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UNIVERSIDADE DE BRASILÍA

Departamento de História (HIS)


Disciplina: História da África
Professor: Estevam Thompson
Nome/Matrícula: Lucas Maciel de Sousa – 211054097
Turma: 03

M’BOKOLO, Elikia. “Introdução”, África Negra: Histórias e Civilizações –


Tomo I (Salvador: EDUFBA, [1998] 2009), 11-14.

FICHAMENTO

1- Problematização sobre os termos “África pré-colonial” e “África Tradicional”


2- A evolução do objeto e do método quando se estudo África

Sobre o conceito de “África pré-colonial”

O preconceito imbuído nesse termo começa quando analisamos que se pretende dar um sentido à
evolução histórica de um continente partindo do século no qual ele foi colonizado. Pode-se alegar
que devido a uma certa miopia é natural que socialmente se de mais importância ao último século
da história desse continente, porém para contra-argumentar isso vale lembrar que o trabalho do
historiador envolve na medida do possível se abstrair das pressões sociais do presente no qual se
encontra (11).

Crítica do conceito de “civilizações tradicionais”

Segundo E. Hobsbawm e T. Ranger há uma certa “invenção da tradição” africana uma vez que
através de um fenômeno complexo várias obras clássicas da etnologia, elites políticas e intelectuais
africanos tem influência no desenvolvimento desse conceito. O problema disso está no fato de que
essa influência é carregada de interesses. Dessa forma o conceito de “civilizações tradicionais” trata-
se mais de um objeto da história do que de uma ferramenta ou instrumento teórico (11-12).

A partir do século VII o historiador passa a ter passa a ter uma capacidade de desenvolver
conhecimento sobre o continente africano maior. Isso ocorre devido a várias inovações
metodológicas, uma delas é a revalorização das fontes orais e teóricas, que levam a uma constante
renovação do passado africano através de novas perguntas (12)

A partir dos séculos XVIII e XIX passa-se a ter uma tendencia maior de estudos que iriam prolongar-
se sob a colonização. Uma das maiores particularidades da África está no fato de que há uma grande
diversidade de objetos que podem ser utilizados na explicação dos processos de continuidade,
adaptação e rupturas. Se em 1960 o colóquio de Dakar propunha uma história feita com apenas
alguns objetos privilegiados como: as migrações, o estado e as trocas; agora a realidade é
extremamente diferente, o historiador aborda um terreno muito mais amplo (12).

Anotação: A “África Negra” está largamente aberta à África mediterrânica e aos dois espaços
marítimos, no caso o oceano Índico e o oceano Atlântico, que no passado e no presente são
fronteiras extremamente permeáveis, tendo assim potencialidades que alimentam a historiografia e
a memória africana (13).

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