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2007
CONTEÚDO
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................ 57
ii
(1) EQUILÍBRIO LÍQUD0-VAPOR PARA MISTURAS
BINÁRIAS A BAIXAS PRESSÕES
Seja inicialmente uma mistura líquida dita ordinária. Seus componentes são solúveis em
todas as proporções e não ocorre azeotropismo. Tal mistura é, então, uma solução homogênea
que pode ou não ser ideal.
A Regra das Fases indica o número de variáveis intensivas que precisa ser especificado
para que o sistema seja invariante ou esteja em equilíbrio. Sua expressão é:
F N 2r s (1)
Utilizando-se a Regra das Fases para o caso de uma solução homogênea binária tem-se:
N=2, π=1, r=s=0; o que leva a F=3. No caso de evaporação desta solução, ter-se-á π=2 e F=2.
Sendo assim, no equilíbrio líquido-vapor de uma mistura homogênea, a pressão de vapor da
mistura é função de duas variáveis intensivas, por exemplo, da composição de um dos
componentes e da temperatura. A Figura a seguir apresenta o diagrama, em três dimensões, que
relaciona a pressão de vapor (P) de uma mistura binária ordinária (A-B) com a temperatura e a
fração molar do componente mais volátil (z), que é o componente puro que apresenta maior
pressão de vapor (Treybal, 1980). Nesta figura, percebe-se que existem duas superfícies que
delimitam a região na qual coexistem as duas fases (envelope de fases). Nas condições de xA=0
e xA=1 tem-se as curvas das pressões de vapor dos componentes B e A puros, respectivamente
(PB e PA no diagrama). Por exemplo, a curva da pressão de vapor do componente A puro
estende-se desde seu ponto triplo (TA) até seu ponto crítico (CA); o mesmo ocorre na curva
1
referente ao componente B. Na região, externa ao envelope de fases, em que se têm temperaturas
mais altas e pressões mais baixas existe a fase vapor pura (abaixo e à direita do envelope de
fases); já na região, também fora do envelope de fases, em que existem temperaturas mais baixas
e pressões mais altas existe a fase líquida pura (acima e à esquerda do envelope de fases). Sendo
assim, a superfície superior do envelope de fases, representa a curva de líquido saturado e a
inferior representa a curva de vapor saturado.
curva y=x
Na Figura 2 (a) é apresentada uma reta vertical OG, que representa o resfriamento de uma
mistura gasosa O (ou aquecimento de uma mistura líquida G) em um sistema fechado. No ponto
O desta reta tem-se uma mistura gasosa com composição zo. Com o abaixamento da temperatura,
à pressão constante, a mistura atinge o ponto M, no qual surge a primeira gotícula de líquido cuja
composição é dada pelo ponto N (xN). Abaixando-se mais um pouco a temperatura chega-se a
uma mistura com composição global z e composições do vapor e do líquido dadas,
respectivamente pelos pontos K e L (yK e xL). Continuando-se o abaixamento progressivo da
temperatura à pressão constante atinge-se o ponto H, no qual só resta no sistema uma bolha de
vapor, cuja composição é dada pelo ponto J (yJ). Deve-se ressaltar que, ao se percorrer a reta
vertical MH para baixo, que representa o resfriamento da mistura no interior de um vaso fechado
e mantido a pressão constante, observa-se que ocorrem variações nas quantidades relativas de
vapor e líquido e nas composições das duas fases ficando, entretanto, constante a concentração
global no interior do recipiente. A continuação do abaixamento da temperatura produzirá um
líquido, cada vez mais frio, com a composição z. A curva representada na Figura 2 (b)
representa as composições do vapor em equilíbrio com o líquido à pressão constante durante a
operação de abaixamento de temperatura à pressão constante, também chamada de curva de
3
distribuição. O fato de a curva estar sempre acima da reta y=x, representada na figura, demonstra
que o componente A é sempre mais volátil que o componente B.
4
L yz
(2)
K zx
Observa-se na Figura 2 (a) que o segundo membro da Equação (2) é uma relação entre os
segmentos de reta KS e SL. Sendo assim, pode-se concluir que apresentará maior quantidade a
fase cujo ponto representativo (L ou K) esteja mais próximo do ponto S. Pela semelhança com a
conhecida regra da física esta propriedade conhecida como “regra da alavanca”.
É importante ressaltar que, quanto maior a distância da curva de distribuição com relação à
reta y=x apresentada na Figura 2 (b), maior a diferença entre as concentrações da fase vapor e
líquida e, conseqüentemente, mais fácil será a operação de separação por destilação. Uma
medida numérica dessa facilidade é a chamada volatilidade relativa (α). Trata-se da relação entre
as razões das frações molares do componente volátil e não volátil nas duas fases:
y
AB
1 y y 1 x (3)
x x(1 y
1 x
5
O valor de αAB normalmente varia quando x varia de 0 até 1. Se y=x (exceto quando x=0 ou x=1) tem-se que αAB=1,
o que significa que a separação por destilação não é possível. Quanto maior o valor da volatilidade relativa, maior a
facilidade de se separar os componentes da mistura por destilação.
