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MANUAL PRÁTICO

S-2210
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE
DE TRABALHO

HUGO HENRIQUE NASCIMENTO


Bibliografia do Autor

HUGO HENRIQUE NASCIMENTO


Hugo Henrique Nascimento é um renomado profissional da área de Engenharia
de Segurança do Trabalho, com uma carreira sólida e diversificada. Graduado em
Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Tecnológica Federal do
Paraná - UTFPR em 2011, e em Engenharia Ambiental pela Universidade Tuiuti do
Paraná - UTP em 2010, também se destaca por ser Técnico em Segurança do
Trabalho, título obtido na Faculdade de Tecnologia ENSITEC em 2005.

Seu registro como Perito Judicial, sob o número 16.720, reforça sua autoridade no
campo. Possui um conhecimento sólido sobre as Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e as Instruções Normativas do Instituto Nacional de Seguro
Social – INSS. É conhecido por sua habilidade de comunicação e expressão
gráfica inteligível, sempre dentro dos padrões jurídicos.

Sua experiência como Assistente Técnico em


várias ações trabalhistas, representando ambas
as partes, é notável. Hugo possui um acervo
junto ao CREA PR de mais de 1000 serviços
voltados para a área de Engenharia de
Segurança do Trabalho e já atendeu mais de
8000 empresas ao longo dos 20 anos de
atuação.

Atualmente, Hugo é Engenheiro de Segurança


Assessor e Consultor da Clinimercês –
Assessoria em Segurança e Medicina do
Trabalho, onde também é sócio proprietário,
sem dúvidas um dos maiores nomes da área de
Engenharia de Segurança do Trabalho do
Paraná.
O "Manual eSocial: Evento S-2210 - Comunicação de Acidente de
Trabalho" é um guia essencial para empregadores e entidades
responsáveis pela gestão de trabalhadores no Brasil. O livro aborda a
importância do Evento S-2210, que é uma obrigação legal dentro do
sistema eSocial, destinado a comunicar à Previdência Social os
acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais que ocorram com os
empregados.
A obra destaca que o envio do S-2210 deve ser realizado pelo
empregador, pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), pelos
sindicatos representantes dos trabalhadores avulsos e pelos órgãos
públicos em relação aos seus servidores vinculados ao Regime Geral de
Previdência Social (RGPS). A comunicação deve acontecer até o
primeiro dia útil subsequente ao da ocorrência do acidente ou doença
ocupacional e, em caso de morte, imediatamente.
O manual detalha as informações que devem constar no evento S-
2210, como dados sobre o acidentado, a natureza e circunstâncias do
acidente, além das medidas de primeiros socorros aplicadas e as
estratégias adotadas para prevenir futuros incidentes. Essas informações
são cruciais para garantir a segurança dos trabalhadores e para permitir
que a Previdência Social tome as providências necessárias.
Por fim, o livro informa sobre as datas importantes relacionadas à
implementação do S-2210: sua introdução no ambiente de produção
restrita em 18/09/2023 e no ambiente de produção efetiva em 20/11/
2023.
Este manual é uma ferramenta valiosa para garantir a conformidade
com as normativas trabalhistas brasileiras e promover um ambiente
laboral mais seguro.
Sumário
Capítulo 1: Introdução ao Evento s-2210
1.1 Definição do Evento s-2210
1.2 Importância do Evento s-2210 para o eSocial
1.3 Obrigatoriedade do Evento s-2210
Capítulo 2: Comunicação de Acidentes de Trabalho e Doenças
Ocupacionais
2.1 Como comunicar acidentes de trabalho através do S-2210
2.2 Como comunicar doenças ocupacionais através do S-2210
2.3 Unificação das informações no portal e-Social
Capítulo 3: Responsáveis pelo Envio do S-2210
3.1 Papel do empregador na comunicação do S-2210
3.2 Papel do OGMO na comunicação do S-2210
3.3 Papel dos sindicatos de trabalhadores avulsos e órgãos públicos
Capítulo 4: Prazos para o Envio do S-2210
4.1 Prazo regular para o envio da comunicação
4.2 Prazo em caso de morte
Capítulo 5: Conteúdo da Comunicação via S-2210
5.1 Informações sobre o acidentado
5.2 Detalhes sobre o acidente ocorrido
5.3 Medidas de primeiros socorros e prevenção adotadas
Capítulo 6: Implementação do S-2210
6.1 Implementação no ambiente de produção restrita
6.2 Implementação no ambiente de produção
6.3 Testes e validações antes da implementação
Capítulo 1: Introdução ao Evento s-2210
Definição do Evento s-2210
O Evento s-2210 é uma obrigação legal estabelecida dentro do
contexto do eSocial, um sistema de coleta de informações trabalhistas,
previdenciárias e fiscais que simplifica a prestação das informações pelos
empregadores. Este evento específico tem como finalidade a
comunicação de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais que
ocorram com os trabalhadores em suas atividades laborais. A definição
deste evento é ampla e abrange qualquer incidente que possa afetar a
integridade física ou mental dos empregados, sejam eles efetivos,
temporários ou avulsos.
A caracterização do s-2210 não se limita apenas aos acidentes típicos
que ocorrem no local de trabalho durante o horário de expediente. Ele
também engloba os chamados "acidentes de trajeto", aqueles que
acontecem no percurso da residência para o trabalho ou vice-versa, além
das doenças profissionais ou do trabalho, as quais têm relação direta
com as atividades desempenhadas pelo empregado ou condições
especiais em que o trabalho é realizado.
Para garantir a eficácia na comunicação desses eventos, o s-2210
deve ser preenchido com uma série de informações detalhadas sobre o
acidente ou doença. Isso inclui dados pessoais do trabalhador afetado,
descrição minuciosa do ocorrido, data e hora exatas do acidente,
indicação dos primeiros socorros prestados e medidas preventivas
adotadas pela empresa após o incidente. Além disso, deve-se relatar se
houve afastamento do trabalhador e por quanto tempo ele ficará ausente
das suas funções habituais.
Importância do Evento s-2210 para o eSocial
A implementação do Evento s-2210 no sistema eSocial representa um
marco significativo na gestão da segurança e saúde no trabalho (SST) no

