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INSTITUTO MISSIONÁRIO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR - IMES

FACULDADE PAN-AMERICANA – FPA


CURSO DE PEDAGOGIA

ADRIELEN SILVA DOS SANTOS

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM SINDROME DE DOWN NO ENSINO


FUNDAMENTAL

Capanema-PA
2017
ADRIELEN SILVA DOS SANTOS

A INCLUSÃO DO ALUNO COM SINDROME DE DOWN NO ENSINO


FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade Pan-Americana, como requisito parcial
para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia
sob orientação do Prof. Me. Leonardo Moura Costa.

Capanema-PA
2017
ADRIELEN SILVA DOS SANTOS

A INCLUSÃO DO ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN NO ENSINO


FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Faculdade Pan-Americana, como requisito parcial
para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia
sob orientação do Prof. Me. Leonardo Moura Costa,
avaliado pela seguinte banca examinadora:

Banca Examinadora

____________________________________________________________.
Orientador: Prof. Me. Leonardo Moura Costa - Faculdade Pan Americana

____________________________________________________________.
Avaliador 1:

____________________________________________________________.
Avaliador 2:

____________________________________________________________.
Avaliador 3:

Capanema – PA
2017
Sou grata ao nosso Deus que é
maravilhoso por sua misericórdia por
permitir essa oportunidade de enriquecer
meu conhecimento a ele a minha eterna
gratidão.
Aos meus filhos, Antony Joaquin e
Matheus que são a minha inspiração para
enfrentar as dificuldades encontradas no
decorrer do curso.
A minha amada vovó Rosa, a qual é a
mais linda do meu jardim, e a minha mãe
Sheyla Rosário.
Ao meu esposo Madson Brito, pela
compreensão, pois todos acreditaram em
mim e no meu sonho.
AGRADECIMENTOS

Em todos os agradecimentos ele sempre estará em primeiro lugar, o nosso Deus, a


minha Vó querida Maria Rosário (Rosa), a minha mãe Sheyla. A minha turma que
me ensinou a conviver com as diferenças no decorrer desses quatro anos, em
especial a minha amiga da turma Maria da Conceição, a qual tem sempre
demonstrado preocupação. Jamais me esquecerei da minha professora a qual tenho
uma imensa gratidão, Hilda Karina, que me norteou no momento mais difícil, ao meu
orientador Me. Leonardo Moura Costa. A todos que me ajudaram direta ou
indiretamente.
“É muito melhor lançar-se em busca de
conquistas grandiosas, mesmo expondo-
se ao fracasso, do que alinhar-se com os
pobres de espírito, que nem gozam muito
nem sofrem muito, porque vivem numa
penumbra cinzenta, onde não conhecem
nem vitória, nem derrota.” (Theodore
Roosevelt, 1899).
SANTOS, A.S. A inclusão da criança com Síndrome de Down no Ensino
Fundamental, 2017, 27 p. Trabalho de conclusão de curso (graduação em
Pedagogia) - Faculdade Pan-Americana, Capanema, 2017.

RESUMO

A educação inclusiva surgiu com o movimento de inclusão, tendo em vista a


inserção de todas as crianças especiais na sociedade e na escola, mas para que
isso aconteça é imprescindível que a sociedade esteja disposta a receber essas
crianças, respeitando suas limitações e peculiaridades. A escola é um canal de
grande importância para esse processo, pois é através da mesma que as crianças
poderão descobrir sua própria identidade, podendo assim obter autonomia e superar
os obstáculos que aparecerão no decorrer da vida. Para compreensão da Síndrome
de Down é preciso se aprofundar no assunto e entender todo o processo desde a
gestação, pois a SD é uma síndrome genética caracterizada por um erro de
distribuição de cromossomos durante a divisão celular do embrião, revertendo na
maior parte dos casos numa trissomia do cromossomo 21. Através de estudos
baseados em autores que nortearam a pesquisa foi possível analisar que a inclusão
é tão abstrusa que se torna até mesmo uma utopia para a família e a escola, pois na
teoria já se percebe o quão difícil é sair da zona de conforto, e de fato encarar a
realidade e comprometer-se para de fato sair da teoria para a prática. Os resultados
positivos dependem de uma ressignificação do sistema escolar e principalmente da
concepção de inclusão escolar concebida pelos profissionais da educação, pois este
legado é responsabilidade de todos, mais em especial o colaborador direto, sem
sombra de dúvidas, é o professor, pois é através do mesmo que será transmitido o
conhecimento e será de grande relevância para que o aluno se sinta acolhido e
instigado a desenvolver suas competências físicas e intelectuais.

Palavras-chave: Inclusão. Educação Especial. Síndrome de Down. Cromossomo


21. Alfabetização.
SANTOS, A.S. The inclusion of children with Down Syndrome in Primary
Education, 2017, 27 p. Completion of course work (graduation in Pedagogy) - Pan
American College, Capanema, 2017.

