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BOLETIM ESPECIAL

LEI DE COTAS NOS CONCURSOS PÚBLICOS (12.990/2014):


AFROAMÉRICA ENTRA COM AÇÕES JUDICIAIS CONJUNTAS
EM DEFESA DOS DIREITOS DA POPULAÇÃO NEGRA
Os movimentos negros no Brasil, com destaque ao Movimento Negro Unificado (MNU),
lutam pelos direitos do povo negro e denunciando o racismo e seus muitos mecanismos,
resultando no estabelecimento de medidas reparatórias à população negra ao longo de
muitas décadas, a exemplos do reconhecimento que racismo é crime inafiançável, que
escravidão foi um crime contra a humanidade reconhecida pela ONU, da criação do dia
da Consciência Negra (20 de novembro), do Estatuto da Igualdade Racial e do Ministério
da Igualdade Racial - MIR, e talvez a mais famosa e polêmica ação implantada, a criação
de Cotas no acesso à graduação e pós-graduação (Lei 12.723/2012, atualizada pela Lei
14.723/2023) e concursos públicos (Lei nº 12.990/2014). Esta última completa uma
década no mês de junho deste ano. Em parceria com o MNU e a União Geral dos
Trabalhadores (UGT), o Instituto AFROAMÉRICA entrou com ações judiciais conjuntas
por todo o país.

O relatório técnico "A implementação da Lei nº12.990/2014: um cenário devastador


de fraudes" é o mais detalhado relatório já produzido a nível nacional sobre o
cumprimento da Lei 12.990/2014 por parte de 61 instituições públicas brasileiras (sendo
destas 56 IFES), com quase 1 mil páginas, o relatório foi produzido pela equipe técnica
multidisciplinar Opará / UNIVASF. Comprovado o não cumprimento da Lei (a Lei
determina 20%, mas só 0,53% se efetivou), identificado diversos mecanismos de burla,
se reuniu assim tantos pesquisas anteriores quanto produziu dados inéditos (análise de
mais de 10 mil editais públicos e suas 46 mil vagas, por exemplo). Diante do
estarrecedor cenário de não cumprimento da Lei, ações judiciais conjuntas em todos os
estados da federação começaram a serem abertas, em resguardo dos direitos da
população negra e para exigir que se cumpra a Lei, assim como que medidas de
Reparação sejam realizadas, diante dos prejuízos acumulados que escalam em valores
iniciais calculados de aproximadamente 3.5 bilhões de reais para a população negra
através de salários não recebidos.
O ESTADO BRASILEIRO tem por obrigação realizar a REPARAÇÃO e cumprir a LEI!

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