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AULA 2- DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES

PROF: AVELINO PEDRO, Msc.

10/23/2023 UNIVERSIDADE METOIDISTA DE ANGOLA


PRESTAÇÕES INSTANTÂNEAS
E DURADOURAS
Prestações instantâneas:

São chamadas instantâneas, as prestações em que o comportamento do


credor para realizar a prestação se esgota num determinado momento
temporal.

Por ex. O aceitante de uma letra de câmbio paga no dia convencionado.

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CONT.
Prestação duradoura:

Nesta categoria de prestações a sua duração contende apenas com o modo da sua
execução. As prestações duradouras podem ainda ser de execução continuada, quando na
verdade o seu cumprimento é inenterrupto.

A título de exemplo temos o fornecedor de serviços públicos como a água, electricidade,


telefonia; ou então das prestações reiteradas, periodicas ou contrato sucessivo como é o caso
das obrigações que o locatário tem de pagar a renda todos os meses de uma habitação que
tomou de arrendamento. Ou de um contrato de leasing pelo uso dos bens que tomou em
locação financeira.
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REQUISITOS DE PRESTAÇÃO
DEBITÓRIA
Os requisitos previstos para a prestação debitória constam do art. 280.º,
tratando-se de qualquer negócio jurídico, como também dos requisitos gerais
para obrigações previstos nos arts. 400.º e 401.º todos do CC;

1. Possibilidade;

2. Licitude;

3. Determinabilidade.

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PATRIMONIALIDADE
O art. 292.º nº 2, 1ª parte descreve-se ser essencial que o sujeito passivo seja detentor do
património susceptível de avaliação pecuniária para a realização da obrigação que esteja
adstrita.

Conteúdo da prestação

Dentro do limite da çlei as partes, têm plena liberdade de fixarem o conteúdo da prestação,
como resulta no art.398.º, da mesma forma resulta a liberdade de fazer constar as cláusulas
contratuais nos contratos ou nas relações de trabalho. Vide art. 405.º nº1.

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CONT.
O legislador por vezes constitui obstáculo a autonomia privada, criando
normas imperativas impondo limites, colocando barreiras para que aja o
limite de abuso de poder ou de direito.

Dai estatuir-se que em todas as relações creditícias deve existir o


princípio da boa-fé, da realização e na concretização das relações
creditícias.

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RELAÇÃO OBRIGACIONAL SINGULAR
SIMPLES VS RELAÇÃO OBRIGACIONAL
COMPLEXA OU PLURAL
A relação obrigacional simples ou singular por via de regra são aquelas relações que se
estabelecem de forma mais dirigidas e simplificadas entre o credor e o devedor, tendo o credor
o direito a uma prestação e o devdor a obrigação de lhe efectuar. Apesar disso, não significa
isso que não reconheçamos que este vínculo principal não surja por vezes integrado por outros
vínculos secundários ou acessórios.

Exemplo: António dirige-se a Berta pedindo um empréstimo de 10 mil kzs, comprometendo –se
pagar no dia seguinte, para o efeito necessitará fazer uso de multicaixa para realizar a
transferência.

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CONT.
A relação obrigacional complexa ou plural é aquela que envolve multiplicidade
de sujeitos para congretização e satisfação da obrigação.

Exemplo. António ao pedir emprestado 10 mil kzs a Berta garante que só


conseguirá pagar valor assim que o salário cair e necessitará de apoio do Pedro
para o acompanhar ao banco porque não sabe manejar com o ATM, embora
Pedro lhe tenha adiantado que nem sempre estará disponível.

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A FUNÇÃO DA OBRIGAÇÃO E RELEVANCIA
DO INTERESSE DO CREDOR NO REGIME DA
RELAÇÃO OBRIGACIONAL
Obrigação existe com a função primordial de satisfazer um interesse do credor, embora este interesse tem
que ser necessariamente digno de protecção legal. Vide art. 398.º nº2, 2ªparte.

Obrigação não constitui um fim em si mesmo, ela é apenas um meio para a satisfação de certos interesses.
Vide Antunes Varela in direito das Obrigações. Continuando o mesmo autor afirma que trata-se do
interesse do credor acente na necessidade ou situação de carência de que ele é portador e na aptidão de
satisfazer tal necessidade, é que define a função da obrigação, função que consiste na satisfação do
interesse concreto do credor, proporcionada através do sacrifício imposto pelo devdor pelo vínculo
obrigacional.

