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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO

Centro de Ciências Humanas – CCH


Curso: Pedagogia
Ano/Semestre: 2023.2
Disciplina: Educação e Economia Política
Professora: Paloma Rezende de Oliveira
Graduando/a: Jaqueline da Costa, Letícia Frullani, Renata Elisa Lobo
(20211352028), Maria Clara Guedes Pinto Vieira (20202351003), Anna Carolyna
Alcantara (20181351047) e Hellen Rodrigues (20171352013)

Atividade referente à Unidade 1: Educação e Economia Política (30 pontos)

Apresentar o tema:

Título do filme escolhido: Eu, Daniel Blake

Diretor e data de lançamento: Ken Loach, lançado em 2016

Personagens principais: Daniel Blake, Katie, Daisy, Dylan, Sheila e os vizinhos.

Aqui está o texto corrigido com atenção à ortografia, coesão e coerência:

"Eu, Daniel Blake" é um filme britânico dirigido por Ken Loach que retrata, de
forma autêntica, a história de um homem chamado Daniel Blake. O protagonista é um
carpinteiro de meia-idade que, após sofrer um ataque cardíaco, é considerado inapto
para trabalhar pelo seu médico. A narrativa demonstra como Daniel enfrenta um sistema
burocrático e desumano do governo britânico ao solicitar apoio financeiro do Estado,
através do sistema de benefícios sociais.
Ele se depara com a falta de compreensão por parte dos funcionários do serviço
de assistência social que, seguindo regras rígidas e lidando com cortes no orçamento,
não demonstram empatia pelas necessidades reais de Daniel, o que reflete as
dificuldades que muitas pessoas enfrentam ao buscar ajuda em um sistema de apoio que
deveria ser mais acolhedor e sensível às suas situações individuais.
O filme destaca a luta de Daniel para preencher os formulários complexos e
digitais, enfrentando problemas de acesso e falta de familiaridade com a tecnologia.
Além disso, mostra como ele é submetido a situações humilhantes e desumanas, como a
espera por horas em filas, enfrentando uma burocracia exaustiva para comprovar sua
inaptidão para trabalhar.
Ao longo da trama, Daniel faz amizade com uma jovem mãe solteira chamada
Katie, que também enfrenta dificuldades ao lidar com o rígido sistema de benefícios.
Juntos, eles formam uma aliança e se apoiam mutuamente na busca por justiça e
dignidade. Essa amizade e solidariedade entre os personagens centrais são elementos
essenciais na narrativa.
A obra retrata de forma autêntica a realidade daqueles que são marginalizados
pelo sistema, revelando as injustiças e a falta de humanidade enfrentadas por pessoas
como Daniel e Katie. O filme expõe as dificuldades enfrentadas pelos mais vulneráveis
em sua luta diária para sobreviver, incitando reflexões sobre as implicações sociais e
políticas presentes na sociedade contemporânea.
Embora o filme não esteja diretamente relacionado à educação e economia
política, aborda questões sociais que podem ter impacto em ambos os campos. Ele
ressalta a importância de abordar a desigualdade, o acesso ao sistema educacional e as
políticas públicas como parte de uma abordagem abrangente para promover uma
sociedade mais justa e inclusiva. Desta forma, o filme destaca a interconexão entre
questões sociais, econômicas e educacionais e como abordar esses desafios de maneira
holística sendo fundamental para criar um ambiente mais equitativo.
As conexões possíveis a serem feitas entre o tema e o filme são a partir da
desigualdade socioeconômica em que o filme aborda, mostrando as dificuldades
enfrentadas por Daniel Blake devido à sua condição econômica. Isso destaca a
importância da equidade na distribuição de recursos e oportunidades na sociedade,
incluindo o acesso a uma educação de qualidade. O filme serve como um lembrete de
como as disparidades econômicas podem afetar o acesso a recursos educacionais e a
necessidade de abordar essas questões para criar uma sociedade mais justa e inclusiva.
O filme também aborda o sistema educacional e a empregabilidade,
demonstrando como a falta de habilidades e qualificações educacionais afeta as chances
de Daniel Blake conseguir um emprego. Isso ressalta a importância de um sistema
educacional que prepare os indivíduos para o mercado de trabalho e os capacite para
participar ativamente na economia. O filme destaca como a educação pode desempenhar
um papel fundamental na capacitação das pessoas e suas capacidades de enfrentar
desafios econômicos.
Além da questão das políticas de assistência social, o filme destaca as
dificuldades enfrentadas por Daniel Blake ao tentar acessar os benefícios sociais. Isso
levanta questões sobre as políticas públicas relacionadas à assistência social e destaca a
necessidade de garantir uma proteção adequada para os cidadãos em situação de
vulnerabilidade econômica, incluindo o acesso a oportunidades educacionais e
