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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas


Área de Química
Profa. Dra. Julieta Rangel de Oliveira

Apostila de aulas práticas: Química Orgânica II

Ilhéus-BA
Química Orgânica II

Prática 01: Destilação a vapor


Objetivos:

Introduzir a técnica da destilação por arraste de vapor;


Isolar componentes essenciais de plantas através de destilação a vapor.

Introdução:

Muitas substâncias de interesse industrial, medicinal ou biológico são de


origem natural. Sabores e odores característicos de frutos são, geralmente,
provenientes de compostos orgânicos que apresentam baixo ponto de
ebulição, ou seja, são extremamente voláteis. Estes compostos devem
apresentar uma pressão de vapor apreciável a 100ºC (pelo menos 5-10
mmHg), possibilitando a sua destilação na presença de vapor d’água. Alguns
exemplos são: o limoneno (principal terpeno encontrado em muitos óleos
incluindo o de limão, laranja e mexerica), o citral e citronelal (encontrados no
óleo do capim cidreira). Esses óleos podem ser obtidos utilizando várias
técnicas, dentre essas, a destilação a vapor (Figura 1).

Figura 1

Na destilação por arraste a vapor, o vapor da água passa pela


membrana das células e arrasta consigo substâncias (solúveis e insolúveis em
água). Uma posterior extração utilizando solventes orgânicos nos permite
separar esses óleos essenciais das plantas. A destilação à vapor, também, é
um meio muito utilizado para separação e purificação de compostos orgânicos.

Materiais e reagentes:

Condensador reto, balão de destilação, balão de fundo redondo, tubos de vidro,


tubos de látex, alonga, tela de amianto, Erlenmeyers, bico de gás, garras,
suportes, mufas, pérolas de vidro (ou pedaços de porcelana), funil, Na2 SO 4 ,
éter etílico, funil de separação, doseador, manta de aquecimento, regulador de
temperatura. Material a ser destilado a definir.

Procedimentos:

1) Obtenção do óleo por arraste a vapor


Faça a montagem do sistema a ser utilizado na destilação.
Corte as partes do material em pedacinhos fazendo uso de faca ou
tesoura (laranja ou limão precisam ser descascados devagar para evitar perdas

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de óleo e as cascas devem sair bem finas de modo que a polpa, a parte
branca, permaneça no fruto). Pese o material antes de transferi-lo para o balão
apropriado, é necessário um mínimo de 50 gramas do material a ser destilado.
Coloque no balão gerador de vapor um volume de água
aproximadamente igual à 3/4 de sua capacidade. No outro balão menor, no
qual passará o vapor, adicione as partes trituradas do material.
Confira as conexões e aqueça o balão gerador de vapor até a água
entrar em ebulição. Se necessário, aqueça igualmente o segundo balão. Deixe
passar vapor através do material até que o destilado, que sai do condensador,
revele a presença de óleo. Recolha o volume mencionado pelo professor.
Retire o aquecimento e meça o volume do destilado.
Rotule o recipiente que contém o destilado para identificar seu grupo e
turma.
Desmonte o sistema, despreze os restos do material e lave a vidraria.

Extração do óleo:
Transfira o destilado para um funil de separação e extraia o óleo com éter (com
proveta de 1 a 5 mL, ou pipeta) para calcular a composição do destilado.

Questões sobre a Atividade


01) Determine o rendimento do processo e a composição do destilado.
02) Que grupos funcionais você identificou?
03) Que componente principal você propõe para o óleo, a partir desses
grupos?

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Prática 02: Investigação de algumas propriedades dos


isômeros Cis-Trans
Objetivos:

Transformar o ácido maleíco (isômero cis) em ácido fumárico (isômero trans);


Avaliar algumas propriedades químicas destes isômeros.

Introdução:
Os compostos que possuem diferentes propriedades químicas e físicas
e apresentam a mesma fórmula molecular são denominados isômeros. Os
isômeros podem ser classificados em isômeros constitucionais, que são
aqueles que diferem em virtude de seus átomos estarem ligados em ordem
diferentes, ou estereoisômeros, os quais têm os mesmos átomos constitutivos
ligados na mesma seqüência, porém diferem somente pela disposição dos
átomos no espaço. Os isômeros cis e trans, dos alquenos, são exemplos de
estereoisômeros.
Os isômeros cis e trans do ácido 2-butenodióico não se convertem, com
facilidade, um no outro, pois existe uma grande barreira, à rotação em torno da
ligação dupla carbono-carbono. Estes isômeros, apesar de apresentarem a
mesma fórmula molecular, diferem quanto as propriedades físicas (ponto de
fusão, solubilidade, ponto de ebulição, etc) e propriedades químicas
(estabilidade, reatividade, etc).

