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Significado de Arte Urbana,

Lisboa 2008–2014

por Pedro Soares Neves


Doutorando, bolseiro do programa HERITAS no CIEBA, FBAUL. Organizador
de diversos encontros científicos internacionais e publicações sobre
"Criatividade Urbana" em Urbancreativity.org

This article pretend to contribute for the clarification


of Arte Urbana (Urban Art) expression, proposing a
geographical (Lisbon) and temporal (2008-2014) A expressão Arte Urbana é de difícil tipifica-
delimitation. This delimitation serves as an anchor for ção e avaliação apesar de institucionalmen-
identifying specific meanings, thoughts, actions and te em Portugal ser amplamente utilizada so-
forms that occurred in determined time and place, bretudo desde 2008. Esta problemática no
but doesn’t exclude references to other temporal and contexto de Lisboa tem características pró-
geographical dimensions. prias. À luz das referências internacionais e
The article development would not be possible without outras nacionais procurarei delimitar as ca-
the international contextualization related with the racterísticas dominantes do que proponho
problematic of Street Art and Graffiti expressions. significar de Arte Urbana em Lisboa entre
A vast array of distinct disciplinary areas approach from 2008 e 2014, algo ao qual estão associadas
different angles the problematic, producing distinct formas e valores a identificar.
points of view that had been relating and recognizing
mutually. The article concludes with a proposal of 3 1 - Breve contextualização internacional
typologies of Lisbon Arte Urbana. Aqui abordo os conceitos de Graffiti, Street
Art e Urban Art. Serão descritas as principais
relações entre estes conceitos e quais as pu-
blicações académicas e não académicas que
os abordam. Começando com o conceito de
Graffiti, e sua associação com a Street Art, e
por fim identificando as distinções entre Ur-
ban Art e a sua tradução direta Arte Urbana.
A palavra Graffiti associa-se a inscrições
não oficiais, não autorizadas, que ocorrem
no espaço público, independentemente da
técnica, meio ou estilo, palavra, por exem-

– PEDRO SOARES NEVES 121


plo, que surge nos relatórios dos arqueólo- O termo Street Art disseminado mais tarde,
gos do séc XIX como forma de diferencia- surge interpretado como algo que se re-
ção entre inscrições oficiais e não oficiais laciona mas que é distinto do termo Graf-
encontradas nas escavações de Pompeia1. fiti. Por exemplo Peter Bengtsen enquadra
Por outro lado, a palavra Graffiti tem sido a designação como referente a um contex-
também utilizada para identificar um con- to social autónomo, como Mundo da Street
junto de convenções estilísticas e subcultu- Art4 que estabelece e define continuamente
rais que se desenvolveram a partir do final as distancias e afinidades nomeadamente
da década de 1960 nos EUA. com o Graffiti subcultural. Outro exemplo é
a abordagem de Anna Waclawek que suge-
Estas interpretações na realidade por vezes re que a Street Art é uma evolução, uma re-
sobrepõem-se e por esta razão surgem su- volta contra, ou uma adição ao Graffiti sub-
– CONVOCARTE N.º1 | ARTE PÚBLICA