6
1.3 - AS SOLUÇÕES IDEAIS
de sua pressão de vapor quando puro ( Pio ). A expressão dessa condição define a chamada lei de
Raoult:
Pi xPio (4)
A pressão de vapor da mistura é obtida pela soma simples das pressões parciais dos seus
componentes. Para uma mistura binária tem-se:
P xPAo (1 x)PBo PAo PBo x PBo (5)
que é a curva do ponto de bolha para soluções ideais e representa, no plano P versus x, uma reta
que passa pelos pontos (0, PBo ) e (1, PAo ). A Figura 5 (Treybal, 1980) apresenta o diagrama P
versus x,y para uma solução que obedece à Lei de Raoult.
P PBo
x (6)
PAo PBo
e, com a igualdade das pressões parciais tem-se, para o caso de gases ideais:
xPAo
y (7)
P
PAo
AB (8)
PBo
É de se esperar que a hipótese de solução ideal seja bastante razoável para esses dois
componentes, pois, devido à semelhança entre suas moléculas, pode-se esperar que a presença de
um pouco influencie no comportamento das interações intermoleculares do outro.
____________________________________________________________________________
Exemplo 1:
Solução:
x A PAo 1050
yA 0, 487 0, 674
P 760
8
Repetindo-se este procedimento para temperaturas no intervalo compreendido pelas
temperaturas dos componentes puros constrói-se a Tabela 1.
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Figura 6 – Soluções que apresentam desvios positivos da idealidade.
10
A Figura 7 (Treybal, 1980) apresenta o comportamento típico dos azeótropos de mínimo,
nos diagramas P versus x,y à T constante (a), T versus x,y à P constante (b) e no diagrama de
distribuição (c). Uma característica importante nesses diagramas é a ocorrência de inversão de
volatilidade entre os dois componentes da mistura.
Seja uma mistura binária dada pelo ponto C na Figura 7 (a), mantida num vaso aberto. Ao
se elevar sua temperatura atinge-se seu ponto de bolha. O vapor formado será mais rico no
componente mais volátil do que o líquido e, com o escape daquele, o líquido se torna mais pobre
em relação ao componente mais volátil. Com a continuação do aquecimento, a temperatura da
mistura vai se elevando lentamente até que sobra no vaso apenas o componente menos volátil.
Seja agora uma mistura binária dada pelo ponto F na Figura 7 (a), também mantida num vaso
aberto. Ao se elevar sua temperatura atinge-se seu ponto de bolha. O vapor formado será menos
rico no componente mais volátil do que o líquido e, com o seu escape do recipiente, o líquido se
torna mais rico em relação ao componente mais volátil. Com a continuação do aquecimento, a
temperatura da mistura vai se elevando lentamente até que sobra no vaso apenas o componente
mais volátil. Isso ocorre porque, em ambos os casos, o azeótropo é mais volátil do que os dois
componentes o que formam.
Há alguns pares de substâncias que exibem desvios positivos tão grandes da idealidade
que não conseguem ser miscíveis em todas as concentrações. A Figura 8 (Treybal, 1980)
apresenta o diagrama de temperatura versus composição à pressão constante (a) e o de
distribuição, típicos para esse caso.
11
Figura 7 – Soluções que apresentam azeótropo de mínimo.
12
Figura 8 – Soluções heterogêneas formadas por isobutanol e água a 1 atm.
Se a mistura líquida bifásica apresentar composição dada por L, as duas fases líquidas se
esgotarão ao mesmo tempo,havendo evaporação total da mistura em uma única temperatura.
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Uma mistura com essa composição é chamada de heteroazeótropo. Um heteroazeótropo, de
forma similar a um azeótropo comum, evapora à temperatura constante, a uma dada pressão fixa.
14
1.7 - AZEÓTROPOS DE MÁXIMO
Para soluções binárias cujos componentes não apresentam diferenças apreciáveis nos
pontos de ebulição, mas que apresentam enormes desvios negativos da idealidade, a curva de
ponto de bolha no diagrama Pressão versus composição pode passar por um mínimo, como
mostrado na Figura 10 (Treybal, 1980). Nessa situação, a pressão de vapor da mistura é menor
do que a dos componentes puros (e a temperatura de ebulição maior). A mistura que apresenta tal
comportamento é chamada de azeótropo de ponto de ebulição máximo ou simplesmente
azeótropo de máximo. A existência de um ponto de mínimo subentende uma restrição adicional
na regra das fases - Equação (1), ou seja, tem-se o valor de s=1. Assim, para o caso do equilíbrio
líquido-vapor em uma mistura de dois componentes tem-se, na ocorrência de um azeótropo, F=1.