ABSTRACT

Inclusive education emerged with the inclusion movement, in view of the inclusion of
all special children in society and school, but for this to happen it is imperative that
society is willing to receive these children, respecting their limitations and
peculiarities. The school is a channel of great importance for this process, because it
is through the same that children can discover their own identity, thus being able to
obtain autonomy and over come obstacles that Will appear in the course of life. In
order to understand Down's syndrome it is necessary to delve into the subject and to
understand the whole process from the gestation, since the SD is a genetic
syndrome characterized by an error of distribution of chromosomes during the
cellular division of the embryo, reverting in most cases in a Trisomy of chromosome
21. Through studies based on the authors that guided the research it was possible to
analyze that the inclusion is so abstruse that it becomes even a utopia for the family
and the school, because in the theory one already perceives how difficult it is to leave
the Zone of comfort, and in fact face reality and commit to actually depart from theory
to practice. The positive results depend on a re-signification of the school system and
especially on the concept of school inclusion conceived by education professionals,
since this legacy is the responsibility of all, more especially the direct collaborator,
without a doubt, is the teacher, because it is through Of the same that Will be
transmitted the knowledge and Will be of great relevance so that the student feels
welcome and instigated to develop his physical and intellectual competences.

Keywords: Inclusion. Special education. Down's syndrome. Chromosome 21.


Literacy.
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................................09
2 – CAPITULO 01. PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SINDROME
DE DOWN ...............................................................................................................................11
1.1 – Educação: Um direito de todos..................................................................................11
1.2 – Histórico da Síndrome de Down ................................................................................13
1.3 – Etiologia da Síndrome de Down ................................................................................14
3 – CAPITULO 02. É PRECISO VER COM NOVOS OLHOS .......................................16
2.1 – Documentos Internacionais dos direitos das pessoas com deficiência ..............16
2.2 – Legislação Brasileira ...................................................................................................17
4 – CAPITULO 03. INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM SINDROME DE DOWN:
ESCOLA E FAMILIA.............................................................................................................20
3.1 – A importância da família no processo de inclusão .................................................20
3.2 – O processo de inclusão da criança com SD no ensino regular............................21
5 – CAPITULO 04. DIFICULDADES DE PROFESSORES E CONCEPÇÕES
SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA .....................................................................................24
6 – CONCLUSÃO ..................................................................................................................26
7 – REFERÊNCIAS ...............................................................................................................27
9

INTRODUÇÃO

A deficiência existiu desde o início da humanidade, mas antigamente o


assunto não era tratado como atualmente. As deficiências eram interpretadas de
maneiras muitas vezes até desumanas, antigamente, acreditava-se que a síndrome
causava deficiência intelectual severa. Mas hoje se sabe que com tratamentos
precoces, acompanhamento especializado, as crianças têm capacidade de aprender
e desenvolver-se com autonomia respeitando seus próprios limites como qualquer
ser humano.
Este trabalho foi realizado com o intuito de compreender melhor a SD e a
importância da inclusão de crianças com essa síndrome na escola, o delineamento
metodológico do estudo foi a pesquisa bibliográfica, que tem como finalidade
apresentar a inclusão da criança com Síndrome de Down no ensino Fundamental, e
suas características. John Langdon Down, médico britânico, foi quem primeiro
descreveu as características da Síndrome que leva seu nome, ele descreveu
minuciosamente as características da SD, desde 1866, apesar de erroneamente
comparar a Síndrome com indivíduos oriundos da Mongólia.
Atualmente existe uma maior prevalência da SD, causada pelo avanço
clínico, desenvolvimento de técnicas que resultam na qualidade de vida dessas
crianças. É necessário mudar a concepção de que incluir limita-se em colocar uma
criança com SD em uma escola, pois essa percepção está longe de ser uma
inclusão, para que realmente aconteça, é necessário que haja adaptação para
receber esses alunos, essas adequações precisam acontecer com a colaboração de
todos, com o governo que tem que mandar recursos para as escolas, e disponibilizar
formações continuadas, com o intuito de fazer com que os docentes tenham mais
metodologias para conhecer as especificidades necessárias a organização do
processo de ensino- aprendizagem, que possibilite atender as necessidades
educacionais de cada aluno, respeitando suas particularidades.
Contudo a exclusão ainda causa frustração a quem está desempenhado a
lutar pela abolição da segregação, pois a cada dia a sociedade vem olhando
positivamente a esta causa, que é complexa, mais benéfica para todos. Cada vez
mais a sociedade e a escola estão se conscientizando de como é importante
valorizar a diversidade humana e de como é fundamental oferecer a equidade de
10

oportunidades para que as pessoas com deficiência exerçam seu direito de conviver
em comunidade.
Neste contexto este trabalho pretende analisar e entender as características
e os desafios que a família, a escola e todos que realmente se importam com
inclusão dessas crianças na escola, espera-se que realmente tenha um cuidado e
atenção integral para essas crianças e que a cada dia a sociedade busquem mais
tecnologias e bons resultados para que se concretize uma vida plena.
11

CAPITULO 1. PROCESSO DE INCLUSÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE


