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Protocolo de atendimento

odontológico a pacientes usuários


de terapia antitrombótica
Dental care protocol for patients using antithrombotic therapy
Maura Sodré Pesse*
Leandro Dorigan de Macedo**
Soraya Fernandes Mestriner***
Cristiane Aparecida Nogueira Bataglion****

Introdução
O tromboembolismo é um evento multifatorial
Muitos pacientes que necessitam de intervenção odon- e o risco é composto por fatores genéticos e/ou ad-
tológica, atualmente, são usuários de terapia medica- quiridos. O principal fator de risco para trombo-
mentosa antitrombótica. Essa condição se mostra pre- se arterial é a arteriosclerose. A trombose venosa
valente, considerando que problemas cardiovasculares acontece em decorrência de imobilização, cirurgia,
afetam grande parte da população. Objetivo: construir medicamentos, obesidade e condições genéticas. O
um protocolo clínico para o Serviço de Odontologia evento tromboembólico resulta de um desequilíbrio
e Estomatologia do Hospital das Clínicas de Ribeirão entre o estímulo trombogênico e os mecanismos de
Preto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
proteção1,2.
Universidade de São Paulo, a partir de evidências cien-
tíficas. Revisão de literatura: foi realizada uma pesquisa A fim de prevenir, primária ou secundariamen-
bibliográfica nas bases de dados eletrônicas Scientific te, eventos tromboembólicos, são utilizadas tera-
Eletronic Library Online (SciELO) e Public MedLine pias com anticoagulantes e/ou antiagregantes pla-
(PubMed), nos idiomas português e inglês, do período quetários. A terapia antitrombótica está indicada
entre 2013 e 2017. Após obtenção dos periódicos, fo- na prevenção de trombose venosa profunda, embo-
ram selecionados os que se tratavam de estudos clí- lia pulmonar, trombose e embolização em pacientes
nicos e seguiu-se com tradução, leitura e análise dos com fibrilação atrial e trombose de válvulas cardía-
artigos. Com base nas evidências científicas, optou-se cas. É aplicada também em pacientes com prótese
por construir o protocolo a partir da classe de medica-
cardíaca, para síndromes coronarianas agudas,
mento utilizada pelos usuários de terapia antitrombó-
tica (antiagregantes plaquetários, anticoagulantes orais para pacientes que fazem uso de stents coronaria-
e novos anticoagulantes orais) e orientações (pré, intra nas, pós-acidentes vasculares isquêmicos cerebrais
e pós-operatórias) para cada procedimento odontológi- e cardíacos3-5.
co. Considerações finais: o protocolo clínico estabele- Os antiagregantes plaquetários, além de apre-
ceu parâmetros para condutas clínicas e cirúrgicas em sentarem a propriedade de inibir a formação do
atendimento ambulatorial e hospitalar, possibilitando o trombo induzido predominantemente por plaquetas
cuidado integral aos usuários de terapia antitrombótica. sem interferir de forma significativa nos demais
Futuros estudos clínicos são necessários para validação segmentos da coagulação, são usados devido a evi-
e adequação para seu uso em diferentes serviços.
dências experimentais em que a adesão e agregação
Palavras-chave: Agregação de plaquetas. Anticoagulan- plaquetária ao endotélio vascular é o evento primá-
tes. Fibrinolíticos. Inibidores. Odontologia. Protocolos rio no desenvolvimento de trombose, tromboembo-
clínicos. lismo arterial, vasoespasmo coronariano e, possi-
velmente, no desenvolvimento de lesões ateroscle-
róticas. Os antiagregantes plaquetários mais comu-
mente utilizados são ácido acetilsalicílico (AAS®),
clopidogrel e ticlopidina6,7.

http://dx.doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8777

*
Residente do Programa de Atenção Integral à Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
**
Chefe da Divisão de Odontologia e Estomatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
***
Docente da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
****
Cirurgiã-dentista contratada do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