Nessa situação, mantida a temperatura constante, o sistema é invariante, isto é, um azeótropo de
máximo, da mesma forma do que um de mínimo, evapora em uma temperatura constante,
produzindo um vapor com a mesma composição que o líquido, comportando-se, para todos os
efeitos como uma substância pura.
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Figura 10 – Soluções que apresentam azeótropos de máximo.
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1.8 – DIAGRAMAS ENTALPIA-COMPOSIÇÃO
Quando se trabalha com soluções binárias, uma forma bastante útil de computar os dados
de equilíbrio é o diagrama entalpia-composição à pressão constante. As entalpias da fase líquida
são calculadas a partir da equação:
h L CL TL To HS (9)
em que CLA e CLB são, respectivamente, as capacidades caloríficas médias dos componentes
puros A e B em seus estados líquidos e λA e λB são, respectivamente, os calores molares latentes
de vaporização dos componentes da mistura, A e B, puros.
Seja o ponto M na Figura 11. Ele, por convenção, representa M moles de uma mistura com
entalpia HM e fração molar do componente mais volátil zM. De forma análoga, o ponto N
representa N moles de uma mistura com entalpia HN e fração molar do componente mais volátil
zN. A mistura adiabática de M e N produzirá P moles de uma mistura com entalpia H P e fração
molar do componente mais volátil zP. O balanço molar total leva a:
P MN (11)
PzP Mz M Nz N (12)
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A substituição da Equação (11) nas Equações (12) e (13) leva à equação:
M z N zP H N HP
(14)
N zP zM HP HM
A Equação (14) define uma reta, no diagrama Hxy, que passa pelos pontos z M , H M ; z N , H N e
zP , HP . Desta forma, verifica-se que uma mistura adiabática de duas soluções quaisquer produz
uma solução-soma que, no diagrama Hxy, está localizada na reta que une os pontos referentes às
duas soluções primárias. Também pode ser demonstrado que a “regra da alavanca’, já
demonstrada nesse capítulo, é aplicável também ao diagrama entalpia-composição.
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(2) DESTILAÇÃO EM ESTÁGIO SIMPLES: DESTILAÇÃO
FLASH
𝐹 =𝐷+𝑤 (9)
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W yD z F
(12)
D x W zF
W HD HF Q / F
(13)
D h W HF Q / F
yD z F HD HF Q / F
(14)
x W zF h W HF Q / F
A Equação (12) representa uma reta no plano y versus x (diagrama de distribuição) que
passa pelos pontos x W , yD , z F , z F e possui inclinação –W/D. Já a Equação (14) representa
uma reta, no diagrama de entalpia versus composição, que passa pelos pontos z F , HF Q / F ,
Exemplo 2:
Uma mistura líquida contendo 50% molares de n-heptano (A) e 50% molares de n-
octano (B) a 30oC é “flasheada” continuamente a 1 atm, para vaporizar 60% (molar)
da alimentação. Quais serão as composições do líquido e do vapor e a temperatura no
separador considerando que as fases estão em equilíbrio (estágio de equilíbrio)?
Solução:
Base de cálculos: F=100 gmol; Nessas condições tem-se D=60 gmol e W=40 gmol. A
inclinação da reta de operação do equipamento é –W/D=-40/60=-0,667. A Figura14
foi construída com os resultados do Exemplo 1. Nela foi traçada uma reta que passa
pelo ponto (zF ,zF) e que tem inclinação -0,667. Esta reta corta a curva de distribuição
no ponto (xW ; yD)=(0,38 ; 0,57), que são as desejadas composições das fases . A
temperatura do separador é encontrada na curva de temperatura versus composição,
apresentada na mesma Figura, T=113oC.
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A destilação flash é tanto mais produtiva enquanto processo de separação quanto maior
for a volatilidade relativa entre os componentes da mistura, o que proporciona um maior
afastamento da curva de distribuição com relação à reta y=x.
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A separação será tanto melhor quanto menor for a quantidade relativa de vapor
produzido, o que gerará uma maior inclinação da reta de operação do sistema.
Quando a separação produz fases que não estão em equilíbrio, o ponto que fornece as
composições do líquido e do vapor ainda estará sobre a reta que passa pelo ponto (zF,zF)
e apresenta inclinação –W/D mas se localizará abaixo da curva de distribuição.
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(3) PRODUÇÃO DE ÁLCOOL HIDRATADO
O álcool pode ser classificado de diversas formas, dependendo de suas características. Com
relação a sua concentração em graus INPM, pode ser classificado como Industrial (93,8%), fino
(94,1 %), extrafino (94,1 %), neutro (94,1%), de segunda (88,5%), anidro (99,3%) e hidratado
carburante (93,2%). A diferenciação de nomenclatura para alcoóis com mesma concentração se
deve à presença de outros contaminantes. O álcool carburante, por exemplo, apresenta as
seguintes características médias:
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Acidez Total - 30 mg/L (máximo).
