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Resumo por Tópicos da Carta de Atenas de 1933:

Primeira Parte Genera1idades


1. A Cidade e sua Região:
- Destaca que a cidade é apenas uma parte de uma região mais ampla, conectada
economicamente, socialmente e politicamente.
- Argumenta que os limites administrativos das cidades muitas vezes não correspondem à
unidade geográfica da região, o que pode dificultar uma gestão eficaz.
- Enfatiza a importância de considerar constantemente os elementos constituintes da região,
especialmente a geografia, no planejamento urbano.
2. Valores Psicológicos e Fisiológicos:
- Discute a importância da conciliação entre os princípios individuais e coletivos na vida
urbana.
- Destaca a necessidade de equilibrar a liberdade individual com a colaboração frutífera
dentro da sociedade.
3. Influência do Meio:
- Analisa como fatores geográficos, topográficos, econômicos e políticos influenciam a vida
urbana.
- Considera a geografia, o clima e a distribuição dos recursos como determinantes na
formação das cidades e na mentalidade das pessoas.
4. Situação Econômica:
- Explora como a situação econômica de uma região influencia o desenvolvimento urbano e
a qualidade de vida dos habitantes.
- Destaca a importância dos recursos locais e das conexões com o exterior no crescimento e
prosperidade das cidades.
5. Situação Política:
- Examina como o sistema político e administrativo de uma região afeta a organização e a
estabilidade das cidades.
- Reflete sobre a dinâmica política e as possíveis mudanças nos sistemas administrativos ao
longo do tempo.
6. Desenvolvimento Histórico das Cidades:
- Descreve como fatores históricos moldaram as características e o layout das cidades ao
longo do tempo.
- Analisa as influências defensivas, geográficas e culturais na formação das cidades e em
sua evolução.
7. Mudanças Contínuas:
- Considera as constantes mudanças na vida urbana, incluindo variações na população, na
prosperidade econômica e nas tecnologias de transporte.
- Reflete sobre a importância de preservar os valores históricos e culturais das cidades,
enquanto se adapta às mudanças sociais e tecnológicas.
8. Impacto da Era da Máquina:
- Analisa os efeitos da revolução industrial e da urbanização rápida na vida urbana.
- Destaca os desafios resultantes do rápido crescimento das cidades e da transformação dos
meios de produção.

