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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Centro de Ciências Humanas


Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais
Curso de Licenciatura em Pedagogia

Jaqueline Dias Lima

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NOS PRIMEIROS ANOS


DO ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR NA REDE PÚBLICA, EM ALMENARA -
MG

Almenara – MG
2023
Jaqueline Dias Lima

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NOS PRIMEIROS ANOS


DO ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR NA REDE PÚBLICA, EM ALMENARA -
MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


banca examinadora do curso de graduação em
Pedagogia da Universidade Estadual de
Montes Claros como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciatura em
Pedagogia.
Orientador: Renata Cristina Pereira Queiroz

Almenara – MG
2023
Jaqueline Dias Lima

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN NOS PRIMEIROS ANOS


DO ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR NA REDE PÚBLICA, EM ALMENARA -
MG

Monografia apresentada ao Departamento de


Métodos e Técnicas Educacionais e ao Curso
de Pedagogia da Universidade Estadual de
Montes Claros como exigência para obtenção
do grau de Licenciado em Pedagogia.

Aprovada em: ____ de ________________ de 20__.

Banca Examinadora:

______________________________________________________________
Nome completo do(a) orientador(a)

______________________________________________________________
Titulação, nome completo - Instituição
Professor(a) convidado(a)

______________________________________________________________
Nome completo da Coordenadora do TCC – Campus ______
Dedico este trabalho de conclusão de curso a
mim mesmo, em reconhecimento das fases de
crescimento e evolução que percorri ao longo
dessa jornada acadêmica. Cada desafio
superado, cada obstáculo enfrentado e cada
aprendizado adquirido moldaram a pessoa
que sou hoje. Este trabalho monográfico
representa não apenas o resultado de anos de
estudo e dedicação, mas, um atributo ao meu
esforço contínuo por meio da determinação
de buscar o conhecimento e o
autodesenvolvimento. Que este trabalho seja
uma lembrança constante de que o
crescimento pessoal é uma jornada
recompensadora e o aprendizado nunca
cessa.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, expresso minha gratidão a Deus por ter chegado até este ponto, por ter me
amparado nos momentos em que pensei desistir, por ter sido a força necessária durante esta
jornada, pela proteção e pela conquista da minha primeira graduação.

Quero agradecer aos meus pais, Ilzabete e Romildo, pelo apoio, dedicação, estrutura e amor,
que possibilitaram eu concluir esta graduação. Amo vocês! Também sou grato às minhas
irmãs, Karoline e Yara, pela paciência, incentivo e assistência em todos os momentos em que
precisei. Meu cachorro, Stark, merece agradecimentos pelas noites que passou ao meu lado,
enquanto eu escrevia este Trabalho de Conclusão de Curso. Muito obrigada, por ser minha
fonte de paz.

Minha orientadora, professora Renata Cristina Pereira Queiroz, merece reconhecimento pelo
apoio e orientação ao longo desse processo de desenvolvimento desta pesquisa.
Concomitantemente, agradeço aos professores que conheci durante este incrível processo de
aprendizado e que se dedicaram ao meu crescimento. Em especial, a professora M.e Isabel
Simões Oliveira por ter me guiado nesse exercício por meio da disciplina de Pesquisa.

Por fim, agradeço aos meus colegas, Cleide e Mateus, pelo companheirismo e auxílio nos
momentos em que mais precisei, ajudando-me a persistir até o fim.

Aos amigos e familiares que estiveram ao meu lado e acreditaram em mim, expresso minha
profunda gratidão.
RESUMO

O presente estudo traz como tema “A Inclusão de alunos com Síndrome de Down nos
primeiros anos do ensino fundamental regular na rede pública, em Almenara, Minas Gerais
(MG)”. A escolha por esse objeto surgiu por ser um assunto que sempre despertou interesse,
principalmente, ao realizar o estágio supervisionado do curso, que possibilitou vivenciar
experiência desse futuro local de trabalho vivido pela pesquisadora ao seu entorno, ao
acompanhar o crescimento, evolução e desenvolvimento das crianças com Síndrome de Down
(SD). A trissomia do 21 ficou ocasionada pela má disjunção das células durante a meiose, ao
fazer um zigoto com 21 cromossomos, em vez de 22. Essa síndrome constituiu-se duma
anomalia genética frequente em diversos países do planeta terra por meio de qualquer sujeito
e calha em qualquer criança independentemente do sexo. Esse sintoma pode aparecer em
qualquer família, que tinha ou não antecedente com Síndrome de Down ou qualquer outra
síndrome (DÉA; DUARTE, 2009). Ao abordar esse tema surgiu o seguinte problema: como
estava a ser a inclusão dos alunos com Síndrome de Down nos primeiros anos da rede
regular? O objetivo geral foi observar a interação e o desenvolvimento das crianças com SD, a
relação entre pessoas, formação de professores e busca de melhorias na educação inclusiva e
os métodos que os professores utilizavam ao trabalhar com crianças com SD no ensino
regular. E, como objetivos específicos foram: reconhecer se as crianças com Síndrome de
Down estavam, de fato, incluídas ou integradas no ensino regular; analisar o trabalho docente
perante a Síndrome de Down; avaliar as dificuldades encontradas pelos professores no
processo de inclusão das crianças com Síndrome de Down. Com objetivo de garantir o
sucesso deste estudo, opta-se por dividi-lo em dois capítulos distintos: o primeiro, aborda a
característica e a inclusão de alunos com síndrome de Down, com base nas contribuições dos
autores que exploram esse tema; o segundo, apresenta a metodologia utilizada e os resultados
obtidos por meio da aplicação dum questionário direcionado aos docentes. A presente
investigação refere-se a questão das crianças com Síndrome de Down com dificuldade para si
desenvolver por meio das complexidades dessa doença. Sendo assim, o desenvolvimento das
habilidades tornou-se uma aprendizagem específica caracterizada pelos pontos fortes, como:
percepção visual e memória e aqueles fracos, quanto as dificuldades táteis, desenvolvimento
da fala, entre outros. Dessa forma, foi de extrema importância mediar a construção dessas
habilidades, identidade pessoal ao ter uma proposta pedagógica que viria a beneficiar o
aprendizado desse aluno.

Palavras-chave: Aprendizagens. Inclusão. Síndrome de Down.


ABSTRACT

The present study has as its theme “The Inclusion of students with Down Syndrome in the
first years of regular elementary education in the public network, in Almenara, Minas Gerais
(MG)”. The choice for this object arose because it is a subject that has always aroused
interest, mainly when carrying out the supervised internship of the course, which made it
possible to experience this future workplace experienced by the researcher in her
surroundings, by following the growth, evolution and development of children with Down
Syndrome (DS). Trisomy 21 was caused by the poor disjunction of cells during meiosis,
creating a zygote with 21 chromosomes, instead of 22. This syndrome was a frequent genetic
anomaly in several countries on planet Earth in any subject and whatever. in any child
regardless of sex. This symptom can appear in any family, whether or not it had a history of
Down Syndrome or any other syndrome (DÉA; DUARTE, 2009). When approaching this
topic, the following problem arose: how was the inclusion of students with Down Syndrome
in the first years of the regular school system? The general objective was to observe the
interaction and development of children with DS, the relationship between people, teacher
training and the search for improvements in inclusive education and the methods that teachers
used when working with children with DS in regular education. And, the specific objectives
were: to recognize whether children with Down Syndrome were, in fact, included or
integrated into regular education; analyze teaching work in the face of Down Syndrome;
evaluate the difficulties encountered by teachers in the process of including children with
Down Syndrome. In order to ensure the success of this study, we chose to divide it into two
distinct chapters: the first addresses the characteristics and inclusion of students with Down
syndrome, based on the contributions of the authors who explore this topic; the second
presents the methodology used and the results obtained through the application of a
questionnaire aimed at teachers. The present investigation refers to the issue of children with
Down Syndrome having difficulty developing through the complexities of this disease.
Therefore, the development of skills became specific learning characterized by strong points,
such as: visual perception and memory, and weak points, such as tactile difficulties, speech
development, among others. Therefore, it was extremely important to mediate the
construction of these skills and personal identity by having a pedagogical proposal that would
benefit this student's learning.

Keywords: Learning. Inclusion. Down Syndrome.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
2 CAPÍTULO 1 SÍNDROME DE DOWN 10
2.1 Uma breve análise conceitual do Síndrome de Down 10
2.2 Uma abordagem histórica do Síndrome de Down 13
2.3 Síndrome de Down na tenra infância 15
2.4 Características e aspecto físico, psíquico, cognitivo e motor da criança com
Síndrome de Down 17
2.4. Síndrome de Down: características físicas e fisiológicas 17
1
2.4. Síndrome de Down: características cognitivas e psicomotor 18
2
2.4. Síndrome de Down: desenvolvimento motor 19
3
2.5 Inclusão da criança com Síndrome de Down
3 CAPÍTULO 2 PERCURSOS METODOLÓGICOS 24
3.1 Metodologia, Apresentação e Discussão dos Dados 24
3.2 O percurso metodológico 25
3.3 O ambiente e os sujeitos da pesquisa 26
3.4 Apresentação, discussão e análise dos dados 27
4 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS 36
REFERÊNCIAS 38
ANEXO A – Questionário 40
APÊNDICE A - Declaração de revisão ortográfica e gramatical 42
8