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Brasil. Com este evento, cria-se um canal direto entre os empregadores e
os órgãos competentes para a notificação imediata de acidentes laborais.
Essa agilidade na comunicação permite uma resposta mais rápida por
parte das autoridades em termos de fiscalização e acompanhamento dos
casos reportados.
Além disso, a centralização dessas informações no ambiente digital
facilita análises estatísticas mais precisas sobre a incidência de acidentes
em diferentes setores econômicos. Com esses dados em mãos, políticas
públicas podem ser desenvolvidas visando à redução dos riscos
ocupacionais e à promoção da saúde dos trabalhadores brasileiros.
Outro ponto relevante é que o registro adequado dos eventos via s-
2210 pode influenciar diretamente na gestão interna das empresas. Ao
analisar os dados coletados sobre acidentes e doenças ocupacionais, as
organizações podem identificar falhas nos seus processos produtivos ou
lacunas nas suas práticas de segurança laboral. Isso possibilita a
implementação de melhorias contínuas nos ambientes de trabalho para
prevenir novos incidentes.
Ademais, há um impacto jurídico importante associado ao correto
envio deste evento: ele serve como prova documental para fins legais
tanto para o empregador quanto para o empregado em eventuais
disputas relacionadas à concessão de benefícios previdenciários
decorrentes destes infortúnios laborais.
Obrigatoriedade do Evento s-2210
A obrigatoriedade da transmissão do Evento s-2210 está claramente
definida na legislação brasileira referente ao monitoramento das
condições laborais. Todos os empregadores estão sujeitos ao
cumprimento desta exigência legal quando ocorre algum tipo de acidente
ou doença relacionada ao trabalho envolvendo seus funcionários
vinculados ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS).
O prazo estipulado para essa comunicação é extremamente rigoroso:
até o primeiro dia útil subsequente à data da ocorrência do evento; em