Segunda Parte Estado Atual Crítico das Cidades Habitação Observações


9. Estado Atual Crítico das Cidades: Habitação
- Descrição das condições de densidade populacional nas áreas urbanas, principalmente nos
núcleos históricos e zonas de expansão industrial.
- Identificação dos sinais de degradação das habitações densamente povoadas, conhecidas
como cortiços.
- Destaque para os problemas como insuficiência de espaço, falta de luz solar, condições
insalubres e falta de instalações sanitárias.
10. Condições Habitação e Nefastas:
- Descrição das más condições habitacionais em áreas urbanas congestionadas.
- Aborda a falta de espaço, a falta de conservação das construções e a presença de uma
população com padrão de vida muito baixo.
11. Crescimento da Cidade e suas Consequências:
- Discute o crescimento desordenado das cidades, com a destruição das áreas verdes e o
aumento da desordem higiênica.
12. Distribuição das Habitações Contrária à Higiene:
- Critica a distribuição inadequada das habitações na cidade em relação às necessidades de
saúde e bem-estar dos habitantes.
13. Bairros Densos em Zonas Desfavorecidas:
- Descreve a localização de bairros densos em áreas menos favorecidas da cidade, com
condições desfavoráveis.
14. Zonas Favorecidas e Habitações de Luxo:
- Destaca a ocupação das zonas mais favorecidas pelas habitações de luxo, relacionando-as
com a busca humana por condições de vida ideais.
15. Zoneamento e Justiça Social:
- Discute o zoneamento urbano e sua importância na distribuição equitativa de recursos e
qualidade de vida para todos os cidadãos.
16. Habitações Próximas a Vias de Circulação:
- Aborda os problemas causados pelas habitações localizadas perto de vias de circulação,
como ruído e poluição.
17. Insolação das Habitações:
- Destaca a importância da insolação adequada para todas as habitações e critica o
alinhamento tradicional das casas em relação ao sol.
18. Distribuição Arbitrária das Construções:
- Critica a distribuição arbitrária das construções de uso coletivo em relação às habitações e
defende uma abordagem mais planeada.
19. Localização Inadequada das Escolas:
- Critica a localização inadequada das escolas em relação às habitações, colocando as
crianças em perigo e prejudicando sua educação.
20. Problemas nos Subúrbios:
- Descreve os subúrbios como áreas de desordem e miséria, discutindo suas causas e
consequências.
21. Incorporação Tardia dos Subúrbios:
- Critica a incorporação tardia dos subúrbios à gestão urbana, resultando em custos elevados e
problemas de infraestrutura.
22. Subúrbios como Aglomerações de Barracos:
- Descreve os subúrbios como áreas de má qualidade habitacional, com construções precárias
e população desfavorecida.
23. Melhores Localizações para Bairros Habitacionais:
- Defende a ocupação das melhores localizações urbanas para bairros habitacionais,
considerando a topografia, o clima e a insolação.
24. Determinação dos Setores Habitacionais por Higiene:
- Argumenta que os setores habitacionais devem ser determinados com base em
considerações de saúde pública.
25. Imposição de Densidades Razoáveis:
- Argumenta que as densidades populacionais devem ser impostas pelas autoridades urbanas
para garantir um desenvolvimento harmonioso.
26. Mínimo de Horas de Insolação para Moradias:
- Destaca a importância de garantir um mínimo de horas de insolação para cada moradia,
visando à saúde e ao bem-estar dos habitantes.
27. Proibição do Alinhamento das Habitações nas Vias:
- Defende a proibição do alinhamento das habitações ao longo das vias de comunicação para
