questão foi abordado a partir da hipótese de que pode melhorar o
nível de atenção e concentração dos alunos.
Entende-se por TDAH uma doença neuropsiquiátrica que envolve o córtex pré-
frontal, revelando-se por distúrbios emocionais, sociais e motores (CAMARGOS e HOUNIE,
2005). A Equoterapia trata-se de um conjunto de técnicas terapêuticas que perpassam as áreas
da saúde, educação e equitação, atuando para superar danos sensoriais, cognitivos e motores,
através de atividades lúdicas e esportivas com o cavalo (ANDE BRASIL, 2007).

METODOLOGIA
O projeto de pesquisa tem característica de um estudo sob perspectiva qualitativa,
exploratória e descritiva para análise dos resultados obtidos. Os critérios utilizados para
seleção dos praticantes foram: ter diagnóstico médico, disponibilidade para participar desta
pesquisa respondendo a uma ficha de informações própria do CEEASA/UNICRUZ, e assinar

1
Pós-doutora em Educação. Orientadora da pesquisa e Prof. do Curso de Mestrado em Práticas Socioculturais e
Desenvolvimento social da UNICRUZ. E-mail: Vaneza.cauduro@terra.com.br
2
Aimê Cunha. Orientanda da pesquisa, acadêmica do curso de Fisioterapia da UNICRUZ e Bolsista FAPERGS-
PROBIC. E-mail: Aimecunha4@gmail.com
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa contou com 10 praticantes
encaminhados pelas escolas de Ensino Fundamental do município.
O referido programa foi elaborado por uma equipe multidisciplinar com 10 sessões,
durante trinta minutos, realizando anotações na ficha de evolução de cada participante.
Aplicou-se estudos de adaptação indireta e direta ao praticante, como o reconhecimento do
cavalo, conhecimento do local, possibilitando a montaria, e então os praticantes eram
motivados a desenvolver atividades e aprimorar suas potencialidades dentro de um programa
equoterápico pré-esportivo com orientação do terapeuta.
Ao final das 10 sessões foi realizado questionário com os praticantes, seus responsáveis,
seus professores e com os estagiários do projeto, que auxiliaram nas sessões.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quanto à caraterísticas dos praticantes: A faixa etária era entre 5 a 16 anos. Quanto à
percepção dos pais perante as dificuldades de aprendizagem do filho, eles responderam que
foi a partir dos quatro anos. Antes da Equoterapia os pais e os professores responderam que os
praticantes tinham dificuldades para realizar as tarefas escolares sempre com ajuda, não
demostravam iniciativa própria, e não tinham prazer em estudar.
Após a Equoterapia os praticantes passaram a cumprir as tarefas escolares com mais
autonomia e por iniciativa própria. Tiveram melhora notável nas notas. Os pais relatam que os
filhos estão mais calmos e estão mais carinhosos. Quanto à percepção dos professores foi
relatado que os alunos estão mais esforçados para realizar as atividades em sala de aula,
obtivendo melhoras no relacionamento escolar.
Quanto à medicação, apenas um praticante continuou fazendo uso para o déficit de
atenção. Os estagiários do centro relataram que os praticantes desenvolveram mais atenção,
equilíbrio e orientação espacial. A interação social entre praticante, cavalo e mediador,
durante as sessões foi de extrema importância, pois além de ter promovido a reabilitação
global do praticante, ofereceu aos acadêmicos uma formação diferenciada, demonstrando a
preocupação da Universidade de Cruz Alta na qualificação dos profissionais e na qualidade de
vida da comunidade visando assim desenvolver um trabalho em equipe interdisciplinar, cujo
foco é o paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto obtiveram-se resultados positivos e de grande relevância para a comunidade e
praticantes, pois a Equoterapia proporcionou o aprimoramento motor ao mesmo tempo em
que desenvolveu aspectos emocionais, como a superação de limites, autoestima e a
socialização, utilizando o cavalo como aliado, catalisador e harmonizador de uma relação
terapêutica, contribuindo com o avanço escolar e desenvolvimento global deste praticante.
Possuindo esses aspectos do desenvolvimento humano com relação intrínseca nos fatores
cognitivos necessários, em especial aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ASSOCIAÇÃO GAÚCHA DE EQUOTERAPIA. Centro de Equoterapia Osório.


Equoterapia: ciência na saúde e educação. Porto Alegre. s. d. digitado.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA. Curso básico de equoterapia. Brasília,


DF, 2004.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA. Guia para montaria. cavaleiros


portadores de deficiência física ou mental. Brasília/DF, 2007.

BOBATH, K. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. 2. ed.


São Paulo: Editora Manole Ltda, p. 1 e 2. 1990.

CAMARGOS, Walter Jr. & HOUNIE, Ana G. Manual clínico. TDAH, 2005. Disponível em:
https://psicoeducauff.files.wordpress.com/2012/03/manual-clinico.pdf. Acesso em 06 de
setembro de 2015.

Você também pode gostar