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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: TEORIA POLITICA N - NOTURNO


PROFESSOR (A): ANDREA MORAES ALVES
ALUNA: THIFANY DE MELO MENESES
DRE: 123634112

RESUMO DIRIGIDO

RIO DE JANEIRO
2023/2
“O CONTRATO SOCIAL” DE JEAN JACQUES ROUSSEAU”

O "Contrato Social" de Jean-Jacques Rousseau, lançado


em 1762, é uma obra crucial na filosofia política, abordando a
legitimidade do poder político e apresentando uma teoria sobre a
origem e legitimidade do Estado. Essa obra exerceu considerável
influência, contribuindo para os eventos da Revolução Francesa
em 1789 e a Haitiana de 1791 a 1804.

Começando a dissecação da obra pelo livro 1, no tópico I


Rousseau articula a famosa premissa "O homem nasce livre, e
por toda a parte encontra-se acorrentado", evidenciando sua
central preocupação com a liberdade inata do ser humano. Sua
argumentação fundamenta-se na ideia de que é a sociedade que
corrompe essa liberdade natural. Ele explora a transição do
estado de natureza para a sociedade civil, introduzindo o
contrato social como um meio de conciliar a liberdade individual
com a autoridade política.

Além disso, Rousseau aborda a soberania popular, destacando


que, ao adentrar o contrato social, os indivíduos cedem suas
vontades individuais em prol da vontade geral da comunidade. A
vontade geral, no contexto, representa os interesses comuns da
sociedade e é indivisível, simbolizando a soberania do povo.
No tópico VI, falando do pacto social, Rousseau formula o pacto
social como uma estratégia para enfrentar os desafios e conflitos
vinculados à passagem do estado de natureza para a sociedade
civil. Dentre os temas explorados, destacam-se:

1. Alienação da Vontade Individual para a Vontade Geral: No


pacto social, os indivíduos pactuam em alienar uma porção de
sua liberdade natural em favor de uma vontade coletiva
designada como consenso comum. Esta última constitui-se como
a expressão dos interesses comuns da sociedade, sendo
reconhecida por sua equidade e imparcialidade.

2. Formação do Corpo Político: No ato de ingressar no pacto


social, os indivíduos estabelecem a configuração de um corpo
político ou comunidade, no qual a governança é exercida pela
vontade geral. Nesse contexto, a legitimidade da autoridade
política se origina de maneira imediata da soberania popular,
representando, assim, a manifestação coletiva do poder político
dentro dessa entidade socialmente pactuada.

3. Igualdade no Pacto Social: Rousseau ressalta a igualdade


fundamental dos indivíduos no momento da celebração do
contrato social. Independentemente das diferenças naturais entre
as pessoas, no âmbito desse pacto, todos desempenham um
papel significativo na configuração da vontade geral.

4. Legitimidade do Governo: A legitimidade inerente à


autoridade governamental, emergente do pacto social, é
fundamentada na sua imediata conexão com a vontade geral,
representando, assim, a manifestação da soberania popular.
Qualquer configuração governamental que adere e se ajusta à
vontade geral é consagrada como justa.

5. Responsabilidade Mútua: Os indivíduos que se integram ao


contrato social formalizam seu compromisso de submissão à
autoridade da vontade geral. Este comprometimento estabelece
uma obrigação recíproca entre os indivíduos, impondo-lhes a
responsabilidade de conformidade estrita com as leis e normas
emanadas dessa vontade geral.
Em resumo a vontade geral se caracteriza como a manifestação
da soberania popular, demandando a sujeição do aparato
governamental a esse princípio, com a orientação estrita para a
implementação de políticas alinhadas aos interesses coletivos.

1. Chegando ao tópico VII sobre soberania, Neste contexto,


Rousseau explora o conceito de soberano, elemento central em
sua doutrina política. Os pontos primordiais examinados incluem:

2. Identidade do Soberano: Rousseau define o soberano como


a entidade coletiva resultante da união de todos os cidadãos. Ele
argumenta que o soberano não está sujeito às leis que ele
mesmo promulga, evitando assim contradições internas. O
soberano, conforme delineado, personifica a vontade geral da
comunidade.

3. Vontade Geral como Soberana: A vontade geral,


representando os interesses coletivos da sociedade, constitui-se
como a força motriz subjacente ao soberano. Rousseau ressalta
a indivisibilidade intrínseca da vontade geral, sempre voltada
para o bem comum, consolidando-se como a expressão máxima
da soberania popular.

4. Soberania e Governo: Rousseau enfatiza a diferenciação


entre o soberano, figurado como a comunidade em sua
totalidade, e o governo, composto pelos agentes incumbidos do
poder executivo. Sua argumentação sustenta que a legitimidade
do governo está intrinsecamente ligada à sua subordinação ao
soberano, sendo condicional à sua adesão estrita à vontade
geral.

5. Participação Ativa: O envolvimento proativo dos cidadãos na


elaboração da vontade geral é imprescindível para a legitimidade
do soberano. Rousseau ressalta a significância da democracia
participativa, na qual os cidadãos desempenham um papel ativo
no processo de deliberação e tomada de decisões políticas.

No tópico VIII, é abordado o conceito de estado civil, que alude à


condição na qual os indivíduos se situam após a consolidação do
contrato social. Desdobrando esta temática:

1. Natureza do Estado Civil: Rousseau formula o estado civil


como um estágio caracterizado por liberdade e igualdade,
salvaguardados pela lei. Ele estabelece uma distinção entre essa
condição e o estado de natureza, sustentando que o estado civil
é mais propício, pois assegura a segurança e a proteção dos
direitos individuais.