Materiais e reagentes:

Béquer (50 mL e 100 mL), vidro de relógio, chapa de aquecimento, proveta de


25 mL, funil de Buchner, bastão de vidro, tubos de ensaio, ácido maleico, ácido
clorídrico concentrado, alaranjado de metila, NaHCO3, fita de magnésio.

Procedimentos:

01) Conversão do ácido maleíco em ácido fumárico


Em um béquer de 50 mL, coloque 1,0 g de ácido maleíco e 6,0 mL de
água destilada. Aqueça suavemente até dissolução completa. Adicione 3 mL
de ácido clorídrico concentrado e cubra o béquer com o vidro de relógio.
Coloque em banho-Maria durante 10 minutos ou até observar a formação de
um sólido. Resfrie o béquer em banho de gelo, filtre a vácuo e lave os cristais
com água fria.

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02) Comparação das propriedades dos isômeros

Comparação da solubilidade:
Colocar 0,1 g de ácido maleico e ácido fumárico, separadamente, em dois
tubos de ensaio. Adicionar em cada tubo de ensaio 3 mL de água destilada,
agitar e comparar a solubilidade, qualitativamente.

Comparação da propriedade química:


Preparar uma solução com 0,1 g de ácido maleico solubilizado em 15 mL de
água destilada. Dividir a solução em quatro alíquotas (em tubos de ensaio). Ao
primeiro tubo adicionar 3 gotas de “alaranjado de metila”, ao segundo tubo
adicionar fita de magnésio e ao terceiro tubo adicionar uma pequena
quantidade de hidrogehocarbonato de sódio. Repetir o procedimento anterior
para o ácido fumárico, comparando os resultados com os obtidos para o ácido
maleico.

Resultados:

Com base em suas observações complete o quadro:


Adição de Reação
Solubilidade Reação
Substância Massa (g) alaranjado com fita de
em agua com CaCO3
de metila magnésio
partida:
Ácido
maleico
obtida:
Ácido
fumárico

Questões sobre a atividade:

01) Calcule o rendimento da transformação do ácido maleico em ácido


fumárico.
02) Compare a solubilidade dos dois isômeros. Justifique sua resposta
03) Com qual ácido a reação com magnésio é mais lenta? Por quê?
04) Explique o que acontece na reação de hidrogehocarbonato de sódio com
os dois isômeros?
05) Por que no procedimento de caracterização do produto foi sugerido dividir a
solução em quatro tubos, sendo que somente três foram utilizados?

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Prática 03: Preparo, purificação e caracterização do


nitrobenzoato de metila
Objetivos:

Sintetizar e purificar o nitrobenzoato de metila;


Avaliar propriedades físicas do produto obtido e comparar com o disposto na
literatura.

Introdução:

Os compostos aromáticos, ao contrário dos compostos alifáticos


insaturados que reagem via reações de adição eletrofílica, reagem
preferencialmente através reações de substituição eletrofílica. O produto
resultante da substituição depende se no anel aromático existir ou não um
substituinte. Por exemplo, a nitração do benzeno dará como produto apenas o
nitrobenzeno. Já a nitração de um derivado do benzeno, poderá fornecer, de
acordo com a natureza do substituinte, o produto da substituição em orto, meta
ou para.
A reação de nitração geralmente é feita utilizando-se uma mistura de
ácido nítrico e ácido sulfúrico e requer bastante cuidado, devido ao seu alto
poder corrosivo. Após a preparação do composto, o mesmo, por ser sólido,
deve ser purificado utilizando-se a técnica de recristalização e caracterizado
através da determinação das propriedades físicas e/ou químicas.

Materiais e reagentes:

Béquer, pipeta de Pasteur, funil de Buchner, termômetro, pipeta, proveta, ácido


sulfúrico concentrado, ácido nítrico concentrado, benzoato de metila, metanol
gelado, gelo, água, sal e etanol.

Procedimentos:

01) Preparo da mistura sulfonítrica.


Em um béquer de 50 mL coloque 4 mL de ácido sulfúrico concentrado.
Transfira o béquer para um banho de gelo e, com uma pipeta, adicione gota a
gota, 4 mL de ácido nítrico concentrado e reserve.