DOWN

1.1. Educação: um direito de todos

Apesar de a educação ter tido uma evolução significativa em relação às


crianças com Síndrome de Down, ainda não é o suficiente, pois ainda existem
muitos preconceitos, ou seja, pré-conceito é sempre algo que não se conhece, todos
precisam construir novos conceitos. Síndrome de Down não é uma doença, pois se
houver intervenções através de tratamentos com especialistas no assunto todos são
capazes de desenvolver atividades e de ter uma vida “normal” como todos os ditos
“normais”.
Quem realmente tem que mudar é a sociedade, pois a mesma tem que parar
de rezar estereótipos, pois cada ser tem sua própria personalidade, porque as
pessoas com Down não são sempre amorosas e afetuosas como nenhum ser
humano tem o mesmo rótulo, cada um tem o conteúdo diferente.
Todos tem que se conscientizar e fazer o mesmo com os filhos, por isso
existe a diversidade, para lidar com próximo e aprender com as diferenças.
A organização das Nações Unidas e outros órgãos iniciaram em 1990
discussões acerca do problema dos marginalizados na educação, ou seja, pessoas
com necessidades educacionais especiais que estavam fora do Plano Nacional de
Educação. Então foram apresentadas estatísticas que comprovaram a discriminação
e o movimento ficou conhecido como Movimento de Educação para todos.
Antigamente o conceito de crianças deficientes era denominado Integração,
pois acreditavam que a criança tinha que se adaptar ao ambiente escolar.
(MENDES, 2006) destaca críticas importantes a esse conceito, em que a passagem
de alunos com necessidades educacionais especiais acontecia de um nível de
serviço mais segregado para outro, supostamente mais integrador.
No entanto na prática, essas transições dificilmente aconteciam, pois
dependiam unicamente dos progressos da criança (MENDES, 2006).
O conceito de integração foi substituído pelo de inclusão, o qual coloca que
é o ambiente escolar que deve se adaptar ao aluno e não o contrário. Logo a
inclusão é um avanço em relação à integração, pois demanda a reestruturação do
sistema comum de ensino (JANUZZI, 2006).
12

De acordo com a resolução nº. 02 de 11/09/2001, a inclusão é definida


como: “a garantia do acesso continuado ao espaço comum de vida em sociedade,
em uma sociedade orientada por relações de receptividade a diversidade humana e
as diferenças individuais, em um esforço de equidade de oportunidades
desenvolvidas, em todas as dimensões de vida”. Em seu artigo 5º a resolução
afirma:

Consideram-se educando com necessidades educacionais especiais os


que, durante o processo educacional, apresentarem: l – dificuldades
acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquelas não vinculadas a
uma causa orgânica específicas; b) aquelas relacionadas a condições,
disfunções, limitações ou deficiências; ll – dificuldades de comunicação e
sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de
imagens e códigos aplicáveis; lll – altas habilidades/Superdotação, grande
facilidade de aprendizagem que o leve a dominar rapidamente conceitos,
procedimentos e atitudes (RESOLUÇÃO Nº 2, DE 11/09/2001 p. 70).

Historicamente as crianças com necessidades especiais recebiam


tratamento diferente por parte da sociedade. As famílias que geravam um filho com
determinada deficiência acreditavam que seria um suposto “castigo de Deus”. Muitos
acreditavam em muitas superstições e crenças que serviam como explicação para o
motivo do nascimento de crianças deficientes, onde faltava conhecimento científico,
os mitos e superstições ganhavam espaço e reforçavam a exclusão das pessoas
com necessidades especiais.
As crianças que nasciam com algum tipo de deficiência viviam escondidas
da sociedade, pois eram motivo de tristeza e escárnio, e consequentemente
levavam os deficientes a serem agressivos e os deixavam perturbados com todo
aquele descaso.
Muitos eram até mesmo abandonados em manicômios, asilos ou a reclusão
familiar. A dificuldade em se lidar com a deficiência é traduzida por Amaral da
seguinte forma:

Antes de mais nada, uma constatação: o fato é que (seja da ótica de quem
vive , seja da ótica de quem vê) a deficiência do ponto de vista psicológico,
jamais passa em brancas nuvens. Muito pelo contrário: ameaça,
desorganiza, mobiliza. Representa aquilo que foge ao esperado, ao
simétrico, ao belo, ao eficiente, ao perfeito... e assim como quase tudo que
se refere a diferença, provoca a hegemonia do emocional sobre o racional
(AMARAL, 1998, p. 60).
13

Mantoan (2006) fala de uma crise de paradigmas, um conjunto de regras


sociais, crenças e normas que norteiam o comportamento do homem histórico, ou
seja, uma crise de concepção e visão de mundo que traz incertezas, contudo traz
também novas possibilidades e alternativas que visam mudanças.
Segundo a autora (2006, p.14), um atual paradigma educacional é que: “A
escola se entupiu do formalismo da racionalidade e cindiram-se em modalidades de
ensino, tipos de serviços, grades curriculares, burocracia”.
Em 1994 com Declaração de Salamanca, marco na luta pela inclusão das
pessoas com deficiência, a inclusão social com deficiência passou a ser vista como
arma contra o preconceito e o poder público passou a organizar seus mecanismos
para que as pessoas com deficiência também tivessem direito a escola. A partir da
Declaração de Salamanca, várias crianças que antes estavam sentenciadas a
passar toda a sua vida em escolas especiais ou nas classes especiais, passaram a
ter a possibilidade de frequentar as classes comuns e, dessa forma, tiveram a
oportunidade de interagir com outras crianças e outros contextos que, em vários
casos, possibilitou avanços cognitivos importantes devido à socialização.