gestões de novas designações na tentati- cultural; em suma, uma contribuição que


va de maior clarificação da especificidade permite uma grande diversidade cultural5.
do Graffiti de origem subcultural dos anos
1960. Por exemplo, Joe Austin, numa pers- Será necessária uma interpretação esbati-
pectiva mais académica, propõe o termo da das fronteiras do significado dos termos
graffiti art2, do interior da subcultura tam- Graffiti e Street art para o melhor entendi-
bém surgem propostas como a de Phase2 mento do conceito de Arte Urbana adopta-
que propôs aerosol art em entrevista publi- do a partir de 2008 em Lisboa. Estes devem
cada na On the Run de 1993, revista Alemã ser observados como campo expandido
dedicada a esta subcultura. Porem estas e indo ao encontro da proposta de Rosalind
outras sugestões de novas designações não Krauss, que aliás partilhou o mesmo espa-
demonstraram capacidade de substituir a ço de apresentação (Artist Space Soho em
utilização do termo Graffiti, quer no contex- Nova Iorque) com os United Graffiti Artists
to académico, quer no contexto subcultural. em Setembro de 19756, o que nos leva a
Subcultura é um conceito vasto e complexo suspeitar de ligações por identificar entre a
dentro dos estudos teóricos sócio-culturais. proposta de campo expandido e as proble-
Está associado à Universidade de Birmin- máticas associadas ao Graffiti subcultural.
gam, mais especificamente ao CCCS (Cen-
ter for Contemporany Cultural Studies), con- 1.1 Produção internacional de
ceito que são revisitados e contestados em conhecimento sobre Graffiti subcultural
parte por novas gerações de investigadores e Street Art
que os confrontam com realidades como o A produção de conhecimento sobre Graf-
Punk ou o HipHop3. O local exacto de onde fiti e Street Art desenvolve-se há aproxima-
se encontram as fronteiras do que se desig- damente 4 décadas. Para o melhor enten-
na por Graffiti esbatem-se ou tornam-se rí- dimento do leitor sugerimos dividir esta
gidas conforme a abordagem. produção em duas grandes componentes:
(1.1.1) a componente académica e (1.1.2) a
componente não académica.

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1.1.1 - Dentro da componente académica disciplinar da História da Arte surge por
existem trabalhos de investigação que pro- Jack Stewart que propõe uma abordagem
vêm das mais variadas áreas do conheci- do ponto de vista pedagógico (auto-didác-
mento, como, por exemplo, da sociologia, tico, arte popular) e analisa a sua evolução
etnografia, criminologia, historia cultural e estilística integrada na Historia da Arte14.
historia da arte.
Mais recentemente, o conceito de Street Art
Evidenciam-se tendências que permitem também tem sido abordado do ponto de
propostas para agrupar a informação exis- vista académico.
tente. Existe por exemplo um forte grupo
de publicações referentes aos anos 1970 Como já vimos, a tese de Peter Bengtsen es-
em Nova Iorque, quer do ponto de vista do tabelece-se como uma importante referên-
confronto das narrativas entre o discurso cia, isto por recorrer às mais vastas bases de
oficial e o discurso subcultural7, quer a par- dados existentes sobre Street Art, os forums
tir de abordagens de leitura étnica (Afro/ de discussão que acompanharam o cresci-
Latino Americana)8. mento do fenómeno. No seu trabalho são
feitas considerações sobre as várias inter-
Os estudos Etnográficos existentes são su- pretações dos termos Graffiti, Street Art e Ur-
portados em grande medida por entrevis- ban Art neste caso desenvolvidas pelos pro-
tas que tendem a aprofundar a dimensão tagonistas do que então designou de Street
subcultral, seja desenvolvendo abordagens Art world em direta analogia com o conceito
comparativas Londres - Nova Iorque9, seja de Art worlds de Howard S. Becker’s.
a partir de abordagens mais globais cen-
tradas em casos de estudo como Montreal Explorando a relação entre os conceitos Gra-
por exemplo10. ffiti e Street Art, surge também a designação
pós Graffiti, sustentada e desenvolvida nos
Todavia o Graffiti de Nova-Iorque nos anos trabalhos de Anna Waclawek (2008) e Javier
70 evidencia-se como o caso de estudo Abarca15. Abarca parte de uma análise anco-
mais desenvolvido, desde o reconhecido rada nas subculturas e traça elementos con-
e amplamente divulgado estudo de Craig ceptualmente comuns, já Anna Waclawek
Castleman publicado em 198211 na realida- faz uma análise sobretudo cronológica com
de antecedido pelo primeiro estudo acadé- recurso aos “visual culture studies”.
mico sobre o Graffiti subcultural de NY em
1978 por Andrea Nelli12. Para além de livros ou teses totalmente de-
dicadas aos temas do Graffiti e ou Street Art
A abordagem da área da criminologia (cul- existem também muitos artigos ou capítu-
tural) ganha vigor após o trabalho desen- los isolados importantes. Destes artigos,
volvido por Jeff Ferrel13, e a primeira pu- provavelmente, o mais reconhecido será o
blicação académica originária do campo de Jean Baudrillard “Kool Killer ou l’insur-
rection par les signes” (1976)16. De referir

