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gramaticais
Adaptação
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Editoração
Stela Maria Dias Queiroz
Revisão textual
Erika Fabiana Mendes Salvador
Diagramação
Andrezza de Cássia dos Santos
Douglas Silva Ribeiro
Ilustrações
Getty images. Acervo Uniube.
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
CDD 469.5
Sobre o autor
Newton Luís Mamede
Apresentação...................................................................................... VII
Bons estudos!
Capítulo
Gramática e estrutura
morfossintática
1
Introdução
Nas instituições de educação no Brasil, o estudo da Língua
Portuguesa vem passando, nas duas últimas décadas, por
algumas transformações decorrentes dos avanços dos estudos
linguísticos, mormente os praticados por novos pesquisadores,
ou “pesquisadores novos”, em seus trabalhos universitários,
monografias, dissertações de mestrado ou teses de doutorado.
Objetivos
Ao término deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
1.1 Língua padrão e língua coloquial
1.1.1 Língua padrão
1.1.2 Língua coloquial
1.2 Estudos gramaticais da Língua Portuguesa
1.3 Classes de palavras
1.3.1 Palavras variáveis
1.3.2 Palavras invariáveis
1.4 Conclusão
UNIUBE 3
IMPORTANTE!
• Estão presentes nas grandes obras dos grandes escritores. Por isso,
socialmente, as palavras são chamadas “palavras difíceis”, ou “palavras
bonitas”, pelas pessoas comuns.
• De emprego literário, jornalístico, científico didático, jurídico. Conforme
visto nas outras características, é o nível empregado e praticado nos
setores cultos e formais da sociedade.
IMPORTANTE!
É claro que isso não deve ser entendido ao pé da letra. Não se considera
erro, sim, na língua coloquial. Esta decorre do nível de cultura do falante.
O habitante sertanejo e analfabeto, mas não surdo-mudo, fala o idioma
pátrio satisfatoriamente. Uma frase como “nóis já armuçô” não pode ser
considerada “errada” se proferida por um sertanejo analfabeto.
UNIUBE 7
Uma concordância indevida, uma grafia errada, uma frase mal construída
ou ambígua ou uma palavra mal-empregada são desvios que se devem
corrigir no emprego culto da língua, para que a expressão seja adequada
ao nível cultural e intelectual de seu usuário.
Figura 1: Gato.
Gat -o
-a
-o-s
-a-s
1.3.1.1 Substantivo
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Classificações do substantivo
homem, menino,
cão, gato, macaco, urso, copo, cadeira, chave, livro,
criança, mulher, moço,
boi, leão, gafanhoto. martelo, alçapão, garfo.
José, Maria, Paulo.
QUALIDADES ESTADOS
O substantivo amor é abstrato, mas o amor é real, ele existe de fato, não
é um ser apenas imaginário.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Arquipélago: ilhas.
Banda: músicos.
Cardume: peixes.
Constelação: estrelas.
Corja: velhacos, vadios, desordeiros.
Esquadrilha: aviões.
Fauna: animais de uma região ou país.
Flora: vegetais de uma região ou país.
Junta: bois, médicos, examinadores.
Matilha: cães caçadores.
Nuvem: gafanhotos.
Prole: filhos.
Quadrilha: ladrões.
Turma: pessoas, alunos.
Vara: porcos.
UNIUBE 13
Flexão do substantivo
• Gênero
Particularidades genéricas
Exemplos:
Observação!
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
• o homem /a mulher
• o bode / a cabra
• o cavalo / a égua
• o carneiro / a ovelha
• o boi / a vaca
• o burro / a mula
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Outras particularidades
• o poeta / a poetisa
• o maestro / a maestrina
• o imperador / a imperatriz
• o embaixador / a embaixatriz (mulher do embaixador), a embaixadora
(a titular da função)
• o perdigão / a perdiz
• o sacerdote / a sacerdotisa
• o profeta / a profetisa
• o bispo / a episcopisa
• o papa / a papisa
• o frade / a freira
• o frei / a sóror
• o marajá / a marani
• o judeu / a judia
Note que é errada a flexão do feminino “bispa”, muito frequente nos dias
atuais devido à existência de mulheres que detêm esse título em certas
religiões.