2. Soberania e Vontade Geral no Estado Civil: No estado civil,


a soberania persiste na vontade geral, a qual personifica os
interesses coletivos da sociedade. A vontade geral emerge como
a força propulsora que sustenta a ordem, e a legitimidade da
autoridade governamental deriva intrinsecamente dessa vontade.

3. Direitos e Deveres: Os indivíduos no estado civil preservam


direitos e obrigações. A liberdade civil, ainda que circunscrita em
comparação com a liberdade natural, encontra-se resguardada
pelo ordenamento jurídico. Os cidadãos são incumbidos do dever
de acatamento à vontade geral manifestada na legislação.

4. Participação na Vontade Geral: Rousseau enfatiza a


relevância da participação ativa dos cidadãos no processo de
elaboração da vontade geral. Sua argumentação sustenta que,
ao engajar-se nas deliberações públicas, os indivíduos
colaboram na formulação de legislação que objetiva a promoção
do bem comum.
5. Igualdade e Participação Democrática: O estado civil,
conforme delineado por Rousseau, configura-se como um estado
de equidade, no qual todos os cidadãos desfrutam de idênticos
direitos. Ele advoga pela concepção de uma democracia
participativa, na qual a vontade geral emerge por meio do
engajamento ativo de todos os membros da sociedade.

Seguindo para o livro 2, tópico I e II temos que:

1. Inalienabilidade da Soberania: Rousseau sustenta que a


soberania, enraizada na vontade geral, é inalienável. Isso implica
que não pode ser objeto de transferência, alienação ou
delegação a terceiros. A vontade geral constitui a manifestação
dos interesses coletivos da comunidade e é indivisível do corpo
político.

2. Limitação dos Poderes do Soberano: Ao afirmar a


inalienabilidade da soberania, Rousseau sublinha que a
capacidade do povo em formar a vontade geral não pode ser
transferida a qualquer outra entidade. Esta constrição estabelece
limites aos atributos do soberano e garante que a autoridade
política permaneça sob o controle do corpo social.
Tópico II - "A Soberania é Indivisível":

1. Indivisibilidade da Vontade Geral: Rousseau argumenta que


a vontade geral, personificando os interesses coletivos da
sociedade, é um elemento indivisível. Não é suscetível de
fragmentação em componentes distintos. A vontade geral é
singular e abarca o bem comum de toda a comunidade.
2. Soberania e Unidade: A indivisibilidade da soberania está
intrinsecamente vinculada à unidade da comunidade política.
Rousseau salienta que a vontade geral é singular e deve ser
consolidada pela totalidade da comunidade, assegurando, desse
modo, a coesão e unidade do corpo político.

No livro 3 tópicos XI e XII, destacam-se os seguintes pontos


principais a serem abordados:

Tópico XI - "Da Morte do Corpo Político":

1. Alegoria da Morte do Corpo Político: Rousseau emprega a


alegoria da morte do corpo político para examinar as
circunstâncias nas quais uma sociedade pode deteriorar sua
coesão e unidade. Tal fenômeno se desencadeia quando a
vontade específica dos indivíduos sobrepuja a vontade geral,
resultando na fragmentação e desintegração do corpo político.
2. Corrupção e Declínio: A alegoria da "morte" do corpo político
simboliza a degeneração da sociedade, manifestando-se quando
os interesses individuais ou de grupos específicos eclipsam a
vontade geral. Rousseau sustenta que essa corrupção é
prejudicial à legalidade do governo e à estabilidade da
comunidade.

Tópico XII - "Como se Mantém a Autoridade Soberana":

1. Manutenção da Autoridade Soberana: Rousseau investiga


os meios de preservação da autoridade soberana, enfatizando a
relevância da educação cívica e do engajamento ativo dos
cidadãos na esfera política. A sustentação da autoridade
soberana demanda o contínuo envolvimento dos membros da
sociedade no processo de formação da vontade geral.
2. Educação Cívica e Participação Ativa: Rousseau ressalta a
imperatividade de uma educação que cultive o discernimento dos
cidadãos acerca do bem comum e dos fundamentos
republicanos. Ademais, ele destaca a relevância do engajamento
ativo nos processos políticos como um mecanismo assegurador
de que a vontade geral permaneça como o princípio norteador da
comunidade.
No primórdio do livro 4, Rousseau analisa a indestrutibilidade,
constância e imutabilidade da vontade geral, associando-a ao
bem comum, à paz, à coesão social e à igualdade entre os
indivíduos. Contudo, ele explora a dinâmica na qual um estado,
ao entrar em colapso, pode suprimir esses elementos, resultando
na cessação do exercício dos direitos dos cidadãos. Isso
se torna perigoso, pois contribui para a manutenção do poder
através de sutilezas políticas. Os indivíduos, então, começam a
questionar sua capacidade de efetuar mudanças, e o laço social
se desfaz. Em uma sociedade fortalecida, há menos propensão a
ser enganada, requerendo menos leis. Quando necessárias, são
prontamente reconhecidas, minimizando disputas devido à
compreensão unânime. Surge a indagação sobre a fragilização
ou corrupção da vontade geral. Esse declínio compromete as
motivações altruístas em prol da humanidade, dando lugar à
prevalência dos interesses pessoais dos cidadãos, tornando o
conceito de "bem comum" ambíguo e responsivo

Referência Bibliográfica: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do


contrato social. São Paulo:, 2007, 128 p.

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