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caso fatalidade decorrente do acidente laboral, essa notificação deve ser
feita imediatamente às autoridades competentes através deste mesmo
canal eletrônico.
Essa obrigatoriedade reflete uma preocupação crescente com a
transparência nas relações trabalhistas e com a proteção social dos
trabalhadores brasileiros. O descumprimento dessa normativa pode
resultar em penalidades severas para as empresas infratoras incluindo
multas significativas que variam conforme a gravidade da infração
cometida.
É importante destacar também que além dos empregadores
tradicionais (empresas privadas), outros entes como Órgãos Gestores de
Mão-de-Obra (OGMO), sindicatos representantes dos trabalhadores
avulsos e órgãos públicos também estão enquadrados nesta obrigação
legal quando se trata dos seus respectivos colaboradores vinculados ao
RGPS.
A obrigatoriedade deste evento não só reforça as responsabilidades
legais das organizações perante seus colaboradores mas também
promove uma cultura organizacional voltada à valorização da vida
humana no ambiente corporativo através da adoção proativa das
melhores práticas em SST.

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Capítulo 2: Comunicação de Acidentes
de Trabalho e Doenças Ocupacionais
Como comunicar acidentes de trabalho através do S-2210
A comunicação de acidentes de trabalho é um procedimento essencial
para garantir os direitos dos trabalhadores e cumprir com as obrigações
legais por parte dos empregadores. Através do evento S-2210, inserido
no sistema eSocial, essa comunicação torna-se mais ágil e eficiente. O
envio das informações deve ser realizado pelo empregador, incluindo
empresas privadas, órgãos públicos, sindicatos que representam
trabalhadores avulsos e o Operador Portuário (OGMO) em relação aos
seus operários.
Para realizar a comunicação de um acidente de trabalho através do S-
2210, o empregador deve acessar o portal e-Social e preencher os
campos específicos com dados detalhados sobre o ocorrido. É
necessário informar a data e hora do acidente, a descrição da situação
que levou ao evento, identificação completa do trabalhador afetado, além
das medidas imediatas tomadas pela empresa em termos de primeiros
socorros ou atendimento médico emergencial.
É importante destacar que qualquer incidente que resulte em lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução
da capacidade para o trabalho – seja ela temporária ou permanente –
deve ser reportado. Além disso, mesmo os casos sem afastamento
laboral necessitam ser comunicados.
O prazo para envio dessas informações é até o primeiro dia útil
subsequente à data do acidente. Em caso de fatalidade, a comunicação
deve ser feita imediatamente. O não cumprimento desse prazo pode
resultar em penalidades para a empresa.
Um aspecto relevante é que esse registro no eSocial substitui a
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) tradicionalmente emitida

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junto ao INSS. Isso significa uma simplificação dos processos
burocráticos e uma maior integração das informações relativas à
segurança do trabalho.
Como comunicar doenças ocupacionais através do S-2210
Doenças ocupacionais são condições patológicas que surgem como
resultado da atividade profissional ou do ambiente laboral. A exemplo dos
acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais também devem ser
comunicadas pelo empregador por meio do evento S-2210 no sistema
eSocial.
Para reportar uma doença ocupacional através deste sistema, é
necessário seguir um processo similar ao da comunicação de acidentes.
O empregador precisa fornecer detalhes sobre o diagnóstico da doença
relacionada ao trabalho, especificando sua natureza e gravidade. Deve-
se incluir informações sobre as circunstâncias em que a doença foi
contraída ou manifestada relacionando-a com as funções
desempenhadas pelo trabalhador.
Além disso, é fundamental documentar todas as medidas preventivas
adotadas pela empresa antes da confirmação da doença ocupacional
bem como quaisquer intervenções realizadas após sua constatação para
evitar novos casos ou minimizar os riscos associados à saúde dos
demais colaboradores.
O prazo para envio das informações sobre doenças ocupacionais
segue o mesmo critério aplicado aos acidentes: até o primeiro dia útil
após a confirmação do diagnóstico pela autoridade competente. A
agilidade na comunicação permite não apenas cumprir com as exigências
legais mas também contribui para uma gestão mais eficaz da saúde no
ambiente laboral.
Unificação das informações no portal e-Social
O portal e-Social representa um marco na unificação das informações
referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas das
empresas brasileiras. Com a implementação dos eventos como o S-2210

