Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sequelas! 3 - J. S. Scott
Sequelas! 3 - J. S. Scott
Eu não encontrei Dane até a manhã seguinte. Nós dois tínhamos mantido
distância e decidi que abaixar a guarda fora um erro enorme.
Talvez tivesse sido a coisa certa mostrar a ele quem eu era. Afinal, ele
era meu chefe. E tínhamos que conviver na mesma casa. Eu não podia
continuar escondendo as minhas cicatrizes. Mas deixar que ele me beijasse
fora uma história totalmente diferente.
Eu ficava vulnerável sempre que ele me tocava e isso deixava-me
muito assustada. Eu era uma sobrevivente. Eu sabia que não podia me
permitir sentir tanto.
Estar sozinha durante a maior parte da vida me ensinara que a única
pessoa com quem podia contar era eu mesma. Paige fora a única amiga de
verdade que eu tivera. As outras amizades tinham sido temporárias e
rápidas, algumas delas apenas casuais.
Eu não podia dar apoio a ninguém e evitara qualquer tipo de intimidade
ou conexão real durante a maior parte do tempo, pois fora necessário.
Eu não sabia se teria contado minha história a Paige se não tivéssemos
morado juntas por tanto tempo, durante o qual aprendi lentamente a confiar
nela.
Suspirei ao colocar água na cafeteira e ligá-la.
Talvez eu esteja tão atraída por Dane porque somos muito parecidos.
Nós dois tínhamos passado por uma solidão profunda, em uma escala
que a maioria das pessoas nunca entenderia. Nós dois tínhamos cicatrizes,
mas as marcas físicas eram muito menos dolorosas do que as emocionais.
Dane se escondia na ilha.
Eu me escondia à plena vista.
Mesmo nas ruas de Nova Iorque, que eram compartilhadas por milhões
de pessoas, eu sempre me sentira solitária.
Prendi os cabelos atrás da orelha ao pensar em quando conhecera Dane.
— Você está nervosa — disse Dane ao entrar na cozinha. — Só começa
a mexer nos cabelos quando está se sentindo inquieta.
Virei-me para observar enquanto ele se aproximava. Como sempre,
estava de tirar o fôlego de tão lindo, com calça jeans e uma camiseta polo
azul-marinho que destacava cada músculo da parte superior do corpo.
Amaldiçoei o fato de ele estar em tão boa forma. O som da voz profunda
lançou um calafrio pela minha espinha.
Sim, Dane tinha cicatrizes, mas nada que o tornasse menos atraente. No
mínimo, elas pareciam aumentar o mistério daquele homem.
— Acho que nunca percebi — disse eu ao virar a cabeça para o café.
Eu não conseguia olhar para ele sem desejar que estivéssemos nus,
quentes, suados e satisfeitos.
— Por que está tão tensa tão cedo assim? — perguntou ele ao se
encostar na pia ao meu lado.
Balancei a cabeça negativamente. — Não estou. Só estava pensando.
— Mentira — retrucou ele, cruzando os braços musculosos em frente
ao peito. — Posso não ter ficado perto de muitas pessoas nos últimos sete
ou oito anos, mas observei você o suficiente para entender sua linguagem
corporal.
Abri a boca para dizer a ele que nunca ninguém se importara em
observar como eu me comportava, mas fechei-a novamente, sabendo que
não podia revelar demais sobre mim mesma. Isso fazia com que eu me
sentisse vulnerável e exposta, e não podia ter esse tipo de emoções.
Forcei-me a respirar fundo e soltei o ar lentamente. — Ok, acho que
estou um pouco tensa. As coisas saíram do controle ontem. Sinto muito.
Ele se virou e abriu o armário, tirando duas canecas e colocando-as
sobre o balcão. — Eu não — disse ele com voz rouca.
— Sou sua assistente — argumentei.
— Quem se importa? — perguntou ele. — Só estamos nós dois aqui.
Não há nenhum outro empregado, exceto Theo e Emilee. E eu sei que eles
não se importam nem um pouco com o que fazemos. Não existe um livro de
etiquetas sobre o que duas pessoas sozinhas em uma ilha particular devem
fazer.