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também periódicos como o Crime, Media, À semelhança da produção de conheci-
Culture (da área da Criminologia Cultural) e mento académico, o papel de Nova-Ior-
especificamente a edição do City: analisys que nos anos 70 é central também nas pu-
of urban trends, theory, policy, action. de Fe- blicações não académicas que logo, desde
vereiro – Abril 2010, que abordou em capí- 1974, acompanharam o fenómeno23. De
tulo específico o tema “graffiti, street art and qualquer forma, existe também uma produ-
the city”. ção de conhecimento relevante no que re-
fere à diáspora do fenómeno24, por exem-
De notar que o conceito Street Art (ou em plo, para alguns países da Europa25 como
alguns contextos Urban Art como descre- para a Australia26.
verei em profundidade mais à frente) veio
também trazer novos olhares do ponto de Nesta mesma categoria de publicações não
– CONVOCARTE N.º1 | ARTE PÚBLICA

vista académico. Pela sua característica ter- académicas integram-se também os catálo-
ritorial, mas também de discurso que se gos e monografias decorrentes de exposi-
faz para fora e não em exclusivo para den- ções. Aqui o número de publicações é bas-
tro da subcultura, veio permitir abordagens tante vasto, e com a excepção de alguns
de aproximação por parte das disciplinas exemplos que abordam diretamente a rela-
de projeto como design e arquitetura. Seja ção entre Street art e Graffiti27, estas publica-
de um ponto de vista da análise do discur- ções traduzem sobretudo as estratégias de
so sobre o território e seu mapeamento17, abordagem na perspectiva do autor ou das
ou a partir das lógicas de participação e ou instituições como no exemplo do livro Art
colaboração18, na relação com o lugar19, en- in the Streets da exposição homónima do
fim todo um conjunto de referências acadé- MoCa de Los-Angeles em 201128.
micas (teses e publicações resultantes de
investigações) relacionadas com a proble- 1.2 Modelos
mática do espaço público urbano que abor- São vários os modelos de interpreta-
dam direta ou indiretamente formas identi- ção (histórica e conceptual) do Graffiti e
ficáveis como de Street Art, ou Urban Art. da Street Art. No livro Spraycan Art29, de
1987, vem documentado e publicado um
1.1.2 Na componente não académica é mural feito por Chris Pape que retratou o
vastíssimo o número de publicações20 exis- que se considerava uma visão histórica do
tentes e em produção. Existe um conjunto Graffiti à época. Um mural auto explicati-
significativo de colectâneas que recolhem vo com reproduções do estilo e pseudó-
uma amostragem local e ou global21, com nimos relevantes na sua perspectiva. Este
enfoque no género, e ou em tipologias es- é um dos exemplos de vários modelos.
pecificas de intervenções como o clássico Outro exemplo, mais recente, é o cartaz pro-
de 1984 Subway Art de Martha Cooper e duzido por Daniel Feral, Graffiti and Street
Henry Chalfant22. art (2011). Este póster recria o esquema
gráfico criado por Alfred H. Barr Jr. para a
exposição Cubismo e Arte Abstrata, que se

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realizou no MOMA de NY em 193630. Con-
sistindo na descrição cronológica e com re-
ferências a conceitos e locais, Feral, inicia a
sua proposta de modelo de interpretação
na sequência do gráfico de Barr.

