Profº Davi Vergara
aumento ou diminuição do nº de seus elétrons.
BIOQUÍMICA
Os avanços da Química, nos séculos XIX e XX,
foram fundamentais para o desenvolvimento atual
da Biologia.
O ramo das ciências naturais que estuda a
química da vida – a Bioquímica – tem revelado não
só a existência de milhares e milhares de substâncias
diferentes em uma única célula, como também a
intrincada rede de reações químicas das quais elas
participam.
1. Conceitos Fundamentais de
Química
Os átomos caracterizam-se por um núcleo
muito pequeno constituído de prótons e nêutrons.
Os elétrons movimentam-se na grande eletrofesra
em órbitas circulares e elípticas, com valores
constantes de energia.
A identidade de um átomo é dada pelo seu
número atômico (z), que corresponde ao número de
prótons presentes no núcleo de um átomo.
A eletrosfera pode alterar-se em virtude do eletronegativo de menor presença eletrônica e um
pólo negativo junto ao átomo mais eletronegativo
de maior presença eletrônica. A presença desses
pólos caracteriza essa ligação como polar.
2. Água
Propriedades Periódicas dos Elementos Os seres vivos apresentam de 65% a 85% de
água na sua composição (dependendo da espécie,
A eletronegatividade é quando um átomo
da idade e da atividade metabólica). Tecidos mais
neutro apresenta tendência em receber elétrons, o
jovens ou com mais atividade metabólica
que caracteriza um caráter não-metálico; já a
apresentam maior teor de água. A taxa de água
eletropositividade é a tendência que um átomo
decresce com a idade, ou seja, o teor de água nos
neutro tem em perder elétrons, o que caracteriza um
tecidos diminui com o envelhecimento.
caráter metálico.
Ligações Químicas
O estudo das ligações químicas é importante
para entender as substâncias (inorgânicas e
orgânicas) que constituem os seres vivos.
Na ligação covalente, os átomos unem-se
pelo compartilhamento de elétrons, formando
moléculas. As moléculas de todas as substâncias
orgânicas apresentam ligações covalentes.
A ligação iônica resulta da transferência de
um ou mais elétrons de um átomo para outro. A Devido às suas ligações de hidrogênio, a água:
consequência é a formação de cátions e ânions, um  Apresenta alto calor específico, regulando a
atraindo o outro devido a cargas opostas entre si. temperatura corporal;
Ex.: sal de cozinha (Na+ Cl –).  Alta densidade, ponto de fusão e de ebulição;
 Expansão sob congelamento (dilatação
Polaridade (em moléculas diatômicas) anômala);
Moléculas constituídas por átomos  Propriedades: coesão (união de moléculas de
diferentes apresentam dois pólos de carga elétrica: água), adesão (quando água se adere a
um pólo positivo, junto ao átomo menos superfícies polares), capilaridade (atravessa
espaços estreitos) e tensão superficial.
3. Sais Minerais
Fósforo: componente importante Ferro: componente da
Sódio e Potássio: atuam conjuntamente na condução do dos ossos e dos dentes. hemoglobina, auxiliando no
impulso nervoso, sendo o sódio mais abundante no meio Componente do DNA e do RNA. transporte de gases no sangue,
extracelular e o potássio no meio intracelular. sendo, portanto, fundamental para
respiração celular.

Flúor: componente dos ossos e dos

dentes; protege os dentes contra cáries.

Fluorapatita

Magnésio: componente de muitas enzimas;

Cálcio: componente importante dos ossos e dos Iodo: componente dos
faz parte da composição da clorofila,
dentes. Essencial à coagulação do sangue. hormônios da tireoide, que
captando a luz solar.
estimulam o metabolismo.

Cobalto: componente d vitamina B12;

essencial para a produção das hemácias.
4. Glicídios A Ligação Glicosídica Polissacarídeo Fonte Função
Amido Vegetais
A formação de dissacarídeos e polissacarídeos
São moléculas formadas por átomos e Reserva
ocorre atravéns de ligações glicosídicas entre Glicogênio Animais e Fungos
carbono, hidrogênio e oxigênio. Essas moléculas monossacarídeos.
também são chamadas de hidratos de carbono, Celulose Vegetais
carboidratos ou açúcares. Artrópodes e Estrutural
Quitina
Fungos
Os vegetais, as algas e algumas bactérias
produzem glicose na fotossíntese a partir de gás
O amido, o glicogênio e a celulose são polímeros de
carbônico (CO2), água (H2O) e energia luminosa. A
glicoses; já a quitina contitui-se um polímero de N-
glicose produzida na fotossíntese pode ser utilizada acetilglicosaminas.
como fonte de energia na respiração celular, ser
armazenada na forma de amido nos caules e nas
raízes dos vegetais ou, ainda, ser utilizada na
formação de celulose presente na parede celular dos
vegetais e das algas.