— Eu me importo. Preciso desse emprego. — Finalmente, virei-me
para olhar para ele.
Ele ergueu a sobrancelha desafiadoramente ao me encarar. — Acha que
eu a demitiria?
— Espero que não. — As palavras escaparam dos meus lábios antes
que eu conseguisse impedi-las.
— Não vou fazer isso — resmungou ele, estreitando os olhos. — Por
que diabos está usando uma tonelada de maquiagem de novo?
Esconder minhas cicatrizes era um hábito enquanto eu trabalhava e,
talvez, tivesse me sentido exposta demais naquela manhã. — É adequado.
— Não, claro que não — respondeu ele. — Tire a maquiagem. Mal dá
para notar suas cicatrizes e está muito quente. No verão, essa coisa vai sujar
sua roupa toda.
A casa tinha ar-condicionado, mas eu tinha que admitir que não estava
acostumada à umidade do ambiente tropical. — É mesmo uma coisa que
você quer ver? — perguntei na defensiva.
— Sim, acho que quero — respondeu ele ao servir o café nas duas
canecas.
— Por quê?
— Não faço a menor ideia. Você é linda de qualquer forma. Mas prefiro
ver sua pele, em vez de uma camada grossa de maquiagem. Não é você.
Ele não estava brincando quando dissera que a maquiagem era
excessiva. Para tornar minhas cicatrizes completamente invisíveis, era
preciso muito tempo, esforço e maquiagem. Eu usava camadas, uma mais
grossa do que a anterior. — Ninguém nunca me vê como realmente sou.
Dane segurou meu braço e puxou-me para a frente. Em seguida, virou o
corpo para me prender contra o balcão. — Eu vejo você, Kenzie — rosnou
ele. — Noto absolutamente tudo sobre você. Conheço seus hábitos
nervosos, o que gosta e o que não gosta, e sei quando não está me dizendo
tudo. Sei que sempre cuidou de tudo sozinha, mas não precisa mais fazer
isso. Estou aqui para ajudar, basta deixar que eu faça isso.
Nossos olhares se encontraram e percebi a sinceridade em seus olhos.
Eu queria confiar em Dane, mas minha necessidade de permanecer viva
ainda estava tão perto da superfície que não sabia se conseguiria. —
Obrigada — murmurei.
— Vai deixar? — O olhar dele era penetrante, deixando-me vulnerável
e exposta, exatamente o que eu tentava evitar.
— Estou bem — insisti. — Você me deu um bom emprego e uma casa
bonita onde morar. É mais do que o suficiente.
— Não é nada — respondeu ele. — Você ainda precisa me aguentar.
Provavelmente deveria receber um adicional por isso.
Mordi o lábio para segurar um sorriso. — Você não é tão ruim.
Sinceramente, Dane provavelmente era uma das pessoas mais
simpáticas que eu já tivera como chefe. Ele fora encorajador de uma forma
rabugenta e ensinava-me coisas que eu nunca tivera a oportunidade de
aprender.
Sim, ele me beijara, mas eu tinha quase certeza de que meus olhos
imploraram para que fizesse aquilo. Ele não era o tipo de homem que
avançava em uma mulher se ela não quisesse sua atenção.
— Estou atraída por você — disse eu antes que conseguisse pensar
melhor.
— Sim. Eu realmente não entendo — retrucou ele em tom confuso.
Incapaz de me conter, estendi a mão para passar o dedo nas cicatrizes
dele.
Ele se encolheu, mas deixou que eu o tocasse. — Há mais coisas sob
sua aparência — comentei. — Sei que acha que suas cicatrizes são feias,
mas não são. Elas são parte de quem você é e de suas experiências com a
vida.
— Minhas experiências de vida são horríveis.
— As minhas também — disse eu em tom suave. — Talvez seja por
isso que adoro tanto as suas pinturas. Acho que senti um espírito
semelhante.
Ele ergueu a mão e pegou a minha, segurando-a contra seu rosto. —
Como assim?