• Número
claraboias pontapés
girassóis vaivéns
beija-flores guarda-chuvas
pega-ladrões
furta-cores guarda-roupas
18 UNIUBE
Observação!
os bota-fora os perde-ganha
os leva-e-traz os pisa-mansinho
reco-recos tique-taques
tico-ticos bem-te-vis
alto-falantes
ex-diretores
(note que “alto”, neste caso, é
sempre-vivas
advérbio, palavra invariável)
vice-presidentes
abaixo-assinados
UNIUBE 19
Exemplos:
EXPLICANDO MELHOR
Note que, aqui, não ocorre a consoante de ligação -z- antes do sufixo
-inho. A letra S de “pires” e de “lápis” é parte da palavra primitiva, e não
desinência de plural.
1.3.1.2 Adjetivo
Exemplos:
livro novo
casa nova
cidade grande
menina bonita
carro branco
rua estreita
conta errada
Exemplos:
Classificação do adjetivo
Restritivo
ADJETIVO
Explicativo
Flexão do adjetivo
• Gênero
menina inteligente
mulher elegante
pessoa feliz
atitude louvável
• Número
camisas amarelo-claras
clínicas médico-cirúrgicas
24 UNIUBE
nações latino-americanas
conferências luso-brasileiras
conferências luso-franco-brasileiras
reações físico-químicas
camisas verde-água
saias vermelho-sangue
blusas amarelo-limão
paredes azul-piscina
Graus do adjetivo
a) Superlativo relativo
De superioridade: o mais...de.
Ex.: João é o mais estudioso dos alunos.
De inferioridade: o menos...de.
Ex.: João é o menos estudioso dos alunos.
UNIUBE 25
b) Superlativo absoluto
agudo: acutíssimo
amargo: amaríssimo
áspero: aspérrimo
benéfico: beneficentíssimo
benévolo: benevolentíssimo
célebre: celebérrimo
comum: comuníssimo
cristão: cristianíssimo
cruel: crudelíssimo
doce: dulcíssimo
fácil: facílimo
fiel: fidelíssimo
humilde: humílimo
incrível: incredibilíssimo
íntegro: integérrimo
UNIUBE 27
livre: libérrimo
magro: macérrimo
magnífico:magnificentíssimo
maléfico: maleficentíssimo
malévolo: malevolentíssimo
negro: nigérrimo
nobre: nobilíssimo
pessoal: personalíssimo
pobre: paupérrimo
sábio: sapientíssimo
sagrado: sacratíssimo
1.3.1.3 Artigo
1.3.1.4 Numeral
Centenas
cem centésimo
duzentos ducentésimo (e não “duocentésimo”)
trezentos trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo
quinhentos quingentésimo
seiscentos sexcentésimo ou seiscentésimo
setecentos septingentésimo
oitocentos octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo
1.3.1.5 Pronome
Classificações do pronome
a) Pronomes pessoais
Singular Plural
1.ª pessoa: eu nós
2.ª pessoa: tu vós
3.ª pessoa: ele / ela eles / elas
Singular Plural
3a pessoa: se, si; consigo; o, a; lhe se, si; consigo; os, as; lhes
Singular Plural
3.ª pessoa: se, si; consigo; o, a; lhe se, si; consigo; os, as; lhes
• LO, LA, LOS, LAS: depois de formas verbais terminadas nas letras
R, S ou Z, letras que se eliminam.
Fizeram-no (fizeraM-O)
Fizeram-nas (fizeraM-AS)
Dão-no (dÃO-O).
Propõe-na (propÕE-A).
Exemplos:
Eu me feri.
Tu te feriste.
Ele se feriu.
Nós nos ferimos.
Vós vos feristes.
Eles se feriram.
Exemplos:
Ele me feriu.
Eu te feri.
Ele nos feriu.
Eu os feri.
Nós o ferimos.
Eu vos feri.
Ele se feriu.
Ele ficou fora de si.
Ele fala consigo mesmo.
Eu o feri.
Eu a conheço.
Eu falo com ele.
Eu o conheço.
Há tempo não a vejo.
Quero encontrá-lo.
Encontraram-no.
b) Só objeto indireto:
Constitui erro, desvio da norma culta, dizer “Eu lhe conheço”, “Há tempo
não lhe vejo”, pois o pronome lhe não funciona como objeto direto, e os
verbos “conhecer” e “ver” são transitivos diretos.
b) Pronomes possessivos
c) Pronomes demonstrativos
Alguns exemplos:
Alguns exemplos:
d) Pronomes indefinidos
Os principais são:
Alguns exemplos:
Exemplos:
Alguém me chamou?
Ninguém me viu.
Nada se perde.
Tudo lhe agrada.