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo traz como tema A Inclusão de alunos com Síndrome de Down
(SD) nos primeiros anos do Ensino Fundamental regular na Rede Pública, em Almenara, no
estado de Minas Gerais (MG). A escolha por esse tema surgiu por ser um assunto que sempre
despertou interesse, principalmente, de estagiário perante a realização do estágio
supervisionado do curso de pedagogia em relação as experiências vividas ao seu entorno, à
medida que acompanhava a performance, o crescimento, a evolução e o desenvolvimento das
crianças com essa condição de síndrome.
Ao abordar esse tema surgiu o seguinte problema: como estava a ser a inclusão
dos alunos com Síndrome de Down nos primeiros anos da rede regular? Sendo assim, o
objetivo geral foi observar a interação e o desenvolvimento das crianças com SD, a relação
entre pessoas, a formação de professores e a busca de melhorias na educação inclusiva, os
métodos que os professores utilizavam ao trabalhar com crianças com SD, no ensino regular.
E, como objetivos específicos foram os seguintes: reconhecer se as crianças com Síndrome de
Down estavam, de fato, incluídas ou integradas ao ensino regular; analisar o trabalho docente
perante a Síndrome de Down; e, avaliar as dificuldades encontradas pelos professores no
processo de inclusão das crianças com Síndrome de Down.
A presente investigação refere-se a questão das crianças com Síndrome de Down
com dificuldade para si desenvolver nas seguintes complexidades. Desenvolvimento das
habilidades e uma aprendizagem especifica caracterizada pelos seus pontos fortes como:
percepção visual, memória e em relação aos pontos fracos: dificuldade táteis,
desenvolvimento de fala, entre outros. Sendo assim, foi de extrema importância mediar a
construção dessas habilidades, identidade pessoal e ter proposta pedagógica que viria
beneficiar o aprendizado desse aluno.
Fundamenta-se esta pesquisa em autores, como: Copetti (2007), Déa e Duarte
(2009), Drago (2014), Schwartzman (1999), Smith; Strick (2001), entre outros. Sendo assim,
a metodologia utilizada constituiu-se na abordagem quali-quantitativa, através dum estudo
bibliográfico e de campo, simultaneamente, teve como instrumento de coleta de dados
questionário e observações.
A inserção no espaço escolar por meio do estágio supervisionado permitiu ter um
relativo convívio com crianças com Síndrome de Down. Assim, foi possível observar que
muitos desses alunos se sentiam excluídas do convívio, em sala de aula, ao revelar que havia
uma grande demanda de dificuldade para implicar no desenvolvimento intelectual e cognitivo
9

devido aos problemas inerentes a si, mas havia um silenciamento por parte do trabalho
pedagógico, que lhes faziam a si sentirem não notáveis. Por isso, era necessário o docente
estar preparado para lidar em relação a esse tipo de situação e para isso seria necessário
buscar curso de aperfeiçoamento, e formação continuada para oferecer uma melhor qualidade
de desenvolvimento de competência e habilidade aos alunos por meio do convívio social, à
medida que se estabeleça uma relação amistosa entre si.
O resultado é apresentado em dois capítulos, no qual o primeiro apresenta um
breve histórico acerca da Síndrome de Down, conceitos e características de aspecto físico,
psíquico, cognitivo e motor da criança portadora dessa síndrome. No segundo, apresenta-se a
abordagem, o instrumento, o universo, a amostra utilizada para responder a pergunta de
pesquisa por meio dos resultados da pesquisa realizada em turmas dos primeiros anos do
ensino fundamental por meio de questionário e observação, à medida que dialogava com
autores que relacionavam as ideias com sujeitos da pesquisa. Por fim, finaliza-se com
considerações finais a partir dos resultados.
10

2 CAPÍTULO 1 SÍNDROME DE DOWN

O presente trabalho monográfico aborda questões atuais de grande relevância


sobre Síndrome de Down, de acordo com estudos e pesquisas realizada acerca dessa temática.
Assim, ficou notório encontramos na sociedade brasileira, muitas críticas e falta de
conhecimento acerca da trissomia 21, falta de preparação dos professores, no qual tornou-se
um dos principais meios de inclusão da criança ao convívio escolar por meio da interação
social. Desse modo, pretendendo ressaltar à inclusão das crianças portadoras da Síndrome de
Down na rede de ensino básico, apresentaremos abaixo os tópicos que abordam a
conceituação, abordagens históricas, a sua infância, suas características física, psíquica,
cognitiva e motora e a inclusão da criança com Síndrome de Down.

2.1 Uma breve análise conceitual da Síndrome de Down

Ao conceituar a Síndrome de Down ou trissomia do 21, torna-se necessário


primeiro entender como se desenvolve e qual era a origem das síndromes. Primeiramente,
torna-se importante deixar claro que os pais não tinham nenhuma “culpa” e que não há nada
que poderiam fazer para esse fenômeno não acontecer ou viria a ocorrer de modo diferente
dessa síndrome.
Segundo Déa e Duarte (2009, p. 24), afirmaram que:

A Síndrome de Down é a anomalia genética mais frequente em todo o mundo,


estando presente igualmente em todas as nacionalidades, as raças e as classes
sociais. Também se apresenta da mesma forma independentemente do sexo da
criança. Pode aparecer em qualquer família, está tendo ou não antecedentes com
Síndrome de Down ou qualquer outra síndrome.

A trissomia do cromossomo 21 é causada pela má disjunção das células durante o


processo da meiose, ao fazer com que tenha um zigoto com 21, em vez de 22. Desse modo,
quando o embrião começa a crescer e multiplicar essas células, todas tornam-se copiadas e
transmitiam elementos genéticos que continham esse cromossomo 21 extra, ao ser chamado
de trissomia do 21 por não disjunção. Por isso, essas modificações genéticas decorrem de
“defeitos” num dos gametas, que desenvolveriam o indivíduo. Por essa razão, os gametas
precisariam englobar apenas um cromossomo. Desse modo, a junção do gameta materno com
gameta paterno, produziria um gameta filho com dois cromossomos, como ocorre na espécie
humana. No entanto, ao longo da formação do gameta acontecia alguma mutação por meio da
11

não disjunção cromossômica, que era executada durante a atividade de reprodução.


Consequentemente, isso decorre devido haver o cromossomo duplo, que ao conectar um ao
outro através da fecundação resulta na alteração cromossômica, de modo a ocasionar a SD
(SCHWARTZMAN, 1999). Nesse sentido, para esse autor há três tipos fundamentais de
comprometimento, que podem causar a síndrome de Down, como:
1. trissomia simples: observa-se uma trissomia, no cariótipo, com dois cromossomos
formando o par 21 e um terceiro extra, responsável pela síndrome. Esta constitui-se na
causa mais comum, presente em cerca de 96% dos casos;
2. trissomia por translocação: ocorria em cerca de 3% das crianças afetadas. Há 46
cromossomos nas células, porém, havia o cromossomo extra do cromossomo 21, que
se encontra sobreposto a outro par de cromossomo;
3. mosaicismo: este tipo de comprometimento ocorre em apenas 1% dos casos e
envolvem indivíduos com células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47
cromossomos). Isso ocorria devido a um erro numa das primeiras divisões celulares,
que resultariam num padrão de mosaico. Alguns pesquisadores relataram que crianças
com Síndrome de Down devido ao mosaicismo poderiam apresentar menos sintomas e
ter desempenho intelectual melhor do que o esperado duma criança com trissomia do
par 21.
Ainda se desconhece a causa desta alteração genética e não há cura da síndrome
de Down. Independentemente do tipo, trissomia 21, translocação ou mosaicismo constata-se
que o cromossomo 21 torna-se o responsável pelos traços físicos e função intelectual limitada,
observado, sobretudo, nos indivíduos com síndrome de Down. Estudos mostraram que alguns
problemas ocorridos durante a gravidez, como: fortes emoções, quedas e uso de
medicamentos não causavam a síndrome, pois essa já era desenvolvida na união dos gametas.
De acordo com pesquisas, mulheres que geraram filhos após os 35 anos tinham
mais chances de ter um filho com síndrome do que aquelas que tiveram filhos antes dessa
idade. Isso indica que não seria possível prever essas mudanças genéticas e não existiam
vínculos com aspectos sociais, econômicos ou físicos. Assim, tornou-se importante destacar,
que a idade de 35 anos seria associada à maior probabilidade de ocorrência dessa síndrome
aos filhos, porém isso não se volveu em ser uma regra. A SD pode ocorrer independentemente
da idade da mãe, em qualquer uma fase de vida e ativa a ovulação.
Diante do exposto acima supracitado, tornou-se importante deixar claro que
muitos estudos foram feitos para chegar a esse resultado, nem sempre a humanidade pensava
desse modo. A primeira descrição de uma criança com Síndrome de Down foi, em 1838, por
12

Jean Esquirol e em 1846, por Edouard Soguin, que dizia que uma pessoa que possuía a
particularidade da síndrome era nomeada de “idiota furfurânea”. Ducan, em 1866, descreveu à
fisionomia do Down: cabeça pequena e arredondada, olhos puxados e com grande língua. Em
1866, John Langdon Down percebeu e expôs uma pesquisa acerca da Síndrome de Down, ao
empregar o tema “mongoloide”. Que surgiu a partir da percepção de que pessoas com
síndrome, tinha aparência muito idêntica com moradores da Mongólia, hoje em dia, o termo
não está em uso devido haver uma forma preconceituosa e de exclusão do indivíduo.
O nome Síndrome de Down tem origem na homenagem ao médico inglês, John
Langdon Down, que pioneiramente estudou essa condição, na década de 60. Contudo, sua
descrição dos indivíduos com síndrome era tratada como amistoso e amável, mas
improdutivos e inaptos ao convívio social. Esses estudos revelaram que, no século XIX,
haviam concepções errôneas e preconceituosas acerca da síndrome de Down, termos que
ainda hoje carregam fortes cargas negativas em relação às pessoas que foram afetadas pela
síndrome.
As características genéticas influenciaram o desenvolvimento neurológico,
psicológico e físico de pessoas com SD, mas, as oportunidades oferecidas durante a vida
também tiveram um papel importante na determinação desse desenvolvimento. Além disso,
há “o desenvolvimento individual das crianças, que foi maciçamente influenciado pela
família, pela escola e pelos ambientes sociais” (SMITH; STRICK, 2001, p. 21).
As intervenções precoces foram fundamentais para maximizarem as habilidades e
minimizarem as limitações das pessoas com SD. Ter uma rede de apoio, como: família
amorosa, profissionais de saúde, educadores e amigos tornaram-se importantes para garantir o
bem-estar e a inclusão social das pessoas com SD. Assim, foi importante lembrar que cada
indivíduo com SD torna-se único e possuíam suas próprias potencialidades e desafios.
Portanto, a compreensão e aceitação das diferenças individuais constituíram-se em
fundamentais para construir uma sociedade mais inclusiva e justa.