treinamento profissional. O filme enfatiza como essas políticas desempenham um papel
crítico na vida das pessoas em situação de vulnerabilidade e a importância de torná-las
mais eficazes e acessíveis.
Com base na ideia imposta pelo capitalismo de que "o trabalho dá sentido à
vida", o filme mostra Daniel pegando materiais para trabalhar em casa, uma vez que
está afastado de seu emprego. Além disso, ele demonstra que, se não fosse pela
prescrição médica, seu desejo ainda seria ser uma força de trabalho e ter um emprego.
Paradoxalmente, para manter seu benefício, ele se vê obrigado a procurar vagas de
emprego, mesmo sabendo que não poderá ocupá-las, devido ao ataque cardíaco, chega
até a ser aceito em uma boa vaga, da qual precisa reclinar.
Como um senhor de idade "analfabeto digital", Daniel verbaliza a busca por
empregos inexistentes, ciente de que não há vagas para todos e que os empregadores
não têm interesse nisso. Além disso, ele expressa como esse processo o humilha e
deprime. Isso ocorre em um contexto em que o Estado, em harmonia com a política
neoliberal, permite que grandes corporações dominem a economia e promove a ideia da
meritocracia, afirmando que um currículo bem elaborado e rico, divulgado em diversos
meios, e muita busca resultarão na realização dos desejos. No entanto, sabemos que o
sistema não funciona dessa forma, especialmente com o desemprego estrutural em
vigor, onde não há realmente vagas para que todos possam ser empregados.
Na opinião do grupo, "Eu, Daniel Blake" é um filme emocionante e realista que
retrata as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos comuns, especialmente aqueles que
dependem de benefícios governamentais para sobreviver. A história de Daniel Blake,
um carpinteiro que sofre um ataque cardíaco e luta contra um sistema burocrático
impessoal, expõe as falhas do sistema de bem-estar social. Concordamos que o filme é
uma poderosa crítica à falta de empatia e humanidade nas políticas de assistência social
e destaca a necessidade de reformas para garantir que os cidadãos sejam tratados com
dignidade e justiça.
No filme, a estrutura desencontrada torna tudo difícil para um homem doente
receber um benefício garantido e assegurado pelo país onde vive. Isso porque embora
Daniel esteja afastado do trabalho por razões médicas, ele passa a depender de outro
tipo de auxílio porque um funcionário que o avaliou discorda do parecer médico de que
ele não poderia trabalhar, tendo assim seu primeiro auxílio cortado sem base médica.
Transparecendo claramente que os setores não conversam entre si, e que cabe ao
cidadão correr frequentemente atrás. Vemos Daniel em uma luta quase que diária para
que possa receber um auxílio que depende da avaliação de outros e não de seu trabalho.
Como desculpa, o governo acredita que o direcionamento para a atualização de
conhecimento e a formulação de um bom currículo, ou seja, devolve-se a
responsabilidade ao trabalhador, como se essa pudesse ser a chave para que milhares de
desempregados saíssem das linhas do desemprego. No caso do filme, o processo
educativo serve para expor a falta de habilidades tecnológicas e serve para dificultar o
acesso aos benefícios e serviços essenciais.
No caso da personagem Katie, uma mãe solteira e desempregada, a falta de
acesso à educação e a escassez de oportunidades podem perpetuar o ciclo de pobreza e
marginalização. No caso dela, o papel da maternidade pode ser excludente a mulher que
tenta retomar os estudos e o mercado de trabalho, já que a responsabilidade de cuidar
das duas crianças que ela têm é apenas dela, não vemos o genitor em nenhum momento
ser procurado e questionado sobre seus deveres como pai. E apesar de receber o auxílio
moradia, Katie passa por necessidades durante todo o filho por falta de alimentos, por
exemplo. O filme aborda questões econômicas e políticas, evidenciando como as
políticas de austeridade podem prejudicar os mais vulneráveis na sociedade. Ele destaca
a necessidade de um sistema de proteção social robusto e humano, capaz de fornecer o
apoio necessário para aqueles que enfrentam dificuldades.
"Eu, Daniel Blake" é um filme profundamente envolvente, e os personagens e
suas lutas diárias são tão bem retratados que é difícil não se envolver emocionalmente.
O filme é um lembrete impactante da necessidade de maior igualdade, justiça e empatia
em nosso sistema econômico e político. Ele ressalta a importância de considerar as
implicações sociais e humanas de políticas governamentais e econômicas e destaca a
importância de buscar uma sociedade mais justa e inclusiva.

Referências:
LOACH, Ken, director. I, DANIEL BLAKE [Eu, Daniel Blake]. Sixteen Films; Why Not
Productions; Wild Bunch ed., 2016.

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