Você está na página 1de 1

A DIGNIDADE HUMANA.

Em Cristo e por Cristo, Deus revelou-se plenamente à humanidade e aproximou-se


definitivamente dela; e, ao mesmo tempo, em Cristo e por Cristo, o homem adquiriu
plena consciência de sua dignidade, da sua elevação, do valor transcendente da própria
humanidade e do sentido da sua existência( RH 11). O homem é a única criatura sobre a
terra, querida por Deus por si mesma e para o qual Deus tem um projeto,isto é, a
participação na salvação eterna(GS 24;RH 13;CA 53).
A Igreja insistindo no destino universal dos bens materiais, sobre uma ordem social
sem opressão e fundado no espírito de colaboração e solidariedade, colocou a
dignidade da pessoa no centro das mensagens sociais. Mas também reiterou
constantemente que a pessoa e a sociedade não têm necessidade apenas destes bens,
mas também de valores espirtuais e religiosos. Além disso, vendo a miséria nos Países
em vias de desenvolvimento, sentiu-se na obrigação de denunciar essa realidade clara e
francamente.( CA 61)
A Igreja não pode abandonar o homem, cuja escolha, chamamento, nascimento e
morte, salvação ou perdição, estão de maneira tão íntima e indissolúvel unidos a
Cristo. E trata-se aqui precisamente de todos e de cada um dos homens sobre o planeta,
nesta terra que o Criador deu ao primeiro homem, dizendo ao mesmo tempo ao homem
e a mulher: submetei-a e dominai-a(Gn 1,28) : cada homem, pois, em toda sua singular
realidade do ser e do agir, da sua inteligência e da vontade, da consciência e do coração.
O homem nessa sua singular realidade( porque é pessoa) tem uma história própria da
sua vida e, sobretudo, uma história própria da sua alma. O homem que, segundo a
abertura interior do seu espírito, e conjuntamente a tantas e tão diversas necessidades
do seu corpo e da sua existência temporal, escreve esta sua história pessoal e fá-lo a
partir do primeiro momento da sua concepção e do seu nascimento. O homem na sua
plena verdade de existência, do seu ser pessoal e, ao mesmo tempo, do seu ser
comunitário e social...este homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no
cumprimemnto da sua missão: ele é a primeira e fundamental via da Igreja, via traçada
pelo próprio Cristo e via que imutavelmente conduz através do mistério da encarnação e
da redenção. (RH 14). - De todas as criaturas terrenas, só o homem é «pessoa», sujeito
consciente e livre e, precisamente por isso, «centro e vértice» de tudo o que existe
sobre a terra(GS 40). A dignidade pessoal é o bem mais precioso que o homem tem,
graças ao qual ele transcende em valor todo o mundo material. A palavra de Jesus: «
Que serve ao homem ganhar o mundo inteiro se depois perde a sua alma?»(Mc 8,36)
implica uma afirmação antropológica luminosa e estimulante: o homem vale não tanto
por aquilo que « tem mais sobretudo por aquilo que «é». Não são tanto os bens do
mundo que contam, mas o bem da pessoa, o bem que é a própria pessoa (CL 37). - Em
virtude da sua dignidade pessoal, o ser humano é sempre um valor em si e por si, e
exige ser considerado e tratado como tal, e nunca ser considerado e tratado como objeto
que se usa, instrumento, uma coisa. A dignidade pessoal constitui o fundamento da
igualdade de todos os homens entre si. Daí, a absoluta recusa de todas as mais variadas
formas discriminaçao que infelizmente continuam a dividir e a humilhar a família
humana. Toda a discriminação é uma injustiça absolutamente intolerável. O diálogo e a
comunhão têm sua raiz última naquilo que os homens «são», antes e mais ainda do que
naquilo que eles « tem» (CL 37). A dignidade pessoal é propriedade indestrutível de
cada ser humano. É fundamental compreender-se toda a força que irrompe desta
afrimação, que se baseia na unicidade e na irrepetibilidade de toda a pessoa.

Você também pode gostar