Colocando no lugar central as designações


Graffiti e Street Art, a partir destas propõe
um conjunto de ligação ao passado e futu-
ro. Apesar das suas carências ao nível de
referências torna-se uma imagem interes-
sante, sobretudo pelo estímulo à reflexão
que representa.

1.3 Urban Art


A designação em inglês Urban Art vem as-
sociada especificamente aos conceitos de
Graffiti e Street Art pela primeira vez na ex-
posição Spank the Monkey de 2006 em Ga-
teshead, Reino Unido31. Surge da proble-
mática gerada pela distância entre a arte
na rua e a arte do mundo estabelecido da
arte, nasce da necessidade de resolver a
questão de abordar a Street Art no contex-
to dos museus, galerias e agentes instituí-
dos no mundo da arte.

Em 2008 o leiloeiro Bonhams iniciou um


conjunto de leilões periódicos especializa-
dos em Urban Art e em 2009 o fórum de
discussão Bansky.info passou a chamar-se
Urban Art Association. Todavia este surgi-
mento da designação surge sem estar de-
finida à partida uma clarificação do que na
realidade representa, quer na sua essência,
quer em relação com os termos Graffiti e ou
Street Art.

Talvez por esta razão gerou reacções di-


vergentes dentro do mundo da Street Art e Cartaz de Daniel Feral, Graffiti and Street Art (2011)

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também do mundo estabelecido da Arte32. policromia existente com um predomínio
O uso ocasional de Urban Art como sinóni- dos tons cinzentos nos bairros das classes
mo de Street Art frusta alguns membros do altas e principais eixos (por exemplo a Ave-
mundo da Street Art. A conotação e viabi- nida da Liberdade).
lidade comercial da expressão Urban Art
abriu caminho para que o facto de que a co- Apropriações gráficas informais ocorreram
locação de trabalhos na rua e, por vezes, só a sobre esse predominante “cinzentismo”
referência a esta, se terem tornado veículos com a revolução democrática de 1974. Esta
para uma carreira comercial. Esta situação época foi prolífica (por todo o país mas em
veio tornar pouco clara a relação mesmo de particular em Lisboa) no que toca à produ-
quem espontaneamente produz Street Art, ção de murais e colocação de cartazes po-
pois esta rapidamente se transforma na ver- líticos. Neste período particular da história
– CONVOCARTE N.º1 | ARTE PÚBLICA

tente de marketing da Urban Art que poten- recente de Portugal os muros das cidades
cialmente mais tarde a irá comercializar. foram, por excelência, a plataforma para a
comunicação38.
2 – Em Lisboa
2.1 – Breve introdução Estas actividades abrandaram de ritmo e con-
A cor das fachadas de Lisboa tem sido fru- finaram-se a meios mais convencionais após
to de controvérsias e diversos contributos a entrada de Portugal na CEE (depois UE) em
ao longo do tempo33. O tema foi o assunto 1983. Já no fim da década de 1980 os murais
central num ciclo de conferências organiza- que resistiram foram-se degradando.
do pelos Amigos de Lisboa em 1949, con-
vidando conhecidos intelectuais, artistas No início da década de 90 começaram a sur-
plásticos e arquitectos para discutir normas gir assinaturas do tipo “tag” a par com ex-
municipais34. pressões gráficas mais ou menos criativas,
como stencil. Inicialmente em locais especí-
O branco – enquanto cor global na (e da) ficos como ao longo das linhas de comboio
cidade de Lisboa – parece em geral residir suburbanas, auto-estradas, etc. Surgiram
na sua frequente referência por antigos via- também a colagem “selvagem” de cartazes
jantes, escritores e pintores (sobretudo os de concertos, touradas, circos e políticos.
anteriores ao século XVIII)35. Estudos pelo
LNEC a pedido da CML confirmaram a Com o evento Lisboa Capital Europeia da
existência, também no Rossio, de estratos Cultura em 94 e a Expo 9839 estas ocorrên-
de revestimentos acabados com guarne- cias diversificaram-se em escala e forma,
cimentos em pasta de cal e coloridos com ocupando locais de vivência boémia noc-
amarelo-ocre36. turna como a 24 de Julho, Santos ou Bairro
Alto. Coincidência ou não esta dinâmica ga-
Segundo Eduardo Nery37, mais tarde, o am- nhou particular força em Lisboa quando em
biente social e político ditatorial do Estado 2003 a autarquia de Barcelona fez aprovar
Novo caracterizou-se pela sobreposição da a “ordenanza de convivencia pacífica” que