Cada coisa em seu lugar.
e) Pronomes relativos
1.3.1.6 Verbo
1a conjugação: mand-ar
2a conjugação: vend-er
3a conjugação: part-ir
-o
-as
-a
-amos
-ais
-am
Exemplos:
Assim, por exemplo, o verbo faz-er, cujo radical original é faz-, possui, nas
flexões de pessoas, números, tempos e modos, as seguintes alterações
do radical, constituindo, portanto, mais de um radical:
Exemplos:
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Exemplos:
Exemplo:
Eu ..............
Tu aboles
Ele abole
Nós abolimos
Vós abolis
Eles abolem
Exemplo:
REGULAR IRREGULAR
matar matado morto
aceitar aceitado aceito
imprimir imprimido impresso
pagar pagado pago
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto
eleger elegido eleito
entregar entregado entregue
Note que existem verbos que não são abundantes no particípio, sendo
alguns só regulares, e outros só irregulares.
Fui à casa do Alfredo, mas ele ainda não tinha chego. (correto: chegado)
O deputado tinha falo a verdade. (correto: falado)
O funcionário não tinha trago o dinheiro. (correto: trazido)
Conjugações
pus-E-r
pus-E-sse
1.3.2.1 Advérbio
Classificação do advérbio
Locuções adverbiais
às mil
às vezes às claras às ocultas às pressas
maravilhas
de vez em pouco a
de cor em breve de propósito
quando pouco
em breve: brevemente
às pressas: apressadamente
às claras: claramente
de propósito: propositalmente
1.3.2.2 Preposição
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos entre si, dentro da
oração, estabelecendo entre esses termos uma relação de complemento ou
de subordinação sintática e semântica.
UNIUBE 49
Exemplos:
Principais preposições: de, em, para, por, com, sem, contra, sobre, sob,
entre, desde, ante, antes, após.
Combinação
Locuções prepositivas
abaixo de, acima de, acerca de, a fim de, além de, a respeito de, na conta
de, ao redor de, a par de, apesar de, depois de, diante de, em torno de,
em vez de, por causa de, através de, junto a, por detrás de, para com.
1.3.2.3 Conjunção
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações entre si, dentro
do período, estabelecendo entre essas orações relações de coordenação e
de subordinação.
EXEMPLIFICANDO!
As conjunções são palavras da língua que têm como função ligar orações
ou termos de mesmo valor gramatical, por exemplo:
Conjunções coordenativas
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Conjunções subordinativas
Classificam-se em:
CONJUNÇÕES
SUBORDINATIVAS
ADVERBIAIS INTEGRANTES
54 UNIUBE
Exemplos:
Ele chorou como uma criança. Jorge estuda mais que seu irmão.
Jorge estuda tanto quanto seu irmão.
Locuções conjuntivas
já que, visto que, desde que, uma vez que, ainda que, por mais que, a
menos que, contanto que, à medida que, à proporção que, antes que.
Exemplo:
1.3.2.4 Interjeição
Exemplos:
Locuções interjetivas
ai de mim! quem me dera! ó de casa, bem feito! muito bem! valha-me Deus!
58 UNIUBE
1.4 Conclusão
A gramática é um dos pilares de uma língua, pois não existe língua sem
gramática. A simples fala de um sertanejo analfabeto possui gramática.
Quando um caminhante encontra outro e pergunta “Cê tá bão?”, existe,
nessa fala, uma estrutura gramatical: “cê”, para a 3.ª pessoa do singular;
“tá”, forma verbal na mesma pessoa para concordar com o sujeito “cê”;
“bão”, masculino, para se referir ao sexo masculino do interlocutor. E, na
resposta do outro, “tô”, há também uma estrutura gramatical: “tô”, na 1.ª
pessoa do singular, para concordar com o sujeito “eu”.
Os interlocutores não disseram “cê tô” e “eu tá”. Essas relações entre
as palavras constituem a gramática da língua, em qualquer de suas
modalidades ou níveis, tanto culta, elevada, quanto coloquial. Estudar
gramática é apreender e aprender os elementos constitutivos do idioma
para o bom domínio desse maravilhoso objeto de estudo no campo do
conhecimento científico da língua que falamos.
Resumo
Neste capítulo, você viu alguns tópicos da estrutura da Língua Portuguesa
que constituem elementos da gramática descritiva e da gramática
normativa. São situações que tornam possível o bom desempenho da
língua na modalidade culta, ou na língua padrão. Foram apresentados
aspectos ortográficos, morfológicos, sintáticos e semânticos, entre outros,
com destaque para o tópico referente às classes de palavras, pois esse
conteúdo constitui o seguro alicerce para o bom domínio do idioma.