2.2 Uma abordagem histórica do Síndrome de Down

No contexto histórico, a Síndrome de Down foi representada através de esculturas


e pictografias esculpidas pela cultura Olmec há quase 3.000 anos, pois apresentavam traços
semelhantes as pessoas com Síndrome de Down, mas não haviam documentos que
comprovariam, pois não possuía nada que corroborar-se-ia a descoberta da Síndrome de
Down antes do século XIX (SCHWARTZMAN, 1999).
13

Desde dos primórdios, os desenhos pictóricos eram representados nas esculturas,


mas, não havia nenhum registro histórico documental datado antes do século XIX. Sendo
assim, “o primeiro relato sobre a síndrome foi feito pelo cientista John Langdon Down, em
1866, que descreveu clinicamente as pessoas com essas condições mongoloides e idiotas, ou
seja, raças inferiores, confirmando o reconhecimento como uma manifestação clínica”
(WERNECK, 1995, p. 58).
A nomenclatura Síndrome de Down surgiu com o sobrenome do precursor
“Down”. Sendo assim, sabe-se que durante décadas, a Síndrome de Down foi denominada
com descaço e sinônimo de inferioridade, termo pejorativo "mongol, mongoloides". As
sociedades antepassadas marginalizavam a exclusão, pois não aceitavam a deficiência, em
alguns casos a própria família enclausurava seu parente em casa, para evitar o convívio social
com medo de sofrer a rejeição da sociedade, pois, “na época primitiva, muitos estudiosos
afirmavam que eram comuns algumas tribos sacrificarem as pessoas com deficiência, os
mesmos eram vistos como um estorvo a tribo, onde prevalecia a lei do mais forte”
(SCHWARTZMAN, 1999, p. 3). Neste período histórico, os deficientes eram sacrificados e
torturados e prevalecia o membro da tribo mais forte e viril. Nesse sentido, de acordo com
Schwartzman (1999, p. 3),

Na China eram tratados com carinho e responsabilidade, recebiam banhos


medicinais e massagens. Já, na Índia, todas as crianças nascidas com alguma
deficiência, eram vistas como castigo dos deuses e logo jogada no Rio Ganges ou
eram banhadas acreditando-se que seriam curadas, enquanto que na Grécia
predominava a lei dos mais fortes.

Na filosofia grega, atos realizados contra deficientes eram justificados com crença
de que essas criaturas não eram humanas, mas, sim, monstruosidades pertencentes a outras
espécies. Desse modo, observa-se que cada cultura trata o deficiente de acordo seus costumes
e princípios legais e sociais.
Por mais de séculos as pessoas com Síndrome de Down foram associados à
inferioridade, considerados inúteis e ridicularizados por não apresentarem os padrões de
beleza impostos pela sociedade, sempre foram vítimas de preconceitos, discriminação social,
até por parte dos familiares, que, em muitos casos não sabiam lidar com pessoa com
deficiência, por falta de orientação, conhecimento do tratamento dado a pessoa com síndrome
ou mesmo por cometer ato de preconceito (COSTA, 2007).
Durante a Idade Média, a Igreja considerava as crianças com SD como sendo
culpadas ou pecadoras, julgando a deficiência como um sinal de transgressão moral ou social.
14

Acreditava-se que a marca física, sensorial ou moral da síndrome era uma consequência do
pecado, o que excluíam essas pessoas do contato com divino, supremo. Dessa maneira, o
padrão de escassez da beleza e o sinônimo de inferioridade, fez com que o deficiente viria a si
tornar inapto, improdutivo e incapaz.
Mais tarde, em 1959, com muitos estudos o cientista Dr. Jerome Lejeume
descobriu a existência de um cromossomo extra, observou que ao invés de 46 existiam 47
cromossomos em cada célula, e no lugar dos dois cromossomos 21, tinham três em cada
célula, o que levou ao termo trissomia 21. Mais tarde geneticistas identificaram outros
problemas que levaram a síndrome (SCHWARTZMAN, 1999).
A questão da Síndrome foi discutida, no período de 1959, com 47 cromossomos
em cada célula e a proliferação de 2 cromossomos, ao tornar-se 21 trissomia que constituía na
existência do Síndrome de Down. Com essa descoberta a expectativa de vida das pessoas com
Síndrome de Down aumentou consideravelmente a partir da segunda metade do século XX,
devido aos progressos na área da saúde, principalmente da cirurgia cardíaca. O aumento da
sobrevida e do entendimento das potencialidades das pessoas com síndrome levou à
elaboração de diferentes programas educacionais, com vistas à escolarização, ao futuro
profissional, à autonomia e à qualidade de vida (BRASIL, 2012).
Com Renascimento, onde a cultura e os valores passaram a si concentrar no ser
humano, houve uma mudança significativa na fase de ignorância e exclusão das pessoas com
deficiência. A partir desse momento, começou a discutir sobre direitos e deveres das pessoas
com ou sem deficiência. Por isso, esta descoberta revolucionou o estudo da Síndrome de
Down, de modo a facilitar o tratamento, à medida que atenuou uma qualidade de vida na
criação de programas educacionais, de modo a aumentar a perspectiva de vida dessa pessoa e
pensar no futuro com escolha da futura profissão, consequentemente a inclusão desse cidadão
ao meio social.
Desde então ao longo de muitos anos o tema foi estudado e atualmente o assunto
permaneceu abordado em muitas pesquisas, principalmente, quando se trata sobre inclusão em
diferentes áreas, pois, no decorrer da história obtiveram-se além dos avanços na área da saúde,
avanços sociais. Cerca de 45 milhões de pessoa possuía alguma deficiência física ou
intelectual, no Brasil. Dessas, estima-se, que 300 mil tenham Síndrome de Down. Hoje em
dia, no país, nasce uma criança com Síndrome de Down a cada 600 e 800 nascimentos,
independente de etnia, gênero ou classe social (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2010).
15

Nesse sentido, passou-se a refletir a inclusão das crianças com necessidades


educacionais especiais e de forma mais avançada de democratização das oportunidades
educacionais e sociais. Sendo assim, atualmente, devido aos avanços tecnológicos e da
medicina os indivíduos portadores dessa condição podem viver por mais 60 anos com
qualidade. A Síndrome de Down, no entanto, não se constituiu duma doença, e, sim, duma
condição inerente à pessoa, uma alteração genética, e não impossibilita o indivíduo a si
desenvolver. Entretanto, como esta condição permaneceu associada a algumas questões de
saúde, que foram observadas desde o nascimento da criança e teve acompanhamento pela
equipe multidisciplinar da saúde (SCHWARTZMAN, 2003).
A criança com SD tinha a capacidade de praticar e executar suas atribuições
diárias. Assim, como aquelas que não a possuía. O sujeito portador dessa síndrome pode
adquirir sua própria formação profissional, desenvolver habilidade que lhe conduziria ao
exercício da cidadania. Neste viés, constata-se que a Síndrome de Down não se tornou uma
doença adquirida e sim, uma alteração genética que dificulta o processo de desenvolvimento e
de autonomia do indivíduo. Dessa forma, coube a cada pessoa ter um olhar reflexivo ao
profissional de saúde e pedagógico para inserir no aluno alternativa de aprendizagem
significativa em prol do bio-desenvolvimento motor para alargar, tanto o intelecto quanto a
cognição.

2.3 Síndrome de Down na tenra infância.

No Brasil, a ideia de infância, de acordo com Rizzini (1997), Del Priore (1992),
dentre outros, passou por várias etapas a partir da chegada dos colonizadores portugueses.
Conforme relatou Rizzini (1997, p. 49), “[...] a história da criança aparece em estudos de
diversos outros temas relacionados, tais como a história da assistência aos pobres, da saúde
pública, nos estudos sobre famílias, só para citar alguns”. Diante disso, entende-se que isso
demonstra, segundo Drago (2011), que o estudo da infância sempre esteve atrelado com
outros estudos, ao ser que a infância aparecia como coadjuvante e nunca como tema central.
Para teletransportar o estudo alusivo a Síndrome de Down, faz-se necessário
conhecer a infância e um pouco da história da criança, à saúde, à educação, à família e à
assistência aos pobres. Neste emaranhado de conhecimento, a Síndrome de Down foi
estudada de forma pormenorizada à infância, suas fases e níveis de desenvolvimentos.
Sendo assim, nos dias atuais, desde as primeiras salas de aula até as leis que
regiam a educação, porque desde a educação do império, passou pela instrução no período
16

republicano, pela promulgação da Lei 4.024/61 e Lei 5.692/71, dentre outras, até chegar à Lei
9.394/96. (BRASIL, 1996).
De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) número
(n.) 9.394/96, no capítulo II, seção II, artigo (art.) 29 que: “[...] a educação infantil tem por
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos
físicos, psicológico, intelectual e social [...]” (BRASIL, 1996, p. 22). No que se refere à
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988, p. 124), o artigo 208, inciso IV, diz que, é “[...]
dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade [...]”. diante disso, percebe-se que
as leis serviram para regulamentar o regime de democratização e de autonomia no que tange à
educação infantil. Sobre a questão do Síndrome de Down tornou-se dever e obrigação à
permanência de creche e pré-escola.
Com isso, a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, tomou a
educação infantil como um direito da criança, o que obrigou o Estado a criar novas políticas
públicas para assegurá-los o seu direito, que era de ir e permanecer por tempo determinado na
escola, pois de acordo com Facci (2006), “[...] é na primeira infância que se encontra a raiz
para o desenvolvimento dos processos que podem dar lugar, mais tarde, à formação de
conceitos”. Dessa maneira, novas políticas públicas foram implementadas para consolidar na
criação de novos conceitos e novos processo de desenvolvimento desse alunado.
Assim, na LDBN/96 apareceram os níveis e modalidades de ensino, que foram
considerados níveis de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e o
ensino superior. Em relação às modalidades há: educação profissional, Educação de Jovens e
Adultos, educação especial e educação indígena. Sendo assim, a educação especial, que será
tratada no próximo item, tornou-se a única modalidade que perpassa todos os níveis e
modalidades de ensino, como destacou Drago (2014). Enfim, a educação especial trabalha
com níveis e modalidade de ensino. E, em relação ao Síndrome de Down não foi diferente,
porque houve a valorização dos segmentos, à medida que respeitava e abordava com ênfase o
ato legal contido na LDB/96.