proteger os habitantes da poluição e do ruído.
28. Recursos Técnicos para Construções Elevadas:
- Destaca a importância de usar recursos técnicos modernos para construir edifícios mais
altos, preservando a qualidade de vida dos habitantes.
29. Utilização de Terrenos Inexplorados:
- Propõe a utilização de terrenos inexplorados para a construção de habitações, visando à
expansão equilibrada das cidades.
30. Planos de Urbanização e Higiene:
- Argumenta que os planos de urbanização devem levar em consideração questões de higiene
para garantir a qualidade de vida dos habitantes.
31. Necessidade de Ação Urgente:
- Conclui destacando a necessidade urgente de ações para melhorar as condições
habitacionais nas cidades e garantir o bem-estar de todos os cidadãos.

Lazer Observações
30. Superfícies Livres:
- Descrição das poucas áreas de lazer nas cidades, sobrevivências de reservas do passado.
- Destaque para a importância desses espaços como locais de atividades coletivas e de lazer.
- Abordagem da necessidade de considerar o ponto de vista social na destinação dessas áreas.
31. Má Utilização das Superfícies Livres:
- Crítica à má destinação das áreas de lazer, que geralmente são inacessíveis para a maioria da
população.
- Discussão sobre a falta de influência dessas áreas na vida cotidiana das pessoas.
32. Limitações das Superfícies Livres:
- Abordagem da inadequação das áreas de lazer para melhorar as condições de vida nas zonas
congestionadas da cidade.
- Argumento sobre a importância do urbanismo em garantir condições de vida saudáveis e
momentos de lazer para os cidadãos.
33. Instalações Esportivas Provisórias:
- Descrição da precariedade das instalações esportivas nas cidades, especialmente nas
periferias.
- Classificação das horas de lazer em diferentes categorias e discussão sobre a necessidade de
reservas verdes.
34. Ligação das Áreas de Lazer com a Cidade:
- Discussão sobre a má articulação das áreas de lazer semanal com a cidade.
- Abordagem da importância de considerar os transportes públicos ao planejar essas áreas.
35. Superfícies Verdes nos Bairros Residenciais:
- Proposta para incluir espaços verdes em todos os bairros residenciais para atividades
esportivas e de lazer.
- Argumento sobre a necessidade de uma legislação adequada para garantir essa inclusão.
36. Substituição de Quarteirões Insalubres por Áreas Verdes:
- Discussão sobre a demolição de quarteirões insalubres e sua substituição por parques.
- Proposta para considerar cuidadosamente a destinação dos terrenos durante esse processo.
37. Utilização das Novas Superfícies Verdes:
- Descrição da importância de as áreas verdes serem úteis e abrigarem instalações
comunitárias ligadas à habitação.
- Argumento sobre a necessidade de subordinar essas áreas ao estatuto do solo.
38. Planeamento Adequado para as Horas de Lazer Semanais:
- Proposta para reservar e organizar espaços para lazer semanal na periferia das cidades.
- Discussão sobre a diversidade de atividades de lazer e a importância dos meios de
transporte.
39. Programa de Entretenimento e Equipamentos:
- Descrição da variedade de atividades de lazer planeadas, desde passeios até espetáculos e
esportes.
- Abordagem da importância da infraestrutura, como meios de transporte e abastecimento de
água potável.
40. Consideração dos Elementos Existentes:
- Discussão sobre a importância de preservar e reparar as belezas naturais e criar novos locais
para lazer.
- Argumento sobre o papel dos governantes na promoção de atividades de lazer para melhorar
a saúde física e moral da população.

