A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SEXUAL PARA CRIANÇAS AUTISTAS:

DESMISTIFICANDO TABUS
1Bruna Costa Gonçalves da Cruz1

INTRODUÇÃO: A educação sexual é todo um conjunto de ações voltadas para o ensino-

aprendizagem sobre a sexualidade humana (Figueiró, 2010). Esse processo de ensino-
aprendizagem, ocorre em diversos níveis: conhecimento de informações básicas, reflexões sobre
valores, normas, emoções, sentimentos e atitudes referentes à vida sexual. É observável a
necessidade de a educação sexual iniciar na infância quando se fala sobre proteção à infância,
autonomia, desenvolvimento, construção do respeito, autoconfiança, autoconhecimento e
autoestima, sendo necessário o ensino adequado a sua idade e desenvolvimento. O autismo traz
prejuízos no desempenho social, pessoal e sexual, sendo apresentados em diferentes níveis.
Esses prejuízos demonstramse através de excitação inadequada, masturbação em público, falhas
em estabelecer relações íntimas, além de serem mais suscetíveis a abusos físicos e sexuais
(vítimas e agressores). Sendo assim necessário uma intervenção adaptada e eficaz para ensina-
los a compreensão sobre o corpo, sentimentos, toques adequados e não adequados, respeito sobre
si e o outro, além da necessidade de reduzir os mitos e tabus sobre a sexualidade em autistas e a
importância de educação sexual precoce. OBJETIVOS: Ensinar pais, profissionais, acadêmicos e
cuidadores de crianças típicas e atípicas sobre a importância da educação sexual, como realiza-la,
sobre as possibilidades de adaptação, proteção e prevenção ao abuso sexual, como observar os
sinais, acolher e denunciar. METODOLOGIA: Foi realizada a palestra no IV Simpósio e I Congresso
de Autismo da Serra da Ibiapaba “Desenvolvendo autonomia e Impactando vidas”, no dia 28 de
maio de 2023, onde foi explanada a temática durante 40 minutos de apresentação e a abertura de
mais 20 minutos para possíveis questionamentos sobre o assunto. RESULTADOS E
DISCUSSÕES: Observou-se uma participação ativa dos inscritos, desde a explanação do assunto
até a finalização com os questionamentos, onde trouxeram casos vivenciados para serem
debatidos, questionamentos sobre como agir frente ao relato de um abuso, qual a motivação para
estudo da temática, como orientar pais que traziam questionamentos sobre comportamentos
sexuais de seus filhos, como conseguir materiais com evidências para estudo do tema, entre outros
questionamentos. CONCLUSÃO: Ao finalizar-se a experiência, observase a necessidade de mais
estudos na área e de espaço possíveis para debater sobre a temática, ampliando a disseminação
do assunto, pois só assim torna-se possível a capacitação e orientação de profissionais, cuidadores
e acadêmicos da área, visando o aumento da proteção da infância, principalmente quando falase
de autistas, ao estarem em maior estado vulnerabilidade, sendo devido aos prejuízos acarretados

1Autora: psibrunagon.com.br
pelo TEA, seja pelo preconceito da sociedade sobre o assunto ou por ter-se poucos estudos
baseados em evidências.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, P. A Educação Sexual na Deficiência Mental. Pós-Graduação em Educação Especial. Escola Superior de
Educação de Paula Frassinetti, Porto, 2009.

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, APA. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. São
Paulo: Artmed Editora, 2014.

FIGUEIRÓ, M. Formação de Educadores Sexuais: adiar não é mais possível. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010.

FUERTES, A.; LÓPEZ, F. (1999). Para compreender a sexualidade. Lisboa:

APF. KRUEGER, R. Focus Group: a pratical guide for appliedresearch, Newbury Park: Sage Publications,1988.

MAHONEY, A.; POLING, A. Sexual abuse prevention for people with severe developmental disabilities. Journal of
Developmente Disabilities, v. 23, p. 369-376, 2011.

MATOS, C. Compreensão de linguagem não-literal em crianças com Perturbações do Espectro do Autismo. Tese de
mestrado, Ciência Cognitiva, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Faculdade de Letras, Faculdade de
Medicina, Faculdade de Psicologia, Lisboa, 156 p. 2012