Em via de regra o interesse do credor apresenta-se como algo de externo à relação obrigacional, mas
mesmo assim não deixa de a influenciar.
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CONT.
É inegável o relevo do interesse do credor na constituição da relação obrigacional até
porque para que relação obrigacioinal se constitua validamente é necessário que a
prestação corresponda a um interesse ao credor digno de protecção legal – art.398.º nº2
CC.

O interesse do credor também não é dispensiendo na extinção deste vínculo, por exemplo
nadação em cumprimento, o art. 837.º dispõe que mesmo de valor superior se a
prestação for diversa do que foi estabelecido só exonera o devedor se o credor der o seu
consentimento, como também ocorre nos casos em que é admitido o cumprimento por
terceiro se previligia o interesse do credor.
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AS OBRIGAÇÕES E OS OUTROS
RAMOS DO DIREITO
A doutrina diverge sobre a relação obrigacional e os direitos reais, uma vez que não parece útil
estabelecer um confronto entre as relacções obrigacionais e outras relações jurídicas, como por exemplo
as relações familiares, fiscais, etc.

Contudo, a doutrina maioritaria defende que a obrigação pode ser considerada como um direito real
sobre o património do devedor. Embora outras correntes continuam a frisar a rejeição do direito real
enquanto poder de uma pessoa sobre uma coisa, enquanto outros centram-se na concepção
personalista do direito.

Por fim, para os autores que defendem os efeitos externos das obrigações deixa de fazer sentido
continuar a distinguir estruturalmente os direitos de créditos dos direitos reais no que diz respeito ao
lado passsivo da relação.
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AS PRINCIPAIS SEMELHANÇAS
Analisemos as principais semelhanças:

1. Tanto os direitos de crédito como os direitos reais são em regra constituídos por efeito de um
contrato, vide art. 408.º

2. Há direitos reais cuja a função e razão de existência tem aver com o cumprimento de obrigações,
por exemplo os direitos reais de garantia

3. É possível constituir direitos reais sobre direitos de crédito, exemplo: o penhor e o usufruto de
créditos

4. Há obrigações que se conhece o devedor pela titularidade do direito real – são as designadas as
obrigações reais ou ambulatórias, também conhecida na linguagem latina ob rem ou propter rem.
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PRINCIPAIS DIFERENÇAS
1. A fundamental diferença entre os direitos de créditos e os direitos reais é que reside
no facto de os primeiros serem direitos relactivos e os segundos direitos absolutos.

2. Quanto ao objecto, enquanto os direitos obrigacionais conferem ao seu titular o


direito a uma prestação, os direitos reais insidem sobre coisas.

3. Vigorando para os direitos de crédito, como já tivemos oportunidade de referir, o


princípio da liberdade contratual podendo as pessoas dentro dos limites da lei
celebrar os contratos que melhor entenderem e recorrer aos tipos previstos na lei.
Vide art. 1306.º nº1.

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EFEITO EXTERNO DAS
OBRIGAÇÕES
Uma das principais distinções que se costuma fazer entre os direitos reais
e os direitos de crédito reside no facto de os direitos reais terem caracter
absoluto e os direitos de crédito terem carcter realactivos. Os direitos de
créditos contrariamente ao que acontece com os direitos reais que
incidem sobre coisas, evidenciam se nas realações entre pessoas,
tratando se portanto de direitos a que corresponde necessariamente
deveres particulares e não gerais como acontece com so direitos reais.

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CONT.
O titular de um direito real tem sobre a coisa que ele incide um
pode quase absoluto, poder que se traduz na possibilidade de
impedir qualquer terceiro de interferir sobre a coisa que incidem.

Esta obrigação imposta a terceiros é designada por alguma doutrina


como obrigação passiva e universal. Este carácter absoluto dos
diretitos reais tem como corolarios o direito de preferência. Vide
Orlando de Carvalho in Direito das coisas.
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BIBLIOGRAFIA REFERENCIAL
Dicionário da Língua Portuguesa. Ed. Porto
ECONGO, Domingos de Alegria. Processo Disciplinar na Função Pública. Ed. BC Livtec, Lda. 2018
GONZÀLEZ, José Albrto. Código Civil Anotado. Vol. I. Ed. Sociedade. 2011
LEITÃO, Luis Manuel Teles de Menezes. Direito das Obrigações 9ª edição. Ed. Almedina. 2010
MARQUES, António Vicente. Direito do Trabalho Angolano. Texto Editores. 2006
MARQUES, António Vicente. Código Civil Angolano. Texto Editores. 2006

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