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Os anticoagulantes atuam diretamente na cas-
cata de coagulação, tendo como objetivo prevenir a Materiais e método
formação e a expansão do coágulo. As terapias in-
cluem heparina, heparina de baixo peso molecular e Foi realizada revisão bibliográfica exploratória
anticoagulantes orais, sendo a varfarina o principal nas bases de dados eletrônicas: Scientific Eletronic
medicamento desse grupo8-11. Library Online (SciELO) e Public MedLine (Pub-
Recentemente, tornaram-se disponíveis no mer- Med), com obtenção de periódicos, seguida de sele-
cado duas novas classes de anticoagulantes orais: ção, tradução, leitura e análise de artigos. A pesqui-
os inibidores do fator Xa (rivaroxabana, apixabana sa dos periódicos aconteceu entre julho e dezembro
e edoxabana) e os inibidores diretos da trombina de 2017. Os descritores em inglês e português utili-
(dabigatrana). Esses medicamentos surgiram como zados foram: “assistência odontológica/dental care”,
alternativas aos anticoagulantes cumarínicos e pa- “anticoagulantes/anticoagulants”, “extração den-
renterais, apresentam perfil IV farmacológico pre- tária/tooth extraction” e “fibrinolíticos/fibrinolytic
visível, são administrados oralmente e não necessi- agents”; selecionados dos Descritores em Ciência da
tam de monitorização laboratorial frequente12. Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) edi-
Há uma grande preocupação com pacientes sob ção 2017. Foram encontrados 44 artigos científicos,
terapia anticoagulante em relação ao risco de com- dos quais foram selecionados 19 estudos clínicos nos
plicações hemorrágicas ou de ocorrência de eventos idiomas português e inglês, publicados no período
tromboembólicos, principalmente em relação aos entre 2013 e 2017.
anticoagulantes antagonistas da vitamina K (ex.: A partir da leitura e da análise dos artigos, com
varfarina), que sofrem influência na absorção, far- base nas evidências científicas, optou-se por cons-
macocinética e farmacodinâmica em função de fato- truir o protocolo clínico a partir da classe de medica-
res genéticos, ambientais e pela ingestão de alguns mento utilizada pelos usuários de terapia antitrom-
tipos de alimentos13-17. bótica, com antiagregantes plaquetários (terapia
As complicações hemorrágicas em função de única ou dupla), anticoagulantes orais, anticoagu-
procedimentos odontológicos que necessitem de lantes orais associados a antiagregantes plaquetá-
mais do que medidas hemostáticas locais para es- rios e novos anticoagulantes orais; orientações pré-
ses pacientes são raras (0,1%), sendo que não há ne- -operatórias, solicitação de exames, parâmetros de
nhum relato de hemorragias fatais. Por outro lado, Razão Normalizada Internacional (International
0,8% apresentam complicações tromboembólicas Normalized Ratio – INR), suspensão ou manuten-
decorrente da suspensão da terapia antitrombóti- ção da medicação; orientações intraoperatórias,
ca e, dentre esses, há relatos de desfechos fatais. para determinar extensão e complexidade do pro-
Considerando que muitos pacientes que precisam cedimento e uso de hemostáticos locais; orientações
de intervenção odontológica são submetidos a tera- pós-operatórias, cuidados pós-operatórios; para
pias antitrombóticas e sendo essa situação cada vez cada tipo de procedimento odontológico, restaura-
mais expressiva, é necessário que se crie um pro- ção, raspagem supragengival, raspagem subgengi-
tocolo de atendimento que minimize as ocorrências val, biopulpectomia/pulpotomia, necropulpectomia,
hemorrágicas e não exponha o paciente a um risco biópsia, extração simples, extração complexa (quan-
de tromboembolismo. Protocolos são considerados do envolve osteotomia e/ou retalho) e extração de
importantes instrumentos para direcionamento das elementos inclusos.
situações na assistência em saúde e, nesse caso, O protocolo foi organizado de forma que, para
apresentam como foco principal a padronização de cada classe de medicamento, foram descritas as
condutas clínicas em ambientes ambulatoriais e orientações de acordo com o período pré, intra e pós-
hospitalares18-20. -operatório, conforme o tipo de procedimento odon-
Assim, com base nesses preceitos, a finalidade tológico.
deste estudo foi construir um protocolo clínico desti-
nado ao atendimento odontológico para usuários de
terapia antitrombótica, baseando-se na literatura
existente sobre o tema.