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dentro deste sistema eletrônico integrado, há uma significativa otimização
na gestão dessas informações por parte dos empregadores.
A unificação proporcionada pelo portal facilita não apenas a vida das
empresas mas também garante maior transparência nas relações
laborais. Todos os dados relativos aos acidentes de trabalho e às
doenças ocupacionais ficam registrados em um único local acessível
pelos órgãos competentes como Previdência Social, Ministério Público do
Trabalho entre outros entes fiscalizadores.
Essa centralização permite uma análise mais apurada sobre as
condições de segurança nos ambientes laborais brasileiros possibilitando
assim políticas públicas mais assertivas na prevenção destas ocorrências
bem como na proteção social dos trabalhadores afetados por elas.
Ademais com essa plataforma digital há uma redução significativa na
quantidade de papel utilizada anteriormente nos processos burocráticos
relacionados à CAT tradicional promovendo assim práticas sustentáveis
alinhadas às demandas contemporâneas por responsabilidade ambiental
nas operações empresariais.
Tanto para comunicar acidentes quanto doenças ocupacionais via S-
2210 quanto para gerenciar essas informações dentro do contexto mais
amplo oferecido pelo portal e-Social torna-se evidente que estamos
diante de um avanço considerável rumo à modernização administrativa
eficiência operacional maior proteção aos direitos dos trabalhadores
brasileiros.

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Capítulo 3: Responsáveis pelo Envio do
S-2210
Papel do Empregador na Comunicação do S-2210
O empregador desempenha um papel crucial na comunicação de
acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais por meio do evento S-
2210 no eSocial. Esta obrigação legal visa garantir que todos os
incidentes sejam reportados de maneira tempestiva e adequada,
permitindo que a Previdência Social tome conhecimento dos casos e
possa oferecer o suporte necessário aos trabalhadores afetados.
A responsabilidade do empregador inicia-se com a implementação de
um sistema interno eficaz para a detecção e registro de acidentes. Isso
inclui treinamento adequado para os funcionários sobre como identificar e
relatar incidentes, bem como a designação de indivíduos ou
departamentos responsáveis pela coleta e transmissão dessas
informações ao eSocial.
Além disso, é dever do empregador manter registros detalhados sobre
cada acidente, incluindo dados pessoais do acidentado, circunstâncias
exatas da ocorrência, natureza das lesões sofridas e medidas imediatas
tomadas em resposta ao evento. Essas informações são fundamentais
para preencher corretamente o S-2210, que deve ser enviado até o
primeiro dia útil subsequente à data do acidente ou imediatamente em
caso de morte.
Um aspecto importante é que o empregador também deve estar atento
às atualizações legislativas e procedimentais relacionadas ao envio do S-
2210.
A não observância dessas normativas pode resultar em penalidades
significativas, além de prejudicar a gestão da saúde ocupacional dentro
da empresa.

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Para ilustrar a importância deste papel, considere uma fábrica onde
ocorre um acidente com um operário. O empregador deve agir
prontamente para prestar os primeiros socorros necessários e comunicar
o ocorrido através do S-2210 no prazo estabelecido. Ao fazer isso
corretamente, ele não apenas cumpre com suas obrigações legais mas
também demonstra compromisso com a segurança e bem-estar dos seus
colaboradores.
Papel do OGMO na Comunicação do S-2210
Os Órgãos Gestores de Mão-de-Obra (OGMO) têm uma função
específica quando se trata da comunicação de eventos relacionados à
saúde dos trabalhadores avulsos portuários por meio do evento S-2210
no sistema eSocial. O OGMO atua como intermediário entre os
trabalhadores avulsos portuários e os operadores portuários, sendo
responsável por gerenciar a mão-de-obra nos portos organizados.
Neste contexto, cabe ao OGMO assegurar que qualquer acidente
envolvendo trabalhadores avulsos seja reportado prontamente conforme
as diretrizes estabelecidas pelo sistema eSocial. Para tanto, é essencial
que este órgão mantenha procedimentos claros para receber notificações
de incidentes dos operadores portuários ou diretamente dos
trabalhadores avulsos.
O OGMO deve registrar todas as informações pertinentes ao acidente
seguindo as mesmas exigências aplicáveis aos empregadores
tradicionais: detalhes sobre o trabalhador afetado, descrição completa da
ocorrência, consequências imediatas para a saúde do indivíduo envolvido
e quaisquer medidas preventivas adotadas após o fato.
É importante destacar que os OGMOs devem ter sistemas
informatizados capazes de integrar-se ao ambiente digital do eSocial
para facilitar esse processo comunicativo. Além disso, devem promover
treinamentos regulares com sua equipe administrativa para garantir que
todos estejam atualizados quanto às normativas vigentes relacionadas ao
envio das informações pelo evento S-2210.