UNIUBE 59
Referências
LUFT, Celso Pedro. Novo guia ortográfico. Porto Alegre: Globo, 1976.
SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)
sintática. 3. ed. Barueri: Manole, 2018.
Introdução
A correta expressão do pensamento por meio de linguagem
verbal é peculiaridade de uma língua, ou idioma. No nível culto,
ou norma padrão, existem estruturas próprias e distintas da
simples comunicação coloquial diária. São situações de pronúncia,
de escrita ou ortografia, de flexão de palavras e, acima de tudo, de
significado. A palavra certa para o lugar certo é uma questão
de respeito com a identidade daquilo que desejamos expressar.
Essa identidade tem a mesma natureza da identidade de uma
pessoa, por exemplo, em todas as suas marcas. Se a palavra
possui tantas letras, e eu elimino, acrescento ou troco uma letra,
eu adulterei a identidade dessa palavra. Ela passa a ser outra
palavra, como no caso de um nome próprio de pessoa: se o
nome é, por exemplo, Eliana, e eu escrevo ou falo Eliane, deixou
de ser a pessoa a quem desejo referir-me. Eu falei ou escrevi o
nome errado. É outra pessoa.
Objetivos
Ao término deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
Esquema
2.1 A estrutura da sentença e a pontuação
2.1.1 Pontuação no período simples
2.1.2 Pontuação no período composto
2.1.3 Emprego da vírgula com a conjunção e
2.2 Acentuação gráfica
2.2.1 Posição da sílaba tônica
2.2.2 Casos especiais
2.3 Dificuldades mais frequentes da Língua Portuguesa
2.3.1 Por que, por quê, porque, porquê
2.3.2 Crase
2.3.3 Palavras e expressões
2.3.4 Funções do pronome se
2.3.5 Regência de alguns verbos
2.3.6 Emprego do pronome relativo que com verbos que
regem preposição
2.4 Conclusão
64 UNIUBE
Essa é a análise da frase, tal como foi redigida. No contexto em que foi
redigido todo o texto, é provável que o personagem tenha desejado dizer
que matou a barata, informando isso à personagem Maria. Nesse caso,
a redação da frase deveria ser:
– Matei, Maria.
EXEMPLIFICANDO!
O uso das aspas indica realce, ironia, crítica, recurso da linguagem, criando
sentido contrário ao literal.
UNIUBE 67
Ordem direta: Meu irmão caçula ganhou uma bicicleta no dia de Natal.
Meu irmão caçula ganhou uma bicicleta, no dia de Natal.
Ordem inversa: No dia de Natal, meu irmão caçula ganhou uma bicicleta.
Meu irmão caçula ganhou, no dia de Natal, uma bicicleta.
Ordem direta:
Os meninos brincavam no jardim quando a festa começou.
Os meninos brincavam no jardim, quando a festa começou.
Ordem inversa:
Quando a festa começou, os meninos brincavam no jardim.
Os meninos, quando a festa começou, brincavam no jardim.
Ordem direta:
Os alunos fizeram greve porque o calendário foi modificado.
Os alunos fizeram greve, porque o calendário foi modificado.
Ordem inversa:
Porque o calendário foi modificado, os alunos fizeram greve.
Os alunos, porque o calendário foi modificado, fizeram greve.
Restritivas:
O homem que trabalha vence.
A cidade em que ele mora é progressista.
Explicativas:
O homem, que é um animal racional, é dotado de livre arbítrio.
Rio de Janeiro, que já foi a capital federal, é cidade maravilhosa.
Antes e depois da
Depois da conjunção
conjunção
Explicando:
Nenhuma vírgula
Não se usa vírgula antes nem depois da conjunção “e” quando o termo
imediatamente anterior e o imediatamente seguinte a ela forem da
mesma função sintática. Exemplos:
EXEMPLIFICANDO!
Outros exemplos:
EXEMPLIFICANDO!
Outros exemplos:
EXEMPLIFICANDO!
Outros exemplos:
O texto falado ou escrito deve ter como objetivo agir sobre o outro, para
isso é necessário um ajustamento dos propósitos do locutor/escritor
com o seu interlocutor (ouvinte/leitor). Esse ajustamento depende, entre
muitos aspectos da norma culta, da pontuação, responsável pela coesão
e coerência dos textos.
SAIBA MAIS
No caso, há:
SAIBA MAIS
Vejamos!