02) Preparação do nitrobenzoato de metila


Em um béquer de 100 mL, adicione 12 mL de ácido sulfúrico
concentrado, transfira o béquer para um banho de gelo e sal (NaCl) até que a
temperatura atinja 0ºC, e adicione lentamente 6,9 mL (material sólido) de
benzoato de metila. Mantendo a temperatura a 0ºC ou abaixo e, com uma
pipeta de Pasteur, adicione gota a gota, a mistura sulfonítrica já preparada.
Durante a adição, agite a mistura, continuamente, e mantenha a temperatura
abaixo de 15ºC. Após toda a mistura ter sido adicionada, deixe em repouso à
temperatura ambiente por 15 minutos. Após esse tempo, adicione a mistura
sobre 25 g de gelo picado em um béquer de 250 mL. Após o gelo ter fundido,

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isole o produto por filtração à vácuo em um funil de Buchner e lave com duas
porções de 12,5 mL de água gelada e duas porções de 12,5 mL de metanol
gelado.
03) Purificação do produto
Recristalize o produto utilizando 15 mL da mistura etanol/água (2:1),
usando a técnica de recristalização já conhecida (Apostila de Química Orgânica
I)

04) Caracterização do produto


Seque o produto recristalizado em estufa a 60°C por 1 hora e determine
o ponto de fusão (Apostila de Química Orgânica I).

Questões sobre a atividade

01) Qual produto de substituição aromática foi sintetizado preferencialmente?


Por quê?
02) Por que a temperatura deve ser mantida abaixo de 15ºC?
03) Escrever a equação da reação principal.
04) Escrever o mecanismo para a reação.
05) Calcule o rendimento da reação.
06) Compare o ponto de fusão encontrado com o da literatura.

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Prática 04: Oxidação de álcoois


Objetivos:

Investigar a natureza do álcool através da reação de oxidação do mesmo;


Avaliar a natureza do composto obtido através de testes.

Introdução:

Álcoois primários e secundários são oxidados por agentes oxidantes


como cobre ao rubro, trióxido de cromo, dicromato de potássio e permanganato
de potássio, enquanto que os álcoois terciários não são afetados por eles.
Estes últimos, em condições drásticas, são convertidos a produtos não
carbonílicos. A reação de oxidação pode, portanto, ser empregada para
identificar a natureza dos álcoois, porém, sua aplicação principal é na síntese
de aldeídos, ácidos carboxílicos e cetonas a partir de álcoois primários e
secundários.

Materiais e reagentes:

Béquer, vidro de relógio, espátula, bastão de vidro, pipeta graduada (10 mL),
proveta (50 mL), funil de decantação, manta aquecedora, balão de fundo
redondo com saída lateral, rolha furada, termômetro, condensador reto,
mangueiras, Erlenmeyer (125 mL), suporte e garras, tubo de ensaio, pipeta de
Pasteur, bico de Bunsen, fósforo, dicromato de potássio, água destilada, ácido
sulfúrico concentrado, gelo, x-propanol, porcelana porosa, 2,4-
dinitrofenilhidrazina, reagente de Fehling A e Fehling B.

Procedimentos:

01) Preparo da mistura oxidante


Em um béquer de 500 mL adicione 14,5 g de dicromato de potássio a 75
mL de água destilada e agite com um bastão de vidro. Verifique que ocorre
uma dissolução parcial, com a maior parte do sólido permanecendo
depositada. Adicione aos poucos e cuidadosamente, 12,5 mL de ácido sulfúrico
concentrado, resfriando o béquer em banho de gelo. Transfira a solução, já
resfriada, para um funil de separação.

02) Reação de oxidação


Em um balão de destilação de 250 mL, adicione 10 mL de x-propanol, 30
mL de água destilada e alguns fragmentos de porcelana porosa. Adicione a
solução oxidante, previamente resfriada, lentamente, abrindo parcialmente a
torneira do funil de decantação. Durante essa adição a manta aquecedora deve
estar ligada fornecendo um aquecimento suave. Se houver evidência de que a
fervura está para iniciar-se, desligue o aquecimento, prosseguindo com a
adição da mistura oxidante. Procure evitar que a mistura entre em ebulição.

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Química Orgânica II

Depois de adicionada toda a mistura oxidante, retire o funil de


decantação e adapte o conjunto de destilação. Por intermédio de uma rolha
furada, adapte um termômetro à montagem. Ligue, então, a placa aquecedora
e colete todo o destilado que se produzir até a temperatura de 68ºC usando um
Erlenmeyer, antecipadamente pesado, mergulhado em gelo ou água gelada.
Observação: durante a destilação tem que usar água gelada no
condensador para o destilado não perder como vapor.