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Resultados
Quadro 1 – Protocolo clínico

Protocolo para usuários de terapia antitrombótica


Pré-operatório Intraoperatório Pós-operatório
Antiagregante Antiagregante
Procedimentos Anticoagulante oral/
Antiagregante plaquetário plaquetário
odontológicos anticoagulante oral + Novos
plaquetário/ Anticoagulante oral Anticoagulante oral
antiagregante anticoagulantes
dupla antiagregação Novos Novos
plaquetário
anticoagulantes anticoagulantes
Restauração
Raspagem Profilaxia antibiótica* Profilaxia antibiótica* Profilaxia antibiótica*
supragengival
Necropulpectomia
Profilaxia antibiótica*

Exame TP no máximo
24 horas antes do pro-
Raspagem cedimento: Profilaxia antibiótica*
subgengival Solicitar ao médico
INR ≤ 3: seguir reco- suspensão da medi-
mendações intra e pós cação 24 horas antes
operatórias e 24 horas após o
procedimento
Biopulpectomia/ INR > 3: não realizar
pulpotomia procedimento e soli-
citar ao médico ajuste Sutura oclusiva 48h - Alimentação
da medicação Compressão de com fria (líquida/pastosa)
Biópsia
gaze + antifibrinolíti- 7 dias - Evitar esforço
co por 20 minutos físico e exposição ao
Extrair no máximo 3 sol e não fazer bo-
elementos por sessão checho e não cuspir
Esponja de fibrina
no alvéolo
Extração simples
Sutura oclusiva
Compressão de com
gaze + antifibrinolíti-
co –20 minutos
Extrair 1 elementos
por sessão
Esponja de fibrina
Extrações complexas no alvéolo
e inclusos Sutura oclusiva
Compressão de com
gaze + antifibrinolíti-
co –20 minutos
* Realizar a profilaxia antibiótica para os casos em que há risco de endocardite infecciosa, segundo critérios de American Heart Association (AHA).
Fonte: autores.
Quadro 2 – Considerações protocolo clínico

* Condições cardíacas consideradas de alto risco para a endocardite infecciosa, nas quais a profilaxia antibiótica é recomendada
previamente aos procedimentos odontológicos
• Valvas cardíacas protéticas ou material protético usado para reparo de válvulas cardíacas;
• História prévia de endocardite infecciosa;
• Doenças cardíacas congênitas (DCC):
- DCC cianótica não reparada, incluindo casos com shunts e condutos paliativos;
- defeito cardíaco congênito completamente reparado com material ou dispositivo protético, se colocado por cirurgia ou intervenção
com cateteres, durante os primeiros 6 meses após o procedimento;
- DCC reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente a ele de um curativo ou dispositivo protético (inibem a endotelização);
• Pacientes que receberam transplante cardíaco e desenvolveram valvulopatia cardíaca.
Terapêutica
A profilaxia antibiótica deve ser realizada com 2 g de amoxicilina 1 hora antes do procedimento ou, para alérgicos à penicilina, 600 mg de
clindamicina 1 hora antes do procedimento.
Hemostasia local
Deve-se realizar introdução de esponja de fibrina no interior do alvéolo, sutura oclusiva e compressão com gaze embebida com 5 mL de
ácido aminocaproico 200 mg/mL ou com 5 ml de ácido tranexâmico 50 mg/mL durante 20 minutos.
Anestésico local
Utilizar prilocaína 3% felipressina 0,03UI ou, no máximo, 2 tubetes de lidocaína 2% epinefrina 1:100 000.
Fonte: autores.

