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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

PROGRAMA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

Disciplina Nome Semestre/Ano Dia e horário da aula


Construção e Tratamento de Problemas em Ciências Humanas e Quinta-feira 14:00 -
CH003 2S2023
Sociais 18:00

Horas Semanais
Prática de Orientação de Estudo em Sala de
Teórica Prática Laboratório Orientação Distância
extensão extensão casa aula
60 0 0 0 0 0 0 0 60
Nº semanas Carga horária total Créditos Exame Frequencia Aprovação
15 60 4 Não 75.0 Conceito e frequencia

Ementa

Discutir as questões concernentes à construção e ao tratamento de problemas de forma interdisciplinar, no contexto das
ciências humanas e sociais aplicadas, tendo em vista as possibilidades de construções metodológicas. O papel das
metodologias na disciplinarização das ciências sociais e humanas. Aplicações e limites das abordagens quantitativas e
qualitativas e a busca por metodologias inter e trans disciplinares (quanti-quali ou mixed-methods). Implicações do debate
clássico entre os métodos indutivo e dedutivo e suas resignificações em termos do uso de escalas espaciais e temporais
nos recortes disciplinares e interdisciplinares de análise.

Objetivos

1) Promover ampla reflexão sobre as possibilidades de construções metodológicas interdisciplinares (construção e


tratamento de problemas) de acordo com os propósitos do mestrado ICHSA. Tal implicará na:
a. Introdução ao debate sobre as questões de método e o processo de construção metodológica da pesquisa, as
dimensões sociais e interpretativas do
conhecimentos científicos.
b. Compreensão do papel das metodologias na validação e na disciplinarização das ciências sociais e humanas.
c. Familiarização com metodologias inter e trans disciplinares (quanti-quali; mixed-methods)
2) Oferecer condições para que os alunos possam estabelecer pontes entre os referenciais discutidos na disciplina e seus
próprios projetos de pesquisa.

Professores Responsáveis

Sandra Gemma Juliana Pires de Arruda Leite


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PROGRAMA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

Programa

1. O ofício do cientista
a. Forma de ver e de pensar?
b. Ciência: questão de método? (Razão e imaginação)
c. Linguagem, interpretação e método (indutivo-dedutivo; quantitativo-qualitativo)
Para as reflexões em sala de aula, alunos e docentes trarão indicações bibliográficas, termos, conceitos e dúvidas.
2. Especificidades e limites disciplinares
a. Disciplinas, para que servem?
b. Disciplinas e seus procedimentos típicos
c. Paradigmas científicos: monismo e pluralismo epistemológico
d. Leituras dirigidas
As leituras dirigidas indicadas pelos alunos e docentes, conforme a formação (disciplinar ou não) de cada um, serão a
base para a discussão em mesas compostas pelos alunos-proponentes.
3. Campos interdisciplinares como disciplinas
a. Estudos de caso
b. Mixed Methods: Outro paradigma ou medida pragmática?
c. Interdisciplinary studies: campo ou disciplina?
Os alunos devem procurar refletir se e como os campos ou disciplinas que movimentam na construção de suas
dissertações operam de forma disciplinar e/ou potencializam uma abertura e atitude interdisciplinar do ponto de vista
metodológico em seus projetos – em preparação do trabalho final da disciplina.

Metodologia

Aulas expositivas combinadas com discussões da bibliografia e com mesas compostas por alunos e docentes do
mestrado. Para as reflexões em sala de aula, alunos e docentes trarão indicações bibliográficas, termos, conceitos e
dúvidas. As leituras dirigidas indicadas pelos alunos e docentes, conforme a formação (disciplinar ou não) de cada um,
serão a base para a discussão em mesas compostas pelos alunos-proponentes.

Sobre as mesas – Instruções


Ao longo do semestre, os estudantes deverão apresentar um artigo/ensaio/livro que ilustre as principais características do
“fazer ciência” em seu(s) respectivo(s) campos disciplinares, explicitando tais elementos. As apresentações se darão na
forma de mesa, em datas definidas conforme o cronograma da disciplina.
Cada mesa terá um tema específico com o propósito de ordenar o debate em sala de aula. A lista atual traz sugestões de
temas, como um ponto de partida, mas os alunos membros de cada mesa podem, em comum acordo com o/a
professor(a) moderador(a), definir um outro tema que considerem mais adequado aos textos indicados.
Cada aluno terá 15 minutos para apresentação do(s) texto(s) selecionado(s). A apresentação deverá delinear o(s) texto(s)
específicos buscando enfatizar:
I – Métodos
Formas de coleta de dados (e os tipos de dados obtidos)
Formas de análise dos dados e da apresentação dos resultados
II – A especificidade disciplinar: procurar responder às seguintes questões:
É possível associar a linguagem e a estrutura do texto a uma disciplina (ou conjunto de disciplinas, ou campo) específica?
Que estratégias/instrumentos são característicos do(s) saber(es) científico(s) expresso no texto?
Como as estratégias/instrumentos se situam em um quadro mais geral dos métodos e abordagens reconhecidos como
científicos?
A bibliografia básica/geral deverá ser evocada sempre que necessário para definir e refletir sobre termos, conceitos e
técnicas (métodos), bem como sobre interdisciplinaridade.