2.4 Características e aspecto físico, psíquico, cognitivo e motor da criança com Síndrome
de Down

2.4.1 Síndrome de Down: características físicas e fisiológicas


17

A Síndrome de Down teve como principais características físicas faciais a


braquicefalia, diâmetro fronto-occipital bastante reduzido; fissuras nas pálpebras inclinadas
superiormente, pregas epicânticas, pregas de pele que cobrem os cantos interiores das
pálpebras; tais como os asiáticos, base do nariz chata, face com diminuição acentuada na
atividade de formação de tecidos na porção medial e sua língua permaneceu hipotônica e
levemente deslocada para frente. Outras inerências à pessoa com Síndrome de Down foram
notadas, como: pescoço encurtado, clinodactilia (deformação) do 5º dedo das mãos, distância
aumentada que compreendia o 1º e 2º dedos dos pés, geralmente, apresentava baixa estatura
(SILVA; DESSEN, 2002; HENN; PICCININI; GARCIAS, 2008).
Crianças com esta síndrome apresentava hipotonia muscular, articulações mais
fragilizadas e com hipermobilidade, alterações motoras e no sistema endócrino,
principalmente relacionados à tireoide e extrema sonolência (MOURA et al.,
2009; MENEGHETTI et al., 2009; COPPEDE et al., 2012). Porém, uma das mais
preocupantes características articulares que essa patologia propicia estava relacionada às duas
primeiras vértebras da cervical, articulação atlanto – axial, que devido a sua maior
instabilidade e hipermobilidade requeriam cuidados na mesma proporção, visto que traumas
nessa região poderiam causar lesões raqui medulares e consequente tetraplegia (ORNELLAS;
SOUZA, 2001; MARCHI; SILVA; MAI, 2012). Sendo assim, foi fundamental conhecer as
características físicas e fisiológicas da Síndrome de Down para poder desde o período pós-
natal, fazer o reconhecimento da síndrome e o encaminhamento ao especialista da área de
saúde.
De acordo com Moura et al. (2009), relataram que devido ao hipotireoidismo, as
crianças com Síndrome de Down tendiam a ter obesidade, o que geralmente influencia no
desempenho de atividades motoras grossas, principalmente. A obesidade como patologia
associada estava diretamente relacionada ao baixo tônus muscular do sistema digestório com
ênfase no duodeno e o pâncreas anular, que ocorria quando o tecido pancreático sobrepunha
ao duodenal. Assim, como a obesidade, cardiopatias eram bastante comuns nesse público
(MARTIN; MENDES; HESSEL, 2011). Nessa vertente, entende-se que a obesidade
ocasionada pelo hipotireoidismo se constituía duma marca expressiva dessa síndrome e era
um dos fatores importantes que acompanhava seu desenvolvimento.
Outra inerência aos acometidos pela Síndrome de Down, e que seria percebida
principalmente em crianças, era o andar característico causado pela anteversão pélvica e pela
larga base de apoio com pés voltados para fora. Essas particularidades contribuíram
18

negativamente, de modo a dificultar a aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras


locomotoras e estabilizadoras da pessoa com essa síndrome (COPETTI et al., 2007).
Devido esses desafios, as pessoas com Síndrome de Down frequentemente
precisariam de apoio médico e terapêutico adequado para lidar com questões relacionadas à
saúde e ao físico. Posto isso, pode-se incluir terapia ocupacional, fisioterapia e
fonoaudiologia, entre outros tratamentos ou abordagens. Em relação às características físicas
da pessoa com Síndrome de Down, observa-se o lento processo de locomoção e às
características fisiológicas dos pés como outra marca expressiva de percepção e atenção.
Dessa forma, foi importante lembrar que cada pessoa com síndrome de Down
seria única e tinham suas próprias habilidades e desafios. Assim, o cuidado por meio da
compreensão, do amor e do suporte adequado permitia a pessoa com Síndrome de Down
poder alcançar seu pleno potencial, e viver sua vida feliz e autônoma.

2.4.2 Síndrome de Down: características cognitivas e psicomotoras

Dentre as várias características que possuía uma criança com Síndrome de Down,
uma das mais marcantes e facilmente perceptíveis era a deficiência intelectual, que variaria de
criança para criança e quando bebê apresentava dificuldade para deglutir, e efetuar sucção de
líquido, que evoluía para problema ao mastigar (SILVA; DESSEN, 2002).
Além das características físicas e fisiológicas, a Síndrome de Down afetaria o
desenvolvimento cognitivo e psicomotor das pessoas que a possuíam. Devido à presença
adicional do cromossomo 21, que continham genes relacionados ao desenvolvimento
cognitivo. Assim, a pessoa com Síndrome de Down tinha uma tendência a apresentar atrasos e
desafios em áreas abstratas, como; fala, compreensão e aprendizagem.
Para compreender o desenvolvimento intelectual humano, foi importante perceber
o modo de mastigação e degustação do bebê e duma criança. Diante disso, vale ressaltar que,
para Who (2007), a deficiência mental como degradação progressiva da raça que se dava em
níveis distintos de degenerescência ocasionava a perda de traços ancestrais e essa deficiência
mental muito se deve ao fato do encéfalo possuir medidas reduzidas em relação ao peso e
volume, de modo a afetar principalmente o lobo frontal que tinha como função controlar a
linguagem, a conduta e pensamento humano, e o tronco cerebral era o responsável pela
atenção aos perigos ambientais e o cerebelo que respondia pelo equilíbrio e tônus muscular
(MASTROIANNI et al., 2006).
19

Dessa forma, entende-se que o déficit mental era perceptivo nas perdas de traços
de ancestralidade, no volume reduzido no encéfalo, ao acarretar falha na linguagem, conduta e
pensamento. De modo que viria a afetar o tronco cerebral que visava haver o perigo do
ambiente e o cerebelo responsável pelo equilíbrio e tônus muscular.
Silva e Kleinhans (2006) relataram não somente acerca da existência de uma lesão
no sistema nervoso central, como também um funcionamento muito particular na emissão das
sinapses elétricas, o que afeta o seu desenvolvimento cognitivo, principalmente, em
reconhecimento estrutural e da linguagem. logo, isso exigiria que a pessoa com Síndrome de
Down recebia uma educação especial ou apoio educacional, terapia da fala e terapia
ocupacional para ajudá-la a desenvolver habilidade de comunicação e coordenação motora,
por exemplos.
Nesse sentido, Ornellas e Souza (2001) relataram a indispensabilidade de haver
um processo de estimulo cognitivo e motor em crianças com Síndrome de Down.
Consequentemente, para Pacanaro, Santos e Suehiro, (2008), além de corroborarem nessa
visão propuseram, que, quanto mais precocemente for a intervenção multidisciplinar, maior
seria a probabilidade de êxito e mais rapidamente apareceriam os resultados.

2.4.3 Síndrome de Down: desenvolvimento motor

O desenvolvimento motor ficou afetado através da Síndrome de Down, devido


haver diferença na estrutura corporal e no tônus muscular da pessoa que tinha essa condição.
Por isso, era comum existir atrasos no controle da cabeça, no sentar, no engatinhar e no andar.
Consequentemente, o desenvolvimento motor era um processo contínuo e lento, porém no
indivíduo portador da síndrome era mais lento, porque era possível perceber que a criança que
possuía a síndrome seria capaz de realizarem aqueles movimentos ditos normais em pessoas
comuns, embora viria a ocorrer tardiamente. Assim, alcançariam os estágios avançados de
raciocínios e desenvolvimentos com devidas estimulações coerentes às suas condições,
juntamente com incentivo e apoio da família e da sociedade (ARAKI; BAGAGI; 2014).
Sabe-se que o desenvolvimento motor da pessoa com Síndrome de Down tornou-
se lento, mas, ao ser estimulado com avanço do raciocínio lógico por meio do
acompanhamento de especialista na área de saúde, apoio da família e sociedade haveria
ampliação do desenvolvimento intelectual, motor e cognitivo. Sendo assim, o
desenvolvimento por meio da Síndrome de Down ocorria com atraso quando comparado com
crianças com desenvolvimento neuropsicomotor típico. Mas, estudos tinham mostrados que a
20

estimulação era de extrema importância no processo de desenvolvimento desse grupo


específico, ao oferecer maiores oportunidades de experiências (BONOMO; ROSSETI; 2010).
Para auxiliar no desenvolvimento motor, realizam-se exercícios específicos,
como: fisioterapia e estimulação precoce, que ajudariam a fortalecer ao músculo e melhoraria
a coordenação. Com apoio adequado, muitas pessoas com Síndrome de Down aprendiam a
caminhar e a si movimentar com independência.
Uma concepção presente em relação aos portadores da pessoa com Síndrome de
Down seria que seu desenvolvimento ocorreria no tempo e espaço desse sujeito, porque
possuía característica iguais as pessoas ditas normais, embora havia em si algumas limitações,
como: alguma incapacidade, limitações orgânicas, motoras e cognitivas (BISSOTO, 2005).
Desse modo, entende-se que foi importante ressaltar que cada indivíduo se torna
único e apresenta um quadro específico em relação ao desenvolvimento motor. Assim, foi
fundamental observar e entender a particularidade de cada pessoa, para haver, de fato, a
estimulação. Logo, haveria a adaptação das necessidades e possibilidades desse jeito ao meio
social. Entretanto, com possíveis atrasos, o desenvolvimento motor seria alcançado e muitas
pessoas com Síndrome de Down eram capazes de realizar atividade física, desportiva para
alcançar nível de independência e qualidade de vida satisfatória.
Apesar das características serem iguais e semelhantes da Síndrome de Down.
Apresenta-se incapacidade de exercer habilidade motora, existem limitações orgânicas,
motoras e cognitivas. Por isso, o desenvolvimento motor tornou-se dependente da biologia, do
comportamento e do ambiente e não apenas da maturação do sistema nervoso. Quando a
criança nascia, seu sistema nervoso central não estava totalmente desenvolvido. Assim,
percebia o mundo pelos sentidos e agiam sobre si, ao criar uma interação que se modificava,
no decorrer do desenvolvimento. Desse modo, por meio da relação com meio, esse sistema
mantinha-se em constante evolução, num processo de aprendizagem que permitiria fazer a sua
melhor adaptação ao meio em que se vivia (GOLDBERG, 2002).
As questões biofísicas foram apresentadas em relação ao comportamento,
ambiente e maturação do sistema nervoso central. Após o nascimento, o sistema nervoso
central ainda não estava desenvolvido. Por isso, aconteciam as percepções, sentidos e
desenvolvimento em relação ao mundo. Assim, o sistema nervoso central foi adaptado pelo
meio social em que vivia.
Por isso, cada criança apresentava seu padrão característico de desenvolvimento,
visto que suas características inerentes sofriam a influência constante de uma cadeia de
transações que se passariam entre criança e ambiente. Assim, existiam as características
21