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Discussão situações particulares, em que se recomenda INR
entre 2,5 e 3,527-29.
Os protocolos são recomendações desenvolvidas Existem controvérsias em relação ao valor má-
sistematicamente para auxiliar no manejo de um ximo de INR para se realizar procedimentos cirúr-
problema de saúde, numa circunstância clínica es- gicos odontológicos. Alguns autores, incluindo a So-
pecífica, preferencialmente baseados na melhor in- ciedade Japonesa de Cirurgiões Orais, consideram
formação científica. São orientações concisas sobre seguro valor de INR até 3,030-32. Enquanto outros,
testes diagnósticos e tratamentos que podem ser incluindo recomendações do Comitê de Saúde Bri-
facilitadores no dia a dia. Além disso, são importan- tânico e da Sociedade Brasileira de Cardiologia, in-
tes ferramentas para atualização na área da saúde, dicam valor máximo de INR até 4,0, desde que se
sendo utilizados para reduzir variações inapropria- utilizem medidas hemostáticas locais33-35.
das na prática clínica21. Daroit et al.35 (2017) concluíram que pequenas
No caso dos usuários de terapia antitrombó- cirurgias orais podem ser realizadas de forma segu-
tica e que necessitam de tratamento odontológico, ra em paciente em uso de anticoagulante oral desde
faz-se necessário um planejamento adequado, que que se utilize INR abaixo de 4,0, tenha-se um bom
inclua avaliação completa da condição sistêmica planejamento do caso, utilizando técnicas atraumá-
do paciente, monitoramento do nível de coagulação ticas, extraindo um elemento dentário por sessão e
por exames laboratoriais, classificação do trauma e utilizando hemostáticos locais. Al-Mubarak et al.36
da extensão do procedimento a ser realizado; e que (2007) e Morimoto et al.37 (2008) não encontraram
estabeleça um direcionamento sobre a conduta em diferença estatisticamente significante no sangra-
relação ao medicamento utilizado e hemostático lo- mento pós-operatório em seus respectivos casos
cal18. para um valor máximo de 3,0 de INR. Bacci et al.33
A literatura propõe que, a cada 1.000 pacientes, (2010) relataram como seguro INR de até 4,0. Já
8 apresentam complicações embólicas graves quan- Ferrieri et al.38 (2007) não encontraram diferença
do a anticoagulação é reduzida ou retirada para estatística em relação ao sangramento pós-operató-
procedimentos dentários, sendo que para 2 desses rio, entre controles e casos, com um INR não supe-
pacientes os eventos são fatais20,22. rior a 5,5.
Assim, consideramos que a manutenção da me- De acordo com as recomendações internacio-
dicação é a melhor opção quando se tratam das com- nais atuais os pacientes com INR superior a 4,0
plicações embólicas que o paciente pode apresentar apresentam um aumento considerável do risco de
quando ocorre a suspensão da medicação. No entan- sangramento sem benefício clínico33,39,40. Sendo que
to, precisamos estabelecer parâmetros seguros aos pacientes com INR entre 2,0 e 3,0 apresentam risco
pacientes expostos a um risco mínimo de sangra- de sangramento aumentado, de aproximadamente
mento, principalmente aquele que exige interven- 1 em 100 a 1 em 25. Para aqueles com INR superior
ção sistêmica. a 3,0, o risco de sangramento aumenta para aproxi-
As diretrizes europeias não recomendam que madamente 1 em 30 a 1 em 741.
exames de agregação plaquetária sejam feitos de No protocolo proposto neste estudo, estabelece-
forma rotineira para usuários de antiagregantes mos valor de INR máximo de 3,0, já que, segundo
plaquetários, mas o teste pode ser feito para casos Todd42 (2005), de maneira geral, o INR alvo para
específicos, particularmente para usuários de clopi- controle tromboembólico para a maioria das condi-
dogrel, devido à sua alta taxa de resistência tera- ções clínicas está entre 2,0 e 3,0. Além disso, alguns
pêutica. Para os demais casos, não se torna neces- estudos encontraram relação entre um aumento do
sário, porque as taxas de antiagregação mantêm-se INR e a incidência de hemorragia no pós-operatório
estáveis após 30 dias de uso da medicação e são após o procedimento36,43-45.
principalmente dependentes da dose utilizada sem Febbo et al.41 (2016) encontraram relação esta-
sofrer influências externas23. tisticamente significativa entre maior valor de INR,
O exame de escolha para monitorização dos número de dentes extraídos e risco de sangramento
anticoagulantes cumarínicos (sendo a varfarina o pós-operatório. Ainda, relataram que, dos 9 casos
principal medicamento dessa classe) é o tempo de de sangramento pós-operatório, que correspondeu a
protrombina (TP), já que, dos cinco fatores que in- 2,1% da amostra, 3 casos foram relacionados a ex-
fluenciam o TP, três são dependentes da vitamina trações simples e 6 casos a extrações múltiplas34.
K (II, VII, X). Para que ocorra padronização e o TP Hanken et al.46 (2016) recomendam que pro-
possa ser comparável em qualquer laboratório do cedimentos múltiplos sejam divididos em várias
mundo, seu valor é expresso em INR, critério pro- sessões, a fim de reduzir o risco de sangramento,
posto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) lembrando que a complexidade do procedimento é
desde 198224-26. O valor de INR para indivíduos nor- também determinada pelo fato de envolver osteoto-
mais é de aproximadamente 1. O valor terapêutico mia e/ou retalho. A incidência de hemorragia pós-
do INR indicado para a maioria das condições trom- -operatória foi maior após extrações dentárias que
boembólicas deve estar entre 2,0 e 3,0; exceto em envolviam retalho e/ou osteotomia32.