Trabalho Observações
41 - Disposição dos Locais de Trabalho:
- Descrição da mudança na organização dos locais de trabalho nas cidades, devido ao
desenvolvimento industrial e ao crescimento urbano.
- Anteriormente, habitação e oficina estavam próximas, mas a industrialização separou essas
funções, levando a uma desordem na organização do trabalho.
- As fábricas foram instaladas em locais inadequados, causando poluição e problemas de
transporte para os trabalhadores.
42 - Ligação Habitação-Trabalho:
- Observação sobre a falta de conexão entre habitação e trabalho, resultando em
deslocamentos extenuantes para os trabalhadores.
- O desenvolvimento industrial levou à saturação das cidades e ao surgimento de subúrbios
desorganizados.
- Os trabalhadores enfrentam longas jornadas de transporte público, afetando negativamente
sua qualidade de vida.
43 - Horas de Pico nos Transportes:
- Descrição das condições caóticas nos transportes públicos durante as horas de pico.
- Os trabalhadores sofrem com viagens cansativas e dispendiosas devido à falta de
organização eficiente nos transportes.
- A questão central é escolher entre priorizar os transportes ou o bem-estar dos usuários.
44 - Crescimento Descontrolado das Cidades:
- Crítica à falta de planeamento urbano e à especulação imobiliária, resultando em
crescimento desordenado das cidades.
- A indústria se instala aleatoriamente, sem considerar o impacto na comunidade.
- Falta de regulação leva à improvisação, prejudicando o desenvolvimento urbano
sustentável.
45 - Concentração de Escritórios nos Centros de Negócios:
- Observação sobre a concentração de escritórios nos centros urbanos, levando à especulação
imobiliária.
- Falta de organização adequada para o desenvolvimento natural dos negócios e
administração.
- Necessidade de instalações adequadas para promover eficiência e bem-estar nos locais de
trabalho.
46 - Redução das Distâncias entre Habitação e Trabalho:
- Proposta de redistribuição planeada dos locais de trabalho para reduzir as distâncias entre
habitação e trabalho.
- Sugestão de concentração industrial ao longo de vias de transporte para melhorar as
condições de vida dos trabalhadores.
- Argumento a favor de uma disposição linear das indústrias em vez de concêntrica.
47 - Separação entre Setores Industriais e Habitacionais:
- Argumento para separar os setores industriais dos habitacionais com zonas verdes.
- Proposta de cidade industrial linear, com habitação situada paralelamente às indústrias,
protegida da poluição.
- Oferta de três tipos de habitação para escolha dos habitantes, visando a melhor qualidade de
vida.
48 - Localização das Zonas Industriais:
- Sugestão de localização das zonas industriais ao longo de vias de transporte para facilitar o
escoamento de produtos.
- Necessidade de coordenar o desenvolvimento industrial com a infraestrutura de transporte.
- Destaque para a importância de novas vias de transporte mecânico.
49 - Localização do Artesanato nas Cidades:
- Reconhecimento da importância do artesanato para a vida urbana e sugestão de locais
designados para essas atividades.
- Argumento para situar os locais de trabalho artesanal nos centros urbanos para aproveitar o
ambiente criativo.
- Observação sobre a diferença entre o artesanato e a indústria em termos de necessidades de
localização.
50 - Importância da Boa Comunicação nos Centros de Negócios:
- Observação sobre a centralidade dos centros de negócios e a necessidade de boa
comunicação com outros setores urbanos.
- Descrição das características ideais para a localização dos centros de negócios, visando a
eficiência e a acessibilidade.