particulares que permitiam haver, de fato, uma avaliação grosseira do nível e da qualidade do
desempenho de cada pessoa com síndrome (GOLDBERG, 2002).
O desenvolvimento motor da criança com síndrome era parecido com criança
considerada normal, mas havia uma única diferença, se apresentava por etapas. Logo ocorria
de modo lento. O desenvolvimento sensório motor começava com movimento das mãos e do
corpo da criança, quando descobriria seu rosto, seu corpo. A criança conhece suas mãos e os
dedos ao coloca-los à boca, ao juntar as mãos e brincar consigo. Assim, aprendia através de
texturas, formas e temperatura dos objetos ao tocá-los e levá-los a boca. Desse modo,
conhecia seu próprio tamanho quando alcança objetos e pessoas, quando engatinhava por
baixo dos moveis ou quando subia neles. Enfim, descobria seu ambiente ao ir dum lugar para
outro, ao rolar e arrastar. Concomitantemente, engatinhava e mais tarde andaria
(GOLDBERG, 2002).

2.5 Inclusão da criança com Síndrome de Down

A inclusão de crianças com Síndrome de Down, na sociedade, foi uma prioridade


para promover a igualdade e a diversidade. E, constituiu em essencial que a criança com
síndrome viria a receber equidade de educação, saúde, lazer e convivência social entre pares.
Segundo Pueschel (1993), a inclusão se concilia com educação de pessoas e isso
torna impossível de si efetivar por meios de modelos tradicionais de organização do sistema
escolar. Diante disso, vale destacar a necessidade de ressignificar o sistema educacional para
atender o estudante, que, ali, procura para desenvolver enquanto cidadão. Para isso, foi
necessário haver conscientização e sensibilização perante a sociedade, para entender que as
diferenças viriam a serem reconhecidas e respeitadas. Assim, os espaços escolares ou não
sofreriam alguma adaptação de ambiente físico e de conteúdo para consolidar no melhor
desenvolvimento dos estudantes com Síndrome de Down.
No cenário do processo da inclusão depreende-se com Imbernón (2000), que
asseverou que a igualdade de oportunidade e a equidade eram desafios mais significativos
para consolidar na verdadeira inclusão. Assim, como política pública, a escolarização teria
que oferecer oportunidade igual ao sujeito para consolidar na formação das pessoas, porque
dever-se-ia adaptar diante das diferenças. Desse modo, às características específicas dos
alunos, notadamente àqueles com deficiência seria respeitada por meio da condição humana
que tinha, ao tornar-se mais justa.
22

Sendo assim, ficou claro que o ensino de alunos com necessidades educacionais
especiais nas redes formais estaria garantido por lei e deveria assegurar uma educação de
qualidade, de modo a respeitar seu momento, seu tempo, sua idiossincrasia e necessidade.
Assim, confiariam neles para desenvolver sua capacidade de aprender. Nessa direção,
Mantoan (2003) fez repensar acerca das formas de exclusão escolar que se manifestava de
diversas e perversas maneiras, dentre si, de trabalhar a igualdade e a homogeneidade.
Acredita-se que o discurso escolar seria imperativo e por isso, deveria repensar a inclusão no
cenário em que a comunidade escolar não viria inferiorizar nenhum dos pares, ainda, que o
direito de ser diferente e igual. Assim, entende-se por diferente, quando a igualdade ficava
descaracterizada; iguais, quando a diferença lhe inferiorizava. Portanto, o processo de
inclusão, que viria a ser o inverso da exclusão, subsidiaria a reorganização dos tempos, dos
espaços e das relações no cotidiano escolar desses alunos matriculados, e assíduos a escola.
Schwartzman (2007) nessa perspectiva, advoga a ideia de que a educação da
criança seria uma atividade complexa, pois exigia adaptação de ordem curricular que requeria
cuidadoso acompanhamento dos educadores e dos pais/responsáveis. Assim, a criança com
Síndrome de Down apresentava alguma limitação, simultaneamente, o trabalho pedagógico
deveria, primordialmente, respeitar o seu ritmo e lhe assegurar a estimulação adequada para
efetivar o desenvolvimento das habilidades.
Portanto, uma escola que se diz inclusiva dever-se-ia envolver com comunidade
escolar e oferecer bom padrão de serviço e criar um senso de colaboração e cooperação
institucional entre professores, de modo a criar um sistema interdisciplinar que facilitaria o
aprendizado dos alunos. As atividades por um projeto pedagógico sistemático, em que
diferentes formas de ensino, conteúdos e avaliação teria um papel importante, no processo de
ensino, especialmente, aqueles com determinadas necessidades educacionais.
Vieira e Pereira (2003) propuseram que o currículo escolar para alunos com
deficiência deveria perseguir os seguintes objetivos: (i) reforço da formação geral; (ii)
desenvolvimento de aptidões genéricas para a vida ativa e hábitos de trabalho; (iii) o máximo
de desenvolvimento pessoal nas vertentes individual e social, respeitando a diversidade; (iv)
cuidado com os aspectos físicos, afetivos e intelectuais de forma global, em cada momento
evolutivo e em função dos diferentes contextos da vivência. Tais adaptações deviam visar às
necessidades do aluno, ao ser aplicada por si, à medida que era identificada. Assim, as
adaptações curriculares em função da inclusão ficariam na responsabilidade de cada escola.
O artigo 12 da LDB n. 9.394/96 indica que as instituições, respeitando as normas
comuns e ao sistema de ensino, que tinha por responsabilidade de elaborar e executar sua
23

proposta pedagógica. Esse documento precisa estar voltado aos direitos, aos interesses e às
necessidades dos envolvidos no processo educacional (BRASIL, 1996). Por isso, a educação
inclusiva permaneceu em ser um fator que garantiria o acesso ao conhecimento e ao espaço
social ao cidadão. Assim, deveria orientar e promover por meio do acolhimento, relações
humanas especiais
Além disso, segundo Libâneo et al. (2005, p. 345), “O Projeto Político
Pedagógico é um documento que propõe uma direção política e pedagógica para o trabalho
escolar, formula metas, prevê ações, institui procedimentos e instrumentos de ação”. Esse
documento foi, portanto, extremamente valioso, justamente por ser considerado um guia para
concretizar as ações da escola. Por essa razão, poderia alterá-lo diante das situações que
emergiam no cotidiano escolar para, de fato, inserir adequadamente os alunos inclusos.
Em suma, no dia a dia escolar, os professores foram os profissionais que mais
contactam com crianças em contextos inclusivos. Assim, teria maior responsabilidade pela
educação e integração das crianças no ambiente socioeducativo. Os educadores foram vistos
como um dos principais facilitadores do processo de educação e inclusão. Para alunos com
necessidades educacionais especiais. Assim, dar enfatize em relação aos professores, que
trabalharam em parceria com alunos com síndrome e promoveu seu desenvolvimento integral,
elucidaria no ato de respeitarem as diferenças e a diversidade, à medida que valorizavam o
potencial de cada indivíduo e forneciam espaços aos alunos aprenderem e a si desenvolverem
como pessoa. Logo, isso lhe dava a percepção que as atividades e estímulos individuais e em
grupo lhe agregava maior conhecimento intelectual e cognitivo, por exemplos.
24

3 CAPÍTULO 2 PERCURSOS METODOLÓGICOS

3.1 Metodologia, Apresentação e Discussão dos Dados

No primeiro capítulo, discutiu-se acerca do tema A inclusão de alunos com


Síndrome de Down nos primeiros anos do ensino fundamental na rede pública de Almenara,
no estado de Minas Gerais (MG) e teve como Subtítulos 2.1 Uma breve análise conceitual da
Síndrome de Down, 2.2 Uma abordagem histórica da Síndrome de Down, 2.3 Síndrome de
Down na tenra infância, 2.4 Característica e aspectos físicos, psíquico, cognitivo e motor da
criança com Síndrome de Down, 2.4.1 Síndrome de Down: característica física e fisiológica,
2.4.2 Síndrome de Down: característica cognitivas e psicomotoras, 2.4.3 Síndrome de Down:
desenvolvimento motor, 2.5 Inclusão da criança com Síndrome de Down, onde envolvia uma
pesquisa elaborada que desenvolveria questão do desenvolvimento de crianças com Síndrome
de Down, ao explorar suas complexidades. Isso envolvia o aprimoramento das habilidades e
uma abordagem de aprendizado específica, que levaria em consideração os pontos fortes
como a percepção visual e a memória, e os pontos fracos, quanto dificuldade tátil e
desenvolvimento da fala, entre outros aspectos.
Portanto, foi de suma importância facilitar a construção das habilidades, fortalecer
sua identidade pessoal e implementar proposta pedagógica, que promoveria o aprendizado
desses alunos. Para isso, foi essencial que os professores estariam devidamente preparados
para lidar com situações específicas dessa síndrome, para isso faz-se necessário o
aperfeiçoamento e formação continuada. Consequentemente, teriam novas habilidades e
competências para proporcionar uma melhor qualidade de vida às crianças com Síndrome de
Down, ao ajudá-las a desenvolver suas habilidades sociais, promover o respeito pelo próximo
e fomentar o seu autorrespeito.
Este capítulo apresenta o caminho percorrido da realização desta pesquisa e busca
aprofundar uma discussão acerca da A inclusão de alunos com Síndrome de Down nos
primeiros anos do ensino fundamental. A pesquisa foi realizada numa escola pública
municipal, na cidade de Almenara (MG). A metodologia detalha minuciosamente o processo
de desenvolvimento, no decorrer da pesquisa, ao incluir o percurso e os instrumentos
utilizados. Dessa forma, nesse procedimento foram apresentados os recursos utilizados, como
técnicas e a trajetória percorrida pelo pesquisador, por visar oferecer uma exposição clara e
objetiva acerca das etapas da pesquisa.
25

Este trabalho monográfico foi organizado nas seguintes seções: a primeira seção
tratou do percurso metodológico, onde foram escolhidas as técnicas de pesquisa e métodos de
desenvolvimento do trabalho; a segunda, aborda o ambiente, no qual foi feita a pesquisa e
seus sujeitos; a terceira seção discutiu a análise a partir dos dados obtidos no campo da
pesquisa. Os dados foram organizados em categorias que deram origem a 5 subseções. As
primeiras subseções trazem a análise dos dados colhidos junto aos professores.