PH - 7,0 ± 1,0.
Matérias não voláteis a 105°C - 30 mg/L (máximo).
Teor de ferro - 5 mg/kg (máximo).
Teor de sódio - 2 mg/kg (máximo).
Teor de sulfatos - 1 mg/kg (máximo).
Teor de cloretos - 1 mg/kg (máximo).
Álcool anidro – denominação do álcool com um teor alcoólico superior a 99,3° INPM,
em geral utilizado para misturas com gasolina.
Álcool Potável – álcool etílico que pode ser adicionado a produtos alimentares.
Algumas aplicações mais comuns para o álcool etílico são como solvente na produção de
corantes na para confeitarias e produtos alimentícios; como diluente e clarificador na fabricação
de tintas, vernizes, esmaltes etc.; na fabricação de seda artificial, plásticos, adesivos, vidros,
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óleos e ceras; como combustível além de diversas outras utilidades em farmacologia, indústrias
alimentícias, dentre outras.
Para ser eficaz como agente separador, cada estágio deve promover uma rápida mistura das
fases que a ele são alimentadas, de forma a maximizar a cinética de migração dos componentes
de uma fase para a outra. Em adição, o estágio também deve promover também uma rápida
separação das fases resultantes de forma tão eficiente quanto possível, e transportá-las para os
estágios adjacentes, de modo a continuar a operação de separação.
O dispositivo a ser utilizado para a misturação e separação das fases, por razões
econômicas, deve ser, sempre que possível, o mais simples possível e depende das propriedades
físicas das próprias fases. No caso da destilação, em que uma das fases é um vapor e a outra um
líquido, a grande diferença entre as suas densidades faz com que o efeito da gravidade seja um
importante fator. Como o líquido é muito mais pesado do que o vapor, a tendência do primeiro é
escoar no sentido para baixo, enquanto do vapor é empurrado no sentido para cima devido à
diferença de pressão mantida por uma caldeira ou refervedor. Sendo assim, a questão da direção
do escoamento líquido-vapor induz à especificação de um separador do tipo coluna vertical, por
esta não apresentar a necessidade de utilização de bombas para impulsionar as fases no seu
interior. Outra observação importante é a de que a grande diferença entre as densidades do
líquido e do vapor também faz com que a separação dessas fases seja relativamente fácil. As
duas fases podem ser misturadas pelo borbulhamento ascendente do vapor no líquido presente
nas bandejas ou pratos adaptados no corpo da coluna. As bolhas de vapor se separam do líquido
formando uma fase gasosa contínua logo que atingem a superfície do líquido. Cada prato
representa um estágio, e os estágios são construídos em uma coluna vertical, de modo que o
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líquido possa fluir descendentemente por gravidade, de prato para prato, enquanto o vapor escoa
para cima devido à diferença de pressão mantida pelo refervedor.
Ao longo dos anos, foram concebidos diversos tipos de pratos, mas os mais utilizados são
os pratos com borbulhadores e os pratos perfurados. Os pratos com borbulhadores, apesar de
mais caros, são mais utilizados que os perfurados, uma vez permitem um melhor controle do
gotejamento de líquido do prato superior para o inferior, um efeito indesejável que diminui a
eficiência da coluna. O borbulhador é projetado para dispersar a fase vapor em bolhas pequenas
no interior do líquido e também, como já dito, para impedir que o líquido goteje sobre o prato
inferior no caso de destilação com baixas velocidades de vapor (coluna operando com pequena
carga). Existem borbulhadores de diversas formas e tamanhos, projetados para usos bastante
específicos. A Figura 16 apresenta um borbulhador típico desmontado. O duto, que aparece na
parte de baixo da Figura, é soldado na chapa que compõe o prato e o gás flui através dele,
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alcançando a campânula e saindo pelas fendas verticais através das quais é disperso na fase
líquida que cobre as fendas do borbulhador.
A Figura 17 apresenta a vista aberta de uma coluna de destilação equipada com pratos com
borbulhadores, enfatizando a presença de vertedores, que controlam a altura de líquido no prato,
de forma que as fendas dos borbulhadores sempre fiquem submersas no líquido.
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Figura 16 – Vista de um borbulhador desmontado (Foust et. al., 1982).
Figura 17 - Detalhe do interior de uma coluna de pratos com borbulhadores (Foust et. al., 1982).
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Figura 18 – Um prato com borbulhadores (Foust et. al., 1982).
Nos últimos anos, a utilização de colunas com pratos perfurados foi incrementada, devido
principalmente ao seu baixo custo. A Figura 19 apresenta uma fotografia de uma bandeja
perfurada, na qual é possível ver o vertedor descendente.
Figura 20 – Detalhe de um opérculo utilizado em colunas valvuladas (Foust et. al., 1982).