Circulação Observações
51. Origem e Desenvolvimento das Vias Urbanas:
- As cidades europeias desenvolveram-se em torno das grandes vias de comunicação desde a
antiguidade, muitas vezes seguindo planos deliberados.
- A disposição das vias urbanas é influenciada pela topografia da região, resultando
frequentemente em traçados sinuosos.
- O crescimento das cidades levou à formação de ruas principais que se ramificam em artérias
secundárias à medida que a cidade cresce.
52. Desafios Atuais das Grandes Vias de Comunicação:
- As antigas vias urbanas foram projetadas para pedestres ou coches e não são adequadas para
os meios de transporte mecânicos modernos.
- A disposição das cidades antigas em ruas estreitas e blocos edificados não corresponde mais
às necessidades atuais.

53. Incompatibilidade com Novas Velocidades:


- A incompatibilidade entre as velocidades dos veículos mecânicos e dos pedestres gera
conflitos e insegurança.
- As distâncias entre os cruzamentos das ruas são muito pequenas para permitir a boa
progressão dos veículos.
54. Necessidade de Distâncias Adequadas entre Cruzamentos:
- Distâncias maiores entre os cruzamentos das ruas são necessárias para permitir a progressão
adequada dos veículos.
- Espaços de 200 a 400 metros deveriam separar os cruzamentos para garantir uma circulação
mais eficiente.
55. Insuficiência da Largura das Ruas:
- A largura das ruas é muitas vezes insuficiente para acomodar o tráfego de veículos.
- Alargar as ruas é uma operação dispendiosa e nem sempre eficaz devido à natureza das
antigas vias urbanas.
56. Irregularidades na Malha das Ruas:
- A malha viária das cidades antigas apresenta deficiências em relação à circulação moderna,
faltando precisão, flexibilidade e adequação.
- A circulação moderna requer uma abordagem mais complexa para satisfazer as necessidades
de vários tipos de veículos.
57. Restrições Causadas por Composições Monumentais:
- Certas avenidas concebidas para propósitos representativos podem ser um obstáculo à
circulação moderna.
- A circulação eficiente requer um programa cuidadosamente estudado para regularizar os
fluxos de tráfego.
58. Impacto das Vias Férreas na Urbanização:
- As vias férreas, ao penetrarem nas cidades, frequentemente dividem zonas habitacionais e
prejudicam a integração urbana.
- O urbanismo deve considerar o remanejamento das redes ferroviárias para integrá-las
harmoniosamente ao plano geral da cidade.
59. Importância da Análise Estatística da Circulação:
- Análises estatísticas rigorosas são necessárias para compreender o fluxo de tráfego na
cidade e identificar pontos críticos.
- Essas análises ajudam a determinar a destinação específica de cada via de circulação e suas
características necessárias.

60. Classificação e Construção de Vias de Circulação:


- As vias de circulação devem ser classificadas de acordo com sua natureza e projetadas para
acomodar diferentes tipos de veículos e suas velocidades.
- Medidas como a separação de pedestres e veículos são necessárias para melhorar a
circulação nas cidades.
61. Organização de Cruzamentos em Circulação Contínua:
- Os cruzamentos de tráfego interno devem ser organizados para permitir uma circulação
contínua, evitando paradas desnecessárias.
- Interligações entre vias de circulação principais e secundárias devem ser estabelecidas para
facilitar o fluxo de tráfego.
62. Separação de Fluxos de Pedestres e Veículos:
- A separação radical entre caminhos de pedestres e veículos mecânicos é essencial para uma
reforma fundamental da circulação urbana.
- Isso pode abrir caminho para um urbanismo mais sensato e eficiente.
63. Diferenciação das Ruas de Acordo com sua Destinação:
- As ruas devem ser diferenciadas de acordo com sua função, como residenciais, de passeio,
de trânsito e vias principais.
- Cada tipo de rua deve ter um regime específico para atender às suas necessidades e
características.
64. Isolamento das Vias de Grande Circulação com Zonas Verdes:
- As vias de grande circulação devem ser isoladas por zonas verdes para evitar interferências
com construções e proporcionar um ambiente mais agradável.
- A circulação eficiente requer uma revisão completa da organização das vias urbanas.