03) Reação de confirmação

Teste com 2,4-DNF


Em um tubo de ensaio coloque 0,5 mL do material de partida (x-
propanol), posteriormente, adicione, gota a gota, a solução de 2,4-
dinitrofenilhidrazina e observe o que ocorre. Repita o teste, em outro tubo, para
o destilado (sem uso do material de partida). A presença de cetona (ou de
aldeído) é indicada pela formação de precipitado amarelo.

Teste de Fehling
Em um tubo de ensaio, adicione 1 mL da solução A e 1 mL da solução B
e agite o conteúdo do tubo. Em seguida, adicione 2 gotas do destilado, aqueça,
cuidadosamente, o tubo num bico de gás e observe. O aparecimento de um
precipitado marrom tijolo ou espelho de cobre nas paredes do tubo comprova a
presença de carbonila de aldeído.

Questões sobre a atividade:

Para fazer os cálculos, montar a tabela e determinar o rendimento


teórico, use a equação a seguir.
+3

x− propanol+ 2 H 2 Cr O4 +10 H +¿ →CH CO CH +2 Cr


3 3 +8 H 2 O ¿

Lembre que o ácido crômico é produzido pela reação do dicromato de


potássio ou de sódio e ácido sulfúrico. Logo, para efetuar os cálculos do
rendimento teórico você terá que partir das duas equações.

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Prática 05: Síntese do ácido acetil salicílico


Objetivos:

Estudar reações de acetilação;


Transformar o ácido salicílico em ácido acetil-salicílico.

Introdução:

A reação de acetilação é um método utilizado quando se deseja proteger


grupos funcionais, como álcoois e fenóis, que não devem reagir em
determinadas condições, pois seriam destruídos ou levariam à formação de
produtos indesejáveis.
Acontece que essa reação nem sempre é utilizada para proteção de
grupos lábeis. O ácido acetil salicílico (AAS), por exemplo, é uma substância de
uso farmacêutico muito difundido, comercializado com o nome de aspirina, cuja
obtenção em laboratório pode ser feita através da reação de acetilação.

Materiais e reagentes:

Erlenmeyer 125 mL, pipeta de Pasteur, béquer, termômetro, espátula, papel


filtro, funil de Buchner, chapa de aquecimento, pipeta graduada (10 mL),
proveta, tubo de ensaio, vidro de relógio, ácido salicílico, anidrido acético, ácido
sulfúrico concentrado, água destilada, gelo, carvão vegetal ativado, solução
saturada de hidróxido de bário, ácido acetil salicílico PA, AAS comercial, álcool
comercial e solução de cloreto férrico 5%.

Procedimentos:

Em um Erlenmeyer de 125 mL, adicione 4 g de ácido salicílico e 8,0 mL


de anidrido acético. Agite a mistura até ficar homogênea. Adicione 6 gotas de
ácido sulfúrico concentrado (CUIDADO!), que deve provocar a dissolução total,
com elevação da temperatura. Aqueça por 30 minutos, em banho Maria, a uma
temperatura entre 55 - 60ºC. Não deixe a temperatura ultrapassar. Deixe a
mistura esfriar, agitando constantemente. Adicione 50 mL de água de gelo, o
que deverá provocar a precipitação do ácido acetil salicílico.
Prepare um funil para filtração a quente, aquecendo-o na estufa, e dobre
o papel de filtro em pregas. Aqueça o Erlenmeyer com o produto precipitado
até dissolução total. Caso o material apresente-se colorido, adicione uma ponta
de espátula de carvão vegetal ativado no papel de filtro e filtre a quente em um
Erlenmeyer. Deixe em repouso, para que ocorra a cristalização, até a próxima
aula.
Coloque o Erlenmeyer em banho de gelo e, após garantir que todo o
material cristalizou, filtre em Buchner, lavando o sólido com repetidas porções
de água gelada, até que o filtrado não dê turvação quando em contato com
solução saturada de Ba(OH)2. Repetir a operação tantas vezes quantas forem

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necessárias. Transfira o sólido para um vidro de relógio e seque em estufa a


100ºC por 1 hora. Determine a massa obtida.

Ensaio para confirmação da reação:

Prepare três tubos de ensaio e adicione a cada um 100 mg de: ácido


acetil salicílico P.A., ácido acetil salicílico recém preparado e AAS comercial,
respectivamente. A cada tubo adicione 5 mL de álcool comercial e 1 gota de
solução de cloreto férrico 5%. Observe o que ocorre.

Questões sobre a atividade:

01) Qual a função do ácido sulfúrico?


02) Por que a temperatura deve ser mantida entre 50 – 60ºC?
03) Qual a função da solução saturada de hidróxido de bário?
04) Quais as conclusões a serem tiradas a partir do teste com cloreto férrico?
05) Apresentar o mecanismo da reação.
06) Calcular o rendimento.

