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Universidade Estadual de Campinas

Aluna: Ana Elisa Carneiro Muçouçah


RA: 145236

Neste memorial pretendo traçar uma retrospectiva dos fatos e circunstancias de minha vida que
acredito estarem relacionados a minha escolha de cursar licenciatura em Historia na Universidade
de Campinas. Buscarei também criar hipóteses para desvendar a origem de meus interesses em
feminismo, as temáticas de gênero e de produtos midiáticos que me levaram ao meu tema de
pesquisa de Iniciação Cientifica:” Os Homens Preferem as loiras – gênero e cultura visual no
cinema Hollywoodiano – A figura de Marilyn Monroe”

Mesmo nos primeiros anos de minha vida a Educação esteve muito presente, desempenhando
um papel fundamental. Meu pai, também graduou-se no curso de licenciatura em Ciencias Sociais,
especializando enquanto sociólogo e lecionando no ensino superior. Minha mãe, pedagoga de
formação, cursou a faculdade após meu nascimento, desta forma, tive a oportunidade de
acompanhar sua formação. Ainda que não tenha muitas memorias claras destes anos – devido a
minha pouca idade – durante este período pude entrar em contato com parte daquilo que ela vinha
absorvendo em seu curso, e aprendi a valorizar uma educação humanizada, em que a formação de
valores e o bem estar dos alunos devem ser priorizados em relação ao conteúdo formal. Além da
visar compreender a importância de se considerar as peculiaridades e circunstancias socais de cada
aluno, e sendo assim. o trabalho do professor, bem como sua didática devem se adaptar não só
realidade e ao universo em que o aluno se insere mas como também as suas dificuldades e
habilidades especificas.

Além de serem educadores, meus pais também compartilhavam a militância politica. Ambos
ideologicamente de esquerda - embora meu pai seja 15 anos mais velho que minha mãe – os dois
lutaram ativamente por seus ideais de formas e em localidades diferentes. Meu pai militava
politicamente durante a adolescência e juventudvida poliricae no movimento estudantil da USP,
foi preso durante a ditadura militar por combater o regime. Minha mãe, cresceu em uma família
extremamente conservadora e iniciou seu ativismo desde muito nova, diferenciando-se de suas
irmãs por seu interesse em politica e atualidades, o que culminou em uma discussão com meu avô
que gerou sua saída da casa dos pais no ano de 1989 devido ao seu voto em Lula para presidência.

Desta maneira as conversas costumeiras em minha casa sempre foram muito politizadas e assuntos
como racismo, sexualidade, elitismo e machismo sempre foram muito debatidos comigo desde a
infanica. Deste modo, acredito que meu interesse por problematizar situações de opressão foi
despertado e minha sensibilidade para a temática potencializada.

Outro fato marcante e determinante em minha trajetória foi minha experiência de ensino
fundamental. Aos meus 8 anos minha família mudou-se para Brasília, e eu por consequência, de
escola. Como a maioria das crianças, eu até aquele ponto só havia estudado em colégios de método
tradicional, conteudistas e disciplinadores que muitas vezes ignoravam e ou até tentavam
normatizar as individualidades dos alunos. Entretanto, em minha terceira serie (atual 4º ano),
ingressei o colégio INDI (Instituto Natural do Desenvolvimento Infantil). O colégio se destacava
por seu método alternativo que tangia o construtivismo e se diferenciava pela grande participação
que os alunos tinham na elaboração de regras e das decisões da escola. Éramos incentivados a nos
envolver com os professores, que demonstravam preocupação não apenas com nossa vida escolar
mas como também conosco enquanto pessoas. As aulas eram dinâmicas e encorajavam os alunos a
pensar, debater não apenas os conteúdos dados em sala mas como também atualidades, era
incentivado o nossa visão critica sobre o conteúdo e o mundo a nossa volta.

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