3.2 O percurso metodológico

A pesquisa realizada pautou na abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa


constituía-se num método de investigação social, que visa compreender e interpretar os
fenômenos estudados por meio de dados não qualificáveis. Assim, utilizou técnica, como:
entrevistas, observação participante e análise de documentos, esse tipo de pesquisa buscou
explorar experiência, percepção e significado atribuído pelo sujeito envolvido, ao visar uma
compreensão mais profunda dos contextos e fenômenos sociais estudados. Para atender os
objetivos utilizou-se duma pesquisa bibliográfica. Essa pesquisa, segundo Andrade (2010, p.
25),

A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação, uma vez


que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de
laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica
preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monográficas não
dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na
delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto,
nas citações, na apresentação das conclusões. Portanto, se é verdade que nem todos
os alunos realizarão pesquisa de laboratório ou de campo, não é menos verdadeiro
que todos, sem exceção, para elaborar diversos trabalhos solicitados, deverão
empreender pesquisas bibliográficas.

Dessa forma, a técnica utilizada para fazer a busca de informação tornou-se


essencial no processo de elaboração de trabalhos acadêmicos, pois proporcionou ao
pesquisador um entendimento maior acerca do assunto a ser abordado. Nesse sentido,
entende-se que a busca de subsídios para analise dialogou-se com autores que discutiam
acerca desse tema, como: Mantoan (2004), Pueschel (1993), Schwartzman (1999), Werneck
(1995). Assim, esta pesquisa em relação aos objetivos foi pesquisa exploratória, pois
proporciona mais informações acerca do assunto estudado através do levantamento
bibliográfico.
26

O instrumento de pesquisa adotado foi o questionário com conjunto de perguntas


elaboradas com propósito de coletar informações, opiniões ou dados de pessoas em relação a
temática em estudo. Por isso, tornou-se uma ferramenta amplamente utilizada em pesquisas e
avaliações para obter resposta estruturada que viriam a auxiliar na análise e tomada de
decisões. Por essa razão, esta pesquisa foi feita com três professores que atuavam na educação
escolar. Para haver o alcance da informação foi elaborado um questionário, que continham
questões importantes acerca do tema desta pesquisa.

3.3 O ambiente e os sujeitos da pesquisa

Nesta pesquisa monográfica o local delimitado para realização da aplicação do


questionário foi a escola municipal X do município de Almenara, no estado de Minas Gerais
(MG). O motivo da escolha dessa escola se deu devido o Censo escolar ter divulgado o Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e essa escola foi considerada uma das piores
de aprendizagem do país por ter esse resultado baixo. Consequentemente, houve um grande
avanço voltado para aumentar seu índice de aprendizagem, além da escola possuir aluno com
Síndrome de Down, que se tornou o sujeito desta pesquisa, no qual foi entregue a direção uma
carta de apresentação e um termo de concordância da instituição para participação da
pesquisa. Quando se refere ao sujeito da pesquisa, significa que um processo de coleta de
informação foi realizado com indivíduo, por meio de aplicação de algum método.
Faz-se necessário que os envolvidos atuariam na área da pesquisa e trariam
contribuições relevante ao estudo. O convite para participar do questionário foi feito
pessoalmente e no ambiente de trabalho dos professores, onde foi explicado a finalidade da
pesquisa deu ênfase na necessidade dessa colaboração. Assim, a aceitação foi unanime e
voluntaria.
Foi enviada ao professor um Termo de Consentimento Livre Esclarecido para
participação da pesquisa. Quanto a identidades dos sujeitos da pesquisa, a fim de preservá-los
utilizou as siglas: P1, P2 e P3 (Professores). Todos os sujeitos eram do sexo feminino e
trabalhavam no turno matutino com alunos do ensino fundamental. Os colaboradores tinham
idade entre 20 a 53 anos. Assim, o professor tinha formação acadêmica em pedagogia e
alguns possuíam pós-graduação na área da educação especial e inclusiva com ênfase na
tecnologia assertiva e em psicopedagogia.
Os questionários disponíveis nesta pesquisa tinham questões que envolviam a
perspectiva dos objetivos desta pesquisa para ter condição de alcançá-los. Assim, a instituição
27

contemplada com esta pesquisa foi a escola municipal X do município de Almenara (MG) e
teve como público alvo da pesquisa, os docentes da escola. A escolha de entrevistar os
professores foi com intenção de poder contemplar os dois lados da discussão, tanto a questão
da família quanto o lado da escola. Após o recolhimento de dados, foi realizada a tabulação
dos dados.
Esta pesquisa foi realizada na escola municipal X do município de Almenara
(MG), localizada na zona urbana desse município, onde era oferecido o Ensino Fundamental I
das Séries Iniciais (SIEF), denominados do 1º ao 5º ano de escolaridade, Ensino Fundamental
II das Séries Finais (SIEF), que corresponde do 6° ao 9° e Educação de Jovens e Adultos
(EJA).
A clientela dessa escola abrangia, na maioria das vezes, por alunos de famílias
carentes. Verifica-se uma boa estrutura física dotada de condições para acolher e ofertar aos
alunos possibilidade de desenvolverem as atividades estudantis. Sendo assim, a escola
funciona das 07 às 11h20min e das 13 às 17h20min, e de 19:00 às 22:30 para atender aluno de
diversos bairros, tanto periféricos quanto da região central da cidade.
Percebe-se que os professores eram experientes na docência, bem como, estavam
lotados na escola campo da pesquisa a um tempo significativo. Desse modo, infere-se serem
conhecedores da realidade escolar. Mediante ao exposto e as observações feitas do trabalho
desses professores pode-se notar que todos enfrentavam diversas dificuldades para ministrar
aulas aos alunos. Por isso, buscavam estratégias para reverter tais situações, que muitas vezes
não correspondiam à realidade dessas crianças. E, por consequência dessas questões
acabavam que não conseguiam ensinar para esses alunos os conteúdos trabalhados. Todos
esses regentes ressaltaram a importância de ter um professor com formação adequada para
melhor atender esses alunos com síndrome.
A priori a pesquisa bibliográfica exploratória desenvolvida nesta temática A
inclusão de crianças com Síndrome de Down nos primeiros anos do ensino fundamental,
iniciou-se no período primeiro de agosto de 2023 e terminou no período de trinta de setembro
de 2023 com finalidade de aprofundar os conhecimentos científicos acerca da importância
desta temática supracitada bem como sua capacitação em relação ao contexto atual e a
utilização dos recursos humanos e tecnológicos. Essa exploração foi realizada nos estudos
bibliográficos e teve como finalidade primordial entender se a escola pública acontecia, de
fato, à inclusão de alunos com Síndrome de Down.

3.4 Apresentação, discussão e análise dos dados


28

Esta sessão destina-se a apresentação e análise dos dados obtidos através da


aplicação do questionário com três professores do ensino fundamental da escola X da cidade
de Almenara (MG). Desse modo, o instrumento de coleta de dados, como citado
anteriormente foi um questionário contendo dez perguntas abertas subjetivas, que nesse
entendimento o questionário tinha como instrumento de pesquisa entender os requisitos
necessários, diante do esclarecimento da temática abordada aos sujeitos participantes com
nome, sexo, idade, formação acadêmica e tempo de serviço.
Com base no aporte teórico de Gil (1999), o questionário permaneceu definido
como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de
perguntas apresentadas por escrito as pessoas. Ao ter por objetivo o conhecimento de opinião,
crença, sentimento, interesse, expectativa e situação vivenciada pelo sujeito participante.
Assim, percebe-se, então, que o questionário permaneceu em ser uma forma de reunir dados
subjetivos, onde o participante expõe a sua opinião acerca do tema proposto. Algo importante
seria o sujeito da pesquisa ter conhecimento do assunto pesquisado.
Para realizar a coleta de dados foi utilizado o seguinte instrumento: aplicação do
questionário com perguntas abertas subjetivas para melhor colher os relatos dos sujeitos e
posteriormente ser feito a transcrição das respostas. E, diante das respostas obtidas ouve uma
organização dos dados e a elaboração das seguintes categorias para análise dos dados. Abaixo
segue a análise dos dados encontrados (Quadro 1).
QUADRO 1
Dados coletados dos docentes
Professores Formação acadêmica Sexo Idades Função Tempo de
exercida atuação
P1 Pedagogia, Pós-graudada em Educação Feminino 52 anos Professora 22 anos
Espacial
P2 Pedagogia, Pós-graduada em Educação Feminino 34 anos Professora 15 anos
Especial e Psicopedagogia
P3 Pedagogia, Pós-graduada em Feminino 43 anos Professora 15 anos
Neuropsicopedagogia

Neste Quadro 1 foi apresentado uma visão panorâmica dos dados coletados dos
docentes (P1, P2 e P3). Para garantir o respeito ao anonimato dos sujeitos da pesquisa e seguir
preceitos éticos, optou-se por não divulgarem os nomes e informações específicas da
instituição. Na primeira questão, levantou um questionamento pessoal como forma de
identificação, mas os dados foram resumidos para preservar a privacidade dos professores e
de seus ambientes de trabalho.
29

A criança com Síndrome de Down apresenta características específicas no


processo de aprendizagem e desenvolvimento, semelhante a qualquer outra criança. No
entanto, foi crucial adotar uma abordagem educacional adaptada às suas necessidades e
limitações com o objetivo de promover seu pleno desenvolvimento. Com intuito de
compreender melhor o trabalho realizado em sala de aula com essas crianças, formulamos a
seguinte pergunta: “Como é o trabalho docente realizado com criança Down em sala de
aula?”