— Consegui sentir o desespero e a raiva nas suas pinturas, mas também
senti uma pontinha de esperança.
— A parte da esperança provavelmente foi pintada por acidente —
informou ele.
— Não, não foi — protestei. — Ela estava lá.
— Enterrada bem fundo na raiva e no desespero — comentou ele em
tom provocante.
Dei de ombros. — Algumas vezes. Mas ainda estava presente.
Ele segurou meu pulso e lentamente empurrou minha mão para baixo.
— As coisas que aconteceram com você não foram justas, Kenzie. Pelo
menos, eu tive infância antes que meu pai morresse. Fui privilegiado e
mimado enquanto crescia. Mas meu pai me deu uma boa base. Só nunca
tive a chance de botá-la para funcionar no mundo real. Mas foi por opção
minha. Você não teve muita opção. E, quando finalmente se livrou de seus
pais, acabou nas mãos de alguns dos piores filhos da puta.
Dane entrelaçou os dedos nos meus. Não achei que ele tivesse
percebido que ainda segurava minha mão com muita força.
— Eu tinha Paige — argumentei. — A amizade dela me fez acreditar
que nem todas as pessoas eram ruins.
— Elas não são todas ruins — concordou ele. — Mas eu sou
provavelmente o maior escroto que você conhecerá na vida. E também não
consigo conter a atração que sinto por você. Provavelmente quis você desde
o momento em que a vi. Tentar fazer com que fosse embora foi uma reação
idiota a querer você.
— Não podemos deixar a atração nos guiar — disse eu em tom
desesperado.
— Quem vai nos impedir? — perguntou ele. — Kenzie, nada de ruim
acontecerá se deixarmos que isso aconteça.
Eu não acreditei inteiramente nele. Passara a vida inteira esperando que
o martelo caísse sobre a minha cabeça, que alguma coisa de ruim
acontecesse. E, quase sempre, fora o que acontecera.
Puxei a mão, sentindo-me subitamente desconfortável com a conversa.
— Podemos começar de novo — sugeri quando Dane finalmente soltou
minha mão. — Podemos esquecer o que aconteceu ontem.
Ele balançou a cabeça negativamente. — Não é possível. Eu quis você
na minha cama desde a primeira vez em que a vi.
— Foi por isso que decidiu deixar que eu ficasse? — perguntei com a
voz trêmula.
— Não. Deixei que ficasse porque, em algum lugar, bem no fundo,
provavelmente ainda existe uma parte de mim que quer ser justa e ajudar
alguém que se esforça tanto como você. Só achei que era a coisa certa a
fazer.
— Você se arrepende?
Fora apenas pouco mais de uma semana antes, mas torci para que ele
não tivesse pensado melhor.
— Não. Você está começando a se tornar insubstituível.
Meu coração ficou apertado. — Ótimo. Quero ser útil.
Ele estendeu a mão e ergueu meu queixo para olhar diretamente nos
meus olhos. — Você é mais do que útil, Kenzie. Nunca se esqueça disso.
Eu não estava acostumada a ouvir elogios e fiquei sem graça. — Vou
retirar a maquiagem. Você tem razão. Ela me incomoda, especialmente
aqui.
Era uma máscara que eu estava acostumada a usar, mas não parecia
mais tão necessária em Walker’s Cay.
Conseguira me cobrir bem naquela manhã, algo que esperara que
colocasse alguma distância entre Dane e eu. Infelizmente, o efeito fora
exatamente o oposto. Ele sabia o que eu estava tentando fazer e parecia
determinado a derrubar minhas defesas completamente.
Ele pareceu hesitante por um momento, como se quisesse dizer ou fazer
algo. Mas logo depois soltou meu queixo. — Ok, eu vou cozinhar.
— Não, por favor — pedi. — Voltarei em um minuto.
— Por quê? Eu consigo fritar bacon ou algo assim — protestou ele.
Corri até a escada, torcendo para que ele não começasse nada até que
eu voltasse. Dane tentara ajudar na cozinha uma ou duas vezes. Não dera
muito certo.