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Um exemplo prático dessa dinâmica pode ser observado quando um
estivador sofre uma lesão durante suas atividades no cais. Nesse caso, é
imperativo que o OGMO seja notificado imediatamente para que possa
cumprir seu papel na comunicação eficiente desse evento via sistema
eSocial dentro dos prazos estipulados pela legislação.
Papel dos Sindicatos de Trabalhadores Avulsos e Órgãos Públicos
Sindicatos representando trabalhadores avulsos têm uma participação
ativa na proteção dos direitos destes profissionais frente aos riscos
laborais. Quando ocorre um acidente ou doença ocupacional nessa
categoria específica de trabalho, os sindicatos podem ter um papel
relevante na comunicação desses eventos através do S-2210 no sistema
eSocial.
Essa participação sindical é fundamental porque muitas vezes os
trabalhadores avulsos não possuem vínculo empregatício direto com uma
única empresa; assim sendo, eles dependem fortemente da estrutura
sindical para garantir que seus direitos sejam respeitados em situações
adversas como as decorrentes de acidentes laborais.
Os sindicatos devem então estar preparados para auxiliar seus
membros na coleta das informações necessárias sobre qualquer
incidente ocorrido durante o exercício profissional. Eles também podem
atuar como facilitadores junto aos órgãos competentes (como OGMOs)
para assegurar que tais eventos sejam reportados adequadamente via
sistema eletrônico dentro dos prazos legais estabelecidos.
Por outro lado, órgãos públicos enquanto empregadores estão
igualmente obrigados a enviar informações sobre acidentes laborais
envolvendo servidores públicos vinculados ao Regime Geral da
Previdência Social (RGPS). Estes órgãos precisam ter processos
internos bem definidos para capturar dados referentes aos sinistros
ocorridos com seus servidores - desde detalhes pessoais até descrições
minuciosas das circunstâncias - visando preencher corretamente o
formulário eletrônico S-2210 no tempo hábil determinado pela lei.

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Um cenário exemplificativo seria quando um servidor público sofre uma
queda nas dependências da repartição onde trabalha; neste caso cabe
ao órgão público providenciar todos os cuidados médicos necessários ao
servidor lesionado além de comunicar rapidamente tal episódio através
da plataforma digital prevista pelo sistema eSocial utilizando-se do evento
S-2210.

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Capítulo 4: Prazos para o Envio do S-
2210
Prazo Regular para o Envio da Comunicação
O envio do evento S-2210 ao eSocial é uma obrigação que recai sobre
empregadores, Órgãos Gestores de Mão de Obra (OGMO), sindicatos
representantes de trabalhadores avulsos e órgãos públicos em relação
aos seus servidores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social
(RGPS). Este procedimento tem como finalidade informar à Previdência
Social sobre a ocorrência de acidentes de trabalho ou doenças
ocupacionais, permitindo assim um controle mais efetivo e a garantia dos
direitos previdenciários dos trabalhadores afetados.
A legislação estabelece que o prazo regular para o envio desta
comunicação é até o primeiro dia útil imediatamente posterior à data do
acontecimento. Isso significa que se um acidente ocorrer numa sexta-
feira, por exemplo, a empresa tem até o final do próximo dia útil - no
caso, segunda-feira - para realizar a comunicação através do sistema
eSocial. Este prazo é considerado suficiente para que o empregador
tome conhecimento do ocorrido, reúna as informações necessárias e
proceda com a notificação.
É importante destacar que este prazo não deve ser negligenciado. O
cumprimento inadequado desta obrigação pode resultar em penalidades
administrativas para a empresa, além de prejudicar os direitos do
trabalhador acidentado. A comunicação tempestiva permite que sejam
tomadas medidas preventivas adicionais para evitar novos incidentes e
garante que o trabalhador receba os benefícios aos quais tem direito em
tempo hábil.
Para ilustrar a importância deste prazo, podemos considerar um
cenário hipotético onde um funcionário sofre uma queda no local de
trabalho resultando em lesões significativas. Se a empresa não