Palavras oxítonas
Palavras paroxítonas
E NÃO são acentuadas as palavras paroxítonas que terminam nas letras das
palavras oxítonas acentuadas: A(S), E(S), O(S), EM, ENS.
UNIUBE 85
Paroxítonas acentuadas:
Para cada nome próprio – Nádia, Fátima, Marília e Vítor – o acento foi
usado de acordo com as regras de acentuação que estamos estudando
nesta parte.
Continuando...
Atenção: Note que as paroxítonas terminadas nas letras ENS não são
acentuadas, mesmo que no singular o sejam, quando terminadas em N:
CURIOSIDADE
Palavras proparoxítonas
Monossílabos tônicos
vai(s), cai(s), rei(s), foi, viu, riu, fui, rui (do verbo “ruir” ou o nome próprio
Rui).
Ditongos abertos
SAIBA MAIS
Exceções:
Acentos diferenciais
SAIBA MAIS
Exemplos:
Este tópico apresenta alguns fatos da norma padrão ou língua culta que,
frequentemente, geram confusões, dúvidas e os desagradáveis desvios,
eufemismo de “erros”. São situações de várias ordens, em especial
ortográfica, morfológica e sintática.
Iniciamos esta parte explicando o emprego das palavras por que, porque,
por que e porquê.
SAIBA MAIS
Interrogação direta:
Por que ele foi embora?
Por que o Orlando não veio à escola?
Por que ela está chorando?
Por que a água evapora?
Interrogação indireta:
Não sei por que ele foi embora.
Quero saber por que o Orlando não veio à escola.
Diga por que ela está chorando.
Explique por que a água evapora.
Perdi o ônibus: eis por que cheguei atrasado.
O Marcos não disse por que terminou o noivado com a Olga. (Fig.8)
Olga não compreendeu por que Marcos terminou o noivado com ela.
Olga não compreendeu por que Marcos terminou o noivado com ela.
Interrogação direta:
Ele foi embora por quê?
O Orlando não veio à escola por quê?
Ela está chorando por quê?
A água evapora por quê?
Interrogação indireta:
Ele foi embora, não sei por quê.
O Orlando não veio à escola. Quero saber por quê.
Ela está chorando. Diga por quê.
A água evapora. Explique por quê.
O Alfredo terminou o noivado, mas não disse por quê.
Marcos renunciou ao cargo, não se sabe por quê.
UNIUBE 97
Coordenativa explicativa:
Venha cedo, porque há poucos lugares.
Corra, porque vai chover.
A chuva deve ter sido forte, porque a árvore caiu.
Choveu, porque o chão está molhado.
Exemplos:
Resumindo:
Por que
→ no início de
frases interrogativas
diretas:
Porquê
Por que não
participou da equivalente
reunião? Porque a “o motivo”,
Por quê “a causa”:
equivale a pois
→ em caso de (por esta razão): no final da frase: Gostaria de
frases interrogativas Você está alegre descobrir o
indiretas: – Faltei porque por quê? porquê (o
Perguntaram por estava doente. motivo) de
que ( motivo) você tantos impostos.
faltou à reunião.
→ com o sentido
de “por qual razão”:
– Você sabe por
que (razão) não
fui à reunião.
UNIUBE 99
2.3.2 Crase
A marca ortográfica da crase se faz pelo acento grave (`). Note que o
nome desse acento ou sinal gráfico é acento grave, e não crase.
Preposição Preposição
a a
Atenção: Note que a grafia com os dois “aa” é errada. Foi empregada
aqui apenas para mostrar a ocorrência dessas duas vogais que se
fundiram numa só.
Exemplos:
Atenção: Note que a grafia com os dois “aa” é errada. Foi empregada
aqui apenas para mostrar a ocorrência dessas duas vogais que se
fundiram numa só.
A rigor, pode-se afirmar que existe apenas uma regra para o emprego da
crase, que coincide com o conceito:
Importante:
Começou a chover.
Parou de chover. – E não: “da” chover
Começou a chover.
Estou disposto a colaborar.
Ele se limitou a ficar calado.
Ela estava a conversar com o marido.
Com o artigo: São duas moças. Refiro-me à que está sentada, e não à
que está em pé.
a) Locuções adverbiais
Conjunto de duas
ou mais palavras
à tarde, à noite, à faca, à máquina, à tinta, à vista, que tem a função
às claras, às escuras, às apalpadelas, às mil de um advérbio: à
noite: (advérbio de
maravilhas. tempo).