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aborda a questão das apropriações gráficas em Julho de 2008 na Galeria ZDB) possibi-
informais numa perspectiva de confronto e litou a partilha de opiniões dos principais
erradicação40. actores deste território, incluindo morado-
res, artistas plásticos, jornalistas, autores
De 2004 (Campeonato Europeu de Fute- de Graffiti e Street Art, presidente da Jun-
bol em Portugal) a 2008 (data de despacho ta de Freguesia da Encarnação presidente
municipal que implicou remoção de graffiti, da Associação de Comerciantes do Bairro
street art, cartazes e ou outras inscrições41) Alto, e técnicos municipais. Destes encon-
foram os anos em que se tornava por de- tros surgiu a conclusão de que seria impor-
mais evidente a intensidade e presença das tante dar espaço a algo mais do que me-
camadas de vários anos de apropriações ramente um projecto de limpeza, teria de
gráficas informais em Lisboa, particular- existir uma componente de mediação cul-
mente no Bairro Alto. tural no projecto de reabilitação urbana.

2.2 Bairro Alto 2008 2.3 Arte Urbana


Em Outubro de 2008, através do já referido A necessidade de incorporar desvios im-
despacho, a CML decidiu reduzir o horário previsíveis que ocorrem ao longo do tem-
nocturno dos cafés e bares do Bairro Alto, po conduziu a uma maior flexibilidade nos
horário que tinha sido alargado em a titulo planos urbanísticos a qual culminou na mu-
excepcional em 1994 a propósito de Lisboa dança de representação de planos–ima-
ser Capital Europeia da Cultura e que des- gem para planos de gestão que em Por-
de então não se tinham alterado. tugal ocorreu a partir de 195445. Este facto
ocorreu a uma escala global e ajudou a fa-
A redução de horário, medida danosa para zer cair em desuso o termo Arte Urbana
os comerciantes, tem como “medida de que até então se tinha usado com um senti-
compensação” a limpeza, melhor ilumina- do estritamente urbanístico.
ção e qualificação geral do espaço públi-
co42. Esta situação levou a acções de lim- No contexto português mais recente, em
peza de Graffiti e Street Art no Bairro Alto 1998, António Mega Ferreira, comissário
(Chiado e Bica) que, após alguns concursos executivo da EXPO’98, decide designar de
públicos para remoção e limpeza durante Arte Urbana às intervenções de caracter ar-
2009, integra um conjunto de acções mais tístico no então novo território urbano. Este
vastas, o plano de pormenor da Reabilita- facto originou o crescente uso do termo
ção urbana do Bairro Alto e Bica43. Arte Urbana que tomou a designação como
referente46 de algo novo, de forma distinta
Um momento crucial44 para a criação do da escultura pública e de alguma maneira
projecto que se veio a designar de Galeria mais próxima à Arte Pública47.
de Arte Urbana - GAU foi o encontro de-
nominado Qual o Futuro das Paredes do Em Outubro de 2008 no momento da cria-
Bairro Alto?. Este encontro ( que ocorreu ção da Galeria de Arte Urbana na Calçada