1.2. Histórico Da Síndrome De Down

Umas das deficiências mais conhecidas na sociedade é a Síndrome de


Down, mas na verdade ainda verifica-se muito desconhecimento das escolas e das
pessoas, que sentem dificuldades ou até mesmo falta de interesse em procurar
informações sobre o assunto, muitas só procuram saber quando acontece algum
caso na família ou entre amigos, casos contrários muitos não se importam com a
estabilidade emocional e profissional de pessoas com SD.
De acordo com Pichel (1999), os indícios mais antigos de indivíduos com
Síndrome de Down (SD), teriam surgido durante escavações de um crânio saxônio
no século Vll. A cultura de Olmec também teria representado pessoas com SD
através de esculturas e pictografias há quase 3000 anos, porém exames detalhados
nessas peças deixaram dúvidas se realmente referiam-se a pessoas com Síndrome
de Down.
Em meados do século XlX ocorreram muitas mortes de mães com menos de
trinta e cinco anos, período que ocorreu maior incidência da Síndrome de Down,
14

muitas crianças nascidas com SD morriam na primeira infância por esse motivo
pode-se explicar a falta de registros de indivíduos com a síndrome nesses períodos.
De acordo com PUESHEL (2007), Jean Esquirol seria o responsável pela
primeira descrição de uma criança com Síndrome de Down em 1838. Em 1846
Edouard Seguin descreveu um paciente com feições semelhantes à de um indivíduo
com Síndrome de Down e o deu a denominação de “idiota furfurácea”. PUESHEL
(2007), afirma ainda que em 1866, Duncan registrou uma menina “com uma cabeça
pequena e redonda, olhos parecidos com os chineses projetando a língua uma
grande língua e que só conhecia algumas palavras”.
A Síndrome de Down teve vários nomes, tais como: mongolismo, idiotas
mongoloides, idiotas Kalmuck, que nos dias atuais estes termos são considerados
insulto e preconceito, pois não há nenhuma ligação entre tal condição e a etnia.
Atualmente a Síndrome de Down é conhecida como Mongolismo ou
Trissomia do 21, genericamente doença localizada no cérebro, não é progressiva,
possui tendências para melhoras espontâneas, pois seu Sistema Nervoso Central
(SNC) continua a amadurecer com o tempo.

1.3. Etiologia Da Síndrome De Down

A SD é de origem genética caracterizada por um erro de distribuição dos


cromossomos das células durante a divisão celular do embrião, sendo que na
maioria dos casos tem a presença de três cópias no cromossomo 21 em vez de
duas (Bull e Committee on Genetics, 2011). A alteração genética na SD presente
desde o desenvolvimento intra-interino do feto que pode ocorrer de três formas:
trissomia simples, translocação cromossómica ou mosaicismo (Silva e Kleinhans,
2006).
Casualmente esta alteração ocorre porque tem a presença de um
cromossomo 21 extra numa configuração de tricópia.
Trissomia Simples: causada por não disjunção cromossómica geralmente de
origem meiótica, ocorre em 95% dos casos de SD, é de ocorrência casual e
caracteriza-se pela presença de um cromossomo 21 extra livre, descrito da seguinte
forma no exame de cariótipo: 47 XY + 21 para o sexo feminino e 47, XX + 21 para o
sexo masculino.
15

Translocação: Também chamadas de translocações Robertsonianas


(rearranjos cromossômicos com ganho de material genético) ocorrem entre 3 a 4%
dos casos de SD, pode ser de ocorrência casual ou herdada de um dos pais. A
Trissomia do cromossomo 21 é identificada no cariótipo não como um cromossomo
livre e sim translocação envolve o cromossomo 21 e o cromossomo 14. No exame
do cariótipo é descrito como: 46, XX, t (14; 21) (14q21q) para sexo feminino e 46, X,
Y t (14q21q) para sexo masculino;
Mosaico: Detecta-se entre 1a 2% dos casos de SD, é também de ocorrência
casual e caracteriza-se pela presença de um duas linhagens celulares, uma normal
com 46 cromossomos e outra Trissômica com 47 cromossomos sendo o
cromossomo 21 extra livre. A classificação Internacional de funcionalidade,
incapacidade e Saúde (CIF) faz parte do conjunto de classificações da Organização
Mundial da Saúde e foi publicada em 1980 e revisada em 2001, sendo no mesmo
ano traduzida e validada para a língua portuguesa.
O resultado do cariótipo (genótipo) não determina as características físicas
(fenótipo) e o desenvolvimento da pessoa com SD.
16

CAPÍTULO 2. SÍNDROME DE DOWN: É PRECISO VER COM NOVOS OLHOS

2.1. Documentos Internacionais dos direitos das pessoas com deficiência

A declaração de Salamanca e ajuste da ação na área das Necessidades


Educativas Especiais: Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas
Especiais: Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca Espanha entre 7 a 10 de
Junho de 1994, em cooperação com a UNESCO, reafirmam o compromisso de uma
educação para todos, reconhecendo a necessidade e urgência na inserção de
crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais dentro do sistema
regular de ensino.
A Declaração de Salamanca acredita e proclama:

Cada criança tem o direito fundamental à educação, e deve ter a


oportunidade de conseguir e manter um nível aceitável de aprendizagem;
cada criança tem características, interesses capacidades e necessidades de
aprendizagem que lhes são próprias; os sistemas de educação devem ser
planejados e os programas educativos implementados tendo em vista a
vasta diversidade dessas características e necessidades; as crianças e
jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às
escolas regulares que a elas se devem adequar através duma pedagogia
centrada na criança capaz de ir ao encontro dessas necessidades; as
escolas regulares, seguindo esta orientação inc lusiva constituem os meios
mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando
comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e
atingindo a educação adequada à maioria das crianças e promove a
eficiência numa óptima relação custo- qualidade de todo sistema educativo
(BRASIL, 1994, pp.8-9).