Professores Responsáveis

Sandra Gemma Juliana Pires de Arruda Leite


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PROGRAMA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

Avaliação

O conceito final será dado principalmente pela avaliação do trabalho final. Também será considerada, ainda que de forma
secundária, a participação em sala de aula. Por participação, entende-se: presença nas aulas; leitura da bibliografia
correspondente a cada aula; envolvimento nos debates.
Ao final do curso, os alunos deverão apresentar um breve ensaio (trabalho final), no qual discutirão a estratégia
metodológica mais pertinente ao tratamento de seus problemas de pesquisa, partindo das reflexões construídas ao longo
do semestre.

Cronograma
Aula Data Tema
1 03/08/2023 Apresentação da Disciplina
2 10/08/2023 O ofício do cientista e o fazer científico
3 17/08/2023 O ofício do cientista
Mesa 1 - Debates sobre metodologias e práticas: da disciplinaridade para a
4 24/08/2023
interdisciplinaridade
5 31/08/2023 Paradigmas científicos: Erro, incerteza e ecologia social da ação e ideias
6 14/09/2023 Os usos sociais da Ciência
Mesa 2 | Debates sobre metodologias e práticas: da disciplinaridade para a
7 21/09/2023
interdisciplinaridade
Mesa 3 | Debates sobre metodologias e práticas: da disciplinaridade para a
8 28/09/2023
interdisciplinaridade
Mesa 4 | Debates sobre metodologias e práticas: da disciplinaridade para a
9 05/10/2023
interdisciplinaridade
Mesa 5 | Debates sobre metodologias e práticas: da disciplinaridade para a
10 19/10/2023
interdisciplinaridade
11 26/10/2023 Ciência do devir
12 09/11/2023 Ciência e instituições
13 16/11/2023 Transdisciplinaridade: tensionando os campos
14 23/11/2023 Elaboração dos trabalhos
Apresentações e avaliação disciplina: Entrega e apresentação do trabalho final da
15 30/11/2023
disciplina; Avaliação da disciplina.
Exame 14/12/2023 Exame

Professores Responsáveis

Sandra Gemma Juliana Pires de Arruda Leite


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PROGRAMA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

Bibliografia Básica

AXINN, W. G.; PEARCE, L. D. Mixed method data collection strategies. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. p.
1-27
GIDDINGS, L. S. Mixed-methods research: Positivism dressed in drag? J. Res. in Nursing, v. 11, n. 3, p.195-203, 2006.
HABERMAS, J. Técnica e ciência como ideologia. Lisboa: Edições 70, 1994.
JANTSCH, A.P.; BIANCHETTI, L. (Orgs.). Interdisciplinaridade para além da filosofia do sujeito. Petrópolis: Vozes, 1995.
JOHNSON, R. B.; ONWUEGBUZIE, A. J. Mixed Methods Research: A Research Paradigm Whose Time Has Come.
Educational Researcher, v. 33, n. 7, p. 14-26, 2004.
PHILIPPI JR., A.; TUCCI, C. E. M.; HOGAN, D. J.; NAVEGANTES, R. (Orgs.) Interdisciplinaridade em ciências
ambientais.
São Paulo: Signus, 2000.
PORTELLA, E. (Org.) Entre Savoirs. L'Interdisciplinarité en acte: enjeux, obstacles, perspectives, Toulouse: Ères /
Unesco, 1991.
RESWEBER, J. P. La Méthode Interdisciplinaire. Paris: Presses Universitaires de France, 1981.