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A coluna A1 é Composta por 8 bandejas. Nela é feita a elevação do teor alcoólico e a
depuração do vinho que consiste na evaporação dos produtos mais voláteis.
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A coluna C pode ser utilizada tanto para destilação de álcool hidratado como de álcool
anidro, no caso deste segundo é chamada de coluna de desidratação. A operação para produção
de álcool anidro será assunto de capítulo futuro.
Nas condições impostas pela terceira hipótese, pode-se inferir que, num prato qualquer da
coluna, a quantidade de calor cedida pelo vapor para vaporizar o líquido é idêntica à que
necessita ser removida deste para que seja condensada igual quantidade. Tal fenômeno é
chamado de vaporização equimolar. Pode-se concluir que, nessas condições, a coluna de
destilação opera com taxas molares constantes de líquido e de vapor tornando desnecessário, em
princípio, o conhecimento da entalpia da mistura em função da composição, temperatura e
pressão. Assim, é possível avaliar o desempenho de colunas de destilação levando-se me conta
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apenas balanços materiais nos pratos e no sistema como um todo. Essa metodologia é conhecida
pelo nome de “Método de McCabe-Thiele (Treybal, 1980).
Seja uma coluna de destilação na qual se deseja obter um produto com alta concentração
do componente mais volátil. No caso da produção de álcool hidratado ela representa a coluna na
qual se obtém o álcool a 96oGL. Tal coluna é chamada de coluna de enriquecimento, e o álcool
hidratado é obtido como produto de topo, enquanto a solução a ser destilada é alimentada em sua
base.
A coluna de enriquecimento necessita ser equipada com um condensador, que retira calor
do vapor que chega ao topo da coluna, produzindo um líquido que ao descer pelos pratos da
coluna troca calor e massa com o vapor ascendente.
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igual a y1 e o líquido que retorna à coluna proveniente do condensador possui fração molar de
etanol igual a xo.
V1 D
Lo
Vr+1 Lr D
D
Figura 22 – Vista esquemática de uma coluna de enriquecimento.
𝐿0 = 𝐿1 = ⋯ = 𝐿𝑟 = 𝐿 e
𝑉1 = 𝑉2 = ⋯ = 𝑉𝑟+1 = 𝑉
Um balanço material global para o volume de controle que envolve um prato “i” qualquer
da coluna e o condensador leva a:
𝑉 =𝐿+𝐷 (15)
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𝑉𝑦𝑖+1 = 𝐿𝑥𝑖 + 𝐷𝑧𝐷 (16)
𝐿 𝐷
𝑦𝑖+1 = 𝐿+𝐷 𝑥𝑖 + 𝐿+𝐷 𝑧𝐷 (17)
𝑅 1
𝑦𝑖+1 = 𝑅+1 𝑥𝑖 + 𝑅+1 𝑧𝐷 (18)
No caso de operação em regime permanente, a Equação (18) representa uma reta no plano
x-y. Esta reta relaciona a fração molar do vapor que chega a um prato “i” qualquer da coluna de
enriquecimento (yi+1) com a fração molar do líquido que deixa o referido prato (x i), sendo por
isso chamada de “reta de operação da seção de enriquecimento” (ROSEN). Deve-se ressaltar que
𝑅 𝑧 𝐷
a ROSEN é uma reta que apresenta inclinação dada por e que passa pelos pontos 0, 𝑅+1 e
𝑅+1
1
2
3
6
Y7
𝑧𝐷
𝑅+1
X6 zD
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A construção gráfica apresentada na Figura 22 é feita da seguinte maneira:
1. De posse dos valores desejados para zD e R, pode-se traçar a reta de operação da seção de
𝑧
𝐷
enriquecimento (ROSEN), pois são conhecidos os pontos 0, 𝑅+1 e 𝑧𝐷 , 𝑧𝐷 .
2. Como a ROSEN relaciona o vapor chega a um prato com o líquido que dele sai, pode-se
dizer que, no caso de condensação total do vapor, (y1 = xo = zD), o ponto (xo, y1) faz
parte desta reta.
3. Como o líquido que deixa o prato 1 está, por hipótese, em equilíbrio com o vapor que
deixa o referido prato, o ponto (x1, y1) pertence à curva de equilíbrio.
4. O vapor que chega ao prato 1 tem fração molar de etanol igual a y2. Como a reta de
operação relaciona as composições do vapor que chega a um prato com a do líquido que
deixa este prato, o ponto (x1, y2) pertence à reta de operação.
5. Novamente, como o líquido que deixa o prato 2 está em equilíbrio com o vapor que deixa
o prato 2, pode-se afirmar que o ponto (x2, y2) pertence à curva de equilíbrio.