— Não comece sem mim! — gritei por sobre o ombro.
Meu coração deu um salto enquanto eu subia a escada correndo. Eu
tinha quase certeza de que ouvira Dane Walker rir.
CAPÍTULO 16
Dane
Foi necessária toda a minha força de vontade para não correr atrás
de Kenzie. Mas rangi os dentes, vesti a calça e sentei-me no sofá.
Que merda eu estivera pensando quando oferecera dinheiro para que
ela dormisse comigo? Jesus! Talvez um arranjo financeiro fosse a única
coisa que eu conhecera em relação à intimidade na idade adulta. Mas
Britney fora um exagero.
Kenzie era diferente e eu estava furioso por tê-la magoado.
Eu não fizera aquilo de propósito. A oferta fora feita em um momento
de desespero. Agora que eu a tocara, tivera o privilégio de vê-la gozar,
estava viciado.
Idiota! Eu sabia que Kenzie não era nada parecida com qualquer outra
pessoa que eu conhecera.
Eu acabara com qualquer chance que tinha de ganhar a confiança dela.
Ela não precisava me dizer que isso acontecera. Vi a decepção e a traição
em seus belos olhos.
— Isso vai me assombrar, caralho — disse eu em voz alta, em tom
amargurado.
Kenzie me lembrava um animal ferido e eu não a curara. Eu agira como
um lobo que estava à espreita de uma criatura vulnerável.
Coloquei a cabeça nas mãos, sentindo-me derrotado.
Não havia como voltar no tempo e retirar a oferta. Eu estava preso à
minha atitude escrota.
O problema era que eu não a queria por dinheiro. Eu prometera a mim
mesmo que nunca mais faria isso, mas esquecera como era ter uma mulher
que me deixava usar seu corpo por dinheiro.
Era horrível.
Em um momento de desespero, eu cedera e usara o único recurso que
conhecia para ter uma mulher na minha cama: oferecera dinheiro a ela.
Kenzie não é uma mulher qualquer.
Eu soubera disso desde o momento em que colocara os olhos nela. Não
pretendia negar que eu a queria, mas não era só algo sexual.
Frustrado, corri a mão pelos cabelos. Em seguida, recostei a cabeça no
encosto do sofá, olhando para o teto, imaginando como faria para que
Kenzie se esquecesse da minha burrice.
Eu a magoara. Vira a expressão nua, vulnerável e magoada em seu
rosto, o que fizera com que meu peito doesse de remorso.
Praticamente todo mundo, exceto Paige, decepcionara Kenzie. A última
coisa que eu queria era ser só mais um que ela achava que a queria para
uma única coisa. A verdade era que eu a queria para quase tudo.
Eu queria tomar café da manhã com ela todos os dias.
Eu queria estar no mesmo aposento que ela só porque isso me deixava
alegre.
Eu queria ser a pessoa que ela procuraria quando precisasse conversar
ou só ter alguém que se importasse perto dela.
Eu queria ser tudo para ela.
Mas eu me transformara na pessoa de quem ela precisara se afastar
porque oferecera dinheiro em troca de sexo.
— Não foi o que eu quis dizer. Não é o que eu quero — disse eu em
voz alta, tão furioso que odiei a mim mesmo.
Não vendo o meu corpo.
As palavras dela tinham sido como um tapa no meu rosto. Eu tratara a
mulher que significava tanto para mim como uma prostituta comum. E
odiei a mim mesmo por isso.
Kenzie me tirara da minha solidão.
E eu retribuíra com um dos maiores insultos que uma pessoa podia
receber.
Posso ir até ela. Posso pedir desculpas. Dizer a ela que não foi o que
eu quis dizer.
No entanto, eu me segurei. As palavras não significavam nada para
Kenzie. Ela fora magoada vezes demais para acreditar no que saía da boca
de uma pessoa. As ações falavam mais alto que as palavras e eu teria que
provar a ela que podia me manter afastado. Eu precisava que ela entendesse
que tinha mais valor do que apenas o corpo.
Era claro que ela queria ficar sozinha. E eu não podia culpá-la por isso.
