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Universidade Federal Do Rio De Janeiro

Aluna: Pollyana Ketchlen Dos Santos Pereira

Professora: Andrea Moraes Alves

“O CONTRATO SOCIAL” DE JEAN JACQUES ROUSSEAU


O "Contrato Social", escrito por Jean-Jacques Rousseau, é uma obra
fundamental na filosofia política. Publicado em 1762, o livro explora a questão da
legitimidade do poder político e propõe uma teoria sobre a origem e a legitimidade do
Estado. O material em questão foi de grande influência para que houvesse A
Revolução Francesa em 1789 e a Haitiana de 1791 a 1804.

Começando a dissecação da obra pelo livro 1, no tópico I Rousseau


estabelece o famoso "O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se sob ferros"
já pontuando a preocupação central com a liberdade natural dos seres humanos. Seu
argumento se baseia na teoria que a sociedade que corrompe o homem e a sua
liberdade. Ele fala sobre a transição do estado de natureza para a soceidade civil e
introduz a ideia do contrato social como uma forma para reconciliar a liberdade
individual com a autoridade política.

Ele também discute de soberania popular, e entrando no contrato social em si


os indivíduos alienam as suas vontades individuais em favor da vontade geral da
comunidade. E no caso a vontade geral representa os interesses comuns da
sociedade e é indivisível, representando a soberania do povo.

No tópico VI, falando do pacto social, Rousseau concebe o pacto social


como um meio de superar os desafios e conflitos associados à transição do estado de
natureza para a sociedade civil. Alguns dos tópicos abordados são:

1. Alienação da Vontade Individual para a Vontade Geral: No pacto social, os


indivíduos concordam em alienar parte de sua liberdade natural em favor de
uma vontade coletiva, conhecida como a "vontade geral". A vontade geral
representa os interesses comuns da sociedade e é considerada justa e
imparcial.

2. Formação do Corpo Político: Ao entrar no pacto social, os indivíduos formam


um corpo político ou comunidade. Essa comunidade é governada pela vontade
geral, e a autoridade política deriva diretamente da soberania popular.

3. Igualdade no Pacto Social: Rousseau enfatiza a igualdade fundamental dos


indivíduos no momento do pacto social. Apesar das diferenças naturais entre
as pessoas, no pacto, todos contribuem para a formação da vontade geral.
4. Legitimidade do Governo: A autoridade do governo, que surge do pacto
social, é considerada legítima porque é derivada da vontade geral, que
representa a soberania do povo. Qualquer forma de governo que respeite e
siga a vontade geral é vista como justa.

5. Responsabilidade Mútua: Os indivíduos, ao fazerem parte do pacto social,


concordam em se submeter à autoridade da vontade geral. Isso implica em
uma obrigação mútua entre os cidadãos de obedecerem às leis e normas que
derivam da vontade geral.

Em síntese, a vontade geral é a expressão da soberania popular, o governo


deve ser subordinado à vontade geral e agir de acordo com os interesses do povo.

Chegando ao tópico VII sobre soberania, aqui, Rousseau aborda o conceito


de soberano, que é central em sua teoria política. Os principais pontos abordados são:

1. Identidade do Soberano: Rousseau define o soberano como a entidade


coletiva formada pela união de todos os cidadãos. Ele argumenta que o
soberano não está sujeito às leis que ele próprio cria, pois seria
autocontraditório. O soberano é a vontade geral da comunidade.

2. Vontade Geral como Soberana: A vontade geral, que representa os


interesses comuns da sociedade, é a força motriz por trás do soberano.
Rousseau destaca que a vontade geral é indivisível e sempre busca o bem
comum, sendo a expressão da soberania do povo.

3. Soberania e Governo: Rousseau salienta a distinção entre o soberano (a


comunidade como um todo) e o governo (os agentes que administram o poder
executivo). Ele argumenta que o governo deve ser subordinado ao soberano e
agir de acordo com a vontade geral para ser legítimo.

4. Participação Ativa: A participação ativa dos cidadãos na formulação da


vontade geral é essencial para a legitimidade do soberano. Rousseau destaca
a importância da democracia participativa, na qual os cidadãos têm um papel
ativo na tomada de decisões políticas.
No tópico VIII, é abordado o conceito de estado civil que representa a condição em
que os indivíduos se encontram após a formação do contrato social. Destrinchando:

1. Natureza do Estado Civil: Rousseau define o estado civil como um estado de


liberdade e igualdade sob a proteção da lei. Ele contrasta essa condição com
o estado de natureza, argumentando que o estado civil é mais vantajoso porque
fornece segurança e proteção aos direitos individuais.

2. Soberania e Vontade Geral no Estado Civil: No estado civil, a soberania


permanece com a vontade geral, que representa os interesses coletivos da
sociedade. A vontade geral é a força motriz que mantém a ordem, e a
autoridade do governo deriva dessa vontade.