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da Glória foram colocados um conjunto de na como desenho da cidade (dos pré ou
painéis que serviram de suporte a inter- urbanistas culturalistas), e signos visuais no
venções plásticas que visavam segundo os território que em maior ou menor escala
seus co-responsáveis “confirmar o graffiti e são sinais do uso do e no território.
a street art como reconhecíveis e reconhe-
cidas expressões de arte urbana, como uma A tipologia pré-formal, estável bem defini-
subcultura artística globalmente presente da que compreende o graffiti subcultural e
nas metrópoles mundiais”48. a Street Art nas suas vertentes não comissio-
nadas, tipos de Arte Urbana em permanen-
A este propósito foi publicada uma peque- te negociação de distancias e afinidades.
na brochura49 que contem uma proposta de
justificação da utilização do termo Arte Ur- A tipologia formal é a da institucionaliza-
– CONVOCARTE N.º1 | ARTE PÚBLICA

bana, neste texto é feita a referência à práti- ção, onde há a ruptura dos pressupostos
ca “artística” de desenhar a cidade, de pré- não comissionados, surgem aqui tipos de
-urbanistas culturalistas como John Ruskin Arte Urbana que se podem designar de mu-
ou William Morris e posteriormente ao ur- ralismo contemporâneo, ou arte pública.
banismo culturalista de Camillo Sitte e Ebe-
nezer Haward50. Seguindo este padrão propõe-se uma sub-
divisão da Arte Urbana em Lisboa (2008–
Ou seja, se por um lado, no contexto da rea- 2014) por: 2.3.1 Arte Urbana como desenho
bilitação urbana do Bairro Alto, na aplicação da cidade e signos visuais; ; 2.3.2 Arte Urba-
do termo Arte Urbana é clara a intenção de na como Graffiti e Street Art; 2.3.3 Arte Urba-
afastar a relação direta com a Street Art ou na como Street Art Murals, Murais de Arte
Graffiti subcultural, por outro lado tentando contemporânea, Arte Pública e ou Urban Art.
manter-se a ligação aos aspectos não co-
missionados do fenómeno desassocia-se 2.3.1 Arte Urbana como desenho da
de práticas próximas da escultura pública cidade e signos visuais
ou arte pública. Este assumir de relações Esta proposta de tipologia de Arte Urbana
ocorre num contexto onde é simultanea- é a menos definida, mas todavia será a mais
mente relembrado o uso da Arte Urbana preponderante durante o nosso quotidiano.
como desenho urbanístico. Indo ao encontro das designações da ten-
dência urbanística culturalista, do desenho
Assim e pela análise até agora desenvolvida das cidades como desenhos com “arte”, in-
tornam-se preponderantes 3 tipologias de clui-se aqui também a dimensão do dese-
fronteiras esbatidas dentro do que se pode nho pelo uso, pela necessidade, da arqui-
designar por Arte Urbana na adopção de tetura sem arquitetos51, que no contexto
2008 pelo Município de Lisboa: português poderá apoiar-se em referências
tão distintas como Orlando Ribeiro52, Raul
A tipologia de formação, onde se incluem Lino53 ou o Inquérito à Arquitetura Popular
tipos de aplicação da expressão Arte Urba- Portuguesa54.