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comunicar o acidente dentro do prazo estipulado pelo eSocial, além das
consequências legais para a organização, pode haver um impacto
negativo na recuperação do funcionário. Isso porque ele poderia
enfrentar demoras no acesso ao tratamento adequado ou na concessão
de benefícios como auxílio-doença.
Além disso, vale ressaltar que as informações enviadas devem ser
precisas e completas. O formulário S-2210 requer detalhes sobre quem
foi acidentado, as circunstâncias exatas do acidente e quaisquer medidas
imediatas tomadas pela empresa em resposta ao evento. Estas
informações são cruciais tanto para análises estatísticas quanto para
melhorias nas políticas internas de saúde e segurança no trabalho.
Prazo em Caso de Morte
Em situações extremamente trágicas onde um acidente laboral resulta
na morte do trabalhador, os procedimentos relativos ao evento S-2210
assumem uma urgência ainda maior. Nesses casos dolorosos, a
legislação determina que a comunicação deve ser feita "de imediato",
sem qualquer delonga.
A exigência da notificação imediata reflete não apenas uma questão
burocrática mas também uma preocupação com os aspectos
humanitários envolvidos. A rápida comunicação permite às autoridades
competentes tomar todas as providências necessárias relacionadas às
questões previdenciárias dos dependentes da vítima bem como iniciar
investigações sobre as causas do acidente fatal.
Este prazo imediato implica que independentemente da hora ou dia da
semana em que ocorra o infortúnio fatal – seja durante um turno noturno
ou num feriado – a empresa deve agir sem hesitação para reportar o
ocorrido através do sistema eSocial. Esta diligência é fundamental pois
cada minuto pode ser crucial quando se trata das consequências legais e
financeiras associadas à morte por acidente de trabalho.
Por exemplo, suponha-se que um operário venha a falecer após uma
falha crítica em equipamentos durante sua jornada laboral noturna. A

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empresa responsável precisa atuar rapidamente não só comunicando às
autoridades via S-2210 mas também iniciando seus próprios
procedimentos internos de investigação e apoio aos familiares da vítima.
Além disso, esta rapidez na comunicação demonstra respeito pela
gravidade da situação perante os colegas de trabalho da vítima e toda
sociedade civil. É também uma forma de transparência corporativa diante
das obrigações legais impostas às empresas brasileiras sob as
normativas trabalhistas vigentes.
Cabe enfatizar ainda que mesmo nestes momentos críticos é essencial
manter rigor na qualidade das informações fornecidas ao sistema
eSocial. Dados corretos sobre identificação pessoal da vítima, localização
exata onde ocorreu o sinistro mortal entre outros detalhes são
fundamentais tanto para fins legais quanto humanitários.

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Capítulo 5: Conteúdo da Comunicação
via S-2210
Informações sobre o acidentado
Quando ocorre um acidente de trabalho, é fundamental que as
informações sobre o indivíduo acidentado sejam coletadas e reportadas
com precisão. Estes dados são essenciais para garantir que o
trabalhador receba a assistência adequada e para possibilitar uma
análise detalhada do evento, contribuindo para futuras medidas
preventivas.
As informações sobre o acidentado devem incluir dados pessoais
completos, como nome, data de nascimento, sexo, CPF e dados
relacionados ao seu vínculo empregatício. Isso inclui a função
desempenhada pelo trabalhador no momento do acidente, tempo de
serviço na empresa e se ele estava em período de experiência ou era um
funcionário efetivo.
Além disso, é importante registrar se o trabalhador possuía alguma
condição pré-existente que poderia ter influenciado na gravidade do
acidente ou na recuperação subsequente. Informações sobre
treinamentos realizados em segurança do trabalho e uso correto de
equipamentos de proteção individual (EPIs) também são relevantes para
compreender a dinâmica do acidente.
Um aspecto crucial é a documentação da jornada de trabalho até o
momento do acidente. Isso envolve verificar se houve horas extras no dia
ou se havia algum indício de fadiga por parte do trabalhador. A análise
dessas informações pode revelar padrões que contribuem para a
incidência de acidentes laborais.
Detalhes sobre o acidente ocorrido
O relato detalhado do acidente é uma peça-chave no processo de
comunicação via S- 2210.