P1: O trabalho do professor em sala com alunos com síndrome de Down, exige
muita paciência e dedicação, pois as vezes nem todos consegue compreender os
conteúdos rápido.

P2: Estimular a socialização através de brincadeiras e diálogos, atividades


adaptadas para o nível de aprendizagem da criança e orientação e auxílio
individualizado.

P3: um trabalho bem minucioso. Sendo essa criança portadora de outras


dificuldades.

Observa-se que os docentes reconheciam as dificuldades enfrentadas pelas


crianças com Síndrome de Down no processo de aprendizagem e estavam cientes que isso
exigia um trabalho minucioso e individualizado. Esse esforço requeria a implementação de
adaptação, dedicação e paciência por visar o pleno desenvolvimento dessas crianças. Nesse
sentido, Brasil (2001, p. 38) diz que: “a importância do uso de meios e recursos didáticos
variados como alternativas criativas dos professores na apresentação e desenvolvimento de
determinados temas em sala de aula, proporcionando ao aluno melhores condições de
aprendizagem”. Desta forma, enfatiza-se a relevância do trabalho com crianças com Síndrome
de Down, com especial destaque ao uso de recursos didáticos que facilitariam e promoveriam
o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, de modo a levar em consideração suas
limitações. Sendo assim, o papel do professor era crucial para atuar como incentivador e
mediador na construção do conhecimento, ao promover a interação entre educando com
Síndrome de Down e seus pares.
Na segunda questão, indagou-se aos professores se atuavam de maneira a
fomentar o pleno desenvolvimento das crianças e suas habilidades, bem como quais
habilidades eram estimuladas por meio desse esforço. A pergunta tratou de investigar: “Seu
trabalho em sala de aula visa o pleno desenvolvimento das habilidades da criança down?
Quais habilidades?”.
30

P1: Sim. Pois o aluno necessita dessa inclusão para seu pleno desenvolvimento.
Brincar, participar, explorar conhece-se e expressar.

P2: Sim. Habilidades físicas e motoras, manusear objetos, compreender regras,


autocontrole, desenvolvimento da fala, identificar sentimentos entre outros.

P3: Sim. Aprender e usar sinais, trabalhar gestos, habilidades manuais e postura
corporal...

Diante disso, ficou evidente a partir das declarações dos docentes, que ambos se
dedicam a ensinar, ao alinhar seu trabalho com habilidade e competência estabelecida pela
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Por isso, os professores buscavam promover
aprendizagens essenciais nos alunos, que deveriam adquirir ao longo das diversas etapas e
modalidades de ensino.
Dessa forma, as respostas dos professores estavam em sintonia com diretrizes da
BNCC (BRASIL, 2017), que define a educação inclusiva como um dos princípios
fundamentais e destaca a importância de garantir que as crianças com necessidades
educacionais especiais tenham acesso à educação de qualidade, respeitando suas
especificidades e promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências de acordo
com suas potencialidades. A BNCC também enfatiza a importância de adaptações curriculares
e metodológicas para atender às necessidades individuais dos alunos com deficiência,
assegurando que todos possam participar ativamente do processo educacional e alcançar um
aprendizado significativo.
Prosseguindo com a questão anterior, na terceira pergunta, exploro quais
estratégias pedagógicas esses educadores têm percebido como eficazes no desenvolvimento
de crianças com Síndrome de Down. “Qual estratégia pedagógica tem sido efetiva na
promoção da interação e o desenvolvimento da criança com Down na sala de aula?”

P1: Planejo minhas atividades de acordo com a necessidade do aluno. Dessa


forma, as atividades lúdicas e concretas são essenciais para o pleno
desenvolvimento do aluno.

P2: A estratégia é conhecer bem a criança e o que mais atrai sua concentração. Ter
um contato com a família para investigar sobre o comportamento, como é a rotina e
etc. Somente depois que colher todas essas informações, que adaptamos as
atividades e brincadeiras de uma forma que seja mais atrativa para a aluna,
visando sempre o seu pleno desenvolvimento.

P3: O que tem ajudado bastante é a cooperação, amor, respeito, acolhimento pelos
demais alunos da turma.
31

Com base nas respostas fornecidas pelos educadores tornam-se claro entender
como, de fato, a efetivação do trabalho pedagógico permaneceu a ser eficiente para promover
a efetivamente e o desenvolvimento do aluno. Assim, contornou-se ser fundamental
estabelecer uma parceria entre escola e família. Essa colaboração permitiu compreender a
rotina e investigar o comportamento da criança. Além disso, o foco deveria centrar em
atividades lúdicas e envolventes, que despertaria o interesse da criança, e também na
promoção da afetividade, ao cultivar sentimento de amor, acolhimento e respeito, tanto por
parte dos educadores em relação às crianças com Síndrome de Down, como entre si.
Na quarta questão, procurou-se investigar se os educadores possuíam a
capacitação necessária para atuar com crianças com Síndrome de Down. E, a pergunta foi:
“Você fez algum curso especifico que te capacite para trabalhar com criança down?”

P1: sou graduada e pós graduada na área da educação especial e inclusiva. Com
ênfase em tecnologias assistivas.

P2: Sim. Curso de Licenciatura em Pedagogia, Educação Especial e Pós


Graduação em Psicopedagogia.

P3: Sim. Pós-graduação em Neuropsicopedagogia.

Diante disso, ficou evidente que todos os professores possuíam formação de nível
superior, bem como pós-graduação na área da educação de crianças com necessidades
educacionais especiais. Isso se traduz numa facilidade para desenvolver atividade que
atenderiam às especificidades das crianças, uma vez que estavam capacitados para promover
o desenvolvimento dessas competências. Assim, foi de extrema importância que o professor
alargar a sua formação por meio duma especializada para acolher, repensar e adaptar sua
prática pedagógica às demandas específicas das crianças com Síndrome de Down. Isso estava
alinhado com Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) que preconizou:

É preciso, antes de tudo melhorar o recrutamento, a formação, o estatuto social e as


condições de trabalho dos professores, pois estes só poderão responder ao que se
espera se possuírem os conhecimentos e as competência, as qualidades pessoais,
possibilidades profissionais e as motivações requeridas (BRASIL,1994, p. 32).

Nesse contexto, o trabalho com crianças com necessidades educacionais especiais


demanda uma preparação adequada por parte do docente. Portanto, com base nas respostas
dos professores e nos princípios estabelecidos pela Declaração de Salamanca foi possível
perceber uma conscientização por parte dos educadores, que reconheciam a importância dos
32

elementos necessários para consolidar na inclusão bem-sucedida dos alunos com Síndrome de
Down.
Na quinta questão, indagou aos professores acerca da equipe pedagógica da escola
e se todos os membros trabalhavam de forma colaborativa para promover a inclusão, e o
acolhimento dos alunos com Síndrome de Down. Sendo assim, a pergunta foi: “A escola onde
você leciona a equipe pedagógica trabalha para garantir que as crianças com Síndrome de
Down se sintam acolhidas e incluídas?”.

P1: Sim.

P2: Parcialmente sim.

P3: Sim. Bastante.

As análises das respostas dos professores revelaram que ambos não forneciam
detalhes significativos em relação ao trabalho pedagógico da equipe. E, assim, estavam
limitados a afirmar que buscavam a inclusão dos alunos. No entanto, ficou perceptível que P2
mencionou que o trabalho realizado nos espaços escolares e não escolares não eram
abrangentes, porque eram efetivados de modo parcial. Isso sugeriu que haveria falta de um
comprometimento integral por parte da equipe pedagógica em direção ao desenvolvimento
pleno dos alunos com Síndrome de Down. Sendo assim, ao partir dessa premissa associado a
fala do professor encontra-se em consonância com Mantoan (2004, p. 39) que:

A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela


provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional que, por
sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que a identidade do aluno se
revista de novo significado. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, sem
identidade fiada em modelos ideais, permanentes, essenciais.

A inclusão do aluno com Síndrome de Down em escola regular desempenhou um


papel crucial na promoção da participação na sociedade e na capacitação desse indivíduo para
exercer seu direito e dever como cidadão. Entretanto, foi imperativo que cabia a escola
reconhecer a sua necessidade específica para se equipar para atender o aluno com deficiência
ou síndrome de forma adequada, ao respeitar a oscilação de critérios e dificuldades de
aprendizagem desse aluno.
Nos dias atuais, ficou conhecido que a inclusão de uma criança com Síndrome de
Down, em sala de aula regular, requer uma série de adaptações nas atividades, no processo de
ensino e aprendizagem. Portanto, na sexta questão, questionou aos professores acerca da
33

viabilidade da alfabetização de uma criança com Síndrome de Down. E, mediante isso, a


questão foi: “Você acredita que é possível ensinar uma criança com síndrome de down a ler e
a escrever em sala de aula regular?”.

P1: Sim.

P2: Acredito desde que tenham materiais disponíveis e profissionais (equipe


pedagógica) empenhados e bem capacitados para que isso de fato aconteça.

P3: Sim. Na sala de aula além da criança aprender sobre o processo da leitura e
escrita, ainda é beneficiada pela socialização e companheirismo.

Ao analisar as respostas dos professores (P1, P2 e P3), constata-se que todos


afirmaram ser possível alfabetizar uma criança com Síndrome de Down numa sala de ensino
regular, desde que sejam fornecidos os recursos necessários ao professor para trabalhar
práticas letivas e didáticas eficientes com aluno.
Portanto, a sétima questão indagou se os professores tinham um planejamento
pedagógico específico para lidar com alunos portadores de Síndrome de Down. Sendo assim,
a questão foi: “A escola desenvolve um projeto político pedagógico e educacional para
atender as necessidades da criança down, visando sua promoção frente a sociedade? Quais?”

P1: Sim. O projeto político pedagógico visa atender todas as crianças com
diferentes deficiências.