6. Continuando os cálculos, pode-se afirmar que os pontos (x3,y3), (x4,y4), (x5,y5) e (x6,y6)
pertencem à curva de equilíbrio e os pontos (x2,y3), (x3,y4), (x4,y5), (x5,y6) e (x6,y7),
pertencem à reta de operação. Como resultado destas observações, constrói-se o diagrama
mostrado na Figura 23.
Seja uma coluna de destilação na qual se deseja obter um produto com baixa concentração
do produto menos volátil, que no caso da produção de álcool hidratado é a água. Tal coluna é
chamada de coluna de esgotamento e produz em sua base um líquido que recebe o nome de
vinhaça, que apresenta grande concentração de água e de outros componentes pouco voláteis
presentes no mosto, mas pequena quantidade de álcool. A alimentação do mosto ocorre na parte
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superior da torre, na forma de líquido e ainda é retirada, no topo, uma corrente na forma de
vapor.
Ln
Vn+1
QB
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Considerando que, de acordo com as hipóteses simplificadoras adotadas, ocorre
vaporização equimolar, ou seja, as vazões de líquido e de vapor são constantes na coluna,
podem-se escrever as seguintes igualdades de vazões molares:
𝐿𝑒−1 = 𝐿𝑒 = ⋯ = 𝐿𝑛 = 𝐿∗ e
𝑉𝑒 = 𝑉𝑒+1 = ⋯ = 𝑉𝑛+1 = 𝑉 ∗
Um balanço material global para o volume de controle que envolve um prato “j” qualquer
da coluna e o refervedor leva a:
𝐿∗ = 𝑉 + + 𝐵 (19)
𝐿∗ 𝑥𝑗 −1 = 𝑉 ∗ 𝑦𝑗 + 𝐵𝑧𝐵 (20)
𝐿∗ 𝐵
𝑦𝑖+1 = 𝐿∗−𝐵 𝑥𝑖 − 𝐿∗−𝐵 𝑧𝐵 (21)
No caso de operação em regime permanente, a Equação (21) representa uma reta no plano
x-y. Esta reta relaciona a fração molar do vapor que chega a um prato “j+1” qualquer da coluna
de esgotamento (yj+1) com a fração molar do líquido que deixa o referido prato (xj), sendo por
isso chamada de “reta de operação da seção de esgotamento” (ROSES). Deve-se ressaltar que a
𝐿∗
ROSES é uma reta que apresenta inclinação dada por e que passa pelo ponto 𝑧𝐵 , 𝑧𝐵
𝐿∗ −𝐵
2. Como a ROSES relaciona o vapor chega a um prato com o líquido que dele sai, pode-se
dizer que, no caso de evaporação total do líquido, (y5 =x4 = zB), o ponto (x4, y5) faz parte
desta reta.
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3. Como o líquido que deixa o prato 4 está, por hipótese, em equilíbrio com o vapor que
deixa o referido prato, o ponto (x4, y4) pertence à curva de equilíbrio.
4. O vapor que chega ao prato 3 tem fração molar de etanol igual a y4. Como a reta de
operação relaciona as composições do vapor que chega a um prato com a do líquido que
deixa este prato, o ponto (x3, y4) pertence à reta de operação.
5. Novamente, como o líquido que deixa o prato 3 está em equilíbrio com o vapor que deixa
o prato 3, pode-se afirmar que o ponto (x3, y3) pertence à curva de equilíbrio.
6. Continuando os cálculos, pode-se afirmar que os pontos (x2,y2) e (x1,y1) pertencem à
curva de equilíbrio e os pontos (x1,y2) e (x0,y1) pertencem à reta de operação. Como
resultado destas observações, constrói-se o diagrama mostrado na Figura 24.
11
y1
zB xo
39
xB
3.6 – COLUNAS DE FRACIONAMENTO
A união de uma coluna de enriquecimento com uma de esgotamento produz uma coluna
completa de fracionamento, na qual o produto de topo é rico no componente mais volátil e o
produto de fundo é rico no produto menos volátil. No caso da produção de álcool hidratado a
partir de soluções binárias de etanol em água o componente mais volátil e menos volátil são,
respectivamente, o etanol e a água. A coluna de fracionamento é alimentada em um prato
intermediário e o álcool hidratado e a água são retirados, respectivamente, no topo e na base da
coluna. A Figura 26 apresenta uma vista esquemática de uma coluna de fracionamento.
𝐿∗ − 𝐿 − 𝑉 ∗ − 𝑉 = 𝐹 (22)
𝐿∗ − 𝐿 𝑉∗ − 𝑉
− =1
𝐹 𝐹
e assinalando
𝐿∗ −𝐿
𝑞≡ (23)
𝐹
Obtém-se
𝑉 ∗ −𝑉
𝑞−1= (24)
𝐹
𝐿∗ − 𝐿 𝑥 − 𝑉 ∗ − 𝑉 𝑦 = 𝐹𝑧𝐹 (25)
Dividindo a Equação (25) por F e substituindo nela as Equações (23) e (24) chega-se a:
40
𝑞 𝐹 𝑧
𝑦 = 𝑞−1 𝑥 − 𝑞−1 (26)
C
D , zD
V L
F , zF
V* L*
B
B , zB
C – condensador;
B – refervedor;
Dividindo-se a Equação (28) por F e reconhecendo (DzD + BzB) como FzF chega-se à Equação
(26).