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Este deve ser feito com objetividade e clareza, fornecendo uma
narrativa cronológica dos eventos que levaram ao incidente. É necessário
descrever onde e quando aconteceu o acidente, as atividades que
estavam sendo executadas pelo trabalhador no momento e quaisquer
fatores ambientais ou operacionais que possam ter contribuído para sua
ocorrência.
A descrição deve abordar as condições físicas do local onde ocorreu o
sinistro – iluminação adequada, estado das máquinas ou equipamentos
utilizados e presença de substâncias perigosas são exemplos de
variáveis importantes. Além disso, deve-se mencionar se houve falhas
nos procedimentos padrões ou negligências nas normas de segurança.
É igualmente relevante identificar testemunhas presentes durante o
evento e coletar seus depoimentos. Essas narrativas podem oferecer
perspectivas adicionais sobre as causas do incidente e ajudar na
reconstrução dos fatos.
Em casos mais graves onde há danos significativos à saúde ou
integridade física do trabalhador, torna-se necessário detalhar a natureza
das lesões sofridas. Informações médicas preliminares podem ser úteis
para entender a gravidade da situação e planejar os cuidados
necessários.
Medidas de primeiros socorros e prevenção adotadas
Após um incidente laboral, as medidas imediatas tomadas podem fazer
toda diferença na minimização dos impactos à saúde do trabalhador. O
registro dessas ações no S-2210 é vital tanto para avaliar a resposta da
empresa ao evento quanto para servir como aprendizado organizacional
visando evitar futuros acidentes similares.
Os primeiros socorros prestados devem ser descritos passo a passo –
desde os procedimentos iniciais até eventual transporte médico
especializado. Deve-se relatar quem prestou os primeiros socorros (se foi
um colega treinado ou um profissional médico), quais técnicas foram

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utilizadas (como RCP ou aplicação de curativos) e qual foi a rapidez da
resposta após identificado o incidente.
Além disso, é importante documentar qualquer medida preventiva já
existente antes do ocorrido: treinamentos regulares em segurança
ocupacional oferecidos aos funcionários; inspeções periódicas nos locais
de trabalho; manutenção constante dos equipamentos; disponibilidade e
uso correto dos EPIs; entre outros aspectos relevantes à cultura
preventiva da empresa.
Após um incidente específico, novas medidas preventivas podem ser
implementadas como resultado das lições aprendidas com o evento.
Estas devem ser registradas detalhadamente no S-2210 para demonstrar
comprometimento contínuo com melhorias nas práticas laborais
relacionadas à segurança dos colaboradores.
Essa documentação não só atende às exigências legais mas também
serve como ferramenta estratégica dentro das organizações para
promover ambientes mais seguros através da educação continuada
baseada em experiências reais vivenciadas pelos seus empregados.

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Capítulo 6: Implementação do S-2210
Implementação no Ambiente de Produção Restrita
A implementação do evento S-2210 no ambiente de produção restrita é
uma etapa crucial para garantir a eficácia e a segurança da comunicação
de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais ao eSocial. Este
ambiente serve como um campo de testes, onde os empregadores
podem validar o processo de envio e recebimento das informações antes
que elas sejam oficialmente submetidas ao sistema em produção.
No dia 18/09/2023, o S-2210 foi disponibilizado neste ambiente
controlado, permitindo às empresas e demais entidades obrigadas a
realizar uma série de procedimentos essenciais. Primeiramente, é
necessário que as organizações ajustem seus sistemas internos para que
estejam alinhados com os requisitos técnicos do eSocial. Isso inclui a
adaptação dos softwares de gestão de recursos humanos e saúde
ocupacional para gerar os arquivos XML conforme o leiaute estabelecido
pelo governo.
Além disso, a fase no ambiente restrito possibilita que as empresas
treinem suas equipes responsáveis pela gestão dos eventos relacionados
à saúde do trabalhador. É fundamental que os profissionais envolvidos
compreendam plenamente como preencher corretamente cada campo do
evento S-2210, evitando erros que possam resultar em penalidades
futuras.
Durante essa etapa preliminar, também é possível identificar eventuais
falhas sistêmicas ou lacunas nos processos internos que poderiam
comprometer a transmissão efetiva dos dados ao eSocial. As empresas
têm a oportunidade de realizar simulações diversas, abrangendo
diferentes cenários de acidentes ou doenças ocupacionais. Essas
simulações ajudam na verificação da consistência das informações
enviadas, bem como na resposta obtida do sistema do eSocial quanto à
aceitação ou rejeição dos eventos transmitidos.