Bibliografia Complementar

AGRESTI, A. e FINLAY, B. Statistical Methods for the Social Sciences. Prentice Hall, 1997.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. e GEWANDSZ NAJDER, F. O debate contemporâneo sobre os paradigmas. In: ______. O
método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
p.129-146.
AXINN, W. G.; PEARCE, L. D. Motivations for mixed method social research. In: ______. Mixed method data collection
strategies. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. p. 1-27
BACHELARD, Gaston. Conhecimento comum e conhecimento científico. In: BACHELARD, Gaston. O racionalismo
aplicado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1977. p.121-139.
BERGSON, Henri. Introdução à Metafísica. In Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979
BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência. São Paulo: Ed. UNESP, 2004.
CALLON, M. Four Models for the Dynamics of Science. IN: JASANOFF, S.; MARKLE, G.; PETERSEN, J. & PINCH, T.
(orgs.) Handbook of Science and Technology Studies. Thousand Oaks: Sage Publishing, 1994.
CAMPOS, GWS; MINAYO, MCS; AKERMAN, M; DRUMOND JÚNIOR, M; CARVALHO, YM (org.). Tratado de saúde
coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2006.
CARVALHO, J. M. A visão de ciência e de metodologia de pesquisa em diferentes perspectivas e/ou "escolas" filosóficas.
Cadernos de pesquisa em educação. PPGE-UFES. Vitória, vol 16, n 32, p. 8-28, jul./dez. 2010
CHIZZOTTI, A. A pesquisa qualitativa em ciência humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de
Educação, Portugal, v. 16, n.2, p. 221-236, 2003.
COLAÇO, Maria da Conceição Parreira. Como se faz uma tese em ciências humanas, de Umberto Eco. Recensão crítica.
2006
D’AMBROSIO, U. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas-Athenas, 1997.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. 3. Ed ver. E ampli. – São Paulo: Atlas, 1995
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional, 1985
FAIRCLOUGH, N. Analysing discourse: textual analysis for social research. London: Routledge, 2003.
GIDDINGS, L. S. Mixed-methods research: Positivism dressed in drag? J. Res. in Nursing, v. 11, n. 3, p.195-203, 2006.
GONÇALVES. M. A. S. Questões metodológicas e as ciências naturais e humanas. Síntese Nova Fase, Belo Horizonte.
v.22, n.70 1995.
GONDIM, Sônia Maria Guedes. Grupos focais como técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos. Paidéia
(Ribeirão Preto), 2002, vol.12, no. 24, p.149-161.
HECKBAUSEN, H. Disciplina e Interdisciplinaridade. IN: POMBO, O; GUIMARÃES, H.M; LEVY. Interdisciplinaridade:
Antologia. Porto: Campo das Letras, Col. Campo das Ciências 16, 2006.
HEIDEGGER, M. Pergunta provisória sobre a essência da ciência a partir de sua crise. In: HEIDEGGER, M. Introdução à
filosofia. (Trad. Marco A. Casanova) São Paulo: Martins Fontes, 2009. p.28-70.

Professores Responsáveis

Sandra Gemma Juliana Pires de Arruda Leite


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PROGRAMA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO

INGTHORSSON, Rögnvaldur D. The natural vs. The human sciences: myth, methodology and ontology. Discusiones
Bibliografia Complementar
Filosóficas. Año 14 n. 22, enero – junio, 2013. pp. 25 - 41.
JOHNSON, R. B.; ONWUEGBUZIE, A. J. Mixed Methods Research: A Research Paradigm Whose Time Has Come.
Educational Researcher, v. 33, n. 7, p. 14-26, 2004.
KLEIN, Julie. Interdisciplinary studies. In: KLEIN, Julie. Crossing boundaries: knowledge, disciplinarities, and
interdisciplinarities. Charlottesville: University Press of Virginia, 1996. p.87-132.
MACHADO, Arlindo. Pré-cinema e pós-cinema. Campinas: Papirus, 2013.
MARCONI, M.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica. ATLAS. 2003.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2005.
MORIN, E. O Método 2: A vida da vida. Porto Alegre: Sulina, 2005.
MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
MORIN, E.; ABOUESSALAM, S. É hora de mudarmos de via: lições do coronavírus. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2020.
MORIN, E. A aventura de O Método e para uma racionalidade aberta. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2020.
MARTINELLI, Maria L.; ON, Maria L.; MUCHAIL, Salma T. (Orgs.) O uno e o múltiplo nas relações entre as áreas do
saber. São Paulo: Cortez; Educ, 1995.
Newton, Isaac - Principia_ Princípios Matemáticos de Filosofia Natural. Livros II e III- São Paulo, EDUSP, 2012.
NISHITANI, Keiji. Religion and nothingness. Berkley: University of California Press, 1982
NUNES, B. Pluralismo e teoria social. In: NUNES, B. Ensaios filosóficos. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p.276-303.
OLIVEIRA, M. B. Formas de autonomia da ciência. Scientiae Studia (USP), v.9, p.527 - 561, 2011.
POMBO, O. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Texto de uma conferência no Congresso Luso-Brasileiro sobre
Epistemologia e Interdisciplinaridade na Pós-Graduação, realizado em Porto Alegre, Brasil, na Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, nos dias 21, 22 e 23 de Junho de 2004.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa Social: Métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2009.
SANTOS, Boaventura de S. Introdução à ciência pós-moderna. Porto: Afrontamento, 1989.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Tradução de Millôr Fernandes. São Paulo: L & PM, 2011.
SILVA JR., Roberto; OLIVEIRA, Alvaro. Os métodos mistos e a interdisciplinaridade nas Ciências Sociais: pragmatismo ou
pluralismo paradigmático? Ideias, Edição Especial, nova série, p. 87-108, 2013.
TONET, I. Interdisciplinaridade, formação humana e emancipação humana. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 116, p. 725-
742, out./dez. 2013.
YIN, R. K. Estudo de caso. Planejamento e Métodos. Porto Alegre. Bookman, 2001

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Sandra Gemma Juliana Pires de Arruda Leite

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