<<
Signos visuais nas suas vertentes, isoladas em grande medida, efémeras, destacando-
ou conjugadas, de: ícones, índices (sinto- -se, sobretudo, pela sua visibilidade mo-
mas) e símbolos55. mentânea; por este facto aumentando os
aspectos relacionados a acção e não tanto
O âmbito espacial da produção informal de com a forma. Todavia, existem também ele-
signos visuais reflecte-se sobretudo na di- mentos que persistem ao tempo, padrões
mensão de proximidade, aquela que é al- e locais de constante utilização, autores e
cançável fisicamente pelo utilizador na sua mundos relacionais do Graffiti da Street Art
vivência quotidiana. Nesta dimensão a arte a analisar.
urbana para além de ser de autor anónimo,
o próprio autor poderá estar na condição Esta tipologia é central na medida em que é
de não estar consciente da sua produção. a partir dela que se justificam e estruturam
as restantes. É pela prevalência de Graffiti e
Arte Urbana como signo visual é abrangen- Street Art nas cidades em geral e em parti-
te, e inclui: caminhos de pé posto; cartazes cular em Lisboa (quantidade anónima e de
sem autorização; desgaste de escadas cau- qualidade questionável) que pressiona o
sado pela passagem de utilizadores; profu- debate, análise e abordagem ao tema.
são de assinaturas (tags) em superfícies vá-
rias; etc. A identificação do seu valor nesta Existe bastante informação disponível em
dimensão será possível sobretudo olhando termos internacionais, e também alguma
para as características do suporte, descu- informação, em termos nacionais apesar
rando a interpretação da mensagem, obser- de não totalmente sistematizada nomeada-
vando sim quais as qualidades do suporte mente em publicações de caracter acadé-
em função por exemplo: dos signos visuais mico. Iniciando por estas será de referir os
identificados, qualidades de visibilidade, da trabalhos de Ricardo Campos56 e Lígia Fer-
textura da superfície, acessibilidade, simbo- ro57 como os iniciadores da análise desta ti-
lismo, entre outras. pologia de Arte Urbana em termos acadé-
micos nacionais.
2.3.2 Arte Urbana como Graffiti e Street
Art Nas publicações não académicas encon-
Nesta categoria enquadram-se as designa- tram-se tentativas ainda no seio da subcul-
ções de Graffiti subcultural e Street Art con- tura, quer de forma amadora quer de forma
forme descrito supra, Graffiti da subcultura estruturada pela primeira vez com a revista
já referida dos anos 60, já que a designa- Subworld. Para além de artigos vários que
ção Graffiti no sentido atribuído pelos ar- durante os últimos anos de 1990 foram ani-
queólogos de Pompeia enquadra-se no mando a comunidade de praticantes em
ponto anterior (2.3.1). franco crescimento, nos primeiros anos de
2000 inicia-se um conjunto de publicações
É evidente que as produções de Graffiti e dedicadas e maior seriedade com a Visual
Street Art, com as suas formas e acções, são, Street Pefromance, de 2007, publicação que

– PEDRO SOARES NEVES 129


contou com prefácio de Martha Cooper58. sas, associada com maior ou menor intensi-
Publicações com carácter misto que abor- dade ao contexto de produção e consumo
dam tanto a vertente não comissionada da “arte instituída” dialogando diretamente
como produções organizadas e apoiadas com agentes, galerias, colecionadores, mu-
(por marcas, como, por exemplo a Redbull). seus, etc. Apesar de distinta na origem as
obras e autores são em tudo semelhantes
Também com carácter misto, encontra-se a aquilo que se propõe afirmar no contexto
publicação regular da GAU, apesar de, na da arte contemporânea.
generalidade, tratar informações de tipo
comissionado inclui uma rubrica de 1 pági- A produção académica nacional existente de
na denominada “observatório” com obras forma direta e exclusiva sobre esta catego-
não comissionadas. Da mesma forma, ten- ria é vaga, encontram-se alguns artigos iso-
– CONVOCARTE N.º1 | ARTE PÚBLICA