41
Assim, a Equação (26) representa o lugar geométrico das interseções das curvas de
operação das seções de enriquecimento e esgotamento (ROSEN e ROSES). A Equação (26) é
𝑞
uma reta no plano x-y que passa pelo ponto (zF , zF) e que apresenta inclinação . O valor
𝑞−1
desta inclinação depende do estado físico da alimentação. Os casos possíveis são apresentados a
seguir, para o caso de vaporização equimolar:
𝐿∗ = 𝐿 + 𝐹 + 𝛿
em que δ é a quantidade adicional de vapor que foi condensado para aquecer a alimentação
até que a mesma passa a ser um líquido saturado. Sendo assim,
𝐿∗ − 𝐿 𝐿 + 𝐹 + 𝛿 − 𝐿 𝛿
𝑞= = = 1+ > 1
𝐹 𝐹 𝐹
𝐿∗ = 𝐿 + 𝐹
Sendo assim,
𝐿∗ − 𝐿 𝐿 + 𝐹 − 𝐿
𝑞= = =1
𝐹 𝐹
Deste modo, q/(q-1) → ∞.
A alimentação é uma mistura de líquido e vapor saturados:
A vazão de líquido que descerá na região de esgotamento será igual a
𝐿∗ = 𝐿 + 𝛽𝐹
em que β é a fração molar de líquido saturado na alimentação (um valor maior que zero e
menor que um). Assim,
𝐿∗ − 𝐿 𝐿 + 𝛽𝐹 − 𝐿
𝑞= = =𝛽
𝐹 𝐹
Como 0 < β <1, tem-se que 0 < q/(q-1) <∞.
A alimentação é um vapor saturado:
A vazão de líquido que descerá na região de esgotamento será igual a
42
𝐿∗ = 𝐿
Sendo assim,
𝐿∗ − 𝐿
𝑞= =0
𝐹
Deste modo, q/(q-1) = 0.
A alimentação é um vapor superaquecido:
A vazão de líquido que descerá na região de esgotamento será igual a
𝐿∗ = 𝐿 − 𝛿
em que δ é a quantidade adicional de líquido que foi vaporizado para resfriar a alimentação
até que a mesma passa a ser um vapor saturado. Sendo assim,
𝐿∗ − 𝐿 𝐿 − 𝛿 − 𝐿 𝛿
𝑞= = =− <0
𝐹 𝐹 𝐹
𝒒
Estado da alimentação q
𝒒−𝟏
Líquido sub-resfriado >1 >1
Líquido saturado 1 ∞
Líquido e vapor saturados 0<q<1 0 < q/(q-1) < ∞
Vapor saturado 0 0
Vapor superaquecido <0 0 < q/(q-1) < 1
43
LSR
LS
LV
VSA
zF
A Figura 28 exemplifica tal procedimento para o caso de uma alimentação na forma de líquido
saturado. Para as condições operacionais apresentadas nesta figura, a coluna deve possuir cerca
de 7,5 partos teóricos. Evidentemente, como o contato líquido-vapor em cada bandeja não é
suficientemente extenso para que o equilíbrio seja alcançado, sabe-se que uma coluna real terá
44
que possuir uma quantidade de pratos superior ao teórico, para que as composições de destilado
e de produto de fundo possam ser conseguidas.
1
2
zB zF zD
Figura 28 – Construção de McCabe-Thiele para uma coluna de Fracionamento.
D=0). Nessas condições a ROSEN passa pelos pontos (zD , zD) e (0 , 0), isto é, confunde-se com
a reta y=x (diagonal principal do diagrama y-x). Como a ROSES intercepta a ROSEN na reta q,
ela também será coincidente com a diagonal principal. Para este caso, será necessário um
número mínimo de pratos de equilíbrio para efetuar a separação desejada. Para uma coluna já
construída, a utilização de refluxo total fará com que o produto de fundo tenha uma concentração
de etanol mínima para a concentração de produto de topo desejada. A Figura 29 apresenta uma
coluna de retificação operando a refluxo total.
Outra constatação importante é que existe um valor mínimo para a razão de refluxo. Tal
valor é definido pelo valor do coeficiente linear a ROSEN quando uma das retas de operação
intercepta a curva de distribuição. Nessas condições, seria necessário um número infinito de
pratos teóricos para efetuar a separação. Para uma coluna já construída, o ponto de interceptação
da reta de operação produziria a menor concentração de produto mais volátil possível de ser
45
obtida na coluna. A Figura 30 apresenta uma coluna de fracionamento com operação a refluxo
mínimo.
zB zF zD
Figura 29 – Coluna de fracionamento operando com refluxo total.
zB zF zD
46
Uma recomendação muito utilizada no projeto de colunas de fracionamento é a adoção de
uma razão de refluxo 50% superior ao valor mínimo. Tal valor assegura uma razoável retirada de
destilado aliada a um número de pratos teóricos não muito grande.