Monossacarídeos: são glicídios que já podem ser

absorvidos diretamente pelas células. Os principais
são as hexoses (glicose, frutose e galactose) e as 5. Lipídios
pentoses (desoxirribose e ribose). Dissacarídeos: união de dois monossacarídeos;
precisam ser hidrolisados no duodeno, pois não são São biomoléculas – em sua maioria ésteres –
Monossacarídeo Fonte Função absorvidos diretamente pelas células. apolares e insolúveis em água.
Mel, arroz,
Glicose
doces. Dissacarídeo Composição Fonte GLICERÍDEOS (glicerol + 1, 2 ou 3 ácidos graxos)
Frutose Frutas Energética Maltose Glicose + Glicose Cereais
Leite e Sacarose Glicose + Frutose Cana Gorduras (glicerol + 3 ácidos graxos
Galactose
derivados Lactose Glicose + Galactose Leite saturados): são sólidas à
Desoxirribose DNA temperatura ambiente. Funções:
Estrutural
Ribose RNA e ATP Polissacarídeos: são moléculas orgânicas formadas estoque de energia em animais,
pela união de mais de 10 moléculas de amortecedores de impacto e
Tome nota monossacarídeos. Ao contrário dos isolante térmico.
monossacarídeos e dos dissacarídeos, os Óleos (glicerol + 1,2 ou 3 ácidos
A glicose, frutose e galactose apresentam a mesma polissacarídeos são, geralmente, insolúveis em água. graxos insaturados): são líquidos à
fórmula molecular (C6H12O6) e por isso são temperatura ambiente. Função:
chamados de compostos isômeros. estoque de energia em plantas.
CERAS: sua função principal é a impermeabilização,
que evita a desidratação excessiva. Presentes na
casca de frutas, no exoesqueleto dos artrópodes, no
ouvido humano e na superfície de folhas vegetais.
ESTERÓIDES: o mais conhecido é o colesterol,
precursor dos hormônios sexuais (testosterona,
progesterona e estrógeno).
Colesterol Bom e Ruim: essas expressões se referem
às proteínas carregadoras de lipídios, chamadas de
lipoproteínas e conhecidas como LDL (liproteína de
baixa densidade) e HDL (lipoproteína de alta
densidade).
Em overdose de colesterol no sangue, o LDL passa a
depositar o colesterol para o interior dos vasos
sanguíneos, levando a aterosclerose e, a longo
prazo, à infartos ou derrames.
O VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade)
realiza o transporte de triglicerídeos e colesterol
para os tecidos periféricos, onde serão armazenados
(abdômen, braços) ou utilizados como energia.
FOSFOLIPÍDIOS: são os principais componentes das
membranas celulares.
Os fosfolipídios são moléculas anfipáticas:
apresentam uma parte polar (fosfato) solúvel em
água, e uma parte apolar (ácidos graxos) insolúvel
em água.
CAROTENÓIDES: são pigmentos de cor vermelha,
laranja ou amarela, insolúveis em água. Estão
presentes nas células das plantas. Ex.: Beta-
caroteno, pigmento alaranjado e precursor da
vitamina A (boa para visão).
6. Proteínas
São formadas pela união de aminoácidos.
Existem 20 tipos de aminoácidos, sendo 12 naturais
e 8 essencias (precisam ser obtidos na dieta). A união
entre dois aminoácidos se dá por ligação peptídica.
Exemplos de proteínas: glúten, queratina,
hemoglobina, colágeno, actina, miosina, insulina,
anticorpos, albumina, lactase, maltase.
Glúten: é conjunto formado pelas proteínas gliadina
(a mais prejudicial) e a glutenina, que, quando
adicionadas à água, formam uma rede pegajosa com
uma consistência semelhante à cola.
O glúten está presente no trigo, no centeio, na aveia
e no malte, sendo muito encontrado no macarrão,
nas bolachas, coxinhas, cerveja, em biscoitos, etc.
A doença celíaca é a forma mais grave da
intolerância ao glúten e afeta cerca de 0,7-1% da
população, tendo como sintomas desconforto
digestivo e danos nos tecidos do intestino delgado,
prejudicando assim a absorção de nutrientes.
Albumina: essa proteína é produzida no fígado, e é
responsável pela viscosidade do sangue, pelo
transporte de ácidos graxos livres, de hormônios e
de íons de cálcio. Também é responsável pelo
controle do pH do sangue e pela manutenção do
potencial osmótico.
Estrutura de Proteínas
Formas Inativas: primária e secundária
Formas Ativas: terciária e quartenária
Desnaturação: quando a proteína perde sua função
devido às variações de pH ou temperatura.
çã
Forma Ativa ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ Forma Inativa
Durante esse processo, não ocorre o rompimento
das ligações peptídicas, podendo a proteína voltar a
sua forma ativa.
Enzimas: são proteínas que catalisam (aceleram) as
reações químicas, diminuindo a energia de ativação.
São altamente específicas ao seu substrato e podem
ser reutilizadas.
Fatores que afetam a atividade das enzimas
a) Concentração de Substrato: quanto maior for a
concentração do substrato, mais rapidamente se
dará a reação, até que se atinja um ponto de
saturação.
b) Temperatura: cada enzima só atua dentro de uma
determinada faixa de temperatura, onde existe uma
temperatura “ótima” para a enzima.
c) pH: cada enzima só atua dentro de uma
determinada faixa de pH, onde existe um pH “ótimo”
para a enzima.
O gráfico anterior mostra que a pepsina (encontrada
no estômago) age melhor em pH ácido; já ptialina
(encontrada na saliva) em pH neutro; e a tripsina
(encontrada no duodeno) em pH básico.
Tome Nota: PTIALINA = AMILASE SALIVAR
7. Vitaminas
São substâncias orgânicas de que nossas células
necessitam em pequenas quantidades (menos de 1%
da massa total do corpo) para se manterem saudáveis.
Precisamos obtê-las da dieta, pois nosso organismo é
incapaz de produzi-las. A maioria atua como fator
auxiliar em reações químicas catalisadas por
enzimas. Elas podem ser:
Hidrossolúveis: C e as do Complexo B.
É necessária a reposição diária da vitamina C e as do
complexo B, pois perdemos facilmente elas através
de soluções aquosas, como o suor e a urina.
Lipossolúveis: D, E, K e A.
 Carência Funções Durante esse fornecimento, o ATP quebra-se Ligação Fosfodiéster
em ADP (difosfato de adenosina) e Pi (grupo fosfato Ocorre no sentido entre o fosfato (ligado ao carbono
Beribéri B1 inorgânico), liberando 7,3 Kcal/mol, que pode ser 5) de um nucleotídeo liga-se ao carbono 3 do açúcar
Pelagra B3 aproveitada para as atividades celulares. de outro nucleotídeo.
Atuam como coenzimas
Má-formação do das reações químicas.
B9
feto