Patrimônio Histórico das Cidades


65. Salvaguarda dos Valores Arquitetônicos:
- Destaca a importância de preservar edifícios ou conjuntos urbanos que conferem
personalidade e alma às cidades ao longo dos séculos.
- Argumenta que essas obras são testemunhos preciosos do passado e devem ser respeitadas e
protegidas por seu valor histórico, sentimental e plástico.
- Enfatiza a responsabilidade dos detentores dessas obras de transmiti-las intactas para as
gerações futuras.
66. Salvaguarda dos Testemunhos do Passado:
- Argumenta que as obras do passado merecem ser preservadas se expressam uma cultura
anterior e correspondem a um interesse geral.
- Destaca a necessidade de discriminar e escolher sabiamente o que deve ser preservado,
considerando os interesses da cidade e da população.
67. Equilíbrio entre Conservação e Justiça Social:
- Adverte contra o culto excessivo ao passado que pode negligenciar as questões de justiça
social.
- Destaca a importância de resolver problemas relacionados à conservação de bairros antigos
de forma a conciliar o valor histórico com a salubridade das habitações.
68. Soluções para Obstáculos Urbanos:
- Propõe soluções criativas para resolver obstáculos urbanos causados pelo crescimento da
cidade, como desvios de circulação ou deslocamento de centros de atividade intensa.
69. Demolição de Cortiços para Criação de Espaços Verdes:
- Sugere que a demolição de cortiços ao redor de monumentos históricos pode ser uma
oportunidade para criar áreas verdes, melhorando assim o ambiente urbano.
70. Rejeição do Emprego de Estilos do Passado em Construções Novas:
- Condena o uso de estilos do passado em novas construções nas zonas históricas,
argumentando que isso é contrário à evolução da história e resulta em imitações vazias e
desacreditadas.

Terceira Parte
Conclusões Pontos de doutrina
Este trabalho aborda uma série de questões relacionadas ao estado atual das cidades e propõe
soluções baseadas nos princípios do urbanismo contemporâneo. Aqui está um resumo por
tópicos:
71 - Desordem Urbana: Muitas cidades enfrentam um estado caótico que não atende às
necessidades básicas de sua população, refletindo a ausência de adaptação às demandas
humanas.
72 - Interesses Privados e Falta de Controle: O crescimento descontrolado dos interesses
privados, sem supervisão efetiva, é apontado como uma das causas da situação caótica das
cidades.
73 - Desigualdade entre Interesses Privados e Controle Social: Os interesses privados
prevalecem sobre a solidariedade social e o controle administrativo, resultando em
desequilíbrio e injustiças.
74 - Desenvolvimento Descontrolado: O desenvolvimento das cidades ocorre sem precisão,
ignorando os princípios do urbanismo moderno e resultando em caos.
75 - Libertação Individual e Ação Coletiva: O planeamento urbano deve garantir tanto a
liberdade individual quanto os benefícios da ação coletiva.
76 - Escala Humana: O dimensionamento urbano deve respeitar a escala humana em todas as
suas formas, como medidas, distâncias e horários.
77 - Quatro Funções-Chave do Urbanismo: Habitar, trabalhar, recrear e circular são
fundamentais para o planeamento urbano moderno.
78 - Planeamento dos Setores Urbanos: Os planos devem determinar a estrutura dos setores
urbanos, levando em consideração as quatro funções-chave.
79 - Regulamentação do Ciclo das Funções Diárias: O planeamento urbano deve regular o
ciclo diário das funções básicas, com a habitação como ponto central.
80 - Impacto das Velocidades Mecânicas: A proliferação de veículos mecânicos nas cidades
traz perigos e congestionamentos, comprometendo a saúde e a higiene urbana.
81 - Revisão do Princípio de Circulação Urbana: O princípio de circulação urbana deve ser
revisto, com uma classificação das velocidades e uma reforma do zoneamento.
82 - Urbanismo em Três Dimensões: O urbanismo deve considerar não apenas as dimensões
horizontais, mas também a dimensão vertical para criar espaços livres e organizar as
circulações modernas.
83 - Estudo da Cidade e da Região: O urbanismo deve estudar a cidade em relação à sua
região de influência, substituindo os planos municipais por planos regionais.
84 - Crescimento Harmonioso: O crescimento urbano deve ser harmonioso, com uma visão
de longo prazo e uma estruturação cuidadosa das partes da cidade.
85 - Necessidade de Programas e Leis Urbanas: É urgente estabelecer programas e leis
urbanas para orientar o desenvolvimento das cidades de forma planeada e coerente.
86 - Elaboração do Programa Urbano: Os programas urbanos devem ser baseados em análises
rigorosas e reunir recursos naturais, dados econômicos e valores espirituais.
87 - Escala Humana na Arquitetura: A arquitetura deve ser orientada pela escala humana e
servir às necessidades do homem.
88 - Unidade Habitacional como Base Urbana: A unidade habitacional é fundamental para
estabelecer relações equilibradas entre habitação, trabalho e lazer na cidade.
89 - Relações na Unidade-Moradia: A unidade-moradia estabelece as relações entre
habitação, trabalho e lazer no espaço urbano.
90 - Utilização da Técnica Moderna: As técnicas modernas devem ser utilizadas para
enriquecer a arte de construir e garantir a qualidade das intervenções urbanas.
91 - Influência dos Fatores Políticos e Sociais: Os fatores políticos, sociais e econômicos
exercem uma influência significativa sobre o desenvolvimento urbano.
92 - Papel da Arquitetura na Cidade: A arquitetura desempenha um papel crucial na
organização e no desenvolvimento da cidade, sendo responsável pelo bem-estar e pela beleza
urbana.
93 - Contradição entre Necessidades e Propriedade do Solo: A necessidade de regulamentar a
disposição do solo para equilibrar as necessidades individuais e coletivas entra em conflito
com a propriedade privada do solo.
94 - Regulamentação do Interesse Privado: O interesse privado deve ser subordinado ao
interesse coletivo para garantir o bem-estar e a harmonia na cidade.
Este trabalho enfatiza a necessidade de uma abordagem planeada e holística para o
desenvolvimento urbano, priorizando o bem-estar humano, a harmonia social e a
sustentabilidade ambiental.