____________________________________________________________________________
Exercício:
_________________________________________________________________________
47
(4) PRODUÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO
4.1 – INTRODUÇÃO
𝑦𝐴
𝑦𝐵
𝛼= 𝑥𝐴 (29)
𝑥𝐵
Definindo o componente B como sendo o menos volátil (aquele que apresenta o maior ponto de
ebulição) observa-se que a volatilidade relativa é um número maior ou igual a 1, sendo igual a 1
apenas no caso em que o vapor e o líquido apresentam a mesma composição, o que é o caso dos
azeótropos. Sendo assim, pode-se dizer que quanto maior for a volatilidade relativa, maior será a
facilidade de separar dois componentes por meio de destilação.
A relação entre as frações molares de um dado componente nas fases vapor e líquida é chamada
de constante de distribuição do componente (k). A Figura 31 apresenta o diagrama de
distribuição para misturas binárias de etanol com água. A constante de distribuição para o etanol
pode ser obtida graficamente sabendo-se que a expressão 𝑦𝐴 = 𝑘𝐴 𝑥𝐴 representa uma reta que, no
diagrama de distribuição passa pelos pontos (0,0) e (xA , yA) estando este último também sobre a
curva de distribuição. Sendo assim, a constante de distribuição para o etanol é obtida a partir da
inclinação da reta supracitada, conforme mostrado na Figura 31.
48
Face ao exposto, pode-se concluir que a destilação é uma operação inútil para separar
componentes de misturas nas quais a volatilidade relativa seja próxima ou igual a um.
Se a volatilidade relativa de uma mistura binária for próxima de um, a tentativa de se obter
produtos puros exigirá uma grande razão de refluxo, o que acarretará uma grande demanda de
vapor, bem como exigirá a construção de uma coluna com grande seção transversal e número de
pratos. No caso de azeótropos, por sua vez, mesmo em operação com refluxo total, não é
possível produzir a separação. Um bom banco de dados sobre azeótropos homogêneos e
heterogêneos é apresentado no sítio http://www.chemeng.ed.ac.uk/people/jack/azeotrope/ .
50
Tabela 4 – Composições e quantidade das duas fases do heteroazeótropo etanol-água-benzeno.
% mássica
(85%) (15%)
51
BENZOL
H I
74,1 % b
18,5 % e
7,4 % w
85,7 % b
11,8 % e
2,5 % w 85%
15%
8,1 % b 74,1 % b
56,7 % e 18,5 % e
35,2 % w 7,4 % w
C (1,64 % ) P
32,4% e
67,6% b
99,7 % e
0,3 % w 61,4 % e
38,6 % w
(13,36 % )
52
ponto de ebulição de 80,7ºC;
densidade a 20/4ºC em fase líquida 0,7786;
densidade do vapor em relação ao ar 2,9;
ponto de fulgor (vaso fechado) de -18ºC;
temperatura de ignição de 260ºC;
limite de explosividade de1,3 a 8,4 %vol;
insolúvel na água;
miscível em álcoois, éter etílico e hidrocarbonetos.
Água Servida
45 oC
H I
Água Fria
27 oC
Ciclo-Hexano
Pur = 99,5 %
C P
Álcool Hidratado
93 %w - 78 oC
F
vapor de
Vapor de escape
escape
1,5 Bar - 127 oC
L
Água Servida
40 oC
Flegmaça
Condensados
J 0,03 %w -
100 oC
Água Fria
Álcool Anidro
25 oC
99,3 %w - 30 oC
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4.3 – DESTILAÇÃO EXTRATIVA
Figura 34 - vista esquemática da destilação extrativa para produção de álcool anidro utilizando
mono-etileno-glicol como solvente.
55
4.4 – COMPARAÇÃO ENTRE AS DESTILAÇÕES AZEOTRÓPICA E EXTRATIVA
Componente
água n-pentano
Ponto de ebulição normal (oC) 100 36,1
Ponto de ebulição do azeótropo (oC) 34,6
% mássica no heteroazeótropo 1,4 98,6
% mássica na camada orgânica 0,05 99,95
% mássica na camada aquosa 99,96 0,04
56
BIBLIOGRAFIA
Palestra proferida pelo Eng. Ézio Oliveira sobre Indústria do Açucar e do Álcool na Jornada de
Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia em 2004.
Perry, R. H.; Green, D. W. (1997) Perry´s Chemical Engineering Handbook, 7th edition,
McGraw-Hill Book Company, New York.
57