dencialmente obras comissionadas com lados60, ou compilações pontuais61 que, de


pequenos apontamentos de não comissio- certa forma, esbate-se com as outras tipolo-
nadas, já surgem edições recentes de carác- gias sugeridas. No âmbito das abordagens
ter comercial59. a partir das problemáticas associadas à Arte
Contemporânea, existem discursos próxi-
Esse modelo de texto e publicação vai en- mos mas não coincidentes quer pelo angulo
contrando veículo sobretudo em exposi- de pesquisa quer pela abrangência da abor-
ções temáticas e ou através de monografias dagem (como no caso de Marta Traquino62).
que começam por surgir, também por via
internacional sobretudo associadas ao “fe- O material publicado e informação dispo-
nómeno” Vhils, publicações que, apesar de nível sobre esta categoria existe, principal-
tudo, caem dentro da proposta de próxima mente, editado numa perspectiva não aca-
tipologia de Arte Urbana. démica e, em grande medida, constitui uma
vasta quantidade de informação por anali-
2.3.3 Arte Urbana como Street Art Murals, sar em bases de dados, online, ou em pu-
Murais de Arte Contemporânea, Arte blicações impressas. A este nível há infor-
Pública e ou Urban Art mação gerada no contexto da promoção
Foi e é afinal a partir desta tipologia, que de comercial de autores, obras, festivais e ex-
forma generalizada, a população contactou posições, mas também por instituições pú-
e contacta com a dimensão imediatamente blicas, privados dinamizadores e participan-
inteligível da Arte Urbana, que por vias que tes do mundo da Arte Urbana.
reconhecivelmente levaram a uma discutí-
vel valorização do Graffiti subcultural e da É de facto esta a categoria mais tangível e
Street Art (categoria descrita em 2.3.2). perceptível ao nível da facilidade de con-
servação, porem é simultaneamente a que
É importante aqui esclarecer a dimensão demonstra a homogeneidade clássica e tra-
claramente consentida, comissionada, e ços distintivos do Graffiti e Street Art em re-
ou suportada por instituições ou empre- lação a outras vias de criação de artefactos.

<<
Por esta razão, sem o referente do Graffiti De forma distinta à da interpretação da de-
subcultural ou Street Art (categoria descri- signação internacional Urban Art a Arte Ur-
ta em 2.3.2), dissolve-se em transformações bana de 2008 não se afirma inicialmente no
que a vão gradualmente tornando outra contexto comercial, mas sim no contexto
coisa (exemplo: Arte Pública, Arte Contem- institucional, especificamente do Município
porânea). de Lisboa.

3 – Conclusão No assumir da expressão Arte Urbana em


Afinal do que se trata quando se refere Arte 2008 é clara a intenção de englobar na in-
Urbana? Em termos internacionais a desig- terpretação do termo significados prove-
nação tem um significado disperso por vá- nientes do modelo de urbanismo cultura-
rias áreas de actividade, como, por exemplo, lista, assim como é evidente englobar o
em associação ao urbanismo, constituída Graffiti e a Street Art, deixando em aberto a
tangivelmente sobretudo por planos dese- relação com os termos Urban Art que à épo-
nhados e por um mundo de ideias e ideais ca carecia de desenvolvimento.
relacionados com o modelo de urbanismo
culturalista. Como síntese conclusiva, propõem-se 3
tipologias para a Arte Urbana de Lisboa
Concretamente no contexto da interpreta- (2008–2014):
ção da Urban Art associada ao Graffiti sub-
cultural e à Street Art, a expressão surge • Formação; Arte Urbana como desenho da
identificada pela actividade comercial, liga- cidade e signos visuais;
da à venda de obras de Street Art junto de • Pré-formal; Arte Urbana como Graffiti e
colecionadores, museus, galerias e agentes Street Art;
instituídos no mundo da arte. Esta caracterís- • Formal; Arte Urbana como Street Art Mu-
tica comercial da designação Urban Art, fru- rals, Murais de Arte contemporânea, e ou
to de ruptura dentro do mundo da Street Art, Arte Pública.
poderá ser analisada através do vasto con-
junto de publicações apresentadas que es-
truturam o pensamento em torno do Graffiti
subcultural e a Street Art.

Ficou claro que a interpretação de Arte Urba-


na no contexto nacional é distinta conforme
os momentos como por exemplo a Arte Ur-
bana de 1998 e a de 2008. Se no contexto da
Expo98 a Arte Urbana estaria mais próxima
de um sinónimo de Arte Pública ou Escultura
Pública (ou até mesmo design urbano), já em
2008 a interpretação tem outros contornos.

– PEDRO SOARES NEVES 131


— Notas 10
Rahn, Janice (2002) Painting descrição de mais de 400
without permission: Hip Hop publicações de origem ou autoria
1
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