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A European Heart Rhythm Association (EHRA) ou dupla antiagregação. Em todos os casos, o uso
considera como intervenções de baixo risco de san- de hemostáticos locais foi suficiente para garantir a
gramento extrações de até três dentes, sendo que hemostasia, e não ocorreu nenhum episódio prolon-
extrações envolvendo osteotomia aumentam o trau- gado de sangramento pós-operatório5. Quando com-
ma cirúrgico. Assim, é interessante que se façam parados grupos em que se manteve a antiagregação
extrações de até três elementos tratando-se de ex- e grupo em que a medicação foi suspensa e grupo
trações simples, já quando envolverem osteotomia controle, a hemostasia foi satisfatória para todos os
ou retalho, esse número deve ser reduzido. O que 82 pacientes da amostra, a hemostasia foi satisfató-
é confirmado pelos resultados obtidos por Dudek et ria sem episódios de sangramento49.
al.47 (2016), que encontraram associação estatística Para os novos anticoagulantes (dabigratana,
entre risco hemorrágico e quantidade de dentes ex- rivaroxabana e apixabana), de uma forma geral, é
traídos, e entre risco hemorrágico e osteotomia. recomendada a suspensão 24 horas antes do proce-
O uso de medidas locais de hemostasia esteve dimento, com retorno 24 horas após. Já que, mesmo
presente em todos os trabalhos analisados. Alguns na ausência de estudos controlados, esse intervalo,
utilizaram apenas os métodos usuais, como sutura que é baseado na meia-vida plasmática desses me-
e compressão com gaze; outros se valeram de medi- dicamentos, garante segurança hemostática e uma
das adicionais, como esponja de fibrina, irrigação do menor exposição ao evento tromboembólico, uma
alvéolo com agente antifibrinolítico, bochechos com vez que o tempo sem a cobertura da medicação é
antifibrinolíticos, compressão com gaze embebida reduzido para 24-48 horas, quando comparados com
em antifibrinolíticos e cola de fibrina. Medidas he- os anticoagulantes convencionais, que exigem, em
mostáticas locais combinadas resultaram em menor média, de 6 a 7 dias50.
frequência de sangramento pós-operatório (6,8%), Morimoto et al.51 (2016) propuseram um estudo
com uso de esponja de fibrina no interior do alvéolo, em que realizaram extrações dentárias sem des-
sutura e compressão de gaze embebida com ácido continuar a terapia com novos anticoagulantes. De
tranexâmico47. acordo com os achados do estudo, os autores reco-
Em uma amostra de 439 pacientes, em que 9 mendam que a extração deve ser evitada nas 3 ho-
retornaram com sangramento pós-operatório, to- ras seguintes à ingestão da medicação, que é quando
dos, exceto um caso, foram resolvidos com medidas ocorre o pico plasmático (as extrações foram feitas
locais de hemostasia. Foram realizadas a irrigação 6 horas após a ingestão do medicamento). Acrescen-
do alvéolo com ácido tranexâmico, a colocação de es- ta-se que devem ser realizados acompanhamento