A declaração ressalta o direito que toda criança tem de ter acesso à


educação independente da condição física e psicológica de cada um, pois essa é a
parte mais abstrata da educação, pouco se coloca em prática, muitos pensam em
educação para todos, mas na prática poucos realmente se dispõem a fazer a
diferença.
Voivodic (2008), comenta que a Declaração de Salamanca é um documento
importante que abriu espaços para discussões acerca de pessoas com
necessidades especiais, seus valores, suas capacidades e direitos a educação.
Não existe educação para todos, se não houver inclusão para todos, pois é
imprescindível que a escola se adapte a realidade dos alunos, isso quer dizer, todos
independente de deficiência ou não, o que se ver é inadequação no aprendizado
com crianças ditas “normais”, e muito mais nas crianças deficientes, pois educar
17

crianças especiais requer atitudes pedagógicas que as acolham, que elucide


qualquer atitude e mostre o quanto qualquer atitude discriminatória é prejudicial ao
ser humano.
Toda a estrutura das leis desafia a todos: sociedade, família, escola, e o
governo e faz com que cada um tenha um novo olhar, não só buscando informações
mais também através de projetos que deveriam ser implementados nas escolas,
pois assumir as diferenças humanas é um dever de todos, incluindo classes
favorecidas e desfavorecidas.
É importante citar um documento que é de grande importância sobre: A carta
para o Terceiro Milênio redigida e aprovada no dia 9 de Setembro de 1999, em
Londres Grã- Bretanha, traduzida do original pelo consultor de inclusão Romeu
Kazumi Sassaki.
A referida carta reforça que os assuntos que já foram discutidos sobre a
inclusão saia do papel, e realmente se torne realidade, com atitudes que visem o
verdadeiro sentido dessas leis, pois as mesmas são negadas a milhares de homens
e mulheres com deficiência, que sofrem até os dias de hoje com o preconceito e a
falta de recursos e oportunidades que não são iguais para todos.
Contudo há uma constante busca pela igualdade com o apoio de políticas e
leis que de acordo com a carta garante o acesso e a plena inclusão na sociedade.
Outro documento importante é a Declaração Internacional de Montreal sobre
a inclusão aprovada em Junho de 2001, pelo congresso Internacional “Sociedade
Inclusiva realizada em Montreal - Canadá, traduzida do original pelo consultor de
inclusão Kazumi Sassaki”.
De acordo com Declaração Internacional de Montreal apoiada na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, todos os homens nascem livres e tem direitos
iguais quanto a vida e dignidade. A declaração avigora a importância da inclusão na
sociedade para que haja parceria com a participação de todos em prol de um mundo
igualitário e digno de se viver.

2.2. Legislação Brasileira

Na educação brasileira, pessoas com necessidades especiais estão


amparadas na lei quanto ao direito à escola, saúde, cultura e lazer. Nesta acepção,
18

muitas mudanças na sociedade, nos ambientes, nas pessoas precisam ser


acertadas e assim a inclusão poderá acontecer de verdade.
De acordo com BRASIL (1988), a constituição Federal Brasileira de 1988
afirma que o acesso à educação é um direito de toda a criança e um dever de
Estado e família em parceria com a sociedade, com igualdade nas condições de
acesso e permanência, atendimento educacional especializado na rede regular de
ensino para pessoas com deficiência e, prevê ainda o atendimento de crianças de
zero a seis em creches e pré-escola. De acordo com a lei, a educação é um direito e
não um favor, pois é um dever de todos fazer valer a lei para que cada um possa
garantir o que lhe é de direito.
Outra lei que contempla os direitos das pessoas com deficiência é a lei nº7.
853 de 24 de Outubro de 1989- CORDE-Coordenadoria para Integração da Pessoa
com deficiência que assegura de acordo com o poder público e seus órgãos que as
pessoas com necessidades especiais uma vez que de acordo com a nomenclatura
“portador de deficiência”’’ não é mais utilizada deve gozar de todos os di reitos, assim
como todos os seres humanos, pois o que as torna diferente dos demais são as
condições de vida física e muitas vezes mental, mas isso não as impossibilita das
suas realizações nas atividades diárias, sendo que precisam ser respeitadas, pois
cada um tem um grau de desenvolvimento diferente do outro.
Consta em BRASIL (1989), na lei nº7. 853 o direito a inclusão dentro do
sistema educacional, entendido como a rede regular de ensino, a modalidade de
Educação para crianças na pré-escola, educação precoce, e quando os jovens ou
adultos, o direito ao ensino de 1º e 2º graus, destacando que todas essas categorias
devem ser preferencialmente em escolas públicas, ou seja, o acesso tem que ser
gratuito. Então a lei garante a educação das pessoas com necessidades especiais e
proporciona programas de educação em unidades hospitalares para aqueles que por
algum motivo estiver hospitalizado por um tempo de um ano ou mais.
O estatuto da criança e do Adolescente Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990,
dispõe proteção Integral a criança até doze anos incompletos e aos adolescentes de
doze aos dezoito anos de idade.
De acordo com a Lei 8.069/1990, artigo 3º.

