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Módulo 12: Clínica Psicanalítica II

"Quando me torno um psicanalista?". Desde Freud, sabemos que para ser um psicanalista,
é necessário ter seguido uma formação teórica e, antes disso, uma análise pessoal e
manter-se em supervisão. Nos tornamos psicanalistas não pela formação concedida
propriamente, mas quando nos autorizamos a ser. Isso envolve aprimorar nossa
capacidade de escutar - primeiramente a nós mesmos, desenvolver a capacidade de
acolher nossos próprios conteúdos e estar em análise, supervisão e aprimorar nossos
conhecimentos teóricos, para que esse tripé sustente o exercer da clínica.

Entendo que para o sucesso de uma análise, é indispensável que o analista tenha
aprendido com seus próprios processos e que tenha submetido ao seu poder de reflexão
acerca dos “pontos fracos” de sua personalidade. Afinal, somos humanos como qualquer
outro, mas é legítimo que se exija do analista um grau bastante elevado de normalidade e
de retidão psíquica, no que coloquialmente afirmamos ser preferencial que o analista esteja
menos implicado pelas neuroses que o analisante.

Quando a análise “não anda”, eu percebo que é porque nós, psicanalistas, não permitimos
que ela transcorra. O conteúdo do analisando nos afeta e, portanto, o profissional precisa
estar em análise e contar com supervisão. Tem a obrigação de trabalhar seus conteúdos,
para que eles não interfiram no espaço do analisando.

Acredito que cada análise é única e tem seu tempo. A psicanálise tem uma base teórica
“densa”, com inúmeras perspectivas teóricas que fundamentam a prática, mas pode ser
transmitida a partir de uma linguagem acessível. No entanto, é necessário constante
aprofundamento teórico.

Reforço que o psicanalista possibilita que o analisando escute a si mesmo. É através da


livre associação de ideias que podemos dar nome aos conteúdos que geram sofrimento.
Quanto mais conseguimos expressar conteúdos, maior a redução dos sintomas.

Por fim, entendo que a psicanálise é um percurso individual para cada profissional. A
insegurança? Falta de análise. Cada palavra dita é uma resistência. Devemos ter cuidado
com o lugar do “suposto saber”.

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