O documento discute as atividades realizadas pelo Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade para promover a conscientização sobre a cultura e história afro-brasileira. Foram realizadas rodas de conversa, apresentações musicais e exposições de arte para abordar temas como racismo, identidade negra e desigualdade racial no Brasil. O objetivo era sensibilizar a comunidade universitária e engajá-la na luta antirracista por meio da educação.
Descrição original:
Mostra de extensão de pesquisa universitária do Inisal
O documento discute as atividades realizadas pelo Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade para promover a conscientização sobre a cultura e história afro-brasileira. Foram realizadas rodas de conversa, apresentações musicais e exposições de arte para abordar temas como racismo, identidade negra e desigualdade racial no Brasil. O objetivo era sensibilizar a comunidade universitária e engajá-la na luta antirracista por meio da educação.
O documento discute as atividades realizadas pelo Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais da Universidade para promover a conscientização sobre a cultura e história afro-brasileira. Foram realizadas rodas de conversa, apresentações musicais e exposições de arte para abordar temas como racismo, identidade negra e desigualdade racial no Brasil. O objetivo era sensibilizar a comunidade universitária e engajá-la na luta antirracista por meio da educação.
Atividades culturais no processo formativo visando a educação das relações étnico-
raciais Embora sancionada em 2003, a Lei 10.639 que estabelece a obrigatoriedade de inclusão nos currículos nacionais da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", sua total implementação ainda é um grande desafio nos cenários educacionais. O Brasil, embora se configure como um Estado Democrático de Direito, na prática, porém, se apresenta como uma sociedade recortada por desigualdades sociais. Forjada em uma matriz patriarcal e colonialista, a sociedade brasileira se constitui como um sistema de relações que legitimam a superioridade masculina, cria padrões e valores culturais, nos quais a raça negra é inferiorizada e estigmatizada. Para tanto, no primeiro semestre de 2022, algumas ações culturais foram desenvolvidas no horário de intervalo do período noturno pelo Núcleo de Educação das Relações Étnico-raciais no campus Maria Auxiliadora a fim de provocar e sensibilizar a comunidade acadêmica. Entre elas, a Roda de Conversa “Quem somos e o que queremos nós?” realizada no dia 08 de março, Dia Internacional das Mulheres, a fim de assinalar a interseccionalidade entre os marcadores sociais de raça, classe e gênero, o reconhecimento de diferentes opressões, além dos desejos e anseios de mulheres como grupo social. Outras intervenções aconteceram no decorrer do mês de maio. Há tempos a data de 13 de maio vem sendo pontuada, sobretudo, pelos Movimentos Negros, como uma data que demanda reflexão e não comemoração; inclusive a data foi instituída como Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo. Nesta oportunidade, em parceria com o Centro Cultural Candeeiro e a União de Negras e Negros pela igualdade (UNEGRO) de Americana e Santa Bárbara d'Oeste e com apoio da Pastoral Universitária (PDU) e Coordenação da Missão Institucional (CMI), foi realizada uma apresentação de cantoria com tambores e coreografias de Jongo. A intervenção proposta objetivou à afirmação de narrativas diversas e a cultura afro- brasileira. Para tal, contou com a fala de Benedito Samuel Barbosa, liderança nos referidos movimentos; as falas foram articuladas a músicas afro-brasileiras performadas por outros três integrantes dos coletivos mencionados. Já em comemoração ao Dia Internacional dos Museus que também acontece no mês de maio, o Núcleo trouxe a exposição da artista jovem Lais Sabino “O Despertar do Imaginário”. A incursão objetivou promover o contato com a arte, que pode contribuir para a provocação de temas cotidianos como o racismo e a discriminação. Algumas das produções expostas têm referência direta a outras obras de renome, como a ilustração Black Lives Matter e a escultura em bronze de Flávio Cerqueira, Amnésia. A obra do referido artista plástico faz referência ao branqueamento das populações negras no Brasil e compõe o acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). As proposições culturais, de modo geral, visaram tomadas de consciência e o engajamento na luta antirracista, sobretudo a partir de uma educação crítica e transformadora. Desigualdade Racial; Políticas Afirmativas; Direitos Culturais. Resumo enviado em 2023 Equidade e Educação das Relações Étnico-raciais - Desafios e possibilidades para o Desenvolvimento Sustentável A história do Brasil é construída sob a desigualdade étnico racial, efeitos da longa colonização e escravismo. Alguns dados apontam obstáculos para o desenvolvimento sustentável, entre eles os números referentes ao racismo e ao machismo no Brasil, elencados nos Relatórios Globais sobre Homicídio (ONU), Atlas da Violência (IPEA) e Anistia Internacional (2022), apontam que 62% dos casos de feminicídio no país são cometidos contra mulheres negras. Ainda nesta intercessão raça-classe-gênero, e além das violências cotidianas, a trajetória de mulheres negras continua sendo invisibilizada em diversas áreas. Frente a isso, o Núcleo de Educação das Relações Étnico Raciais, unidade de Americana, propôs, em outubro de 2022, a intervenção A padroeira do Brasil é uma mulher negra, que, além da provocação do título, trouxe um bate papo com membros da Pastoral da Universidade (PDU). Algumas imagens que chamam a atenção para a contribuição das mulheres negras na formação da sociedade brasileira, foram dispostas pelo campus, bem como foram discutidas as contradições referentes ao papel de cuidado e abnegação, e também, estratégias ético-políticas de inclusão das demandas da população negra, maioria no Brasil. Outra intervenção, realizada em 2022, foi o convite à escritora e educadora Claudia Monteiro e o lançamento do livro Identidade e Memória: Trajetória histórica dos negros em Americana – Um estudo de caso do engenho e fazenda Salto Grande, a obra foi produzida a partir da aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc de fomento à cultura e seu processo de produção é originário das experiências de sala de aula da autora e a dificuldade em conduzir um trabalho junto aos alunos em que a história do povo negro na região fosse contada, assim como as histórias dos imigrantes europeus e asiáticos. Ao pensar relações insustentáveis temos que, devido às políticas de branqueamento populacional e sua a herança subjetiva, a beleza e estética negra foram ocultadas no cotidiano e pensando na construção de uma educação antirracista, houve-se em maio de 2023 a intervenção Entre tranças e turbantes que visava reafirmar a estética negra como ação e resistência a partir das tranças e penteados afros, vestimentas e acessórios de origem africana. Frente aos dados apresentados e em consonância com a proposta da Agenda 2030 (ONU) para um desenvolvimento sustentável a partir da igualdade de oportunidades e da inclusão social, vê-se a importância da manutenção de propostas que visem a equidade racial dentro dos espaços educativos brasileiros.