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Prática 06: Síntese da Acetanilida


Objetivos:

Sintetizar a acetanilida;
Avaliar a técnica aplicada através do rendimento reacional.

Introdução:

Os derivados acetilados de aminas aromáticas podem ser preparados


usando-se como agente acilante anidrido acético, ácido acético ou uma mistura
de ambos. As aminas primárias reagem prontamente ao serem aquecidas com
anidrido acético, produzindo o derivado mono-acetilado. Caso o aquecimento
seja prolongado e use-se excesso de anidrido acético, forma-se um derivado
di-acetilado.
Em geral, os derivados di-acetilados são instáveis em presença de água,
produzindo por hidrólise o composto mono-acetilado. Portanto, quando uma
mistura de aminas mono-acetilada e di-acetilada são recristalizadas com
solvente aquoso, obtém-se apenas o produto mono-acetilado.

Materiais e reagentes:

Béquer, proveta (100 mL), bastão de vidro, pipeta graduada (5 e 10 mL),


espátula, chapa de aquecimento, termômetro, funil de Buchner, papel filtro,
tubo capilar, borracha, bico de Bunsen, tela de amianto, tripé, balão volumétrico
(100 mL), ácido clorídrico concentrado, anilina P.A, carvão ativado, acetato de
sódio, anidrido acético, água destilada, gelo e glicerina.

Procedimentos:

(a) Em um béquer de 500 mL contendo 250 mL de água, adicione 4,6 mL de


ácido clorídrico concentrado e 5 mL (5,15 g) de anilina. Misture até que a
anilina dissolva-se completamente. Caso a solução de anilina esteja colorida,
adicione de 1,0 a 1,5 g de carvão ativo, aqueça em banho Maria a 50ºC com
agitação durante cinco minutos e filtre.
(b) Prepare 100 mL de solução aquosa contendo 8,3 g de acetato de sódio.
(c) À solução obtida em (a) adicione 6,5 mL de anidrido acético, homogeneíze
e introduza imediatamente a solução de acetato de sódio preparada em (b).
Agite, vigorosamente, e esfrie em banho de gelo. Filtre a acetanilida à vácuo,
lavando com bastante água destilada. Seque na estufa a 80ºC e determine a
massa obtida. Determine o ponto de fusão para posterior comparar com dados
da literatura.

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Tabela 1. Constantes físicas dos compostos.


Reag. e M. M. P. F. P. E. Densidade Solubilidade Aspectos
Produtos (g.mol-1) (ºC) (ºC) (g.mL-1) Solv. (g.mL-1) físicos
Anilina
HCl
Acetato de
sódio
Anidrido
acético
Acetanilida

Tabela 2 - Cálculo das quantidades de reagentes utilizados e produtos.


Massa Massa Nº de Massa
Reagentes e Produtos Molar (g) mols obtida
(g.mol-1) (g)
C6H5NH2 ---------
(CH3CO)2O ---------
C6H5NHCOCH3 -------- --------

Questões sobre a atividade:

01) Qual a função do ácido clorídrico?


02) Qual a função do acetato de sódio?
03) Calcule o rendimento reacional.

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Referências:

GONÇALVES, D.; WAL, E.; ALMEIDA, R. R. de. Química Orgânica e


Experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1988.
MANO, E. B.; SEABRA, A. DO P. Práticas de Química Orgânica. 3ª. ed. São
Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1987.
VOGEL, A. I. Química Orgânica: Análise Orgânica Qualitativa. v. 1. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico S. A., 1990.
VOGEL, A. I. Química Orgânica: Análise Orgânica Qualitativa. v. 2. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico S. A., 1990.
VOGEL, A. I. Química Orgânica: Análise Orgânica Qualitativa. v. 3. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico S. A., 1990.
ATKINS, R. C.; CAREY, F. A. Organic Chemistry: A Brief Course. 2ª. ed.,
São Paulo: McGraw-Hill, 1998.
EWING, G. E. Métodos Instrumentais de Análise Química. v. 2. 6ª
reimpressão, São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1998.
WAL, E.; ALMEIDA, R. R. de. Química Orgânica e Experimental. São Paulo:
McGraw-Hill, 1988.
SOLOMONS, T. W. G. Química Orgânica. v 1. 10ª ed. Rio de Janeiro LTC,
2013.
BRUICE. P. Y. Quimica Orgânica. v. 2. 4ª ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
SHRINER, Ralph L, Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos
(Manual de Laboratório).

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