A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades a fim, de lhes facultar o desenvolvimento físico,
19

mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade


(BRASIL, 1990, p.1).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) especifica o direito a


educação, cultura, esporte e lazer, realidade de poucos, e principalmente dos
deficientes menos favorecidos economicamente. Para que a lei possa de fato sair do
papel e se materializar é necessário que possa ter atendimento em ensino regular e
escolas ou serviços especializados, com currículos e recursos educativos
pedagógicos que atendam às necessidades especiais do aluno, consequentemente
as habilidades da criança surgirão e a capacidade do mesmo para se inserir na vida
social.
Algumas escolas particulares estão encontrando dificuldades para se
adequar a esta nova realidade da educação especial, pois estão tentando modificar
seu funcionamento para atender crianças com ou sem deficiência, encontram
empecilhos, pois geralmente faltam recursos humanos e pedagógicos para atender
as necessidades educacionais especiais dos alunos.
20

CAPÍTULO 3. INTERAÇÃO DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN: ESCOLA


E FAMÍLIA

3.1. A importância da família no processo de inclusão

É na família que a criança encontra refúgio, e quando amparada através de


atitudes que faça com que a criança com SD tenha autonomia e incentivo precoce,
para conviver com outras pessoas, para que isso aconteça é importante que a
família procure profissionais que possam oferecer apoio e assim a família se sinta
preparada para vencer o desafio nesse processo de inclusão.
De acordo com Silva; Dessen (2002) certamente é difícil para a família o
momento do nascimento da criança com algum tipo de deficiência. Pois aceitar e
entender a chegada desse novo membro familiar é imprescindível, mas antes, a
família passa por um desequilíbrio emocional até chegar a uma adaptação. Dessa
maneira é preciso rever os conceitos referentes à Síndrome de Down, uma vez que
a anomalia agora faz parte da realidade familiar.
O nascimento de criança requer muita atenção e tem muitos gastos, e
quando a criança nasce com alguma deficiência os pais ficam sobrecarregados, pois
as despesas e os cuidados duplicam. Com todas essas situações de ansiedade e
incertezas as dificuldades se acentuam e acabam afetando os pais, fazendo com
que os mesmos fiquem estressados e parece que a sobrecarga tende só a
aumentar.
Conforme Voivodic (2008), o papel da família é de extrema importância nos
primeiros anos de vida da criança que constitui um período crítico cheio de novas
informações que interferem no seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo.
Neste sentido, a conscientização da família é essencial para que a criança deficiente
mental possa adquirir melhores condições de vida.
Apesar de a criança com SD apresentar limitações físicas e psicológicas, ela
como qualquer ser humano, precisa se inserir no meio social, ir a festas, realizar
exercícios físicos e atividades, pois têm sentimentos, emoções e dependendo do
estímulo precoce da família, pode até resolver situações do dia a dia sem a
interferência de um responsável.
21

Algumas famílias prejudicam o desenvolvimento despropositadamente,


superprotegendo a criança, por falta de informações que consequentemente
resultam em crianças mais lentas que o normal, no cognitivo e na vida social.
Além da deficiência há uma criança que necessita da mesma coisa de todas
as crianças: que alguém brinque com ela, que aproveite a brincadeira, que tome
conta dela, que a valorize, pois ela submetida aos mesmos princípios básicos de
todas as crianças, para a constituição como sujeito psíquico.
O maior desafio da família e buscar maneiras, e lutar pela autonomia da
criança, pois os pais que não buscam e se privam da realidade traz problemas para
a própria criança.
O SD pode tentar descobrir sua própria singularidade, mas o SD que tem
pessoas que convivem com ele que o ajude, faz com que tudo se torne ainda mais
possível, pois o leva a diferenciar, e comparar sua personalidade e obter sua
construção de identidade.

3.2. O Processo de Inclusão da criança com SD no ensino regular

A escola é um canal de mudança, e o lugar mais propício para inclusão, até


mesmo para crianças que não tem nenhum tipo de deficiência tem mais avanços
quando começam a estudar, e para a criança com SD pode ser o começo para
outras transformações, não só de pensamentos, mas também de atitudes.
No âmbito escolar é um lugar que tem que ser democrático, para que todos
se sintam bem, existe certa carência sobre o assunto de inclusão nas escolas, esse
tema deveria ser mais discutido com os alunos, mesmo que não tenham nenhuma
deficiência, para que estejam preparados e saibam lidar com situações adversas,
podendo assim estar informado e ajudar no acolhimento com as crianças especiais.

Na inclusão o vocabulário integração é abandonado, uma vez que o objetivo


é incluir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente
excluídos. A meta primordial da inclusão é não deixar ninguém no exterior
do ensino regular, desde o começo (WERNECK, 1997, p.52).