Eu a deixarei em paz, mas não será fácil.
Minha melhor opção era tentar ser amigo dela, antes de ser seu amante.
Eu queria a confiança dela mais do que uma trepada. Ok, talvez não
parecesse que a confiança dela fosse prioridade, pois meus testículos
doíam, mas eu queria Kenzie inteira. E, principalmente, precisava que ela
soubesse que eu era seu porto seguro, o cara que nunca a magoaria.
Eu queria telefonar para Trace e perguntar o que ele faria se estivesse
no meu lugar, mas contive-me. Não havia uma multidão feminina na ilha.
Ele chegaria à conclusão certa, mesmo se eu fizesse uma pergunta
hipotética. E ele estaria correto, pois Kenzie era a única mulher na ilha.
Além do mais, Trace nunca cometeria o mesmo erro que eu cometi.
Ao lembrar da expressão selvagem de pânico e dor que vi no rosto de
Kenzie, eu sabia que teria que ter muita calma.
Por mais que quisesse ver se ela estava bem, eu tinha que recuar e dar-
lhe tempo e espaço.
— Desculpe — disse eu para o teto, já que não havia ninguém ali para
me ouvir. Kenzie confiara em mim e, quando entrara em pânico, eu não
acalmara seus medos. Em vez disso, agira como um idiota rico e mimado
que podia comprar o que quisesse.
Havia coisas que ela não me dissera, mas eu a deixaria decidir quando e
o que queria revelar.
Levantei-me, sabendo que teria que garantir que ela estivesse bem. Eu
não a encurralaria, só precisava saber que estava tudo bem.
Saí da sala de cerâmica que preparara para ela, xingando-me
novamente por ser um escroto ao subir a escada correndo. Parei em frente à
porta de Kenzie a caminho do meu quarto.
A única coisa que consegui ouvir foi o barulho do chuveiro e o ruído
abafado da água.
Ela está bem. Está no chuveiro.
Meu coração batia nos ouvidos e tive que lutar contra a compulsão de
falar com ela.
Era a vez de Kenzie. Eu desistira do direito de insistir em qualquer
coisa depois de dizer uma coisa tão incrivelmente idiota.
Vá em frente. Dê espaço a ela.
Não ficou claro como encontrei forças para me afastar da porta dela e
andar pelo corredor até o meu quarto.
Minhas entranhas doeram como se eu tivesse levado um soco ao entrar
no quarto.
Larguei as roupas no chão ao ir para o chuveiro. Fiquei atordoado ao
ver meu reflexo.
A primeira coisa que vi foram as cicatrizes.
Chegando mais perto, examinei as marcas. Sim, elas tinham ficado
mais tênues, mas ainda estavam lá. Consegui ver todas elas, pois estava
totalmente nu.
Elas eram tão feias como antes? Não.
Eu ainda conseguia vê-las? Claro que sim.
Toquei na cicatriz no abdômen, onde tinham feito uma cirurgia nos
meus órgãos internos para estancar a hemorragia. Toquei em mais algumas
cicatrizes de cirurgias antes de passar para o rosto.
Era possível que nenhuma criança fugisse de medo, mas as marcas e as
queimaduras eram muito óbvias para mim.
— Eu tinha uma mulher que não se importava com as minhas cicatrizes
e estraguei tudo — disse em voz alta, ainda furioso comigo mesmo.
Virei de costas para meu reflexo, furioso por ter parado para olhar para
ele.
Minhas imperfeições nunca sumiriam.
Minhas cicatrizes nunca desapareceriam.
Fui para o chuveiro, torcendo para conseguir um pouco de alívio para a
tensão e para esquecer a lembrança da reação de Kenzie à minha oferta de
transformá-la em nada mais do que uma prostituta glorificada.
Não deu certo.
A expressão de dor dela me assombrou.
E, na minha mente, eu provavelmente merecia.
CAPÍTULO 21
Kenzie
~ Fim ~
Continue a ler uma amostra da história do
A Obsessão do Bilionário: A Coleção Completa
Capítulo 1