Anemia perniciosa B12 Formação do sangue

Escorbuto C Absorção do colágeno Ligação

Raquitismo D Fortalece os ossos Fosfodiéster
Esterilidade E Ação Antioxidante
9. Ácidos Nucleicos
Hemorragias K Ação coagulante Ligação de Hidrogênio
São polímeros de
Cegueira noturna A Contribui para visão nucleotídeos, onde cada Ocorre entre as bases nitrogenadas (entre as fitas).
um é formado por um
grupo fosfato ligado a um
8. ATP (trifosfato de adenosina) açúcar (pentose –
desoxirribose ou ribose) e
Trata-se um nucleotídeo formado por 3 fosfatos, uma base nitrogenada.
uma pentose (RIBOSE) e uma base nitrogenada
(ADENINA). A energia do ATP provém da quebra da Bases Nitrogenadas
ligação entre os fosfatos, fornecendo energia para os Podem ser formadas por núcleos de purina (adenina
processos celulares. A adenosina corresponde a e guanina) ou por um núcleo de pirimidina (timina,
união entre a ribose e a adenina. citosina e uracila).
A função do ATP pode ser descrita em três
Diferenças DNA RNA
passos: o primeiro é captar energia de reações
exergônicas (respiração celular) da degradação do Tipos de Bases A, T, C, G A, U, C, G
alimento; o segundo é armazenar essa energia em Pentose Desoxirribose Ribose
ligações moleculares de alta energia (entre os
Estrutura Fita Dupla Fita Simples
fosfatos); e a terceira é transferir a energia para
reações endergônicas (secreção de substâncias, Informação Síntese de
Função
genética proteínas
locomoção).