Notas Sobre os Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM)


1928 - Fundação dos CIAM
Em 1928, um grupo de arquitetos modernos reuniu-se na Suíça, no castelo de La Sarraz Vaud,
graças à generosa hospitalidade de Madame Hélène de Mandrot. Depois de examinarem, com
base num programa elaborado em Paris, o problema enfrentado pela arte de construir,
estabeleceram um ponto de vista sólido e decidiram reunir-se para enfrentar as verdadeiras
tarefas da arquitetura. Assim, foram fundados os Congressos Internacionais de Arquitetura
Moderna, os CIAM.
A Declaração de La Sarraz, assinada por arquitetos representantes de grupos nacionais de
arquitetos modernos, expressa as seguintes ideias:
1. Unidade de Pontos de Vista: Os arquitetos afirmam sua unidade de pontos de vista sobre as
concepções fundamentais da arquitetura e suas obrigações profissionais.
2. Construir como Atividade Elementar: A construção é vista como uma atividade
fundamental do ser humano, intimamente ligada à evolução da vida.
3. Expressão do Espírito da Época: O destino da arquitetura é expressar o espírito de uma
determinada época.
4. Necessidade de uma Nova Concepção da Arquitetura: Há a afirmação da necessidade de
uma nova concepção da arquitetura que atenda às exigências materiais, sentimentais e
espirituais da vida presente.
5. Impacto do Maquinismo: Reconhecimento das perturbações profundas causadas pelo
maquinismo, implicando que a transformação da estrutura social e da ordem econômica
requer uma transformação correspondente no fenômeno arquitetônico.
6. Harmonização dos Elementos do Mundo Moderno: Os arquitetos estão reunidos para
pesquisar a harmonização dos elementos presentes no mundo moderno e recolocar a
arquitetura em seu verdadeiro plano, que é de ordem econômica e sociológica, e inteiramente
a serviço da pessoa humana.
7. Libertação da Dominação das Academias: A arquitetura escapará da dominação
esterilizante das academias ao ser colocada a serviço da pessoa humana e integrada às
necessidades econômicas e sociológicas.
8. Associação para Realização de Aspirações: Firmes nesta convicção, os arquitetos declaram
sua associação para realizar suas aspirações na área da arquitetura moderna.
1. Economia Geral:
- O equipamento de um país requer uma ligação estreita entre arquitetura e economia geral.
- O conceito de "rendimentos" não se limita ao lucro comercial máximo, mas sim à produção
suficiente para satisfazer as necessidades humanas.
- O verdadeiro rendimento resulta da racionalização e normatização, aplicadas de forma
flexível tanto nos projetos arquitetónicos como nos métodos industriais de execução.
- É necessário que a arquitetura aproveite os recursos oferecidos pela técnica industrial,
mesmo que isso resulte em realizações diferentes das do passado.
(Note: "Arquitetura" refere-se à arquitetura como disciplina ou campo de estudo.)
Urbanismo:
1. Definição de Urbanismo:
- O urbanismo é a administração dos lugares e dos locais diversos que devem abrigar o
desenvolvimento da vida material, sentimental e espiritual, tanto em aglomerações urbanas
quanto em agrupamentos rurais.
- Não deve estar exclusivamente subordinado a critérios estéticos, mas sim funcionais.
2. Funções Fundamentais do Urbanismo:
- O urbanismo deve garantir as três funções fundamentais: habitar, trabalhar e recrear-se.
- Seus objetivos incluem a ocupação do solo, organização da circulação e legislação.
3. Desafios Atuais do Urbanismo:
- As aglomerações urbanas enfrentam desafios relacionados à ocupação desordenada do
solo, circulação inadequada e densidade mal distribuída.
- É necessário recalibrar as relações entre os locais destinados às funções urbanas, buscando
uma justa proporção entre volumes edificados e espaços livres.
4. Soluções Propostas:
- Propõe-se substituir o parcelamento desordenado do solo por uma economia territorial de
reagrupamento, que permita uma distribuição justa das mais-valias entre proprietários e
comunidade.
- Este reagrupamento é fundamental para um urbanismo capaz de atender às necessidades
presentes da sociedade.
A Arquitetura e a Opinião Pública
É crucial que os arquitetos exerçam influência sobre a opinião pública e a familiarizem com
os meios e recursos da nova arquitetura. O ensino acadêmico distorceu o gosto público,
muitas vezes ignorando os problemas reais da habitação. A opinião pública está mal
informada e os utilizadores, em geral, têm dificuldade em expressar seus desejos
habitacionais. Além disso, a habitação tem sido historicamente negligenciada pelos
arquitetos. Um conjunto de verdades básicas, ensinadas na escola primária, poderia servir
como base para uma educação doméstica. Tal ensino poderia gerar gerações com uma
compreensão saudável da moradia, constituindo assim a futura clientela dos arquitetos,
capazes de exigir uma solução para os problemas habitacionais há tanto tempo
negligenciados.
A Arquitetura e o Estado
Os arquitetos, motivados a trabalhar no interesse genuíno da sociedade moderna, criticam as
academias conservadoras do passado por negligenciarem o problema da habitação em favor
de uma arquitetura luxuosa. Consideram que essas academias comprometem a formação dos
arquitetos desde o início e impedem a entrada do novo espírito que poderia revitalizar e
renovar a arte da construção.
Objetivos do CIAM
Os objetivos dos CIAM são: formular o problema arquitetônico contemporâneo; apresentar a
idéia arquitetônica moderna; fazer essa idéia penetrar nos círculos técnicos, econômicos e
sociais; zelar pela solução do problema da arquitetura.
Os Congressos do CIAM
Desde o momento de sua fundação, os CIAM avançaram pelo caminho das realizações
práticas: trabalhos coletivos, discussões, resoluções, publicações. Os congressos CIAM, que
sempre foram assembléias de trabalho, escolheram sucessivamente diferentes países para se
reunir. A cada vez, eles provocaram, nos centros profissionais e na opinião pública, uma
agitação fecunda, uma animação, um despertar.
1928 - 1° Congresso, La Sarraz, Fundação dos CIAM.
1929 - 2° Congresso, Frankfurt (Alemanha), Estudo da moradia mínima.
1930 - 3° Congresso, Bruxelas, Estudo do loteamento racional.
1933 - 4° Congresso, Atenas, Análise de 33 cidades. Elaboração da Carta do Urbanismo.
1937 - 5° Congresso, Paris, Estudo do problema moradia e lazer.
1947 - 6° Congresso, Bridgwater, Reafirmação dos objetivos dos CIAM.
1949 - 7° Congresso, Bérgamo, Execução da Carta de Atenas, nascimento da grille CIAM de
urbanismo.
1951 - 8° Congresso, Hoddesdon, Estudo do centro, do coração das cidades.
1953 - 9° Congresso, Aix-en-Provence, Estudo do habitat humano.
1956 - 10° Congresso, Dubrovnik, Estudo do habitat humano

Consulta: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5515054/mod_resource/content/1/Carta
%20de%20Atenas%201933.pdf

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