As pessoas confundem inclusão com integração, mas existe uma grande


diferença entre ambos, pois a integração é um momento de brincadeira, e não tem a
devida importância como a inclusão, que é compreender e entender que todos são
diferentes.
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Todos sabem que a inclusão ainda é um desafio, porque poucos lutam por
ela, e muitos ficam sobrecarregados, pois na realidade, se um professor se dedica
aqueles alunos que necessitam de mais atenção, ele se depara com a falta de
recursos de todas as maneiras, e muitas vezes procuram recursos com o governo,
que não sai da sua zona de conforto.
Saad (2003, p. 70) fala ainda que as atitudes preconceituosas são
excludentes e se resultam na eliminação das oportunidades de desenvolvimento do
sujeito e deste se reconhecer como um cidadão. Pessoas preconceituosas são tão
egocêntricas e não percebem que estão perdendo, ao não aceitarem as diferenças,
pois aprendemos muito com as crianças especiais, elas são capazes de enfrentar
suas dificuldades, atitudes que muitas vezes os ditos “normais” não têm.
De acordo com o movimento Down:

O artigo 8º da Lei 7.853/89 especifica que recusar a inscrição de um aluno


em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a
qualquer deficiência, é crime. Além de receber multa, os diretores ou
responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com
deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos.

As adaptações curriculares ainda precisam acontecer para acompanhar


essa nova realidade, pois a inclusão é atual e está apenas engatinhando no ensino
primário, o desafio está sendo maior no Ensino Médio, e no Ensino Superior, pois as
crianças com necessidades Especiais estão passando pelos obstáculos e estão
derrubando tabus.
São considerados educandos especiais qualquer criança que tiver
dificuldades acentuadas ou não, quem precisa mudar são as pessoas e não
crianças, pois o ser humano é racional, e tem que saber que uma criança especial
pode nascer em qualquer lar, as pessoas não têm que esperar acontecer com a
família ou com alguém próximo, pois todos têm que estar preparados, pois esse é o
sentido da vida, em vencer os desafios.
A educação no Brasil em si, já não é de qualidade, e a educação inclusiva
por ser um desafio maior ainda, faz com se torne uma utopia, pois muitos estão na
zona de conforto.
Ao olhar para o passado, apesar de todos os empecilhos enfrentados pelos
que lutam pela igualdade educacional, muitas barreiras foram enfrentadas e
superadas, pois cada vez cresce mais o número de crianças com Síndrome de
Down nas escolas.
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Ainda é muito longo o caminho entre o discurso e a prática, mais é possível


perceber que muitas atitudes já foram tomadas em relação à inclusão. Como já foi
explicitada em várias vezes a sociedade limita o aprendizado das crianças com SD,
limitação essa que acontece através dos preconceitos advindos das concepções do
modelo médico de deficiência, pois muitas vezes o próprio especialista restringe as
crianças com SD de executar várias atividades.
Alfabetização e Linguagem (MEC 2008, p. 13):

(...) alfabetização como processo específico e indispensável de apropriação


do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que
possibilita ao aluno ler e escrever com autonomia. Entende-se letramento
como o processo de inserção e participação na cultura escrita. Trata-se de
um processo que tem início quando a criança começa a conviver com as
diferentes manifestações da escrita na sociedade (placas, rótulos,
embalagens comerciais, revistas e etc.) e se prolonga por toda a vida, com
a crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem
a língua escrita (leitura e redação de contratos, de livros científicos, de
obras literárias, por exemplo). Esta proposta considera que a alfabetização
e letramento são processos diferentes, cada um com suas especificidades,
mas complementares e inseparáveis, ambos indispensáveis. Assim não se
trata de escolher entre alfabetizar ou letrar; trata-se de alfabetizar letrando
(MEC, 2008, p. 13).

A perspectiva atual é procurar estratégias para que os educandos especiais


possam ser alfabetizados, e buscar ações para contornar as necessidades, fazendo
com que as pessoas com Síndrome participem de todas as atividades do cotidiano
sem serem excluídas.
A escola não pode deixar de levar em consideração que cada aluno com
Síndrome de Down tem suas singularidades, ou seja, não é porque todos têm SD
que todos são iguais, pois ninguém tem mesmo gosto, jeito, necessidades e
vontades, todos são diferentes, e é por isso que as pessoas com Síndrome têm que
ser respeitadas como qualquer ser humano.
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CAPÍTULO 4. DIFICULDADES DE PROFESSORES E CONCEPÇÕES SOBRE


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

As perspectivas recaem na prática inclusiva em sala de aula, pois muitos


docentes veem toda a teoria ensinada durante os seus estudos, se deparam com o
desafio de responder a todas as expectativas projetadas no professor.
Sendo assim acredita-se que a peça principal para o processo de inclusão, é
o professor, e a partir desse repto, é que o educando se depara com a realidade, e
encontra dificuldades a partir de sua própria formação inicial, que necessita de
atualizações frente às exigências da perspectiva da educação inclusiva.
A experiência em sala de aula é importante, mas não o suficiente para se
atualizar, pois a docente precisa de formação continuada para obter recursos para
compreender as necessidades, e não ficar estagnado, pois as metodologias
evoluem constantemente.
Schon (2000), partindo dos pressupostos epistemológicos e pedagógicos de
autores como John Dewey, Lev Vigotsky, Jean Piaget entre outros, e contrariando
com a forma de ensinar de somente baseando-se em uma construção científica,
propõe que o docente tenha metodologias que valorize o aluno e o seu saber
cultural, e a partir dessa premissa, obter harmonia entre o conhecimento do aluno e
o conhecimento sistematizado na escola. A este tipo de ensino denominou-se como
uma reflexão na ação (FACION, 2005).
Esta proposta aponta uma educação que não seja pronta e acabada, pois
dentro do âmbito escolar existem situações adversas, que não serão solucionadas
com procedimentos padrão. “O autor utiliza a expressão “talento artístico
profissional” para referir-se aos tipos de competências que os profissionais
demonstram em certas situações que são únicas, incertas e conflituosas” (Schon,
2000, p.29).
É imprescindível que o educando tenha competência e força de vontade
para que haja interação entre a teoria e a prática, pois é com base nessa junção de
conhecimentos, que os professores evoluem na sua maneira de fazer acontecer a
aprendizagem em sala de aula, pois a inserção de crianças com deficiência em sala
de aula, pode provocar mudanças na prática pedagógica do professor e exige mais
organização metodológica, de modo a criar um ambiente de aprendizagem mais rico
para todos (CARVALHO, 2003).
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Martins (2006, p. 20) ressalta que são resultados do processo educativo