3. Direitos e Deveres: Os indivíduos no estado civil mantêm direitos e deveres.


A liberdade civil, embora mais restrita do que a liberdade natural, é protegida
pela lei. Os cidadãos têm o dever de obedecer à vontade geral expressa na
legislação.

4. Participação na Vontade Geral: Rousseau destaca a importância da


participação ativa dos cidadãos na formação da vontade geral. Ele argumenta
que, ao participar nas deliberações públicas, os indivíduos contribuem para a
criação de leis que promovem o bem comum.

5. Igualdade e Participação Democrática: O estado civil, segundo Rousseau, é


uma condição de igualdade, onde todos os cidadãos têm os mesmos direitos.
Ele defende a ideia de uma democracia participativa, onde a vontade geral é
formada através do envolvimento ativo de todos os membros da sociedade.

Seguindo para o livro 2, tópico I e II temos que:

1. Inalienabilidade da Soberania: Rousseau defende que a soberania, que


reside na vontade geral, é inalienável. Isso significa que ela não pode ser
transferida, vendida ou delegada a outros. A vontade geral é a expressão dos
interesses comuns da comunidade e não pode ser separada do corpo político.

2. Limitação dos Poderes do Soberano: Ao afirmar a inalienabilidade da


soberania, Rousseau destaca que o povo não pode transferir sua capacidade
de formar a vontade geral para qualquer outra entidade. Isso impõe limites aos
poderes do soberano e assegura que a autoridade política permaneça nas
mãos do povo.

Tópico II - "A Soberania é Indivisível":

1. Indivisibilidade da Vontade Geral: Rousseau argumenta que a vontade geral,


representando os interesses coletivos da sociedade, é indivisível. Ela não pode
ser fragmentada em partes separadas. A vontade geral é única e abrange o
bem comum de toda a comunidade.

2. Soberania e Unidade: A indivisibilidade da soberania está ligada à unidade da


comunidade política. Rousseau destaca que a vontade geral é única e deve ser
formada por toda a comunidade, garantindo assim a coesão e a unidade do
corpo político.

No livro 3 tópicos XI e XII temos como principais pontos a serem abordados:

Tópico XI - "Da Morte do Corpo Político":

1. Alegoria da Morte do Corpo Político: Rousseau utiliza a alegoria da morte do


corpo político para discutir as condições sob as quais uma sociedade pode
perder sua coesão e unidade. Isso ocorre quando a vontade particular dos
membros prevalece sobre a vontade geral, levando à fragmentação e
desintegração do corpo político.

2. Corrupção e Declínio: A "morte" do corpo político simboliza a corrupção da


sociedade, que ocorre quando os interesses individuais ou de grupos
específicos suprimem a vontade geral. Rousseau argumenta que a corrupção
é prejudicial à legitimidade do governo e à estabilidade da comunidade.

Tópico XII - "Como se Mantém a Autoridade Soberana":

1. Manutenção da Autoridade Soberana: Rousseau explora os meios pelos


quais a autoridade soberana pode ser preservada. Ele destaca a importância
da educação cívica e da participação ativa dos cidadãos na vida política. A
manutenção da autoridade soberana requer o envolvimento contínuo dos
membros da sociedade na formação da vontade geral.
2. Educação Cívica e Participação Ativa: Rousseau destaca a necessidade de
uma educação que promova o entendimento dos cidadãos sobre o bem comum
e os princípios da república. Além disso, ele enfatiza a importância da
participação ativa nos processos políticos como um meio de garantir que a
vontade geral continue a ser a força orientadora da comunidade.

E por último mas não menos importante vamos destrinchar o primeiro tópico
do livro 4 em que é falado sobre como a vontade geral é indestrutível, constante e
imutável. O bem comum, a paz, a união e a igualdade entre todos os indivíduos. Mas
uma vez que um estado entra em ruína, isso tudo pode ser sofucado e fazendo com
o que os cidadãos deixem de exercer os seus próprios diretos e aí isso se torna
perigoso porque é assim que se faz a manutenção de poder, nas sutilezas políticas.
E os indivíduos começam a duvidar de suas próprias capacidades de realizar
mudanças e o laço social se rompe. Quando uma sociedade está fortalecida, menos
ela se deixa ser enganada, e não há necessidade de tantas leis e quando isso se faz
necessário, todos percebem, e nem muitas disputas pois haverá uma compreensão
unânime. E a pergunta que fica é se a vontade geral esta enfraquecida ou corrompida?

Daí se perde as motivações em prol da humanidade e se sobrepõe os próprios


interesses pessoais dos cidadãos e o “bem comum” se torna algo questionável e
responsivo ao mesmo tempo.
Referência Bibliográfica: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo:
, 2007, 128 p.

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