ponja de fibrina no alvéolo e a compressão com gaze pós-operatório e utilização de hemostáticos locais.
embebida com ácido tranexâmico. Além disso, os Se a hemostasia não estiver adequada, deve-se sus-
pacientes foram orientados a manter enxágue bucal pender a próxima dose da medicação, após discus-
com ácido tranexâmico por dois dias. Somente um são com médico. Essas considerações não se aplicam
caso exigiu internação hospitalar seguida de trans- para pacientes com disfunção renal ou hepática.
fusão sanguínea, sendo que, no momento da inter- Miranda et al.50 (2016) suspenderam os novos
nação, foi identificado INR superior a 5,034. anticoagulantes de 12 a 24 horas antes do procedi-
As recomendações como evitar exposição ao sol mento, reintroduzindo a medicação no dia seguinte
e realização de esforços físicos por sete dias visam à ao procedimento. Após exodontia, utilizaram medi-
prevenção da hemorragia por evitar vasodilatação. das hemostáticas adicionais, com irrigação do alvé-
As orientações em relação à alimentação líquida/ olo com ácido tranexâmico, colocação de esponja de
pastosa fria por pelo menos 48 horas promovem um fibrina intra-alveolar e compressão com gaze em-
repouso da área e, consequentemente, reduzem o bebida com ácido tranexâmico durante 15 minutos.
risco hemorrágico48. O sangramento foi avaliado imediatamente após a
Com relação ao tipo de terapia antitrombótica, extração, após 24 horas, após 72 horas e após 7 dias.
em um estudo com 270 pacientes submetidos à ex- Não foram observados sangramentos intra ou pós-
tração dentária, sendo 134 em terapia com varfari- -operatórios.
na, 49 com associação entre varfarina e antiagre- Pensando na redução das complicações, não
gantes plaquetários e 87 com antiagregantes pla- recomendamos que seja realizado procedimento ci-
quetários, 11 pacientes apresentaram complicações rúrgico sem a suspensão da medicação, no caso dos
hemorrágicas. Dos 11 casos, 7 utilizavam a varfari- anticoagulantes orais novos, já que, exceto em um
na isolada, 2 combinavam varfarina e antiagragan- estudo, todos os outros revisados indicaram que se-
te plaquetáro e 2 utilizavam somente antiagregan- jam realizadas a suspensão da medicação e a utili-
te plaquetário. Não houve relação estatisticamente zação de medidas hemostáticas locais.
significativa entre os grupos; o sangramento pós- Apesar de todas as implicações envolvidas e de
-operatório e todas as complicações foram resolvidos os protocolos serem instrumentos úteis na organi-
com medidas locais de hemostasia37. zação do processo de trabalho e rosolutividade das
Outro estudo não apresentou diferença estatís- ações, é importante lembrar que o emprego de pro-
tica entre pacientes submetidos a extrações dentá- tocolos apresenta limites, por se tratarem de pro-
rias e que usavam terapia antiplaquetária simples cedimentos preestabelecidos, sem considerar que a

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clínica apresenta significativa variedade de deman-
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