P2: Não me foi apresentado.

P3: Sim.

Com base nas respostas fornecidas, observa-se que os professores não


aprofundaram suas respostas à questão, limitando-se a afirmar ou negar a existência de um
planejamento. P1 e P3 mencionaram que possuíam um planejamento para efetivar o trabalho
de inclusão, enquanto Professor P2 afirmou não ter conhecimento desse projeto, caso existia.
Ao considerar o planejamento pedagógico como uma ferramenta fundamental para
concretizar a inclusão havia a necessidade de relacionarem as declarações dos professores
com a afirmação de Oliveira (2007, p. 27), que:

O planejamento educacional torna-se crucial no sentido de atingir os verdadeiros


propósitos da educação do cidadão, primeiramente, o planejamento busca direcionar
a educação considerando o contexto educacional, regional, local e comunitário que o
indivíduo está inserido, buscando sempre “uma educação que, pelo processo
dinâmico, possa ser criadora e libertadora do homem. Planejar uma educação que
34

não limite, mas que liberte, que conscientize e comprometa o homem diante do seu
mundo. Esta é o teor que se deve inserir em qualquer planejamento educacional.

Portanto, de acordo com declarações dos professores, ficou evidente que o


planejamento desempenhava um papel crucial na elaboração de atividades que permitiriam
aos alunos expandirem suas habilidades além das rotineiras. O professor desempenharia um
papel fundamental na promoção de atividades inclusivas no ambiente da sala de aula, ao
assegurar que o aluno com Síndrome de Down seria tratado de maneira equitativa em relação
aos demais, embora levaria em conta suas capacidades individuais. Qualquer trabalho,
inclusive o educacional, requer planejamento, e isso não seria diferente ao aluno com
síndrome. Por isso, o ato de planejar permite ao professor direcionar suas ações em direção ao
ensino e aprendizado do aluno, ao transformar a sua realidade educacional.
Na oitava questão, questionou se a atividade conduzida pelo professor envolveria
o uso de tecnologias ativas com propósito de aprimorar o desenvolvimento e a aprendizagem
dos alunos. Desse modo, a questão foi: “Seu trabalho pedagógico há atividades, que utilizada
alguma metodologia ativa e faz uso da tecnologia para melhorar a aprendizagem dos alunos
down? Quais são essas atividades?”

P1: Sim. Utilizo como ferramenta da tecnologia assistiva, jogos lúdicos no


computador materiais pedagógicos concretos e outros.

P2: Tecnologias não. As proporcionadas são adaptadas com materiais


recicláveis, jogos, brincadeiras dependendo do nível de aprendizagem de cada
aluno.

P3: Sim. Elas contribuem muito para a complementação do aprendizado do


aluno.

Nesse contexto, tanto P1 quanto P3, afirmaram que incorporam metodologias


ativas nas abordagens pedagógicas de prática letiva, ao considerá-las como um complemento
à aprendizagem. Essas abordagens visavam tornar o ambiente mais criativo e envolvente, por
oferecer uma valiosa forma de aprendizado. Por outro lado, P2 optou por não utilizar
tecnologia e preferiu envolver as crianças em atividades lúdicas com materiais recicláveis.
Todas essas práticas pedagógicas foram projetadas com intenção de incluir uma variedade de
estratégia, à medida que adaptava ao interesse, potencial, necessidade e peculiaridade
individual de cada aluno.
Assim, podemos relacionar o discurso dos professores ao que Castro e Pimentel
(2009, p. 305) destacaram ao afirmar que:
35

A exploração de atividades que requeiram um maior contato com a realidade


espaço/tempo reforça a inteligência, amplia conhecimento do espaço por onde se
movimenta e aguça a curiosidade em relação ao tempo que as ações ocorrem,
aumentando o seu desenvolvimento na base cognitiva.

Desta forma, com base nas respostas das professoras e nas ideias apresentadas por
Castro e Pimentel (2009), o papel do educador seria proporcionar a condição necessária para
efetivar o aprendizado do aluno. Para que isso acontecer, especialmente em relação às
atividades, as mais apropriadas seriam aquelas que estimulariam o uso de diversos recursos, à
medida que visava desenvolver as habilidades dos alunos. Contudo, seria crucial que o
educador saberia orientar adequadamente o tempo e o espaço escolar, ao ajustar suas práticas
letivas e didáticas ao ritmo individual dos alunos para superarem obstáculos e lidar com
imprevistos. Isso implica em distinguir as atividades dos educandos dentro da sala de aula
com objetivo de promover um ambiente de ensino-aprendizagem equitativo e justo aos alunos
com Síndrome de Down.
Considerando esse contexto, na nona pergunta, indagou aos professores acerca da
relevância desse tipo de educação: “Como professor da rede de ensino regular, qual a
importância da educação inclusiva na sua opinião?”.

P1: A educação inclusiva no ensino regular é de fundamental importância para o


desenvolvimento dos alunos com deficiência. Tanto no convívio social e quanto no
ensino aprendizagem.

P2: A educação inclusão é uma questão importantíssima na elaboração da


sociedade como um todo. Ela norteia as informações e garantem os direitos e
não separa o aluno do convívio e aprendizado dos estudantes de uma escola
regular.

P3: Muito importante, porque a partir daí, eles vão se sentindo mais inclusos na
sociedade.

Com base no que os professores expressaram, ficou evidente que percebiam a


educação inclusiva como um direito que os alunos com necessidades especiais tinham para
participar na sociedade e alcançar seu pleno desenvolvimento. Dessa forma, Mantoan (2002,
p. 8) diz que: “os professores esperam aprender uma prática inclusiva, ou melhor, uma
formação que lhes permita aplicar esquemas de trabalho pré-definidos pelas salas em salas de
aulas, garantindo-lhes a solução dos problemas que presumem encontrar nas escolas
inclusivas”.
Dessa forma, com base nas respostas dos professores e as considerações de
Mantoan (2002), a formação do docente desempenhou um papel crucial a sua atuação, em
36

sala de aula. Além disso, foi essencial que os professores viriam a buscar especializações para
aprimorar suas práticas pedagógicas, o que se configurou como um dos critérios fundamentais
para promover a educação inclusiva. Isso implica num esforço voltado para melhorar a
qualidade de vida dos alunos e capacitá-los para si tornarem cidadãos que contribuiriam para
haver o desenvolvimento da sociedade como um todo. Ao adotar essa abordagem, os
educadores estavam prontos para receber todos os educandos com necessidades educativas
especiais, ao buscar novos paradigmas e métodos de trabalho com objetivo de tornar a
inclusão acessível a todos. Essa abordagem promoveu a evolução da autonomia e
independência dos alunos.
37

4 CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação inclusiva ganha-se cada vez mais espaço nas instituições educacionais
e na sociedade. No entanto, para que essa educação venha a ser verdadeiramente eficaz
tornou-se crucial contar com apoio de política especializada que visa conscientizar a
população e implementar prática inclusiva na sociedade com propósito de integrar pessoa com
necessidade especial à rede de ensino regular. Nesse contexto de educação voltada para
crianças com Síndrome de Down o objetivo principal foi verificar da melhoria da qualidade
de vida dessas crianças, de modo a respeitar seus limites individuais e auxiliá-los no processo
de aprendizagem.
No que diz respeito aos objetivos deste estudo, pode-se afirmar que todos foram
alcançados. Durante o desenvolvimento do texto foi abordado o processo de inclusão de
alunos com Síndrome de Down. Simultaneamente, identificou teoria relevante para promover
a inclusão e discutiu a importância da formação docente para atender esse alunado, em
especial, aluno com síndrome. Os resultados obtidos basearam-se em extensa pesquisa
bibliográfica, bem como na realização do questionário semiestruturado aplicado aos
professores da rede básica de ensino fundamental em uma escola X no município de
Almenara, Minas Gerais.
O objetivo central da pesquisa, que era entender como a inclusão de alunos com
Síndrome de Down ocorria nos primeiros anos da rede regular de ensino foi plenamente
atingido. Além disso, espera-se que os resultados deste estudo sirvam como estímulo aos
professores para buscarem constantemente aprimorar suas habilidades e conhecimentos, para
visar o sucesso da prática letiva e didática do educador. Com base no que foi apresentado ao
longo desta pesquisa e na perspectiva de aprofundar o tema, destaca-se a importância dos
professores revisarem suas práticas e se esforçarem para se adaptarem e atenderem às
necessidades específicas das crianças que demandam atenção especial.
38

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42

ANEXO A – Questionário

Como é o trabalho docente realizado com a criança Down em sala de aula?


Seu trabalho em sala de aula visa o pleno desenvolvimento das habilidades da criança down?
Quais habilidades?
Qual estratégia pedagógica tem sido efetiva na promoção da interação e o desenvolvimento da
criança com Down na sala de aula?
Você fez algum curso especifico que te capacite para o seu trabalho com criança down?
Na sua escola a equipe pedagógica trabalha para garantir que as crianças com Síndrome de
down se sintam acolhidas e incluídas?
Você acredita que é possível ensinar uma criança com síndrome de down a ler e a escrever em
sala de aula regular?
A escola desenvolve um projeto político pedagógico e educacional para atender as
necessidades da criança down, visando sua promoção frente a sociedade? Quais?
Em seu trabalho pedagógico suas atividades são utilizadas as metodologias ativas e
tecnologias visando melhor aprendizagem dos alunos down? Quais são as atividades?
Como professor da rede de ensino regular, qual a importância da educação inclusiva na sua
opinião?
43

APÊNDICE A - Declaração de revisão ortográfica e gramatical

Declaro que realizei em 29/10/2023 a revisão ortográfica e gramatical do Trabalho de


Conclusão de Curso denominado: A inclusão de alunos com Síndrome de Down nos
primeiros anos do ensino fundamental regular na rede pública, em Almenara - MG, de
autoria de Jaqueline Dias Lima, discente do Curso de Pedagogia.

Tal declaração contará das encadernações da versão final do TCC acima identificado.

São João da Ponte, 31 de outubro de 2023.

Assinatura

Nome completo: Ciro Carlos Antunes.

Licenciado em Letras português, CEIVA/2008.

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