“rever concepções, estratégias de ensino, de orientação e de apoio aos alunos, para
que possam ter suas necessidades atendidas, desenvolvendo o máximo suas
potencialidades”.
De acordo com Guebert (2007, p. 37) com a inclusão a deficiência passa a
ser entendida como uma característica da pessoa e não mais a pessoa como uma
deficiência. Tais mudanças precisam acontecer no âmbito escolar, pois incluir traduz
pelo respeito ao aluno, e precisa contemplar de fato todas as dimensões de
aprendizagem.
Muitos educadores se acomodam e alegam a falta de recursos para que
suas aulas sejam mais enriquecedoras, Nem todos os profissionais da escola estão
predispostos à diversidade, e torna-se decisivo na aceitação das diferenças e
singularidades de cada um, tem que haver aceitação e respeito, criando, removendo
ou intensificando os obstáculos já existentes (CARVALHO, 2003).
Para que todos possam realmente está compromissado é preciso que o
processo de inclusão compreenda uma mudança não só estrutural, mas também
conceitual.
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5. CONCLUSÃO

A inclusão social está sendo cada vez mais abordada em assuntos de


interesse escolar e social, pois atualmente há vários conceitos sobre a criança
especial que precisam ser cada vez mais inseridas em todos os sentidos da vida.
Para que esta seja efetiva, fica óbvio a necessidade do apoio de políticas
específicas na conscientização da população e que sejam realmente implantadas na
sociedade, a fim de incluir as pessoas com necessidades especiais na rede regular
de ensino.
Apesar de sua complexidade é possível à educação de crianças com
Síndrome de Down, pois todas as crianças são capazes de aprender, o que
distingue uma da outra é que algumas aprendem com mais facilidade e outras não.
A inclusão tem que ser para todos, ou seja, tanto a criança como a família precisa de
atenção, pois para que a criança tenha autonomia, é necessário que a família saiba
de todos os seus direitos, e procure recursos como: orientação pedagógica,
acompanhamento de profissionais da saúde para que a qualidade de vida tanto da
criança quanto de seus familiares seja cada vez mais aprimorada.
O mútuo apoio entre escola e família resulta-se em parceria efetiva e
notáveis mudanças positivas que de fato ganharam forças em ideias e parcerias
entre escola e família, no decorrer dos anos.
Com a conscientização e contribuição de cada indivíduo, a inclusão
acontecerá naturalmente, pois se todos se comprometerem com essa causa,
perceberão que as crianças especiais, podem sim, ter autonomia e realizar todas as
atividades cotidianas.
Através de Pesquisas bibliográficas foi possível entender e compreender a
Síndrome de Down e suas características específicas e como elas se desenvolvem
físico e intelectualmente. Abordou a questão da inclusão na rede regular de ensino,
por intermédio das leis, que garantem o direito de todos serem incluídos no âmbito
escolar.
Tendo conhecimento da complexidade do assunto, é possível constatar que
o mesmo está sendo elemento constante de investigação, apesar de todo o avanço
sobre a inclusão, ainda há muitos protótipos a serem quebrados.
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REFERÊNCIAS

COELHO, C. (13 de março de 2016). A Síndrome de Down. Disponível em:


http://www.psicologia.pt.com.br.Acesso em: 26 de Junho. 2017.

COSTA, F. M (2010). A inclusão do aluno com Síndrome de Down no ensino


regular e a relação professor e família no processo educacional. Disponível em:
<http://www.unifan,=edu.br>files>pesquisa>. Acesso em19 de Junho de 2017.

COSTA, L. D (2011). A inclusão escolar de um aluno com Síndrome de Down.


Disponível em: <http://www.bdm.unb.br>bitstream>2011_Laurinha>. Acesso em 06
de Maio de 2017.

FERREIRA M. M. (2009). Educação Inclusiva. Disponível em:


<http://www.ptscribd.com>educação- inclusivo>. Acesso em 19 de Junho de 2017.

NOGUEIRA B. K (26 Aa 29 de outubro de 2009). A inclusão escolar de uma


criança com Síndrome de Down. Disponível em:
<http://www.pucpr.br<educere2009>anais>pdf>. Acesso em 18 de Junho de 2017.

SAÚDE M. D (2012). Diretrizes de Atenção à pessoa com Síndrome de Down.


Disponível em: movimento Down <http://wwwsaude.gov.br.bvs>. Acesso em: 26 de
Junho de 2017.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades


educativas especiais. Brasília.

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