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Um aspecto relevante dessa fase é o feedback fornecido pelo próprio
ambiente restrito. As mensagens retornadas após cada envio simulado
são fundamentais para orientar as correções necessárias. Por exemplo,
se um determinado campo não for preenchido conforme esperado pelo
sistema, uma mensagem específica indicará esse erro para que possa
ser corrigido antes da implementação definitiva no ambiente de produção.
Implementação no Ambiente de Produção
Após um período intensivo de testes no ambiente restrito, chegou o
momento da implementação do evento S-2210 no ambiente real: o
ambiente de produção. Em 20/11/2023, essa transição marcou uma nova
era na gestão das comunicações sobre acidentes laborais e doenças
ocupacionais via eSocial.
Nesta fase, todas as informações transmitidas passam a ter valor legal
e são utilizadas pela Previdência Social para diversos fins, incluindo
análises estatísticas sobre acidentes de trabalho e base para concessão
de benefícios relacionados aos casos reportados. Portanto, qualquer erro
ou inconsistência pode ter implicações diretas tanto para o empregador
quanto para o empregado afetado.
A implementação efetiva requer uma infraestrutura tecnológica robusta
por parte das empresas para suportar a transmissão contínua dos dados
sem interrupções ou perdas significativas. Além disso, deve-se manter
um canal aberto com o suporte técnico do eSocial para resolver
rapidamente quaisquer problemas técnicos que possam surgir durante os
primeiros dias após a migração.
Outro ponto crítico nesta etapa é garantir que todos os procedimentos
internos estejam alinhados com as normativas legais vigentes referentes
ao prazo máximo para comunicação dos eventos – até o primeiro dia útil
seguinte à data da ocorrência ou imediatamente em caso de morte –
evitando assim penalidades por descumprimento dessas obrigações.
As empresas devem também estar atentas às atualizações regulares
promovidas pelo governo nas versões dos leiautes do eSocial. A

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manutenção constante dos sistemas internos é imprescindível para evitar
descompasso entre os dados enviados pelas organizações e aqueles
esperados pelo sistema nacional unificado.
Testes e Validações Antes da Implementação
Antes da implementação definitiva seja no ambiente restrito ou em
produção – é vital conduzir uma série rigorosa de testes e validações.
Esta fase preparatória tem como objetivo principal garantir que todos os
processos estejam funcionando corretamente antes da entrada em
operação oficial do evento S-2210 dentro do sistema do eSocial.
Os testes devem cobrir todos os aspectos técnicos relacionados à
geração, envio e recepção das informações sobre acidentes laborais ou
doenças ocupacionais. Isso inclui verificar se os campos estão sendo
preenchidos adequadamente conforme as instruções oficiais; se há
coerência nas datas; se as categorias dos trabalhadores estão corretas;
entre outros detalhes cruciais presentes nos registros individuais.
Uma estratégia eficaz nessa etapa é criar casos fictícios abrangendo
uma ampla variedade de situações possíveis – desde incidentes simples
até cenários complexos envolvendo múltiplas variáveis – para avaliar
como o sistema responde diante dessas condições diversificadas.
Além disso, deve-se validar a integridade dos dados após sua
transmissão ao sistema do governo federal brasileiro através da
conferência das mensagens retornadas pelo próprio portal do esocial
após cada teste realizado pelos usuários autorizados dentro das
organizações participantes deste processo pré-operacionalização
completa deste novo recurso digital obrigatório imposto pela legislação
nacional vigente atualmente neste contexto específico aqui discutido
detalhadamente neste documento informativo extenso apresentado agora
aqui neste formato textual explicativo completo sobre esta temática
importante relativa à segurança laboral brasileira contemporânea.

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