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Distinção entre direitos reais e direitos de crédito

Preliminarmente importa referir que esta síntese ou resumo tem como objetivo,
conhecer a relação existente entre os direitos reais e os direitos do crédito, e para tal,
identificar-se-á também as diferenças e semelhanças entre esses dois ramos de direito civil.

Sendo estes, dois ramos do direito civil, para se encontrar a sua relação, bem como as
suas diferenças, há uma divergência ou debate entre os autores quanto a natureza dos direitos
reais e de crédito. Alguns argumentam que, devido a garantia sobre uma coisa ou patrimônio,
as obrigações devem ser consideradas como direitos reais. Por outro lado, os apoiadores da
perspectiva personalistas contestam essa ideia.

Seguidamente, saberemos as suas diferenças:

Com base no objecto, o direito real está ligado à uma coisa e o seu titular goza de
poderes em relação a essa coisa. Já o direito de crédito tem como objeto uma prestação do
devedor, conferindo ao credor o poder de exigir a realização de uma prestação,
especificamente a obrigação do devedor de cumprir a prestação.

Quanto a mediação, nos direitos reais, o titular do direito exerce o seu direito
diretamente sobre a coisa, sem a necessidade de haver uma mediação. Já nos direitos de
crédito, o credor depende da colaboração e da boa vi tarde do devedor para realizar o seu
interesse, tornando a mediação essencial para efectivar a obrigação.

Mas há ainda uma distinção fundamental entre os direitos de crédito e os diretos reais,
mormente a existência de um carácter relactivo. Enquanto que os direitos reais são de
natureza absoluta, aplicando-se com efeito erga omnes e conferindo soberania sobre a coisa,
os direitos de crédito têm caráter relativo, vinculando apenas as partes envolvidas na relação,
beneficiando o credor em relação ao devedor.

Quanto aos princípios vigentes nos direitos de crédito e nos direitos reais, neste último
há o princípio “numerus clausus” o que significa que os direitos reais são mais restritos,
sujeitos a formalidades e regidos pelo princípio da tipicidade, limitando a variedade de
formas contratuais possíveis. Já nos direitos de crédito há o princípio “numerus apertus”,
significando que, os direitos de crédito permitem a criação de relações obrigacionais diversas
e a modificação pelas partes, seguindo o princípio da liberdade contratual.

Já abordadas as suas diferenças, é crucial conhecermos também as afinidades entre os


direitos de crédito e os direitos reais, à saber:

Tanto as obrigações quanto os direitos reais podem originar-se por meio de contratos
no sistema jurídico em questão. Além disso, alguns direitos reais são destinados a garantir o
cumprimento de obrigações.

Destaca-se ainda a interconexão entre as duas categorias por meio de figuras híbridas,
como obrigações reais e ônus reais, que compartilham características tanto de direitos reais
quanto de obrigações.

Portanto, apesar das diferenças, há semelhanças e pontos relacionais entre direitos


reais e as obrigações.
O texto explora a complexa relação entre direitos reais e direitos de crédito no contexto do
direito civil, delineando as divergências e pontos de contato entre essas duas categorias
jurídicas fundamentais.
Inicialmente, é ressaltada a divergência entre os autores sobre a natureza desses direitos.
Enquanto alguns defendem que as obrigações podem ser consideradas como direitos reais
devido à garantia sobre uma coisa ou patrimônio, outros, apoiadores de perspectivas
personalistas, contestam essa ideia, levantando questões fundamentais sobre a natureza dessas
relações jurídicas.
No que diz respeito às diferenças, destaca-se que o direito real está intrinsicamente ligado a
uma coisa, conferindo ao titular poderes sobre ela. Em contrapartida, o direito de crédito tem
como objeto uma prestação do devedor, proporcionando ao credor o poder de exigir a
realização dessa prestação. A distinção é ainda mais evidente na questão da mediação: nos
direitos reais, o titular exerce diretamente seu direito sobre a coisa, enquanto nos direitos de
crédito, o credor depende da colaboração do devedor, tornando a mediação essencial para
efetivar a obrigação.
Outra distinção crucial é a natureza relativa dos direitos de crédito em comparação com a
natureza absoluta dos direitos reais. Os direitos reais aplicam-se erga omnes, conferindo
soberania sobre a coisa, enquanto os direitos de crédito têm caráter relativo, vinculando
apenas as partes envolvidas na relação, favorecendo o credor em relação ao devedor.
A discussão se estende aos princípios subjacentes a essas categorias. O "numerus clausus"
restringe os direitos reais a uma lista específica, sujeitos a formalidades e à tipicidade,
enquanto o "numerus apertus" nos direitos de crédito permite maior flexibilidade contratual.

Apesar dessas diferenças, o texto destaca afinidades importantes. Ambos os direitos podem
originar-se por meio de contratos no sistema jurídico em questão, e alguns direitos reais são
projetados para garantir o cumprimento de obrigações. A interconexão entre as duas
categorias é evidenciada por meio de figuras híbridas, como obrigações reais e ônus reais,
que compartilham características tanto de direitos reais quanto de obrigações.

Em suma, o texto proporciona uma análise abrangente das distinções e similaridades entre
direitos reais e direitos de crédito, explorando nuances e princípios subjacentes que moldam
essas categorias fundamentais no âmbito do direito civil.

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