Exemplo:
Esse enunciado quer dizer que o sujeito “meu primo” frequenta escola no
período noturno, sendo o termo, pois, adjunto adverbial de tempo. Caso
a redação fosse: Meu primo estuda a noite, o enunciado queria dizer que
o sujeito “meu primo” tem como objeto de estudo a noite, isto é, ele é um
astrônomo, um cientista que estuda, pesquisa, analisa a noite. O termo
“a noite”, então, é objeto direto do verbo “estudar”.
110 UNIUBE
O enunciado quer dizer que o rapaz abriu uma faca, daquelas que
parecem canivete, tendo a lâmina dobrável, guardada dentro do cabo.
Então o termo “a faca” é objeto direto.
b) Locuções prepositivas
Exemplos:
O rapaz venceu à custa de muito sacrifício.
Vivemos à procura da felicidade.
c) Locuções conjuntivas
Locução
conjuntiva
As principais, ou praticamente únicas, são:
Conjunto de duas ou
mais palavras que
funcionam com o
à proporção que, à medida que. valor de conjunção:
apesar de =
Exemplos: embora.
Antônimo: BOM.
Exemplos: mau aluno, mau jeito, mau cheiro, mau hálito, mau humor
(bom aluno, bom...).
Exemplos: fazer o mal, praticar o mal, evitar o mal, pessoa do mal (fazer
o bem...).
Você viu que a ordem dos pronomes não interfere em seu emprego,
como “entre mim e você” ou “entre você e mim”.
É evidente que alguma forma de enunciar pode soar estranha. Mas esse
estranhamento não deve interferir no emprego correto das expressões.
Para atender à função poética da linguagem, escolha a forma que tenha
melhor sonoridade.
2.3.3.5 HÁ / A
Exemplos:
Ele mora nesta cidade há dez anos. / ...faz dez anos. (e não
“fazem”)
Há dez anos que ele mora nesta cidade. / Faz dez anos que...
(e não “Fazem”)
Ele chegou há duas horas. / ...faz duas horas. (e não “fazem”)
Há duas horas que ele chegou. / Faz duas horas que... (e não
“Fazem”)
Estamos aqui há muito tempo.
Os dinossauros existiram há milhões de anos.
Há muito que não o vejo.
Há muito não se vê tanta corrupção política.
Exemplos:
Ou
Outros exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Veja a ocorrência das duas formas na mesma frase: Quero que vocês
viajem amanhã e façam boa viagem.
Exemplos: Espero que você aja / que vocês ajam com justiça.
Os pais querem que o filho aja / que os filhos ajam com
honestidade.
É preciso que o professor aja/que os professores ajam com
elegância.
Esta situação ocorre com verbos não transitivos diretos. Então, com
verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação.
Precisa-se de operários.
Não se precisa desses livros.
Necessita-se de estagiários.
UNIUBE 127
Note, mais uma vez, que em todos esses exemplos o verbo fica na
terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Vende-se um apartamento em edifício bem localizado.
Vendem-se apartamentos em edifício bem localizado.
Exemplos:
SAIBA MAIS
A frequência com que tais verbos são empregados de forma errada, mas
por pessoas “importantes”, transformou o erro em “acerto” para as demais
pessoas, principalmente as que são dotadas de menor preparo intelectual
ou escolar. Estas veem naquelas o modelo, o paradigma do bom uso da
língua. Então, o que elas proferem é imitado. Mesmo que seja o erro.
130 UNIUBE
• Deparar
Trata-se de um verbo que admite três construções, das quais duas são
praticamente ignoradas pelo grande público, mesmo intelectual. Portanto,
pouco usadas. A terceira forma, sim, é a que muita gente conhece e
emprega erradamente.
Essas duas formas não são conhecidas do grande público. São mais de
emprego literário, erudito, clássico.
• Implicar
• Pagar, perdoar
Exemplos:
• Namorar
Exemplos:
Figura 18: Alfredo namora a Regina. (e não “com” a Regina).
Outros exemplos.
2.4 Conclusão
Resumo
Neste capítulo, você viu algumas situações de correção de linguagem
e de estruturas morfossintáticas da Língua Portuguesa. São situações
decorrentes, em geral, de conteúdos morfológicos. Foram apresentadas
algumas normas de pontuação, de ortografia, de grafia de palavras e de
expressões, de crase, de algumas estruturas sintáticas de emprego do
pronome “se” e de regência verbal. Todos esses conteúdos constituem
seguro alicerce para o bom domínio do idioma.
Referências
ANDRÉ, Hildebrando Afonso de. Gramática ilustrada da língua portuguesa.
São Paulo: Moderna, 1979.